GRAVADORA CPC-UMES
FAZENDO A MÚSICA QUE O BRASIL MERECE
Criada em 1997, a Gravadora CPC-UMES é uma alternativa para todas as correntes da Música Popular Brasileira, notadamente aquelas que por sua qualidade e diferenciação não encontram lugar na mídia convencional. A gravadora valoriza as expressões regionais, a tradição étnica, a história musical do povo brasileiro, a memória sonora do nosso cinema e do nosso teatro, o trabalho dos novos, o resgate dos mestres, a vanguarda, o clássico, o moderno e o eterno. Nosso compromisso maior é com a qualidade e a valorização do principal bem cultural de nosso país: a música. A gravadora tem como diretor artístico o maestro Marcus Vinícius de Andrade.
CPC 005
Tocador de Vida e de Viola
Adauto Santos
Doutor em música e sentimento, dono de uma voz privilegiada e também violeiro de alta qualidade, Adauto Santos apresenta uma coleção de canções emocionantes, que têm a simplicidade como elo de ligação.
Compositor e intérprete, Adauto Santos (1940-1999) é um dos nomes mais importantes da vertente paulista da Música Popular Brasileira, desde os famosos Festivais de Música promovidos pela televisão, nos anos 60. Este álbum foi indicado para o Prêmio Sharp de Música/97, na categoria Música Regional. Vale destacar “Vida Marvada”, “Chuá, Chuá” e “Triste Berrante”.
CPC 006
Pote da Memória
Luiz Carlos Bahia
O poeta e cantador baiano Luiz Carlos Bahia traz neste CD, uma cantata que é um regresso à terra natal, à infância, às emoções deixadas no tempo, através de canções como “Pote da Memória”, “Fazendinha”, “Estrela Mulher”, “Maracatu Boi Brasil”, “Tinha, Cadê?” e “Viajano cum Xangai” (com participação especial deste). Sendo também um dos mais experientes atores do teatro e do cinema brasileiro, Luiz Carlos Bahia deu a este CD uma estrutura dramática, dividindo-o em 5 partes, como uma peça teatral: Prólogo – Lembrança; Ato I – Viagem; Ato II – Amor; Ato III – Luta; Epílogo -Esperança. O disco tem arranjos dos maestros Marcus Vinícius e Dyonísio Moreno.
CPC 007
Canudos
Gereba
Cantor, compositor e violonista dos mais respeitados, ex-integrante do Grupo Bendegó, Gereba traz neste emocionante trabalho sua visão dos episódios que
marcaram a Guerra de Canudos. Tendo nascido em Monte Santo (Bahia), na região
onde se deu aquela epopeia sertaneja, Gereba nos apresenta grandes canções como “Duas Pedras” (em parceria com João Bá), “O Gole”, “Muié Santa de Canudos” (em parceria com Patinhas), “Centenário de Canudos” (com a participação especial do Grupo Olodum), além do cordel “A História Fará Sua Homenagem”, de Ivanildo Vilanova, em que retrata a figura de Antonio Conselheiro.
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A complexa arte dos poetas repentistas
O 1o Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, realizado na capital paulista, pela qualidade artística revelada e o êxito junto ao público, foi, sem dúvida, o acontecimento
cultural do ano 1997.
Além de deixar patente que a complexa e refinada arte dos geniais poetas-cantadores está vivíssima, em incessante processo de desenvolvimento, o Campeonato serviu também
para afirmar outra característica relevante do repente: a versatilidade, que tanto o habilita a emocionar um público de aficcionados apologistas, nas tradicionais e despojadas
cantorias de pé-de-parede, como a empolgar leigos, em espetáculos de produção mais cuidada como os realizados no Teatro da UMES e no Memorial da América Latina.
Sextilha, Martelo Agalopado, Treze por Doze, Galope à Beira-Mar, Gabinete, Mote Decassílabo, Coqueiro da Bahia, Mourão Voltado… há mais de 40 modalidades de cantorias de viola, que se distinguem pela forma peculiar de métrica e de rima, e os quase 100 poetas que se enfrentaram ao longo de 19 etapas deviam estar preparados para improvisar em qualquer uma delas. O tratamento da asma geralmente envolve o uso de corticosteróides inalados para reduzir a inflamação das vias aéreas, albuterol low price para dilatar os brônquios e facilitar a respiração durante as crises, além de controlar o ambiente e evitar fatores desencadeantes como fumaça, alérgenos e poluição do ar. É importante desenvolver um plano de ação com o seu médico que inclua e
Este CD duplo é a conclusão dessa história: as quatro pelejas, gravadas ao vivo, no Memorial da América Latina, nas quais se enfrentaram os finalistas Oliveira de Panelas,
Ismael Pereira, Valdir Teles e Sebastião da Silva – sucessivamente, o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto colocados no Campeonato.
Das normas gramaticais aos grandes acontecimentos políticos e sociais, passando pelo chupa-cabra, musas, vates, viagens espaciais, presente, passado, futuro, está tudo aí.
Não há questão que não seja poetizada, que fuja à argúcia desses geniais improvisadores de versos ágeis, certeiros, ritmados, elegantes e repletos de humor. É ver (ouvir) para crer.
(Sérgio Rubens de Araújo Torres)
CPC 008
O Desafio do Repente
Oliveira de Panelas, Ismael Pereira, Valdir Teles e Sebastião da Silva
Este CD duplo, gravado ao vivo no Memorial da América Latina, em São Paulo, traz, na íntegra, a grande final do 1o Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, promovido pelo CPC-UMES e a UCRAN (União dos Cantadores Repentistas e Apologistas do Nordeste). O CD traz diversos gêneros da cantoria popular nordestina, apresentando exemplos da mais pura arte do improviso, tendo Lourinaldo Vitorino, também cantador e repentista, como apresentador. Tanto Lourinaldo como Oliveira de Panelas, o vencedor do 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, exibiram-se com grande sucesso em Paris, em março de 1998, no Salão do Livro em homenagem ao Brasil.
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CPC 009
Bambu
Bambu
Como na boa Música Brasileira tudo é sempre surpreendente, este grupo apresenta uma sonoridade absolutamente inédita, sendo composto de: harpa (Cristina Braga), contrabaixo (Ricardo Medeiros), gaita de boca (José Staneck) e voz (Bárbara Lau), auxiliados pela percussão de Russel May. O currículo dos músicos é dos melhores: Cristina é a primeira harpista do Teatro Municipal do Rio (é ela quem está com os Titãs no disco “Acústico”), Ricardo é doutor em Música Contemporânea por uma universidade inglesa, Staneck um conceituado concertista e Bárbara, uma cantora jovem mas com experiência internacional, tendo vivido na Alemanha.
CPC 010
Brasil Acordeon
Cézar do Acordeon
Neste CD temos um verdadeiro passeio por quase todos os gêneros instrumentais brasileiros. Cézar do Acordeon nos mostra choros, frevos, forrós, guarânias, toadas e outros ritmos tradicionais brasileiros, através de uma linguagem musical apurada, que revela todo o seu talento e sua técnica como um dos maiores acordeonistas do país. Acompanhado Cézar neste CD estão os músicos Valério Fernandes (violão de sete cordas e cavaquinho), Jotagê (clarinete e sax), Jaime Marques Saraiva – Pratinha (flauta e bandolim), Jaime Curacá (surdo, pandeiro e efeitos), José Bezerra de Menezes – Zito (zabumba e triângulo).
CPC 011
Tocata Brasileira Para Pinho e Arame
Gisela Nogueira e Gustavo Costa
A viola-de-arame foi um dos primeiros instrumentos de cordas dedilhadas da Música Popular Brasileira. Era com ela que Gregório de Matos – o “Boca do Inferno” – compunha seus famosos lundus e também com ela o poeta Domingos Caldas Barbosa surpreendeu a corte lisboeta cantando as deliciosas modinhas brasileiras, isso nos séculos XVII e XVIII. Gisela Nogueira é a nossa maior especialista na viola-de-arame. Juntou-se a Gustavo Costa, um novo talento do violão nacional, para nos apresentar um repertório de clássicos da música instrumental brasileira, que vai de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Garoto, Pixinguinha e Anacleto de Medeiros até Radamés Gnattali.
CPC 012
Mafuá
Banda Mafuá
A força da Música Brasileira sempre foi capaz de resistir a todos os modismos. Assim, apesar dos esforços de certa parte da mídia para nos impingir o lixo musical internacional, estamos vendo a juventude brasileira voltar-se para o forró, para o baião, para o xote, para as cantigas de bumba-meu-boi, fazendo isso com grande alegria e competência. É o caso desta Banda Mafuá, formada por jovens músicos de São Paulo que, unidos a músicos de outras partes do Brasil, lança seu primeiro CD com obras de João do Vale, Tom Zé, Vicente Barreto, além de composições próprias, tudo com muito vigor e competência técnica.
CPC 013
Catarsis
Vocal Catarsis
Integrado por quatro rapazes e quatro moças, todos com formação musical superior, realizada no Instituto de Artes de Havana, o Vocal Catarsis faz um trabalho que conjuga tanto a harmonia tradicional quanto a contemporânea com um amplo emprego de efeitos sonoros, em que se destaca a vocalização em substituição aos instrumentos musicais.
O grupo atua sem acompanhamento instrumental, mas a impressão do ouvinte é que há uma orquestra invisível a acompanhá-los, principalmente nos gêneros cubanos, como o son, a guaracha, o danzón, o guaguancó, o bolero, a salsa, o cha-cha-chá, a rumba e, especialmente, nos cantos de santeria e dos cultos yoruba, congo e arará.
CPC 014
De Sertões e Serestas
Francisco Araújo
País de grandes instrumentistas de violão, o Brasil sempre prepara surpresas nessa área. Francisco Araújo é uma delas. Primo do legendário Canhoto da Paraíba e já conhecido nos meios musicais paulistas, como compositor e acompanhante, Chico realizou este seu primeiro CD, onde apresenta parte do trabalho que já o faz ser considerado como um dos nossos maiores virtuoses violonísticos. Mesclando rigorosa técnica (com muitos acentos espanhóis) e expressividade brasileira, o instrumentista apresenta choros, frevos, valsas e outros ritmos, numa mostra de seu talento de verdadeiro renovador do violão brasileiro, com estilo próprio e inteiramente original.
CPC 015
Caravana Contrária
Mário Chamie
Com este lançamento, a gravadora CPC-UMES deu início à série “Poesia Já!”, cujo objetivo é difundir a melhor produção poética nacional, na voz de seus próprios criadores. Para isso não poderia haver melhor nome que o de Mário Chamie, destacado expoente da nossa poesia contemporânea. “Caravana Contrária” explora os recursos da tecnologia do áudio, para enfatizar, na leitura dos poemas, não só a intencionalidade estética, mas também a documental. Outro aspecto inovador está no tratamento dado pelo compositor Marcus Vinícius que criou intervenções musicais exclusivas para cada poema.
CPC 501
Uma Palavra Viva
Maria Esther Pallares
Um hino em louvor ao Homem e à Natureza, cantados de forma integrada por Maria Esther Pallares, compositora e cantora de fina sensibilidade. Tendo como ponto de partida as árvores, os rios, ventos e florestas, a artista desenvolve sua visão cósmica, um tanto zen, sempre visando a integração plena entre o ser humano e o mundo que o cerca. Este CD, lançado em 1997, com sua música suave e contemplativa, é um convite à tranquilidade e ao otimismo, o que fica expresso na faixa-título, “Uma Palavra Viva”, uma espécie de manifesto em favor de um Homem e uma Natureza mais saudáveis.
CPC 502
Concertoria
Ney Couteiro
Apresentando um dos mais refinados violonistas da nova geração de músicos brasileiros, este CD é também uma viagem pelos ritmos brasileiros, especialmente os do Centro-Oeste, Nordeste e Amazônia.
O CD é definido pelo seu autor como “uma releitura de várias sonoridades regionais”. Ney Couteiro (rondoniense, por muito tempo radicado em Belém do Pará), mostra-se também um compositor inspirado, o que pode comprovar-se através de temas como “Concertoria” (em que erudito e popular realizam uma bem sucedida fusão), “Remanso”, “Batente”, “Nove Luas” e “Um Rio em Mim”.
CPC 503
Nicarágua Canta
Luis Enrique Mejiá Godoy
Este é um CD histórico, que traz o “cantautor” nicaragüense Luis Enrique Mejia
Godoy em melodias que falam de igualdade, fraternidade e liberdade política. Mais que um simples apanhado de belas músicas, entre elas “Kyrie” e “El Inventario”, este CD é um registro de um dos mais férteis períodos da história da América Latina, além de ser um documento precioso sobre os ritmos e os gêneros da pouco conhecida – entre nós –música da Nicarágua. Por tudo isso, o disco reveste-se de uma indiscutível importância, não bastasse apresentar, pela primeira vez no Brasil, a obra de um dos mais importantes autores musicais latino-americanos, reconhecido como tal em todo o mundo.
CPC 504
Música do Cinema Brasileiro 1
Marcus Vinícius
Depois de vários anos afastado do disco, o compositor Marcus Vinícius, cuja obra teve grande destaque nos anos 1970-80, retorna ao mercado fonográfico com este significativo trabalho. Também maestro e arranjador, Marcus é autor de algumas das mais belas trilhas do cinema nacional, com as quais ganhou importantes prêmios em Festivais de Cinema do Brasil e do exterior. Este CD duplo, o primeiro de uma série, traz as trilhas sonoras originais dos filmes “A Próxima Vítima”, a “Hora da Estrela”, “Uma Questão de Terra”, “Pedro Mico” e “O Evangelho Segundo Teotônio”. São melodias inspiradas que adquirem vida própria, independentemente dos filmes para os quais foram concebidas.
CPC 016
A Luz do Vencedor
Luiz Carlos da Vila
Para reverenciar a memória de Candeia, nos vinte anos de sua morte, Luiz Carlos da Vila (1949-2008) e a gravadora CPC-UMES editaram o CD “A Luz do Vencedor”.
Para tanto, foram buscadas obras inéditas do mestre, bem como sambas que realizou com amigos mais próximos, como o próprio Luiz Carlos da Vila (“A Luz do Vencedor”), além de Catoni, Jabolô e Walteni (que comparecem com “Madrugada Linda” e “Lua”). O CD conta com a participação de Mart’Nália, na faixa “Amor não é Brinquedo” (Candeia e Martinho da Vila) e Cláudio Camunguelo, em “Peixeiro Granfino” e “Ouço uma Voz”. A direção musical e os arranjos são de Cláudio Jorge.
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História do Samba Paulista
Quando tivemos a ideia de realizar uma História do Samba Paulista, talvez no fundo estivéssemos pensando em rebater a famosa – mas infeliz – frase em que Vinícius de Moraes classificou São Paulo como o “túmulo do samba”. Mas isso não seria preciso, uma vez que o próprio poeta já havia desdito tudo, quando depois reconheceu a força da música produzida nesta cidade, que ele adorava, por sinal. Só que a ideia desta História persistia, como se alimentada pela fantasia de um carnaval imaginário, em que se misturariam gaetaninhos de Alcântara Machado, serafins pontes grandes e pintos calçudos oswaldianos, malaguetas e perus de João Antônio, panteros pignatarianos, querôs de Plínio Marcos, juós bananeres, arnestos, adonirans, vanzolinis – em suma, os viventes de uma cada vez mais desvairada Paulicéia, comedores de torresmo à milaneza, anônimos passageiros de trens das
onze, cuja carteira foi batida na praça Clóvis. Porque só eles, moradores de periferias sonhadas e/ou reais, poderiam traduzir toda riqueza da cultura popular paulistana e, em especial, a do samba produzido sob a garoa. Embora talvez não tão glamuroso quanto o carioca, o samba paulista tem a sua história. Uma história de luta, sobretudo: ontem, contra a discriminação social e as perseguições da polícia; depois, pela aceitação das escolas nos desfiles oficiais e nos programas de subvenção governamental; mais recentemente, contra a manipulação da mídia, a invasão exibicionista da classe média e a submissão aos interesses comerciais de terceiros. A tudo isso o samba resistiu e resiste, conseguindo sair sempre por cima. É o moribundo mais vivo que existe, pois sempre tem sua morte anunciada, eis que o
samba ressurge, à la Adoniran: “Nóis dizemos que fumos, mas vortemos/ Ói nóis aqui outra vez!”.
Muita coisa poderá ter ficado (e certamente ficou) de fora deste CD.Claro, São Paulo é grande e seu samba,imenso: tanta riqueza não caberia nos doze centímetros de um único
disquinho prateado. Por isso, esta História não vai parar por aqui.
(MARCUS VINÍCIUSDE ANDRADE)
Jongo
O jongo é uma dança afrobrasileira, relacionada ao batuque ou samba, com área de dispersão em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. É uma dança de roda, que eventualmente comporta a umbigada, exigindo complexas coreografias solistas. O jongo possui seus próprios tambores, como o tambu, o viajante e o candongueiro, entre outros. O canto segue o modelo estrofe-refrão, e muitas vezes o solista improvisa versos cifrados, contendo advinhas que têm de ser “desatadas” (decifradas) pelos presentes.
O jongo, um dos ascendentes diretos do samba, ainda é encontrado em certas regiões de São
Paulo, Minas e Rio de Janeiro (Serrinha).
Samba Rural
O samba-rural paulista, também denominado samba-lenço, samba-de-zabumba, samba-debumbo, samba campineiro, provém dos batuques realizados em áreas como Tietê, Campinas, Piracicaba e Pirapora, nesta última vinculando-se à tradicional romaria
em louvor ao Bom Jesus. Trazido por sucessivas ondas migratórias para a capital paulista, logo o samba-rural exerceria influência sobre o nascente samba urbano. Muitos compositores, entre eles Geraldo Filme, jamais perderam inteiramente seus acentos rurais.
CPC 017
História do Samba Paulista – I
Osvaldinho da Cuíca
“História do Samba Paulista – I” apresenta a trajetória deste gênero musical no estado de São Paulo. Inicia com um vissungo, seguindo-se um partido-alto das últimas décadas do século XIX, passando ainda pelo jongo, pelo lundu, e prossegue registrando a evolução do samba paulista, através da obra dos mais significativos autores ligados às agremiações carnavalescas. Para a gravação foram convidados músicos das diversas escolas de samba de São Paulo, além de quatro cantores-solistas a quem muito deve a história do samba paulista: Osvaldinho da Cuíca, que protagoniza o CD, Germano Mathias, Thobias da Vai-Vai e Aldo Bueno.
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CPC 019
Mulheres no Repente
Minervina Ferreira e Mocinha da Passira
Este CD é o primeiro registro fonográfico de uma “peleja” entre duas mulheres-repentistas. O máximo que já tinha sido permitido às mulheres era participarem,
e quase sempre secundariamente, de discos onde as estrelas eram homens-repentistas. Mocinha da Passira e Minervina Ferreira são as duas maiores repentistas do Brasil e estão, reconhecidamente, entre os melhores repentistas de ambos os sexos. Outro destaque vai para a viola de Chico Galvão que, com toques refinados e puxadas rítmicas criativas, ajuda as duas repentistas a mostrarem o melhor do repente nordestino.
CPC 020
Mulheres em Pixinguinha
Neti Szpielmann, Daniela Spielman, Sheila Zagury
Pixinguinha foi um dos maiores criadores musicais brasileiros, havendo mesmo quem o considere o mais importante nome de nossa música. Passados 26 anos de sua morte, três mulheres (Neti Szpielmann, cantora, Daniela Spielman, flautista e saxofonista e Sheila Zagury, pianista) vêm revelar um olhar feminino sobre sua obra, através do CD “Mulheres em Pixinguinha”. O CD traz pérolas como “Naquele Tempo”, “Cheguei”, “Um a Zero”, “O Gato e o Canário” (todas de Pixinguinha e Benedito Lacerda) e “Rosa” (Pixinguinha e Otávio de Souza) – que registra a última gravação do cantor Adauto Santos, falecido um dia após realizá-la, como Artista Convidado.
CPC 021
As Fugas do Sol
José Nêummane Pinto
Com o CD “As Fugas do Sol”, José Nêumanne Pinto apresenta parte da poesia que produziu ao longo de 30 anos.
O maestro Marcus Vinícius de Andrade foi chamado para a ariscada tarefa de
agregar sons a ideias e palavras.
Longe de ser “fundo musical” ou mera sonoplastia, as intervenções sonoras aqui utilizadas pretendem inserir-se no próprio diálogo poético, interagindo com o discurso verbal, comentando-o por vezes e a ele agregando novas possíveis referências ou significados.
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Refinando a Ginga
Nei Lopes é uma dessas figuras raras na música brasileira. Bom compositor, bom letrista, bom cantor, é também um excelente companheiro: bom de papo, bom de bar e, principalmente, bom de briga – já que é um dos mais firmes combatentes pelas causas do Compositor e do Músico Brasileiro, aí incluídas as questões da organização da classe e da luta pela dignidade dos Direitos de Autor. Acrescento a tudo isso o fato de que Nei é também um importante pesquisador da música afro-brasileira (com preciosos trabalhos publicados) e um militante que honra o Movimento Negro, o que dá a medida de sua importância como artista/cidadão para a cultura de nosso país. Num tempo em que só se fala de samba-reggae, funk-pagode e outras misturas no mínimo desconfiáveis, o selo CPC-UMES orgulha-se de lançar este CD, em que Nei Lopes, a par de nos revelar o melhor de seu lado carioca, nos mostra que somente sincopando o breque poderemos dar um nó na pasteurização sonora que a “burritzia” tenta nos impingir, sempre em nome da modernidade de fachada e da globalização da mediocridade. Ainda bem que existe o Irajá e a Vila Isabel – e, entre eles, a figura digna de Nei Lopes, a quem o povo brasileiro saúda e para quem todos pedimos passagem. Salve, Nei!
(MARCUS VINÍCIUS DE ANDRADE)
O SAMBA SINCOPADO
O samba sincopado é aquele samba, de fraseado acentuadamente gingado e divisões rítmicas ziguezagueantes, tão do gosto do ícone João Gilberto, por exemplo. Muito presente na obra de mestres como Geraldo Pereira (Bolinha de Papel), Jota Cascata (Minha Palhoça),
Noel Rosa (Gago Apaixonado), Jaime Silva (O Pato) etc, suas letras costumam ser verdadeiras crônicas da vida urbana carioca. Pois foi a exacerbação da ginga, no ritmo, e do humor, nas letras, que fez o samba sincopado gerar o samba de breque, gênero que dispensa
explicações – emblemático que se tornou, graças ao imbatível Moreira da Silva e a outros cantores já falecidos, como Jorge Veiga, “o caricaturista do samba”.
(NEI LOPES)
CPC 018
Sincopando o Breque
Nei Lopes
Nei Lopes não é conhecido apenas como excelente autor e intérprete do samba, mas também como pesquisador da cultura afro-brasileira, com vários livros publicados, poeta, professor e dirigente de classe. Nascido no subúrbio carioca do Irajá, mas hoje classificado antropologicamente como um típico “homo vilaisabelensis”, ele propõe, neste CD, a recuperação de um dos mais sofisticados gêneros de nossa canção popular: o samba-sincopado. No repertório, além de obras exclusivas do próprio Nei, destacam-se suas parcerias com João Nogueira, Zé Luiz, Claudio Jorge, Dauro do Salgueiro, Wilson Moreira e Maurício Tapajós.
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CPC 505
Nosso Choro
Nosso Choro
O chorinho, gênero musical genuinamente brasileiro, comparável em técnica e inventividade ao jazz, recebe tratamento de luxo neste CD, com o grupo Nosso Choro. Este grupo é composto por alguns dos mais conceituados instrumentistas brasileiros, que apresentam, com grande virtuosidade, temas clássicos como “Primas e Bordões” e “Feitiço” (Jacó do Bandolim), “Caco de Vidro”, “Pé na Tábua” e “Fogo na Roupa” (Altamiro Carrilho), “Papo de Anjo” (Avena de Castro) e outros, entre os quais canções clássicas da bossa-nova, especialmente arranjadas na linguagem específica dos grandes chorões brasileiros.
CPC 506
O Homem das Galochas
Dyonísio Moreno
A trilha sonora de uma dos mais bem sucedidos espetáculos teatrais infanto-juvenis apresentados em São Paulo, em 1997, com direção de Vladimir Capella, tendo no elenco Caio Blat e Débora Duboc.
A música, de autoria do maestro Dyonísio Moreno, reproduz o clima de magia, encanto e delicadeza que caracteriza o universo literário de Hans Christian Andersen, evocando os mitos infantis, os temores, os sonhos e as grandes emoções da alma humana. Uma música envolvente, sugestiva e profundamente confortadora, como as lendas e contos infantis.
CPC 508
Mumbaba
Jotagê Alves e Magali Géara
Com seu primeiro CD, “Mumbaba”, Jotagê Alves e Magali Géara homenageiam dois mitos da música brasileira: Severino Araújo e Ademilde Fonseca. A homenagem é perfeita, não só devido aos homenageados, mas também aos homenageantes:
Jotagê, talentoso multi-instrumentista da nova geração, propõe a continuidade da melhor tradição dos sopros brasileiros, e seu trabalho faz evocar Pixinguinha, Benedito Lacerda e o próprio Severino Araújo. Já Magali, recupera um estilo de canto (brejeiro e sincopado, além de rapidíssimo) que há muito não se ouvia em nosso país e que teve Ademilde e Carmem Miranda como principais cultoras.
CPC 509
Mestiço
Terra Brasil
O grupo musical Terra Brasil é uma nova opção na Música Instrumental de nosso país. Com seu novo CD, o grupo mistura os sons e estilos tradicionais de nossa música (como o samba e o chorinho) com uma linguagem de vanguarda, ousada e inventiva, mas sempre leve e agradável. Daí, talvez, o título do CD, “Mestiço”. Formado por alguns dos mais importantes músicos da nova geração, o Terra Brasil constrói uma linguagem instrumental própria, profundamente brasileira, mesmo quando incorpora as contribuições do jazz e do pop. Destaque para as faixas “Cantando no Toró” de Chico Buarque, “Batendo à Porta” de João Nogueira e Paulo César Pinheiro e “Trem Bom” de Zeli.
CPC 510
Avatar
Cátia de França
Cátia de França foi uma das integrantes do movimento de compositores nordestinos revelados durante a década de 70, tais como Zé Ramalho, Fagner, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Xangai e muitos outros. Paraibana, de voz forte e cativante, autora de canções personalíssimas, Cátia esteve algum tempo afastada do disco, ao qual retorna com este CD, “Avatar”. Nele, além de antigos sucessos (“Kukukaya” e “Coito das Araras”), Cátia apresenta novas composições, sempre tendo a paisagem e o homem nordestino por inspiração. O CD conta com as participações especiais de Chico César, Xangai e do Quinteto de Cordas da Paraíba, um dos mais importantes grupos do gênero no país.
CPC 511
Pedra
Sabá Moraes
Com este CD, a cantora Sabá Moraes estréia uma promissora carreira como solista. Paraense, radicada em São Paulo há vários anos, Sabá já era conhecida nos meios musicais da cidade, onde participou de diversos shows, tendo também realizado participações especiais em CDs. Em todos estes trabalhos, Sabá sempre se mostrou uma cantora de grande apuro técnico, sem que jamais se distanciasse do entimento e do envolvimento do canto popular. Neste seu primeiro CD, Sabá apresenta canções de Edil Pacheco, João Bá, Gereba, Lenine e Bráulio Tavares, entre outras, com destaque para “Uirapuru” de Waldemar Henrique, mestre da canção amazônica.
CPC 512
JP Sax
JP Sax
Este quarteto de saxofones, formado por músicos-professores da Universidade da Paraíba, foi considerado por Sivuca como um dos melhores do mundo. Com técnica refinadíssima, arranjos da mais alta elaboração e um repertório de bom-gosto, o quarteto estreia em CD. No repertório, obras de Pixinguinha (“Rosa”), Hermeto Pascoal (“Catenga”), Guinga (“Baião de Lacan”) e outros autores, inclusive os próprios membros do grupo. O JP Sax é formado por sax-soprano, sax-alto, sax-tenor e sax-barítono, contando, em algumas faixas, com percussão adicional. Os arranjos do CD foram realizados por Carlos Malta, Nelson Ayres, Hermeto Pascoal, Maestro Chiquito e Teinha.
CPC 513
Metalugiarte
Metalúrgica Filipéia
A Orquestra Metalúrgica Felipéia produz arte e diversão desde 26 de setembro de
1984, data em que um grupo de alunos do Bacharelado em Música da Universidade
Federal da Paraíba decidiu institucionalizar o prazer de tocar um repertório de música brasileira para contrabalançar a erudição acadêmica, sem, no entanto, desdenhar o aprendizado que aponta para a perfeição da execução. Na liderança a figura ímpar de Francisco Fernandes Filho, trompetista, zabumbeiro, arranjador e maestro que adotou o apelido de infância: Chiquito. A orquestra conquistou fãs e colaboradores do quilate de Carlos Malta, Moacir Santos, Nelson Ayres e Roberto Sion.
CPC 514
Das Coisas
Zenaide Bottini
Dona de uma voz intimista e acolhedora, Zenaide Bottini surge, em seu primeiro CD, “Das Coisas”, interpretando composições próprias, ao lado de outras, de autores especialmente convidados. Suas composições filiam-se à tradição cancionística de cunho intimista e reflexivo – que encontra antecedentes na grande Dolores Duran e em autoras como Fátima Guedes e Suely Costa. Nelas, aflora claramente o sentimento feminino, uma forma mais sutil de ver o mundo e refletir sobre ele. No CD, destacam-se faixas como “Veludo e Açoite”, “Sheherazade”, “Das Coisas”, “Essa Gente” (Zenaide Bottini), além de “A Rede Redeou” (Rosely Baccarin) e “Sazão” (Vieira Pato).
CPC 515
Caipirarte
Celia e Celma
A idéia do CD “Caipirarte” surgiu de um projeto que Celia & Celma realizaram, entre 1997 e 1998, onde todas as semanas recebiam os mais expressivos compositores da música rural brasileira. No CD, Célia & Celma cantam, junto a seus convidados, canções clássicas como “Paineira Velha” (com Zé do Fole), “Puro Brasileiro” (com Cacique e Pajé), “Pé de Ipê” (com Renato Teixeira), “Terra Sempre Terra” (com Nonô e Naná), “Juca” (com Adauto Santos e João Pacífico), “Cortina Dourada” (com Tião do Carro e Pagodinho), “Aquela Flor” (com Paixão e Paxá), “Cãozinho sem Dono” (com Mário Zan) e “Rio de Lágrimas” (com Oswaldinho Viana e Milton Edilberto).
CPC 516
Batucada Brasileira
Charles Negrita, Kiko Perrone e Julio Sanches
O CD “Batucada Brasileira” chega para mostrar o que é que os baianos têm de melhor, é claro. Nele, em meio a sambas-de-roda, afoxés, forrós e maculelês, o que sobressai é a exuberância rítmica, o gingado rebuscado, a marcação forte de timbales e timbaus. Charles Negritta (ex-integrante do grupo Os Novos Baianos) Kiko Perrone e Julio Sanches, baianos de origem e/ou de vontade, mostram como boas canções podem ser simples mas não simplórias, acessíveis sem serem apelativas, belas sem serem pretensiosas – e brasileiras sem serem submissas aos modernosos modismos sonoros dos subúrbios mundiais.
CPC 517
Música do Cinema Brasileiro 2
Luiz Henrique Xavier
Dando continuidade à política de preservação da Memória do Cinema Nacional, a gravadora CPC-UMES produziu o segundo CD da série Música do Cinema Brasileiro desta feita com a trilha sonora do filme “Feliz Ano Velho”, de autoria do paulista Luiz Henrique Xavier. Para compatibilizar-se com a época retratada (os anos 70), Xavier buscou referências no rock progressivo daqueles anos, mesclando instrumentos acústicos e eletrônicos.
A trilha contou com executantes de alto nível, como o violonista Paulo Belinatti, o pianista Jorge Poulsen e o percussionista Caíto Marcondes.
CPC 518
Vox Victimae
Didier Guigue
Música algorítmica é a música realizada com base em conjuntos de instruções
(algoritmos) codificadas, executadas por computadores e/ou instrumentos digitais. Com o advento dos samplers e das possibilidades composicionais trazidas pela digitalização, a música algorítmica passou a ser a opção principal da corrente de “vanguarda”, na qual encontra-se Didier Guigue, Doutor em Música e Músicologia do século XX pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). Nascido em 1954, na França, Didier é hoje um quase-paraibano, professor do Departamento de Música da UFPB. Em “Vox Victimae”, a música de Didier apresenta-se recheada de referências de brasilidade.
CPC 519
Turista Aprendiz
A Barca
Durante muitos anos os componentes de A Barca debruçaram-se sobre a obra
músicológica de Mário de Andrade. Da mesma forma, detiveram-se sobre os filmes, fotos e gravações da Missão de Pesquisas Folclóricas, que percorreu o Norte-Nordeste do Brasil, entre 1937-38, também sob a supervisão de Mário. Posteriormente, os integrantes d’A Barca refizeram parte dos roteiros de viagem de Mário de Andrade e da Missão de Pesquisas Folclóricas, e dessas andanças surgiu o CD “Turista Aprendiz” – uma verdadeira aula de brasilidade sonora, contendo cantos de chegança, linhas de catimbó, doutrinas de mina, carimbós do Pará, jongos de Guaratinguetá e cocos da tradição popular.
CPC 520
Tô Aí
Eliseu do Rio
Eliseu do Rio é figura mais que respeitada entre os bambas cariocas. Por isso, ele vem com o aval de ninguém menos que o grande Nei Lopes, que, na apresentação do CD “Tô Aí”, destaca o talento, a ginga e, sobretudo, a garra musical de Eliseu do Rio. Ele chega ao disco para valorizar uma tradição esquecida já há algum tempo em nossa música: a dos cantores de samba.
Eliseu retoma a linha que consagrou intérpretes como Mário Reis, Ciro Monteiro, Roberto Silva, Gilberto Alves, Roberto Ribeiro e muitos outros. Como estes, ele dá ao samba uma interpretação personalíssima.
CPC 521
Paraquedista
Quarteto de Trombones da Paraíba
O Quarteto de Trombones da Paraíba, integrado por professores do Departamento de Música da UFPB é um dos grupos musicais brasileiros mais requisitados para festivais e eventos musicais no exterior. É importante salientar que parte do sucesso do grupo se prende à peculiaridade de sua formação, já que quartetos formados exclusivamente por trombones são raros. O Quarteto de Trombones da Paraíba, assim, apresenta um caráter pioneiro dentro de nossa música, também por não restringir-se ao repertório tradicional daquele instrumento, abrindo-se aos gêneros mais diversos, como o frevo, o samba, o maxixe e o chorinho.
CPC 022
O Choro da Madeira
Nonato Luiz
A grande escola do violão brasileiro tem um dívida imensa com o Nordeste. Foi aquela região que vieram os pernambucanos Meira, João Pernambuco, Henrique Eanes e Heraldo do Monte, os paraibanos Chico Soares (Canhoto da Paraíba) e Sevy Falcão, o cearense José Menezes, além de muitos outros, sem falar no baiano João Gilberto, que revolucionou a batida do samba, com o famoso “violão gago” que se tornou a marca registrada da bossa-nova. O cearense Nonato Luiz, no auge de sua criatividade, apresenta “O Choro da Madeira”, no qual demonstra ser dono de um dos toques mais refinados e elegantes do atual violão brasileiro.
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Os Cantos da Zona da Mata
Comadre Florzinha, conforme nos ensina o Mestre Câmara Cascudo, é um ente mitológico, uma fantástica mulher que vive na floresta, pronta a defender animais e plantas contra as investidas dos predadores da natureza. Espécie de Curupira sertaneja, Comadre Florzinha pune os invasores das matas, aplicando surras sem piedade nos caçadores inescrupulosos, assassinos de árvores e sequestradores de passarinhos.
Na floresta da Música Brasileira, sempre ameaçada por predadores de toda ordem (pagodeiros mauricinhos, breganejos vestidos de caubói, mulheres que cantam com o traseiro, sub-roqueiros requentados à jabá etc.) eis que Comadre Florzinha ressurge. Reunindo cinco nordestinas e uma paulista, unidas pelo amor à extraordinária música do Povo Brasileiro, o “Comadre Florzinha” nos surpreende com um repertório de alta qualidade, composto de cocos, toadas e reisados, cavalos-marinhos, baianas e cantos da região da Zona da Mata pernabucano-algoana, cuja musicalidade é tão vibrante quanto pouco conhecida; apresentam também obras de sua autoria e ainda as de criadores como Tom Zé e Chico Science, todas nutridas com a seiva do melhor sentimento popular.
Este trabalho, porém, não teria sido possível se, dentro da CPC-UMES, outras Comadres Florzinhas não existissem: Laurinha, Tati, Julinha, Rebeca, Mônica e muitas outras, são estudantes que não se submetem à predação de nossa cultura e, com sua alegria e juventude, preferem lutar para que cresçam as nossas árvores de sons, nossas florestas de canções.
A estas florzinhas, obrigado!
(MARCUS VINÍCIUS DE ANDRADE)
CPC 023
Comadre Florzinha
Comadre Florzinha
Composto por seis talentosas meninas – Alessandra (mineiro e vocal), Isaar (vocal), Karina (zabumba e vocal), Maria Helena (agogô e vocal), Renata (sanfona e vocal) e Telma (triângulo e vocal) – o Comadre Florzinha valoriza a cultura popular brasileira e encanta o público com um repertório de alta qualidade, composto de cocos, toadas de reisados, cavalos-marinhos, baianás e cantos da região da zona da mata pernambucano-alagoano. As cinco primeiras faixas deste CD, são cantos populares recolhidos pelo Mestre Pitiguari (“Maré”), pela mestra Virgínia Morais (“Araúna”, “Roseira Di”, “Pirulito”) e pela Mestra Hilda (“Ô Papai”).
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CPC 024
Respeita Gonzagão!
Cézar do Acordeon
Neste CD, Cézar do Acordeon homenageia o Rei do Baião. Porém, mais que o Gonzaga-compositor, já conhecido e admirado por todo o Brasil, em “Respeita Gonzagão!”, Cézar reverencia o Gonzaga-músico, o Gonzagão-sanfoneiro, em cujas mãos o acordeon ganhou nova linguagem e novos toques, revelando possibilidades ritmicas e técnicas até então desconhecidas. Conciliando tradição com sofisticação harmônica, Cézar revisita a obra de Gonzaga, em clássicos como “Paraíba”, “Assum Preto”, “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Cintura Fina”, “Vida de Viajante”, “Respeita Januário”.
CPC 025
Carmélia Alves Abraça Jackson do Pandeiro e Gordurinha
Carmélia Alves
Aos 76 anos, Carmélia Alves retorna ao disco, apresentando obras de Jackson do Pandeiro e Gordurinha. Este trabalho traz o melhor desses artistas que retrataram o migrante nordestino no contexto urbano, de forma às vezes nostálgica mas sempre bem-humorada. Nele, Carmélia esbanja toda a categoria que a tornou não apenas a Rainha do Baião, mas também a de todos os ritmos nordestinos. Participam ainda, como convidados especiais, com interpretações memoráveis junto à Carmélia, Elymar Santos (na faixa “Súplica Cearense”, de Gordurinha), Luís Vieira (em “Forró em Caruaru”, de Zé Dantas) e Inezita Barroso (em “Baião”, de Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira).
CPC 026
Como Tem Passado!!
Maricenne Costa
Baseado em pesquisa de José Ramos Tinhorão, este CD da cantora Maricenne Costa reinterpreta as primeiras obras gravadas em cada um dos gêneros musicais brasileiros. Temos, assim, desde a primeira obra gravada no país (o lundu “Isto É Bom”, de Xisto Bahia, em 1902), ao primeiro tango brasileiro registrado em disco (“As Laranjas da Sabina”, de Arthur e Aluízio Azevedo, 1902), a primeira modinha, a primeira cançoneta, a primeira marcha, o primeiro maxixe, o primeiro samba, o primeiro samba-canção, a primeira embolada, a primeira toada paulista, além do “Forrobodó” de Chiquinha Gonzaga, um maxixe que foi classificado como tango, no selo da gravação original.
CPC 027
Quem Não Chora Não Ama
Izaías Bueno de Almeida
Izaías Bueno de Almeida, ou simplesmente Izaías, é figura legendária no choro brasileiro, sendo considerado o mais legítimo sucessor do grande Jacob do andolim. Este seu CD, “Quem Não Chora Não Ama”, destaca-se pelo repertório especialíssimo, que reúne, autores clássicos, como Pixinguinha, Jacob, Ernesto Nazareth, a compositores de linguagem mais contemporânea, como Laurindo de Almeida, Johnny Alf, Di Veras, Lúcio França e Israel de Almeida (irmão de Izaías e grande responsável pelos arranjos e direção musical deste disco). Ele também se distingue por congregar a formação tradicional dos conjuntos de choro com as sonoridades orquestrais.
CPC 028
Forró Número Um
Antonio Barros e Cecéu
Vítimas do preconceito que a indústria fonográfica sempre dedicou aos autores da música regional brasileira, Antonio Barros e Cecéu finalmente conseguiram escapar dos discos artesanais e das produções de segunda linha, realizando esse “Forró Número Um” – um CD com tratamento de primeira, que finalmente lhes faz justiça como uma das mais prolíficas e atuantes duplas da Música Brasileira. O disco é uma espécie de antologia, contendo canções famosas da dupla, entre as quais não poderiam faltar “Homem com H”, “Bate Coração”, “Procurando Tu”, “Forró do Xenhenhém”, “Casamento da Maria”, “Por Debaixo dos Panos”.
CPC 029
Sou Mais Brasil
Inezita Barroso
O Produtor Synésio Gimenez Jr. reuniu alguns dos mais expressivos músicos, aqueles que estiveram presentes em vários momentos da trajetória de Inezita: assim, temos Théo de Barros (que divide com ela um emocionante “Cuitelinho”), o violeiro Roberto Correa (em “Viola Enluarada”), Paulinho Nogueira (“Procissão de Sexta-feira Santa”), Natan Marques (“A Saudade Mata a Gente”, “Pingo D’Água” e “Ave Maria”), Robertinho do Acordeon e Roberto Sion (“Ave Maria”), Toninho Ferraguti (“No Bom de Baile”), Caçulinha (“Pingo D’Água), Tião do Carro (“ Meu Casório”), Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí (“Lampião de Gás”), além de Cézar do Acordeon e seu Regional.
CPC 030
Xodó do Brasil
Anastácia
Uma das mais prolíficas compositoras do Brasil, Anastácia é dona também de uma obra que impressiona por sua qualidade e coesão. Autora de clássicos como “Eu Só Quero um Xodó”, “Saudade Matadeira” e “Tenho Sede”, entre outros, Anastácia comparece neste CD com o melhor de sua obra. Entre as faixas, além das já mencionadas, destacam-se “Vamos Dançar Xote” e “Pássaro de Aço”, além de dois excelentes poutpourris, um de arrasta-pés e outro de xotes. O CD tem a participação de Dominguinhos, que junta sua voz a de Anastácia em “Tenho Sede”, criando uma memorável interpretação, à altura da bela canção que haviam composto, há mais de 20 anos.
CPC 031
Fazendo a Festa
Trio Sabiá
O Trio Sabiá é dono de longa carreira dentro da música nordestina, inclusive sendo um dos mais requisitados da atual noite paulistana. Do CD constam faixas de autores como Vital Farias (“Ai Que Saudade d’Ocê”), Antonio Barros (“Eu Sou o Estopim”, “Açúcar no Café”, “Vamos Ajuntar os Troços”), Dominguinhos e Anastácia (“Eu Só Quero Um Xodó”) e Izidoro Bispo (“Madalena”). A direção musical é de Cézar do Acordeon, o que deu ao trabalho um brilho extra. Essa qualidade foi ampliada com a presença de Dominguinhos (na faixa “Eu Só Quero Um Xodó”) e da Rainha do Baião, Carmélia Alves, em “Vamos Ajuntar os Troços”.
CPC 522
Cada Lugar Na Sua Coisa
Selmma Carvalho
Selmma Carvalho é cantora e pianista conhecidíssima nas noites de Belo Horizonte. “Cada Lugar na Sua Coisa” (título tirado da canção homônima de Sérgio Sampaio, presente no disco) é o seu segundo CD. Transitando com desenvoltura do samba ao chorinho, da balada ao rock, Selmma Carvalho esbanja segurança e força expressiva. Do CD, constam obras como “Casaco Marrom” (Danilo Caymmi, Renato Correa e Guttemberg Guarabira), “Do Campo” (Chico César), “Evitando a Confusão” (Luciana Pestano), “Se Você Me Ama” (Zeca Baleiro), “Tenha Paciência” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e “Chorinho Pra Você” (Marcos de Carvalho-Rossana Decelso).
CPC 523
Que Cara Tem?
Nenê Cintra
Nenê Cintra surgiu na esteira do movimento denominado vanguarda paulista, nos anos 80. Profissional atuante há vários anos, nascida em família de muitos músicos e cantores, Nenê chega a este primeiro CD demonstrando rara maturidade e uma personalidade interpretativa efetivamente formada. Do funk “Que Cara Tem” (Luli-Lucina-Klébi) aos sambas “A Volta do Malandro” (Chico Buarque) e “Tipo Zero” (Noel Rosa), passando também por diversos outros gêneros musicais, Nenê Cintra dá resposta à indagação contida no título do próprio CD. Fôssemos definir que cara teria sua música e diríamos que ela corresponde ao grande caldeirão musical paulista.
CPC 524
Leite Preto
Carmem Queiróz
Profissional experiente, há muito forjada nos palcos musicais do Brasil, Carmen Queiróz chega a esse CD com surpreendente maturidade técnica e inegável bom gosto em suas opções sonoras. Daí Beth Carvalho ter dito que ela é “uma deusa negra de voz magnífica e sensibilidade à flor da pele”. Com arranjos e direção musical de Edmilson Capeluppi, Carmen Queiróz faz deste CD uma competente viagem pelo universo do samba, com direito a algumas incursões em gêneros paralelos. Em todo o CD, como é possível deduzir do título, a questão da negritude está presente com toda a densidade poético-política exigida pelo tema.
CPC 525
Forró da Baronesa
Gereba
Com este “Forró da Baronesa”, Gereba empresta seu talento e vigor criativo à boa música do Nordeste, terra de sua origem. Daí resulta um forró mais íntimo, mais vivencial, mais personalístico, inclusive quando Gereba agrega, à sua música, os versos de poetas como Arnaldo Xavier e Tuzé de Abreu. Do CD constam faixas como “Você e Tú”, “Forró Vida Balão”, “Nas Asas o Velho Chico”, “Rancheira” e “Batom”. Entre os convidados especiais estão Bernadete França, Oswaldinho do Acordeon, Grupo Zambê, que muito contribuem para que o CD tenha, além de indiscutível qualidade, os requisitos que o transformem em referência renovadora do gênero forró em nosso país.
CPC 526
Todas as Ondas do Rádio
Coro de Câmara Villa-Lobos
Mostrando o cotidiano de uma pequena estação de rádio, desde a sua entrada no ar até o seu encerramento, o Coro de Câmara Villa-Lobos viaja por programas rurais da madrugada, radionovelas, resenhas esportivas, conselheiros sentimentais, programas policiais, anúncios fúnebres, jingles… Isso, no entanto, é apenas motivo para apresentar seu repertório coral, que vai de Bach a Jackson do Pandeiro, de Chico Buarque ao folclore nordestino, de J. Cascata & Leonel Azevedo ao antológico prefixo do Repórter Esso, composto pelo maestro Carioca. Dirigido pelo Maestro Carlos Anísio, o Coro de Câmara Villa-Lobos realiza seu trabalho com rigorosa precisão e delicioso bom-humor.
CPC 527
A Lua e o Conhaque
Délcio Carvalho
Autor de sucessos, como “Sonho Meu” e “Acreditar” (ambas em parceria com D. Ivone Lara), Délcio Carvalho é um dos mais importantes poetas do samba. Neste CD, ele conta com a colaboração de músicos excepcionais, a começar pelo bandolinista Afonso Machado, arranjador de várias faixas. Ainda entre os arranjadores, estão Sivuca, Hélio Delmiro, Célia Vaz, Cristovão Bastos, Paulão 7 Cordas, Mauro Diniz, Alceu Maia, Marcelo Menezes, Josimar Monteiro, Jorge Simas e Luiz Moura. O CD traz um repertório que inclui sambas inéditos e regravações, e conta com a participação de Zeca Pagodinho, na faixa “Sonho Meu”. Além desta, outras participações: a de Zezé Gonzaga e Áurea Martins.
CPC 528
Ouro e Mel
Glória Gadelha
Apesar de suas raízes nordestinas, Glória Gadelha não se vincula unicamente à vertente do “forró”: ao contrário, ela se projeta além dele, apresentando canções de fina sensibilidade, com grande densidade poética e musical. Em “Ouro e Mel”, além de obras compostas com Sivuca (“Feira de Mangaio”, “Eu Gosto desse Moço” e “Arco-Íris”), parceiro de música e vida, Glória apresenta-se com outros parceiros, entre os quais Morais Moreira e, principalmente, Marilena Soneghet, responsável pelas letras de seis das onze canções que integram o CD. A Direção Musical é de Sivuca, que assina sozinho o arranjo de “Terra Esperança – 500 Anos”, dividindo os demais com o tecladista J. Lourenço.
CPC 529
Orquestra Filarmônica Norte-Nordeste
Orquestra Filarmônica Norte-Nordeste
Aylton Escobar, Ana Lúcia e Rafael Garcia empreendem a difícil missão de manter viva esta grande orquestra, em regiões carentes, como o Norte-Nordeste. Este bem definido projeto tem ênfase no repertório nacional, marcado pela excelência estética e pelo rigor na qualidade sonora.
As obras apresentadas são de José Siqueira (“O Canto do Tabajara”), Cláudio Santoro (“Mini Concerto Grosso”), César Guerra Peixe (“Museu da Inconfidência” e “Metais e Percussão”) e Edino Krieguer (“Sonatina”). Gravado em março de 2000, no Cine Bangüê, João Pessoa (PB).
CPC 032
Riqueza do Brasil
Quinteto em Branco e Preto
O Quinteto em Branco e Preto chega a seu primeiro CD depois de uma carreira de quase quatro anos. Mesclando sua sonoridade jovem às melhores tradições do samba, o Quinteto tornou-se a principal referência paulistana dos sambistas cariocas, como Nei Lopes, Luiz Carlos da Vila, Monarco, Nelson Sargento e muitos outros, que sempre fizeram questão de escolher o Grupo para acompanhá-los em suas apresentações na cidade. Não foi por outra razão que Beth Carvalho, entusiasmada, assumiu o posto de Madrinha do Grupo. Além de Beth, o CD traz as participações de Almir Guineto, Wilson das Neves, Mauro Diniz e da Velha Guarda da Camisa Verde e Branco.
CPC 033
Diga Aonde Vai
Bambu
Juntando instrumentos tão pouco comuns nos conjuntos de música popular
(como harpa e gaita de boca, que ganham performances suingadas e elegantemente brasileiras), o Bambu, ao surgir em 1999, com seu primeiro CD, colocou-se como uma das mais gratas promessas no campo da música nacional. Agora, com “Diga Aonde Vai”, o grupo afirma-se com uma das mais sólidas propostas no campo da MPB. Embora seu trabalho não seja exclusivamente instrumental, o Bambu impressiona pelo tratamento camerístico que dá às canções, nas quais as intervenções dos instrumentos somam-se à voz de Bárbara Lau, ela própria tratada como se fôra mais um instrumento do grupo.
CPC 034
Brasil na Mesma Toada
Celia e Celma
Neste novo disco, Celia e Celma fazem uma espécie de viagem sentimental em torno da toada – mostrando-a como um gênero presente na Música Brasileira de todos os tempos e de todas as regiões de nosso país. Assim, elas registram toadas de diversas épocas e procedências, assinadas tanto por antigos mestres como Ataulfo Alves, Joubert de Carvalho, João de Barro, João Pacífico e Herivelto Martins, como também por contemporâneos como Raul Seixas, Ivan Lins, Dory Caymmi, Paulo César Pinheiro e Caetano Veloso. O trabalho é uma verdadeira antologia da toada brasileira, em todas as suas variantes.
CPC 035
Brasil, Um Século de Saxofone
JP Sax
Juntos, o JPSax, Moacir Santos, Proveta e Edson Rodrigues (outra grande revelação pernambucana do sax brasileiro), com o apoio de arranjadores exponenciais como Duda, Chiquito, Betinho Rodrigues, Marcelo Vilor e Arimatéia Veríssimo, contam a fabulosa história do saxofone em nosso país. Uma história de um século, que começa com Anacleto de Medeiros (1866-1907) e chega (por enquanto) a Vítor Assis Brasil e Carlos Malta. Essa história jamais terminará – pois como a cachaça, o futebol, o samba, a prontidão e outras bossas – o sax é hoje coisa nossa, muito nossa, como diria Noel.
CPC 036
Flor Amorosa
Flor Amorosa
Se mulheres no choro são raras, mulheres cantando choro são raríssimas. E não há como deixar de reconhecer que o choro canção também encontrou lugar em nossa música e em nosso sentimento. Quando este sentimento se vê embalado pelas vozes do grupo Flor Amorosa, não há quem escape: é puro entusiasmo, a emoção beirando a lágrima, produzindo aquele orgulho de sermos brasileiros, conterrâneos de Pixinguinha e Nazareth.
O repertório é clássico e inclui uma homenagem a Chiquinha Gonzaga e a gravação de “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim com rara letra de João Pacífico.
CPC 037
Piano na Garoa
Dudáh Lopes
“Piano Na Garoa” é o primeiro disco-solo de Dudáh Lopes. Nele, a pianista propõe-se a fazer uma antologia do choro produzido no estado de São Paulo, iniciativa tão fascinante quanto rara em nossa discografia. Dudáh impõe um toque distinto às suas teclas, recriando a sonoridade dos grupos de choro, com a mescla maravilhosa em que se fundem as harmonias dos violões, os centros dos cavaquinhos, sobrepostos às baixarias dos 7 cordas e aos cantos e contracantos de bandolins, flautas e outros instrumentos. Com essa proposta, desenvolveu uma linguagem pianística percussiva, agitada e bastante característica.
CPC 038
Brasil Branco Negro
Tom da Terra
Prêmio de Melhor Grupo Vocal de 1992, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, o Tom da Terra interpreta, neste CD, canções de Tom Jobim e Gilberto Gil, com uma precisão e rigor técnicos que não se encontram em quaisquer outros grupos brasileiros do gênero. Para que isso ocorresse, a gravação deste CD foi cercada de cuidados especiais: pela primeira vez, em nosso país, um grupo vocal teve cada uma de suas vozes gravadas e tratadas separadamente, em canais distintos. Em algumas faixas, chegou a ter dezesseis canais só de vozes, afora tantas outras pistas utilizadas para o instrumental.
CPC 039
Samba na Medida
Walter Alfaiate
Revelado há bem pouco tempo, mas alinhavado e costurado nas quebradas do mundo do samba desde rapazinho, Alfaiate pertence a uma estirpe de sambistas de verdade, que fazem da “atitude” sambística o seu cartão de visitas. Basicamente um intérprete – e, daí, talvez, sua pouca visibilidade até alguns poucos anos – ele chega bem perto, pelo suíngue e pela picardia, do que são ou foram, por exemplo, Roberto Silva, Ciro Monteiro, Jorge Veiga, Risadinha etc. Mas chega, também, mais ou menos junto, pela sua voz abaritonada, de um Orlando Silva, de um Sílvio Caldas e – por que não? – de um Jamelão.
CPC 040
Chovendo Canivetes
Madeira de Vento
O primeiro CD do quinteto Madeira de Vento, é uma homenagem aos maiores expoentes da clarineta brasileira. O disco reúne obras de músicos fundamentais como Luís Americano, Nabor Pires Camargo, Domingos Pecci, Portinho, Otaviano Fon Fon, Netinho, Severino Araújo, Paulo Moura, Abel Ferreira e K-ximbinho, aos quais se juntam novos e talentosos criadores como Naylor “Proveta” Azevedo, Hudson Nogueira e Fernando de Oliveira, resultando em uma verdadeira antologia daquele instrumento. Com seu repertório fundamentado no Choro, o disco traz as participações especiais de Paulo Sérgio Santos, Proveta e Izaías e seus Chorões em instigantes arranjos.
CPC 041
Baião de Princesas
A Barca
Este CD registra o encontro de duas correntes musicais: de um lado, o grupo paulista A Barca, composto por instrumentistas e cantores ligados à cultura pop contemporânea; de outro, a Casa Fanti-Asahnti de S. Luis do Maranhão, um dos principais centros da religiosidade afro-brasileira e, certamente, o mais significativo santuário da tradição jêje vinda do antigo Daomé, hoje Benin. O Grupo A Barca chega a este segundo CD preservando as principais características de seu trabalho: colocar sua virtuosidade vocal-instrumental, com acentos de música pop, a serviço da pesquisa e da execução de ritmos e gêneros brasileiros.
CPC 042
Jambo
Papete
Em 1987, nós da Discos Marcus Pereira, lançamos o LP “Bandeira de Aço”, no qual apresentava obras de compositores da então nova geração maranhense. Agora, com este “Jambo”, Papete revisita o velho “Bandeira de Aço” e alguns de seus autores, hoje gratificados ao verem o bumba-meu-boi maranhense reconhecido como uma das maiores expressões da cultura popular brasileira, fazendo a glória das festas juninas da ilha de São Luis. Papete, hoje, é um artista de inserção internacional, mas continua bebendo água na fonte do Ribeirão e com os pés fincados na Praça João Lisboa, permanecendo maranhense até à medula, seja em São Paulo ou em Tóquio. (M.V.A.)
CPC 043
Desafios / Challenges
Brazilian Trombone Ensemble
Se um trombonista virtuose já é difícil encontrar por aqui, imagine, então, seis! Para muitos, isso jamais poderia acontecer. Só que aconteceu: Aí estão os geniais Radegundis, Sandoval, Renato, Roberto, Gilvando e Stanley mostrando para o mundo, junto com o percussionista Glauco Andreza, que, se o Brasil possui uma música excepcional, isso se deve ao fato de possuir, também, músicos extremamente competentes e qualificados. Quem quiser comprovar, que ouça este CD. Com um sexteto de trombones assim, temos a prova definitiva de que Deus – que é brasileiro, como se sabe – escreve certo, principalmente nas linhas da clave de fá.
CPC 044
Sentimento Popular
Quinteto em Branco e Preto
Com este segundo CD, “Sentimento Popular” – que tem a participação especial de Beth Carvalho, Nei Lopes e Xangô da Mangueira, o Quinteto em Branco e Preto, assegura lugar definitivo na história atual do samba e mostra porque conseguiu o reconhecimento dos grandes sambistas do país. Bambas como Walter Alfaiate, Nei Lopes, Beth Carvalho, Wilson das Neves, Monarco, Xangô da Mangueira, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto e muitos outros, fazem questão de ter o Quinteto em Branco e Preto em seus shows. Com este CD o Quinteto recebeu indicação para o Prêmio Tim 2004 na categoria Melhor Grupo de Samba.
CPC 045
Deitando e Rolando
Francisco Araújo
Neste segundo CD, realizado com obras de Dilermando Reis e composições próprias, Francisco Araújo continua dono de uma expressão violonística própria, fazendo seus choros, frevos e salsas se aparentarem às tintas rubras do flamenco. Esta é uma das características que traz desde os tempos do Clube do Choro de São Paulo e de sua passagem pelo Curso de Violão de Andrés Segóvia, na mágica cidade de Santiago de Compostela. A harmonia de sons que o violonista Francisco Araújo obtém com sua técnica única, o coloca entre os grandes virtuosos contemporâneos da Música Popular Brasileira.
CPC 530
Claramente
Jorge Mello
“Claramente” é o mais recente trabalho de Jorge Mello, artista que é dono de uma já invejável discografia de mais de dez títulos, realizados ao longo de uma carreira de quase trinta anos. Embora nascido em Piripiri, no interior do Piauí, Jorge Mello tornou-se conhecido como um dos integrantes do chamado “Pessoal do Ceará”, grupo que surgiu na MPB durante os anos 1970 e do qual também participavam nomes como Belchior, Fagner, Ednardo, Cirino e muitos outros.
Embora possua formação musical acadêmica, Jorge Mello jamais abandonou suas raízes populares. Sua arte, assim, faz uma síntese desses dois universos.
CPC 531
Eternamente Choro
Choro de Varanda
Formado por Fernando do Bandolim, Clóvis (violão de 7 cordas), Marco Bailão (violão de 6 cordas), Miltinho (cavaquinho), Clodoaldo (percussão) e contando com convidados do quilate de Jorge Cardoso, Marco Bertaglia e Luizinho 7 Cordas, o “Choro de Varanda” apresenta uma antologia do choro brasileiro, enveredando também por gêneros afins, tais como polcas, valsas, schottishes e baiões. Trazendo em seu repertório obras de importância histórica, como “Batuque” de Henrique Alves de Mesquita (composta em 1854), “Poesia e Amor” (Mário Álvares da Conceição), “Mimosa Flor” (Candinho do Trombone) e “Conceição” (Joaquim Antonio da Silva Calado).
CPC 532
Na Chama do Choro
Arnaldinho e Família Contemporânea
Arnaldinho Silva é figura de proa na nova geração de chorões paulistanos. Multiinstrumentista de talento, é no cavaquinho, porém, que ele demonstra ser um mestre indiscutível. No CD “Na Chama do Choro”, Arnaldinho e o grupo Família Contemporânea mostram não apenas que o choro continua vivo (e muito vivo!), mas que também tem, na cidade de São Paulo, um de seus mais expressivos redutos. Com jeito de menino grande, Arnaldinho se juntou a outros “meninos” de grande talento, como Izaías e Israel Bueno de Almeida, João Macambira, Luizinho 7 Cordas, Marco Bailão, Paulo Fasanaro, Helinho, André Araújo, Odair Felício, José Pires, Assis de Lima e Guta, entre outros.
CPC 533
Arco e Tecla
Ricardo Amado e Flávio Augusto
O belo encontro entre arco e tecla, violino e piano, finalmente acha espaço dentro da música popular. Ricardo Amado e Flávio Augusto, ambos músicos excepcionais já consagrados, quebram preconceitos estéticos e dão nova vida a músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Vinícius de Moraes, Dory Caymmi, Caetano Veloso e outros. Pela grande facilidade de se expressar através de piano e violino, a dupla consegue evidenciar toda a beleza da sonoridade dos dois instrumentos, com muito virtuosismo e carga emotiva, da fuga inquieta das cordas à força das teclas. Os arranjos são assinados por Vittor Santos e Edmundo Villane Côrtes.
CPC 534
Concerto Brasileiro
Radegundes Feitosa & Camerata Brasílica
Premiado em vários concursos nacionais e internacionais, Radegundis Feitosa mostra como a melhor técnica instrumental pode estar a serviço da expressão musical popular. Demonstra, além disso, como os procedimentos da música popular, quando tratados com técnica rigorosa e perfeccionista, podem ampliar, em muito, as possibilidades previstas na própria literatura trombonística. É surpreendente ouvir Radegundis tocar obras como “Brasileirinho” (Valdir Azevedo) e “Espinha de Bacalhau” (Severino Araújo), executando semicolcheias e fusas rapidíssimas, como se tivesse nas mãos uma flauta ou um clarinete e não um trombone de vara.
CPC 536
Boqueirão
Mochel
Entre muitos compositores revelados ao país, na esteira renovadora dos anos de 1970, o maranhense Mochel é figura de destaque.
Já naquela época, a música de Mochel chamava atenção por sua singularidade. Mochel ganhou o Prêmio Sharp de Revelação, no ano de 2003, com o CD
“Boqueirão”, produzido individualmente com muita garra e talento.
É este CD que se agrega ao catálogo da gravadora CPC-UMES, quando Giordano Mochel já não é mais uma revelação – mas sim uma concreta afirmação na Música Popular Brasileira.
CPC 537
Chorando no Rio
Festival do Choro do MIS
Este DC duplo, produzido em parceria com a Fundação MIS do Rio de Janeiro, é o resultado do Festival Chorando No Rio, realizado em setembro e outubro de 2001. Com choros, valsas e maxixes ousados e originais, muitos deles com linguagem beirando o experimentalismo contemporâneo, mas sempre nutridos com a seiva de uma brasilidade tão permanente quanto renovadora, o CD reúne 36 composições apresentadas no Festival, que teve como vencedora “Balançadinho” (Jorge Cardoso), seguida de “Zé Galinha”(Cláudio Camunguelo) e com “Fabiano e Sua Turma”(Mário Séve) em terceiro.
CPC 538
Sonoridade
Mário Eugênio
Na grande escola do violão brasileiro Mário Eugênio freqüenta a classe dos que cultivam a sobriedade, sempre buscando um toque suave e exato. Discípulo de uma tradição em que pontificam João Pernambuco, Dilermando Reis, Laurindo de Almeida e o grande Paulinho Nogueira, Mário Eugênio dá curso à sua exitosa carreira, sempre buscando uma expressão sonora mais elegante e suave. “Neste CD”, diz ele, “escolhi compositores que com sua música representam o sentimento do povo brasileiro, já que dispomos da melhor música do mundo, no aspecto do sentimento, que é algo que se sobrepõe a técnica, escalas, velocidade, etc”.
CPC 046
No Mesmo Pique
Marcos Gomes
Neste CD de estréia, Marcos Gomes, jovem, mas já bastante conhecido nas rodas violonísticas de São Paulo, destaca-se por seu toque sutil e refinado e por seu repertório diferenciado, em tudo distante dos “chavões” da literatura para violão.
O repertório traz composições de Francisco Araújo (“Forro Antigo”, “Autos e Baixos”, “Eletrizante”, “Rio dos Meus Sonhos”, “Dança Paraguaia”, Impressões Nipônicas”, “Moleque Travesso”, “Balada Romântica”, “Patapiana – Valsa Virtuosa No6”, “Lições do Passado”), do paraguaio Agustin Barrios (“Contemplação”, “Último Canto”) e do próprio Marcos Gomes (“No mesmo Pique”, “Eterna Paz”).
CPC 047
Ser Tão Paulista
Vésper Vocal
Quando São Paulo comemora 450 anos, desfiam neste CD do Vésper Vocal, dirigido por Magro Waghabi, do consagrado MPB-4, e com a participação especial de Chico Buarque (faixa 3, “Praça Clóvis”), as imagens-sons criadas por velhos mestres como Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa, Zequinha de Abreu, Geraldo Filme e João Pacífico, junto às de novos autores – Passoca (“Sonora Garoa”), Itamar Asssupção (“Aprendiz de Feitiçeiro”) e outros – que produziram o melhor retrato desta cidade. O Vocal Vésper é composto por Ilka Cintra, Nenê Cintra, Mazé Cintra, Jussara Marçal, e Mônica Thiele.
CPC 048
A Chave de Ouro do Reino do Vai-Não-Volta
Gesta
Os jovens músicos cariocas do Gesta realizam, neste CD apresentado por Ariano Suassuna, aquilo que temos de melhor: o poder de recriar permanentemente a tradição. Herdeiros do lendário Movimento Armorial, interpretam obras de Guerra Peixe e Antonio Madureira, entre outros ícones da Música Popular Brasileira. O Gesta é composto por Daniel Bitter (rabeca e viola de gamba), Edmundo Pereira (viola caipira), Fábio Campos (violão), João Bina (percussão), Pedro Pamplona (flauta e pífano). Participações especiais: Ariano Suassuna, Cordão do Boitatá, Cortejo Brincante Abayomi.
CPC 049
Brasileirando
Estação Caixa Prego
O Brasil, regional e universal, marca a presença na música desse grupo, num CD que nasce sob as bençãos de Zé Limeira, o surrealista das caatingas, mas também sob o empurrãozinho inspirador de Bule-Bule e outros criadores que refazem o percurso de Gordurinha, Jackson do Pandeiro, Ari Lobo e tantos outros visitantes de caixa-prego. Somente nesta estação poderiam conviver um baiano (Luiz Carlos
Bahia), uma descendente de japoneses (Carla Masumoto) e alguns paulistas de todas as partes do país (Júlio Vicente, Zé Reis, Xanti Lee e Caio Ignácio), todos empenhados em fazer a notável mistura com a qual se conjuga o verbo “brasileirar”.
CPC 050
Maneira de Ser
Bando de Macambira
Conheço o Bando de Macambira há uns bons trinta anos, desde o tempo da Discos Marcus Pereira velha de guerra… Já naquela época animava-me a ideia de gravar um disco com o grupo, mas uma coisa ou outra sempre surgia pra atrapalhar o projeto. Hoje, finalmente pago a dívida que tinha para comigo mesmo e para com o Bando. Infelizmente, seu Chico, o patriarca dessa família musical sertaneja, já não está entre nós pra ver que eu não fugi da raia e cumpri a promessa. Com atraso, mas cumpri. E se os Macambiras sentiram-se felizes em poder registrar as canções de seu Chico, eu fiquei muito mais feliz com a felicidade deles. (M.V.A.)
CPC 051
Vinícius, Sem Mais Saudade
Céline Imbert e Marcelo Ghelfi
Aclamada como uma das nossas principais intérpretes líricas, Céline Imbert tem nos presenteado com espetáculos de alto nível artístico, ano após ano. Com Marcelo Ghalfi, pianista da Orquestra Jazz Sinfônica, retoma o início de sua carreira, em que se dedicava à música popular e recria a obra de um dos nossos maiores poetas contemporâneos, Vinícius de Moraes. Sem sombra de dúvida, uma das mais sensíveis interpretações que sua poesia já recebeu.
Como nas composições de Vinícius, Céline coloca sua experiência e domínio técnico a serviço da simplicidade. Da essência.
CPC 052
Divino Samba Meu
Dona Inah
Aos 69 anos, Dona Inah estréia no disco na condição de uma das legendas da Música Brasileira. Com uma história fascinante, que só encontra paralelo na vida de algumas celebradas cantoras de jazz, ou mesmo na trajetória da grande diva popular que foi Clementina de Jesus, Dona Inah é uma das provas mais evidentes de que, no difícil embate entre a Vida e a Arte, é sempre esta que sai ganhando. Da sua Araras natal até o palco do Municipal, Dona Inah participou de alguns dos momentos mais belos da história musical do rádio. Agora, chega finalmente ao disco. Com “Divino Samba Meu”, Dona Inah recebeu indicação nas categorias Melhor Cantora e Revelação no Prêmio Tim 2005.
CPC 053
1o Festiva l Latinautor de La Canción
Vários
Em setembro de 2003, em Punta del Este, Uruguai, compositores, intérpretes e músicos reuniram-se para realizar um festival de música diferente, organizado pelos próprios criadores musicais. O repertório terminou por ser um amplo painel da atual diversidade musical, demonstrando que independentemente de fórmulas a canção íbero-americana se recontrói a cada instante como o desenho das nuvens do céu. O Brasil foi representado pela canção “Coração de Mulher” (faixa 4 do CD), de Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro, interpretada pelo primeiro.
CPC 054
Dente de Ouro
Josias Sobrinho
Entre as múltiplas virtudes de Josias, algumas apontadas no texto que Papete assina no encarte, sempre me surpreendeu a maneira elegante como aquele compositor se coloca frente a música de sua terra. Ao contrário dos autores regionais que se ocupam apenas em “vender folclore” e tipicidades locais, Josias não pretende mostrar-se como curiosidade geográfica: mais que parecer maranhense, ele busca apenas ser maranhense, com naturalidade e sem qualquer afetação. Josias, assim como Papete, Zeca Baleiro, Lenita Pinheiro e César Nascimento (convidados de honra neste CD) são o próprio Maranhão, sem que precisem fazer força para isso. (M.V.A.)
CPC 539
Um Pouquinho de Brasil
Brazilian Trombone Ensemble
Este CD apresenta-se como uma verdadeira celebração do trombone popular no Brasil, como uma espécie de homenagem a nomes como Raul de Barros, Raul de Sousa, Maestro Nelsinho, Zé da Velha, Bocatto e tantos outros gênios do instrumento no país – aí incluídos os trombonistas das bandas militares, dos grupos de gafieira, das orquestras de frevo – e, ainda, a todos os que fazem a nossa grande música. Esta homenagem estende-se também à América Latina, representada na figura do Pérez Prado, que amoleceu a cintura do mundo com seus mambos e metais endiabrados.
CPC 540
Caminhando
Cláudia Savaget
Cláudia Savaget é uma dessas cantoras raras, que conquista o aplauso de todas as classes de público. Com isso, ela não só se consagrou como uma das mais requintadas intérpretes do samba (a ponto do grande Cartola considerála como sua melhor intérprete), como também tornou-se respeitadíssima entre compositores e músicos, por seu rigor técnico e seu apurado bom gosto. Neste CD, apropriadamente chamado “Caminhando”, Cláudia Savaget transita da informalidade à plena sofisticação: interpretando obras de Noel Rosa, Custódio Mesquita, Chico Buarque, Guinga, Nelson Cavaquinho e até uma canção inédita de Cartola.
CPC 541
Tinto e Tropical
Glória Gadelha
Com esse “Tinto e Tropical”, Glória Gadelha envereda por uma recherche própria, debruçando-se sobre inquietudes universais com uma sensibilidade marcadamente brasileira (melhor ainda: nordestina) e uma linguagem cancionística bastante pessoal. Menina de engenho e arte, ela nos propõe uma delicadeza musical em que se vislumbram tamarindos florindo numa Combray que começa em Souza. Esta ode ao amor e à vida não seria possível sem a participação dos notáveis músicos do Quinteto Uirapuru, do grupo Nossa Voz e de muitos outros que, junto com o grande mestre Sivuca, ajudaram Glória Gadelha a seduzir a todos com a despudorada beleza de suas canções.
CPC 542
Gaiato
Perez Dworecki
O mais importante violista do Brasil, Perez Dworecki registrou parte significativa do que de melhor existe na literatura para viola. Bastariam tais discos para consagrar o Prof. Perez na música instrumental, na condição de chefe supremo, grande benemérito, cacique, babalaô, venerável mestre ou qualquer outro título compatível com a sua magnitude. Eis que o Prof. Perez reaparece neste CD, com capa de Paulo Caruso, e, abdicando de todos os títulos e honrarias que lhe cabem, simplesmente se apresenta como um… gaiato.
Indicado ao Prêmio Tim 2005 na categoria Especial/Erudito.
CPC 543
Tangos
Trio Images
O Trio Images foi fundado em 1999 por três dos mais importantes músicos brasileiros, Cecília Guida (violino), Henrique Müler (viola), Achille Picchi (piano). No álbum, “Tangos”, gravado ao vivo, o trio mescla o sentimento da criatividade popular com o rigor técnico da música de concerto, levando às últimas consequências a interpretação desse gênero musical profundo, cortante, maravilhoso por seu mistério sonoro, engrandecido pelas obras de Matos Rodrigues, Ricardo Guida e, especialmente, Astor Piazzola. O trio recebeu o Grande Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo) 2008.
CPC 544
A Saga de Juca Tito
Quinteto Violado
A “Saga de Juca Tito”, gestada pelo Quinteto Violado em parceria com Thomaz Pedroso, poeta e publicitário, poderia ser definida como uma cantata popular nordestina. “Gestada” é termo duplamente adequado, não apenas por apontar os criadores da aventura aqui narrada, como também por remeter a gesta, palavra que na lírica ibérica medieval tinha o significado de epopéia, evento heróico, saga. Tendo sido uma das bases da poesia clássica do Século de Ouro luso-espanhol, essa lírica sacramentou o uso do verso heptassílabo, da décima, do esquema mote-e-glosa e de tantos outros elementos formais que iriam impregnar as poéticas populares do Novo Mundo.
CPC 545
Coisas Que Lembram Você
Sonya
Aloysio de Oliveira, integrante do histórico Bando da Lua, foi para os Estados Unidos com Carmen Miranda e ali fez sucesso com ela, como compositor, músico e participante de filmes em Holywood. A comovida homenagem que Sonya (vocalista do Quarteto em Cy) presta, neste CD, ao compositor, que assina as músicas, é oportuna e mais que merecida. Além de ser a excepcional cantora que é, Soninha a fez da melhor forma possível: ao lado de alguns dos melhores músicos do Brasil, como Gilson Peranzetta, Roberto Menescal, Luiz Alves, Mauro Senise, Celinha Vaz, Paulo Russo, João Cortez, Ricardo Pontes, Adriano Giffoni, Chiquinho Netto e Jimmy Santa Cruz.
CPC 546
Maurício Tapajós – Sobras Repletas
Alaíde Costa, Clara Nunes, Chico Buarque, Dori Caimmy, Fabiana Cozza, Guinga, Joyce, Mônica Salmaso, MPB-4, Zé Luiz Mazziotti, Zé Renato, Zélia Duncan, Zezé Conzaga
Maurício Tapajós foi um dos mais ativos compositores brasileiros entre os anos 1970-90. Nascido numa família de músicos, foi parceiro de Aldir Blanc, Hermínio Bello de Carvalho, João Nogueira, Paulo César Pinheiro e muitos outros grandes nomes do samba brasileiro. Maurício foi também, até sua morte (1995) um dos grandes batalhadores pelos direitos dos criadores da Música Brasileira, o que lhe valeu o respeito e a admiração de sua categoria. Neste CD, “Sobras Repletas”, os amigos, convocados por Hemínio Bello de Carvalho abriram seu baú de inéditas para homenageá-lo.
CPC 547
No Tabuleiro Do Mundo
Zabumba Bacamarte
Em meados de 1998, surge aos pés da estátua de Luiz Gonzaga a banda Zabumba Bacamarte de Caruaru, inspirada no tiro de bacamarte, na cultura popular das bandinhas de pífanos, trios pé-de-serra, violeiros e emboladores. Partindo da tradição dos “bacamarteiros” (homens que bailam com armas ao som das “zabumbas”), o grupo usa guitarras e instrumentos modernos para criar uma música vibrante, envolvente e com letras bem-humoradas, na qual os ritmos e a linguagem popular nordestina surgem de forma renovada e inventiva, apontando novos rumos para a música regional brasileira, numa prova de que o Nordeste continua sendo nosso grande manacial sonoro.
CPC 548
Boa Tarde, Povo
Kangoma
Em muitas partes do mundo as músicas tradicionais vêm sendo revigoradas pelo encontro com a contemporaneidade. Espontaneamente, os músicos do séc. XXI buscam o conhecimento do passado e a prospecção do futuro – e com isso descobrem a fórmula do eterno, não estando “nem aí” prá tal world music. Esse é o caso do grupo Kangoma, cujo trabalho ancora-se nos tambores que bateram (e batem) para os ancestrais, revelando uma linguagem musical de visceral brasilidade que, mesmo quando busca ser internacionalizante, jamais é submissa ao modismo dos gringos. Kangoma nos dá uma lição de Brasil. E isso basta!
CPC 055
O Choro e Sua História
Izaías e Israel Entre Amigos
A coleção “O Choro e Sua História” é uma ampla retrospectiva do choro brasileiro (de 1870 aos dias atuais), narrada de forma vibrante e sem qualquer cunho museológico. Os três CDs que compõem a série são tratados como memória viva, sendo protagonizados por Izaías e Israel Bueno de Almeida. Aos dois irmãos se associaram alguns dos mais importantes músicos do país para o registro dessa saga chorona, que abrange de Henrique A. de Mesquita a Tom Jobim, de Joaquim A. Callado a Radamés Gnattali, de Patápio Silva a Johnny Alf, de Pixinguinha a Paulinho da Viola, gênios e mestres do passado, do presente e de todas as épocas.
CPC 056
Tributo a Mauro Duarte
Walter Alfaiate
Além de ser compositor e cantor de altíssimo nível, Walter Alfaiate se destaca como um dos grandes responsáveis pelo resgate da cultura popular carioca. Em seus CDs, Walter apresenta preciosidades musicais que ele pacientemente garimpou. O CD que agora está lançado repete essa trajetória e constitui uma homenagem a outro grande sambista carioca, Mauro Duarte, o Mauro Bolacha, autor de pérolas da Música Brasileira e também um habitante de Botafogo, que infelizmente já não se encontra entre nós. Neste CD, Walter rememora sua parceria com este irmão de samba e de bairro, mostrando também as obras criadas pelo ‘Bolacha’ junto a outros bambas.
CPC 057
Na Trilha do Novo Mundo
Carmina
Nos oito séculos anteriores ao Descobrimento das Américas, a Península Ibérica viveu uma fase de esplendor cultural e grande tolerância religiosa: hispanos, árabes, judeus, orientais e africanos ali conviviam. Foi a música gestada nesse caldeirão que desembarcou no Novo Mundo. Este CD do Grupo Carmina deve ser saudado não só por sua grande qualidade musical, mas também por nos dar a oportunidade de conhecer parte da proto-história da música do Brasil. Dividido em jornadas, como um auto medieval, tem momentos surpreendentes, capazes de revelarem como uma das Cantigas de Santa Maria (séc. XIII) sobrevive até hoje num canto de reisado brasileiro.
CPC 058
Direito de Sambar
Adriana Moreira
Batatinha é uma figura ímpar na Música Brasileira, não bastasse ser o mais expressivo nome do samba baiano. Sua música, tendo nascido da Bahia e adquirido carta de cidadania no Rio de Janeiro, retornou à sua terra de origem para adquirir um novo tipo de sentimento e forma. Não por acaso, o samba de Batatinha, tem um possível paralelo na obra de bambas como Cartola, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e outros mestres do morro e do asfalto. Ninguém melhor que Adriana Moreira poderia condensar a grande música de Batatinha numa antologia definitiva, como esta que a gravadora CPC-UMES orgulha-se de lançar.
CPC 059
Era Uma Vez…
Papete e Luis Lopes
Formando uma dupla inteiramente inédita – percussão e teclado – Papete e Luis Lopes perecem começar uma nova história na música instrumental do Brasil: uma história em que ritmos, os toques e os sotaques da percussão brasileira se fundem com a sofisticação pianística regada também com os timbres eletrônicos da modernidade. Fazendo um disco inteiramente sintonizado com a linguagem sonora dos tempos atuais, Papete e Luis Lopes deixam uma grande lição: a de que é perfeitamente possível ser moderno à brasileira, sem apelar pros cacoetes estrangeiros, tão comuns em grande parte de nossa música instrumental.
CPC 060
Capim
Neymar Dias
Músico jovem, revelação do prêmio Syngenta, Neymar Dias, tem um talento superior que já lhe dá pinta de velho mestre. E é assim que ele se coloca: como um mestre de hoje, violeiro de todos os Brasis – principalmente da terra fértil em que brota o capim mágico da grande música popular que temos. E da qual ele é uma das melhores provas. Neste CD, “Capim”, Neymar interpreta obras de sua autoria, além de “Pagode em tempo de Avaço” (Tião Carreiro e Lourival dos Santos) e “Vera Cruz” (Milton Nascimento e Márcio Borges), fazendo, assim, o seu ingresso formal na história da melhor música instrumental brasileira.
CPC 061
Teco-Treco
Luiz Ribeiro, Tatiana Parra e Gisella
As crianças do Brasil são as grandes vítimas da indigência sonora que habita os grandes meios de comunicação. Ofendidas em sua dignidade pelos aproveitadores que confundem música infantil com idiotice, elas agora podem contar com o bom gosto deste “Teco-Treco”, um CD divertido, inteligente e recomendado pelos pedagogos por sua inventividade. Dirigido pelo músico e compositor Luiz Ribeiro, este CD traz também as vozes de Tatiana Parra e Gisella, duas excelentes cantoras que de certo farão vibrar as crianças com as brincadeirinhas musicais propostas no disco. É ouvir e cantar junto!!!
CPC 062
Só Na Canção
Ana de Hollanda
Ana de Hollanda é uma cantora que pensa, que sabe o que canta e como canta, conseguindo nos emocionar pela objetividade do que tem a dizer. Em Ana de Hollanda, jamais o canto cede ao supérfluo, ao desnecessário, ocupado que está em ser sincero e despojado de tudo, menos da beleza. É um canto que não quer enganar ninguém, sendo tão verdadeiro e espontâneo quanto a artista que o possui. Agora, talvez para buscar ainda maior sintonia entre o que canta e o que pensa, Ana de Hollanda nos traz este CD “Só na Canção” todinho de composições próprias e parcerias com Nivaldo Ornelas, Novelli, Helvius Vilela, Alexandre de La Peña, Lucina, Jards Macalé e Claudio Guimarães.
CPC 063
Assanhado
Madeira de Vento
A história do clarinete na Música Brasileira é bastante rica, embora desconhecida da maior parte do público. Mais desconhecida ainda é a história dos conjuntos de clarinete, que são raríssimos no Brasil. Um dos poucos quintetos de clarinete existentes no país é o Madeira de Vento, que chega agora ao seu segundo CD, chamado “Assannhado”. Neste disco, o quinteto repete a bem-sucedida experiência do seu primeiro CD, “Chovendo Canivetes” (também editado pela CPC-UMES), qual seja a de fazer uma antologia da música para clarinetes produzida no Brasil. Com isso, o grupo apresenta também um precioso apanhado dos gêneros instrumentais mais destacados da Música Brasileira.
CPC 549
Amigo Samba
Joca Freire
Autor consciente e talentoso, Joca Freire cultiva um samba refinado e elegante. Tendo já se destacado em eventos musicais em São Paulo (inclusive o último Festival da TV Cultura), Joca Freire tem desenvolvido nos bares e casas noturnas um trabalho que anima, principalmente por revelar que na Música Brasileira ainda há quem busque a excelência no sentir e no pensar. Ao lançar este “Amigo Samba”, a gravadora CPC-UMES reverencia, através de Joca Freire (e seu principal parceiro, João Marcondes) os artistas que, presentes em bares e casas noturnas de todos os pontos do país, mantêm acesa a chama da melhor Música Brasileira, lutando por dias melhores, que certamente virão.
CPC 550
Impressões Sobre Mauricio Carrilho e Meira
Teca Calazans
Este CD celebra vários encontros. O principal deles, o da música de Meira e Maurício Carrilho com o talento privilegiado de Teca Calazans. E assinala um importantíssimo reencontro: o da canção popular com o melhor sentimento lírico brasileiro. É estimulante ver Paulinho Pinheiro e Fernando Brant recuperarem a elegância e a inteligência poéticas, junto ao talento de Maurício Carrilho que, a exemplo de seu mestre Meira, reintroduz na canção as refinadas inflexões da valsa e do choro. Assim, mais que tudo, este CD celebra o reencontro da nossa canção com a verdadeira alma brasileira, que é – e sempre foi – o que nós temos de melhor.
CPC 551
Na Capital Do Pecado
Perímetro Urbano
Com uma música risonha e franca o grupo Perímetro Urbano (Alberto, Amalfi, Pena, Flávio e Vita) reencontra neste CD, “Na Capital do Pecado”, a Música Brasileira de saudável irreverência que se somava a altas doses de lirismo, compondo, talvez, a mistura que melhor expressa a alma brasileira. Cronistas de seu lugar e de sua gente, adonirans dos novos tempos, os compositores do Perímetro Urbano mostram que, além de haver vida inteligente na canção, a alma brasileira, irreverente e lírica, ainda sobrevive quando se canta o próprio lugar de origem, o bairro, o subúrbio onde vive a gente comum, o que somos todos nós, aliás.
CPC 552
Identidade
Guto Maradei
Um raro baterista, compositor e arranjador, Guto Maradei eleva a bateria ao status de nobreza como instrumento solista.
Embora isso já bastasse para saudar esse “Identidade”, teríamos ainda a ressaltar o trabalho de Guto Maradei como compositor-arranjador: capaz de transitar com desembaraço por várias linguagens musicais. Neste CD, Guto apresenta mesclas sonoras que, modernas por seu ecletismo, não deixam de remeter à brasilidade de mestres da estirpe de Luciano Perrone, Edson Machado, Dom Um Romão, Wilson das Neves e outros notáveis criadores que o antecederam.
CPC 553
Preto
Marcelo Gomes
Marcelo é um grande guitarrista com uma linha à parte dessas dezenas de bons guitarristas brasileiros, mas que se parecem muito uns com os outros. Seu modo de improvisar é bem personal e seus arranjos, principalmente para as flautas e clarinetes são diferentes do que temos ouvido por aí e deram um colorido todo especial ao resto da banda, formada por músicos que impressiona pela qualidade técnica e pelo bom gosto. “Preto” é um trabalho muito interessante, não usual, com uma personalidade forte e uma latinidade presente o tempo todo. Vamos torcer para que apareçam vários “Pretos” como este.
CPC 554
Moto Perpétuo, Espinha de Bacalhau e Outras Espinhas
Marcos Gomes
O título deste CD se explica por si só: seu repertório é composto por peças que são verdadeiros desafios violonísticos. Ou seja: pauleira pura. E nele, Marcos Gomes se reafirma como um dos grandes talentos do violão brasileiro contemporâneo. Ao gravar o “Moto Perpétuo”, de Paganini, Marcos Gomes retomou um desafio antes só enfrentado pelo grande violonista Geraldo Ribeiro. Em meio a peças de tamanho desafio técnico, sobressai sempre o talento do violonista, que passeia entre espinhas e pedreiras com a maior tranquilidade, só para transformá-las em pura beleza.
CPC 555
40 Anos De MPB
Ricardo Vilas
A Música Brasileira viveu, entre 1964 e princípios dos anos 1980, um dos momentos mais férteis de sua trajetória no séc. XX . Mesmo assim, muitos compositores, intérpretes e músicos brasileiros foram forçados a viver fora do país por infindáveis anos. Um desses artistas foi Ricardo Villas, cuja voz o Brasil já conhecia das gravações do grupo Momento Quatro (“Ponteio”). Em Paris, onde viveu por muitos anos, Ricardo manteve-se cada vez antenado com o que aqui se fazia. Isso lhe permitiu criar uma obra vasta, inquieta, criativa e de forte brasilidade: uma obra que agora completa 40 anos e é comemorada neste lançamento duplo (CD e DVD).
CPC 556
Brigador – Ilessi canta Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro
Ilessi
Besouro-Mangangá, patuá, ponta-de-punhal, sina, lamento, cativeiro, falange do Juremá, viola, aroeira, sabiá, hortênsias, bola-de-cristal, rodamoinhos, molejo, sestrosa, gongá, Santo Antonio, Maria Madalena, Seu Flecheiro, Seu Pedra-Preta, Seu Rompe-Mato, Seu Treme-Terra, Seu Tira-Teima, lanterna de São João, xodó, maliciosa, estrela Dalva, espuma do mar, réu do amor, sanhaços, cambucá, licor de umbu, pitanga, contas, penduricalho, véu, retalho, matraca, chocalho, cartucheira de Lampião… Tudo isso e muito mais, na voz negra e límpida de Ilessi, interpretando o magnífico repertório de Paulo César Pinhheiro e Pedro Amorim. Um banho de Brasil.
CPC 557
Um Grito solto no Ar – A música teatral de Gianfrancesco Guarnieri
Georgette Fadel
Mestre da fina oralidade, Guarnieri conhecia como ninguém o valor da palavra falada e a magia, não menos valorosa, da palavra cantada. Foi certamente por saber desses segredos que o homem de teatro Gianfrancesco Guarnieri tornou-se também um homem da música, um criador de canções extraordinárias, algumas já eternizadas na memória e no sentimento popular brasileiro, tais como “Feio Não é Bonito (O Morro)”, “Tema de Gimba”, “Upa Neguinho”, “Estatuínha”, “Memórias de Marta Saré”. É o apanhado dessa obra que apresentamos através das 20 faixas desse CD, magistralmente interpretado pela cantora Georgette Fadel.
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