Programação de 16/03 a 04/05 de 2013

A EXCEÇÃO E A REGRA

A montagem de “A Exceção e a Regra” surgiu de um trabalho de conclusão de curso realizado pela turma do curso avançado de teatro do Pontão de Cultura da UMES.

Após 2 anos e meio de trabalho o grupo resolveu dar sequência ao trabalho realizando apresentações nas escolas públicas de São Paulo e agora retorna em cartaz a cada dia recebendo uma escola diferente.

 

PARA QUE NADA SEJA CONSIDERADO IMUTÁVEL

“O teatro permanece teatro, mesmo quando é teatro pedagógico e, na medida em que é bom teatro, é diversão.” (Bertolt Brecht)

 

Esperar do teatro uma qualidade pedagógica? Um teatro político? Que teatro e política andam de mãos dadas nós sabemos. Mas esperar do teatro uma experiência pedagógica e politizante não será pretensioso? Estamos diante do texto A Exceção e a Regra de Bertolt Brecht, e aí essas questões, por mais óbvias que possam parecer, nos tomam de forma arrebatadora a todo o momento.

Fazer teatro com jovens estudantes, com esse texto e, como não poderia deixar de ser, com ênfase na discussão política que ele nos traz. Eis a nossa deliciosa e inquietante tarefa! Em nosso processo o texto foi a principal referência: tratando das questões trazidas por ele e cruzando-as com nossas questões cotidianas. Através de improvisos e jogos teatrais, fazendo com que os jogadores (jovens atores) sejam ao mesmo tempo atuantes e espectadores, com que tenham uma atitude crítica ao enunciarem as frases, ao executarem o gesto, ao entrarem em ação.

O texto nos apresenta um modelo claro da discussão de um tema através de uma ação concreta. O tema é a dominação de classe, a naturalização do poder ilimitado, a injustiça travestida de justiça. A ação é a relação entre patrão e empregado numa caminhada pelo deserto para alcançar uma concessão de petróleo. Os intérpretes passam por vários papéis com situações, pontos de vista e classes opostas buscando a atitude crítica sobre o assunto apresentado, inclusive revelando a opinião de cada um dos atores. Esperamos, é claro, que tudo isso continue vivo na relação com a plateia. Trazemos para esse processo o pressuposto de que a formação política e estética são a base do aprendizado do ator.

Muitas foram as nossas descobertas, muitas foram as nossas dúvidas, sempre de olhos e corações abertos, perguntando e desconfiando. Tentando nos entender e mostrar, como diz no coro inicial da peça:

 

“Não se deve dizer que nada é natural!

Numa época de confusão e sangue,

de desordem ordenada, arbítrio de propósito,

humanidade desumanizada.

Para que nada seja considerado imutável”.

(Rebeca Braia e João Ribeiro)

 

SINOPSE

O tema de “A Exceção e a Regra”, como mencionamos acima é a divisão de classes reinante na sociedade capitalista, de como nela as relações de poder se naturalizam e, ao mesmo tempo, se tornam desmedidas.

Um comerciante viaja pelo deserto com um carregador, seu empregado, na tentativa de conseguir uma concessão de petróleo. Em consequência da condição climática surge a sede a falta d’água. Na calada da noite, o empregado se aproxima de seu patrão com algo nas mãos. Seu patrão acredita ser uma pedra e, para se defender, mata o empregado com um tiro. Acontece que o empregado se aproximava para lhe oferecer água.

 

A EXCEÇÃO E A REGRA

DIREÇÃO

Rebeca Braia e João Ribeiro

 

ELENCO

Ana Letícia Oliveira

Fábio Conceição

Jeanne Rocha Cabral

João Pedro Duarte

José Fernandes Júnior – Seuze “Possu” Júnior

Marina Tripoli

Milena Hettwer

Miuly Filipe

Rafael Moreton

Yurie Filipe

SANTA JOANA DOS MATADOUROS

SANTA JOANA DOS MATADOUROS

Nesses tempos sombrios, onde crises econômicas, políticas, sociais, esportivas, se misturam em nosso cotidiano, provocando terremotos e tsunames na vida de todos, sempre procuramos, instintivamente, analisar, compreender o que está acontecendo, empenhados em minimizar ao máximo as conseqüências desses acontecimentos.

Lemos jornais, ouvimos os noticiários, as declarações das autoridades competentes e, muitas vezes, percebemos, surpresos, que nossa posição, nossa resposta às provocações se alterou. Nós mudamos, é isso! Somos capazes de evoluir, nos transformar, isto é… mudar de idéia!

Bertolt Brecht nos ajuda, com suas obras, a entender nossas mudanças de pensamento. Esta personagem, “Santa Joana dos Matadouros” vive o florescer de uma crença baseada na fé e na ingenuidade. Sua fé a engaja num grupo religioso, cujo trabalho piedoso ela assume com personalidade. E logo entra em choque com um sistema de vida menos piedoso que visa aproveitar-se das pessoas e delas tirar o maior proveito possível, sem a menor preocupação com uma retribuição justa.

Jack Pierpoint, o personagem que se contrapõe à Joana, é alguém que acredita profundamente que seu ponto de vista é que é o correto; seu único objetivo é obter lucros nos negócios, e seu comportamento oscila entre o cinismo e a agressividade sem escrúpulos.

E o autor mostra a evolução do pensamento de Joana que traça uma curva iniciada na fé, baseada numa crença verdadeira na confraternização, e que, conforme os fatos, esbarrando com decepções, surpresas, injustiças, evolui num traçado que demonstra a mudança completa do pensamento.

Em contraposição o pensamento de JP evolui no sentido de aprofundar suas crenças e malícias. Seu cinismo ampara a crescente confiança que ele desenvolve na sua fé, inteiramente submetida ao lucro circunstancial.

A personagem mito da história da França, que serviu de modelo para a demonstração de Brecht, depois de defender ideais de liberdade em campos de batalha e realizar feitos heróicos tangida por suas idéias, é submetida à Santa Inquisição e morre numa fogueira como criminosa. Nesta peça ela morre de “pneumonia”, um novo apelido das mesmas pressões.

Todas estas explicações são superficiais se con­siderarmos que Brecht foi o mais importante autor teatral do século XX, e que suas obras, muito mais que explicações merecem encenações cuidadosas. Considero, pela minha experiência, esta encenação um espetáculo vivo, criado, em sua maioria, por atores jovens e motivados, e, por isso mesmo, polêmico e sujeito a alterações criativas. O mais significativo ensinamento da dramaturgia de Brecht, preocupação presente em todas as suas peças, é que devemos caminhar com os olhos bem abertos, não nos deixando enganar pela aparência dos fatos, mas sim, sempre questionando onde está a verdade, muitas vezes mascarada pela aparência.

Na inauguração do Teatro Denoy de Oliveira – saudoso companheiro de tantos momentos ! – encenei para a UMES outro Brecht, “Turandot”; esta nova oportunidade, agora, me ajudou a recuperar a saudade e a certeza da importância da nossa luta!

(JOSÉ RENATO)

 

A DIVISÃO CAUCULADA DE PIERPOINT

Brecht nunca chegou a levar “Santa Joana” aos palcos, apenas dirigiu uma versão reduzida em uma leitura radiofônica em 1932. No entanto, escreveu bastante sobre ela. E a peça parece mesmo ter esta sina: é uma das menos encenadas do autor, mas muito se escreve sobre ela. Sua beleza, complexidade e profundidade inspiram a crítica, mas mantêm os palcos a uma distância respeitosa.

A decisão de montar “Santa Joana”, 80 anos depois de sua criação e justo no meio de uma crise mundial de proporções – e origens – semelhantes às de 1929, demandou um estudo aprofundado não apenas da fortuna crítica da peça como também – e principalmente – dos escritos de Brecht. Uma questão nos chamou sobremaneira a atenção: Em uma pequena nota introdutória, Brecht ressalta que a peça “deve mostrar a etapa atual do desenvolvimento do homem fáustico”.

Fosse maior o espaço e mais propícia a ocasião, poderíamos traçar um paralelo não apenas entre os personagens de Goethe e Brecht (é inevitável não lembrar da tragédia de Gretchen quando da imolação de Joana), mas inclusive entre cenas inteiras, em especial a partir do Quinto Ato da Segunda Parte do poema goethiano. Deixaremos tal tarefa ao espectador, mas acreditamos encontrar na questão da “ação” uma chave de leitura possível para a afirmação de Brecht. O mote para que Fausto seja abordado por Mefistófeles é justamente a tradução que o doutor está fazendo da bíblia. Depois de muito procurar pelo termo mais justo, escreve: “Do espírito me vale a direção, / E escrevo em paz: Era no início a Ação!” Fausto era um homem dilacerado, “opresso pela livralhada”, que, em sua inação, declara: “Não julgo algo saber direito, / Que leve aos homens uma luz que seja / Edificante ou benfazeja.” Ao descobrir que no início era a ação – e não o verbo – surge-lhe o diabo na frente, que o tomará pela mão e o levará pelo mundo.

Goethe localizava no homem a fonte do bem e do mal. Mas acreditava, como a maior parte dos humanistas, na perfectibilidade do ser humano. Lembremos que todo o desenrolar do poema de Goethe aponta justamente para a superação da divisão através da ação. Ela – a divisão entre a alma que se aferra ao “mundo e à matéria” e a que busca a “plaga etérea” – é o ponto de partida de Fausto.

A obra monumental de Goethe mostra, no alvorecer do capitalismo, o homem burguês se lançando à ação. Mas, por mais genial e visionário que fosse Goethe, ele não poderia, escrevendo antes mesmo da formação do Estado Nacional na Alemanha, prever todas as conseqüências do desenvolvimento daquele que rompia com o sistema feudal e empreendia a construção de uma nova sociedade. O homem ativo de Goethe não tem consciência plena das conseqüências de seus atos. Mas também não é à toa que o poeta estabeleceu, como seu parceiro de jornada, o próprio demônio. Parece que antevia possibilidades sombrias no desenvolvimento da burguesia.

Em “Santa Joana dos Matadouros”, Jack Pierpoint e Joana também agem freneticamente. Mas se ela mantém-se presa ao ideal goethiano, pressupondo que suas pregações irão garantir a vitória do Bem existente no homem, ele age calculadamente. O resultado é o triunfo de Pierpoint no mundo capitalista e a apropriação da figura de Joana como elemento ideológico pelos causadores da miséria que ela acreditava combater.

Brecht vive um período em que a desproporção, intrínseca no sistema, entre a capacidade de produção e o nível de consumo das grandes massas já havia empurrado o capitalismo para o estágio imperialista, gerando uma guerra mundial e estando a caminho de deflagrar outra. Seu olhar sobre a trajetória do homem fáustico é retrospectivo. A produtividade sonhada por Goethe, o “trabalho produtivo em prol da humanidade” já não une espiritual e material: a apropriação privada do trabalho social transforma tudo, espírito e matéria, em mercadoria. Se no “Fausto” o personagem central decide o que será feito, mas não tem idéia de todas as conseqüências, na obra de Brecht as ações de Pierpoint são friamente calculadas.

No mundo de Pierpoint, a ação do capitalista gera necessariamente mais miséria e exploração, e deve ser mascarada.

É por isso que Pierpoint precisa simular uma alma sensível. É por isso também que, na citação mais explícita a Goethe, Brecht recua dez mil versos e coloca na boca dos vencedores os versos do Fausto que ainda não havia deixado sua condição de alquimista medieval: “Em cada homem habitam / Duas almas opostas”. Pierpoint parece chegar ao ponto de onde Fausto parte. Se Fausto nega sua divisão com a ação, Pierpoint manipula a crença nessa divisão como meio de iludir a platéia para obter lucros.

O velho poeta realmente esperava que surgisse daquele momento histórico um homem purificado. Já Brecht, que tinha a revolução por horizonte, acabou revelando-se profético quanto ao comportamento dos capitalistas: não há nada mais contemporâneo do que grandes conglomerados financeiros com “responsabilidade social”, grandes poluidores com “responsabilidade ambiental”, “amigos da escola”, “voluntários”, “mecenas” com o dinheiro alheio.

Não há na peça uma divisão maniqueísta entre operários bonzinhos e patrões malvados. Existem sujeitos concretos, condicionados por uma situação histórica, de cujas ações dependem a mudança ou a manutenção da situação. Os operários só se libertarão se descobrirem as causas de sua opressão. Os burgueses precisam manter a alienação dos operários.

Em tempo: o JP Morgan – banco fundado pelo inspirador do personagem Pierpoint – fundiu-se com o Chase, de Rockfeller, em 2000, e no auge da pior crise do capitalismo, desde 1929, aumentou significativamente sua participação no mercado financeiro, adquirindo concorrentes quebrados. Em 2008 distribuiu U$ 5,6 bilhões aos seus acionistas, pagou bônus de U$ 8,69 bilhões aos seus executivos, depois de embolsar uma ajuda bilionária do governo americano para salvar-se, e ao sistema, das conseqüências de seus atos.

(VALÉRIO BEMFICA)

Ficha Técnica

Direção: José Renato

Tradução/Adaptação: Valério Bemfica

Música Original: Luciano Carvalho

Direção Musical: Adriana Coppi

Cenografia: Cris Cortilio

Figurinos: Magê Blanques

Iluminação: Nezito Reis

Assistência de Direção: João Ribeiro

Vídeos: Bernardo Torres

Operação de Vídeo: Diógenes Araújo

Cenotécnico: Cleyton Caetano

Elenco: Alexandre Krug, Bruno Campelo, Daniela Lavorenti, Day Leal, Dhenyze Iwone, Érika Coracini, Fábio D’Arrochella, João Ribeiro, José Roberto Giusti, Pedro Monticelli, Reginaldo Faidi, Rafael Faustino, Rebeca Braia, Ricardo Nash, Rogério Nagai, Valeska Nunes, Zeca Mallembah

Músicos Atuantes: Adriana Mioni, Renato Giraldi, Rodrigo Pirituba

 

PARCERIAS COM FORTE CASA TEATRO

PARCERIAS COM FORTE CASA TEATRO

Em 2004, o CPC-UMES firmou parceria com o grupo Forte Casa Teatro que passou a administrar o Teatro Denoy de Oliveira, até julho de 2010. Em parceria com o grupo, foram realizados mais cinco espetáculos.

 

A METAMORFOSE

Espetáculo teatral livremente adaptado da obra de Franz Kafka. Do ponto de vista formal, este trabalho é a continuidade de uma pesquisa com a linguagem da máscara. Nesta pesquisa, a especificidade está na intersecção do cômico da máscara com o universo onírico da literatura de Franz Kafka. Estreou em de novembro de 2004.

Ficha Técnica

Adaptação e Dramaturgia: Vinícius Torres Machado

Direção: Vinícius Torres Machado

Elenco: Beto de Souza, Elisa Rossin, Melissa Panzutti, Natália Grisi, Rebeca Braia

Figurinos: Joyce Jane Teixeira

Cenário: Vinícius Torres Machado

Música original e Direção Musical: Rui Barossi

Técnico de Som: Magê Blanques

Iluminação: Eduardo Albergaria

Técnico de Luz: Walace Brasseiro

Criação das Máscaras: Elisa Rossin, Oscar Rossin

Produção Executiva: Vitor Souza

 

FALATÓRIO

Monólogo no qual persongem anônima fala da vida e de suas angústias, no limiar da loucura e lucidez. O tema central é a idéia de clausura, seja ela psicológica ou real. O espetáculo teve sua estréia em março de 2006.

Ficha Técnica

Texto: Erika Coracini, Stela do Patrocínio

Direção: René Piazentin

Elenco: Erika Coracini

Produção: Vitor Souza

Figurinos: Elisa Rossin, Erika Coracini

Iluminação: René Piazentin

Música: Lincoln Antonio

Elementos de cena:Adílson Antonio

Aquarela/pintura:Elisa Rossin, Oscar Rossin

Desenhos:Rebeca Braia

 

HAMLET – CANASTRA REAL

Montagem divertida e irreverente da obra mais famosa de Willian Shakespeare. Estreou em abril de 2006.

Ficha Técnica

Adaptação: Forte Casa Teatro

Direção: Gabriel Carmona

Elenco: Beatriz Cruz, Erika Coracini, Gabriela Cordaro, José Geraldo Rodrigues, Vitor Morbin

Cenário: Flávio Tolezani

Figurino: Daniel Infantini

Iluminação: Eduardo Albergaria

Técnico de Luz: Thiago Prates

Diretor de Produção: Vitor Souza

Equipe de Produção: Beatriz Cruz, Rebeca Braia

 

A NÃO LIBERDADE DO RABO AO BICO

Espetáculo livremente inspirado na peça “Liberdade, Liberdade” de Flávio Rangel e Millôr Fernandes. Trata dos diversos significados que a palavra liberdade compreende, abordando temas como democracia, capitalismo, mídia, consumo e alienação. Estreou em setembro de 2007.

Ficha Técnica

Texto de criação coletiva

Auto Direção

Elenco: Ana Cristina, Caio Silas, Luiza Freire, Karina Vernizze, Thátila Alves, Thiago Prates

Orientadores: Magê Blanques, Erika Coracini, Rebeca Braia

Figurino: Magê Blanques

Iluminação: Wilson Mandri, Thiago Prates

Técnico de Luz: André Teles

Sonoplatia: Damaris Linhares

Produção:Ana Cristina, Luiza Freire

 

ALEMBRAR

Vila Longe vive às margens de um rio, cuja origem vem das lágrimas de uma moça que muito chorou a morte do namorado. Diz a lenda que no dia em que todos perderem o respeito pelo rio e por seus mistérios, este se voltará contra a cidade. E a profecia começa a se cumprir. Existe a possibilidade de ir embora num barco construído por um menino. Mas para partir é preciso lembrar. Estreou em setembro de 2007.

Ficha Técnica

Texto de criação coletiva, com dramaturgia de Bruna Longo, Edi Longo

Direção: Rebeca Braia

Elenco: Erika Coracini, Magê Blanques, Natália Grisi, Wilson Mandri

Direção Musical: Luciano Carvalho

Figurinos: Maria Yawa

Cenário: Constanza Romano

Iluminação: Wilson Mandri, Thiago Prates

Técnicos de Luz: Thiago Prates, Ana Cristina

Produção: Damaris Linhares

 

ARAPUCAIA

Espetáculo livremente inspirado em “Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny”, de Bertolt Brecht, narra a história de três criminosos, Lucrécia Gavetão e seus dois filhos, Sem Eira e Nem Beira, que, perdidos no meio do nada, fugindo da polícia e sem ter para onde ir, resolvem fundar uma cidade, a cidade dos prazeres: Arapucaia. Montagem especialmente preparada para apresentação de rua. Estreou em maio de 2009.

Ficha Técnica

Direção: Magê Blanques

Direção Musical: Luciano Carvalho

Elenco: Erika Coracini, Rebeca Braia, Wilson Mandri, Lu Maia, Gabriel Vilas Boas, Thiago Henrique, Bruna Amado, André Telles, Drica Mioni

Figurinos: Magê Blanques

Criação e Confecção de Máscaras: Ivanildo Piccoli

 

A HISTÓRIA DO SAMBA PAULISTA

A HISTÓRIA DO SAMBA PAULISTA

Espetáculo musical narrado e cantado por Oswaldinho da Cuíca,com participação especial de Aldo Bueno, Seu Nenê da Vila Matilde e Thobias da Vai-Vai, apresenta a trajetória musical deste gênero no estado de São Paulo, desde suas origens até chegar aos sambas-enredo dos dias de hoje. Estreou no Teatro Denoy de Oliveira em março de 1999.

E espetáculo é parte integrante de resgate e mapeamento do samba de São Paulo, realizado pelo CPC-UMES, que também deu origem a dois média-metragens, “Geraldo Filme” e “Seu Nenê”, à publicação em livro da autobiografia de Alberto Alves da Silva (Seu Nenê da Vila Matilde), realizada em parceria com a Lemos Editorial e ao CD “História do Samba Paulista”, lançado em fevereiro de 1999.

O espetáculo contou com a direção de Luiz Carlos Bahia.

TURANDOT

TURANDOT

Adaptação da última obra de Bertolt Brecht, realizada por Denoy de Oliveira e Sérgio Rubens de Araújo Torres, com música de Marcos Vinícius de Andrade. Também o último trabalho do mestre Denoy, no qual a história do Imperador da China, que convoca os intelectuais para explicar ao povo a razão da crise (produzida por ele próprio ao estocar toda a produção de algodão para forçar a alta do preço do produto), se transforma numa metáfora sobre o Brasil e ganha os contornos de um musical que alterna o tom do épico com o da revista. Essa busca, no sentido de aprofundar e lapidar a linguagem do nosso Teatro Popular, foi ao palco do Teatro Denoy de Oliveira, em maio de 1999, com direção de José Renato, cenografia de Cyro del Nero, direção musical de Dyonísio Moreno, coreografia de Silvia Bittencourt, iluminação de Wagner Freire, assistência de direção de Luiz Carlos Bahia e grande elenco de 16 atores, interpretando 28 personagens. Turandot recebeu o Prêmio Shell de Teatro em 1999, na categoria de Melhor Trilha Musical. No elenco, destacam-se: Vanessa Gerbelli (Tudandot), Sérgio Rufino (Imperador da China), Gustavo Trestini (A Sha Sen), Ângela Valério (Recitante), Elaine Haick (Mãe do Imperador) e Robson Lodo (Primeiro-Ministro).

 

TURANDOT (1999)

No final de 97, iniciamos uma discussão no CPC sobre a retomada do nosso trabalho de montagens teatrais. Havíamos realizado um ensaio, em 95, com “Querem Bater Minha Carteira”, espetáculo musical onde o Denoy pôs em prática algumas das concepções de teatro popular que haviam sido gestadas no interior do “Arena de São Paulo”, e desenvolvidas depois pelo CPC, pelo “Grupo Opinião”, e que produziram excelentes espetáculos como “Se Correr o Bicho Pega, Se Ficar o Bicho Come”, “Gota D’Água” e vários outros. A experiência teve um resultado bem interessante, mas dela concluímos que o próximo passo teria que ser dado com um texto mais denso, atores profissionais e todos os requintes de acabamento que não faziam parte da proposta de “Querem Bater Minha Carteira”.

Decidimos partir de Brecht, porque Brecht é, indiscutivelmente, a base dessa concepção. Passamos uns três meses lendo seus textos para selecionarmos os que fossem mais adequados a uma adaptação que falasse da realidade brasileira – dessa farsa “neoliberal” instalada no país. Nos concentramos em dois textos: “Turandot” e “Santa Joana dos Matadouros”. Acabamos optando por “Turandot”, porque achamos que era um texto mais maleável, com mais possibilidades de ser transformado num musical capaz de alternar o tom épico com o de teatro de revista. Também pesou bastante o fato de Brecht nunca haver considerado “Turandot” como uma obra concluída (razão pela qual nunca a encenou), o que nos deixava mais à vontade para interferir no texto original. Então, como primeira providência, o Denoy procurou um amigo, o Uli, que domina bem o alemão, para que nada do texto original fosse perdido. Fizemos uma releitura bem atenta do “Sobre a Contradição” e “Sobre a Prática”, dois textos (sobre a dialética e a teoria marxista do conhecimento) que Brecht tinha em alta conta, recolhemos diversos pronunciamentos dos nossos ilustres governantes e partimos para a adaptação. No dia 4 de novembro, já durante o processo de testes para seleção do elenco, o Denoy faleceu, o que foi um baque muito grande pata todos nós. Mas não pensamos em suspender o projeto, até porque ele não concordaria com isso. Ele havia colocado em “Turandot” a sua própria alma. Esperava que o espetáculo colocasse no cenário do teatro, com o peso que ela merece, aquela vertente do teatro popular, crítico, engajado, originada no Arena de São Paulo, com “Eles Não Usam Black Tie” que, não por coincidência, havia sido dirigido também pelo Zé Renato. O mínimo que poderíamos fazer era concluir o projeto da melhor maneira possível. Em janeiro, o Zé Renato fixou residência em São Paulo e, junto com ele e o Marcus Vinicius, passamos um pente fino no texto, inclusive para integrá-lo bem com as excelentes músicas que o Marco havia composto, já que a música, no caso desse espetáculo, tem um papel fundamental como elemento dramático. Os ensaios tiveram início no dia 10 de fevereiro, e foram três meses e meio de trabalho árduo e criativo ao longo do qual o texto da adaptação foi ainda recebendo vários ajustes. Estou seguro que o Denoy se orgulharia do resultado. A encenação montada pelo Zé Renato é brilhante. O espetáculo diverte, critica, enche os olhos e acaricia os ouvidos do respeitável público. E dá muito o que pensar…

(SÉRGIO RUBENS DE ARAÚJO TORRES)

 

O QUE É TEATRO POPULAR?

É o que fala uma linguagem muito mais acessível, o que trata os assuntos com mais superficialidade? O que utiliza as técnicas da linguagem teatral de forma mais simples? O que emprega em seus quadros atores formados precariamente no seio da população carente e que, em decorrência, conheceriam o vocábulo apropriado para encontrar o caminho do seu público? Ou, teria a obrigação de apontar, didaticamente os caminhos para a solução de problemas comunitários, ocupando assim o espaço que a educação fundamental teima em não ocupar? Ou seria ainda a possibilidade de explorar textos clássicos no intuito de torná-los conhecidos e discutidos, ou adaptá-los para os problemas do cotidiano, passando para o público uma possível conscientização do momento, da época e das transformações do mundo? Ou, ainda, procurando outra vertente, analisar o gesto, linguagem daquele instante e, através desse gesto pesquisado e dessa linguagem apropriada, conseguir dialogar com o público, ou melhor, arrastá-lo para os locais onde as tais reuniões de discussões (espetáculos) de realizam? Ou, simplesmente, seria aquele teatro preocupado com o bolso dos seus frequentadores e que, paternalmente, tentaria dar o melhor de si, com a condição de ser sustentado apenas por verbas governamentais?

Bom, e por aí vai! Na década de 60 esses pensamentos e dúvidas “faziam a cabeça” de todos nós, militantes do efervescente teatro brasileiro. Existiam expoentes, exemplos, movimentos, que defendiam ora uma postura, ora outra. E, logo em seguida, o país mergulhou numa situação política violenta, desumana, que forçou todos a pensar seus valores e seu futuro. O teatro passou a fazer parte da estante dos supérfluos. Mas nem por isso desanimou ou enfraqueceu-se.

Entre os amigos daquela época, poucos persistiam no debate que nos animava a todos. Um deles, companheiro de muitas horas de debates, de espetáculos, é homenageado neste teatro: Denoy de Oliveira. Não poderia haver lembrança mais justa. Defensor de posições ativas na luta que travamos desde aqueles tempos. Denoy sempre foi dedicado e persistente. Quando ele me convidou para dirigir o espetáculo que estava adaptando, consolidando as atividades de sua grande obsessão, o Centro Popular de Cultura, entrevi a possibilidade de retomarmos aquela discussão que sempre nos interessou. O texto que ele e o Sérgio Rubens preparavam, Turandot, do Brecht, era difícil, prolixo, instigante: uma comédia musical onde a história supostamente passada na China era absolutamente semelhante às complexas artimanhas do jogo político no fantástico país em que vivemos. Um desafio vivo, num momento em que a história da cultura no Brasil jogou para escanteio a possibilidade de fazer teatro engajado, um gênero sempre tolhido, sempre forçado a encontrar o seu caminho através de metáforas adequadas para driblar o preconceito e o descrédito. E havia também, na proposta, a excelente música do Marcus Vinicius. Depois disso, a boa vontade e o humor dos participantes que se engajaram no projeto transformaram os três meses de ensaio em um estimulante dia a dia de perguntas e respostas, de voltas e mais voltas, não apenas em torno do dispositivo cênico bolado pelo Cyro del Nero, mas principalmente, em torno das dúvidas levantadas pelo estilo a ser encontrado na linguagem do nosso espetáculo. A principal mola propulsora dessa busca, apoio fundamental do que acreditamos ser “teatro popular”, foi um primeiro plano de entretenimento vivo e constante. Tentamos aplicar neste trabalho os princípios que Jean Vilar sempre defendeu, “divertir para poder discutir”. Num espetáculo ocorrido, de pouco mais de hora e meia, o que pretendemos não foi contar uma história passada na China, mas levantarmos problemas sociais que nos atormentam diariamente. E, ao fazê-lo, amenizar com um sorriso brincalhão, a mágoa de tantas frustrações. Acredito que o público de estudantes que esperamos nesta casa, a casa do Denoy de Oliveira, entenda o alcance da semente plantada por ele nesse palco. Portanto, nessa procura de expressão melhor para demonstrar a insatisfação dos oprimidos, a indignação contra a injustiça, a raiva contra a corrupção, através de um simples e divertido espetáculo teatral, residiu para nós o desafio de, encenando Turandot, manter vidas as ideia do padrinho desta casa.

E acreditamos, cada vez mais, que Teatro Popular deve ser feito sempre por quem trabalha junto, não apenas durante o espaço de tempo de um espetáculo, mas durante um período que permita cada um ampliar seus horizontes, sua técnica, seus objetivos, reconhecer a importância que a confraternização que um espetáculo proporciona. E, embora a maioria dos participantes desse grupo tenha se encontrado agora pela primeira vez, é essa festa, essa confraternização que nossa irreverente “Turandot” pretende. Salve, Denoy!

(JOSÉ RENATO)

 

VÔ DOIDIM E OS VELHOS BATUTAS

VÔ DOIDIM E OS VELHOS BATUTAS

Peça infantil de Nana de Casto, em cartaz no Teatro Denoy de Oliveira, de março a setembro de 1999. Recebeu nove indicações para o Prêmio Coca-Cola de Teatro e a premiação em três categorias: melhor espetáculo de 1999, melhor cenário (Cyro del Nero) e melhor atriz (Thania Castello). Ficha técnica: elenco (Camila Cassis, César Marchetti, Leandro Resende, Oswaldo Ávila, Rachel Carvalhaes, Thania Castello), direção musical (Dyonisio Moreno), cenografia e adereços (Cyro del Nero), figurinos (Leonardo Diniz), produção executiva (Eloisa Elena), direção (Carlos Gradim).

TEATRO DE RUA

TEATRO DE RUA

AUTO DAS MENSALIDADES

Comédia de 15minutos escrita eco Grupo de Dramaturgia do CPC para apresentação na rua. Estreou em junho de 1995. Narra os conflitos entre os estudantes e o Dr. Tubarão, um proprietário de escolas que só se preocupa com seus lucros. Teve 79 apresentações.

 

AUTO DA TRAIÇÃO

Estreou em março de 1996, com direção de Luis Carlos Bahia e completou 112 apresentações. É uma comédia de 20 minutos, para teatro de rua. Tema: o demônio Dinatus vem à superfície cobrar de um certo política uma dívida de campanha.

 

AUTO DACPI

Escrito pelo repentista Lourinaldo Vitorino, sob a forma de cordel, a pela faz a sátira de um dos incontáveis escândalos financeiros. A duração é de 20 minutos. Estreou em janeiro de 1997, com direção de Denoy de Oliveira e Luiz Carlos Bahia, e teve 55 apresentações.

QUEREM BATER MINHA CARTEIRA

QUEREM BATER MINHA CARTEIRA

A estreia da comédia musical “Querem Bater Minha Carteira” marcou a inauguração do Teatro da UMES (atual Teatro Denoy de Oliveira), em setembro de 1994. Escrita pelo Grupo de Dramaturgia do CPC e tendo um elenco de estudantes, a peça teve a direção de Denoy de Oliveira, cenografia e figurinos de Luis Fernando e direção musical de Luis Carlos Bahia. O tema é a conquista da carteirinha de meio-passe e meia-entrada. “Querem Bater Minha Carteira” totalizou 120 apresentações.

 

CAMINHOS E PROPOSTAS

Nossa tentativa com “Querem Bater Minha Carteira” é realizar um teatro popular. Como tal entendemos um espetáculo feito com os códigos de domínio do grande público e sobre suas questões cotidianas fundamentais. Com o mesmo projeto, o CPC – Centro Popular de Cultura dos anos 60 procurava reeditar o teatro revista, a chanchada, o circo, com um humos espontâneo e debochado, que não fragilizava, ao contrário, potencializava as críticas ferozes contra os poderosos.

Também na “comedia dell’arte” o púbico medieval já conhecia perfeitamente aquelas máscaras e sabia de seus significados. Ele era vingado de sua exploração, quando o velho rico e babão era corneado pelo criado “duro” e a esposa ingênua, casada contra a vontade e por interesse de um pai ganancioso. O futuro sempre levava a melhor contra o já estabelecido. Da mesma forma, nos folguedos populares, mesmo quando o sistema autoritário inocula o conformismo em sua dramaturgia, cabe ao povo os significados de honra e dignidade, e o poder do dinheiro está sujeito a valores que igualem o direito de todos serem felizes.

Fincados no cotidiano dos estudantes, os personagens de “Querem Bater Minha Carteira” assumem declaradamente a metafísica do “clow”, sua síntese de significados críticos e de esperanças. O texto foi elaborado num trabalho coletivo pelo grupo de dramaturgia do CPC. Neste caso a proposta é uma peça aberta, que poderá sofrer transformações no correr de sua montagem. A cada situação nova, um novo pensamento. Os fatos cotidianos e seus desdobramentos terão prioridade na armação desse texto.

O tema escolhido – as carteirinhas meio-passe, meia-entrada- é específico do universo estudantil. Mas ele está ligado aos grandes problemas que afligem nossa atualidade; desde o aumento abusivo das mensalidades à privatização de nossas estatais. Com isso a peça reedita a figura do “Tio Sam”, injustamente esquecido nas críticas contra a dominação, quando a política do “big stick” continua a todo vapor, vide bloqueio de Cuba, a “guerrilha” na Nicarágua, as bombas no Iraque, a invasão do Haiti, tudo, claro, em nome da democracia e autodeterminação dos povos.

Embora algumas identidades, o Projeto CPC-UMES vai desenhando um perfil que o diferencia do CPC-UNE dos anos 60. Sua proposta é de ser um centro de experiências e informações, porque o mais correto é que existem no País vários CPC’s, funcionando em comunidades diversas, criando dramaturgia própria e a partir de seus problemas e necessidades específicos. E um grande passo para a “Produção Regional” que é a base para a democracia brasileira.

Ao mesmo tempo as novas tecnologias democratizam a criação. A técnica do vídeo não tem a complexidade do filme nem seus custos. E isso é básico para uma futura conquista: espaço da “Produção Independente” nos canais de TV.

Todos sabem que as antenas da Embratel foram montadas pela sociedade e usurpadas por meia dúzia de espertos que dominam de forma autoritária a informação e a sensibilidade. Então o Projeto CPC não é só dos estudantes, mas de toda a sociedade brasileira que precisa se libertar da manipulação do saber. É necessário que os artistas e intelectuais acordem da letargia do sucesso fácil, subordinado às regras de “marketing” e aprofundem seus sentimentos com os significados de um mundo mais justo, humano.

 

CPC – pode simbolizar uma revolução cultural que verdadeiramente expresse a esperança e a alegria de viver.

Mas este objetivo será conquistado no aprendizado e adestramento cotidianos, de forma plural como a sociedade, com todas as suas contradições e correntes de pensamento fluindo livremente, sem a imposição do poder e do capital.

(DENOY DE OLIVEIRA) São Paulo – setembro 1994

PROGRAMAÇÃO CPC

OS AZEREDO MAIS OS BENEVIDES

 

 

A peça “Os Azeredo mais os Benevides”, de Oduvaldo Vianna Filho, está em cartaz em sua segunda temporada no Cine-Teatro Denoy de Oliveira com elenco de 20 atores e direção de João das Neves.

 

Ficha Técnica

 

Peça de Oduvaldo Vianna Filho

Direção: João das Neves

Música: Edu Lobo (Chegança); Marcus Vinícius

Elenco: Chico Américo; Danilo Caputo; Emerson Natividade; Erika Coracini; Ernandes Araujo; Graça Berman; Guilherme Vale; João Ribeiro; Junior Fernandes; Leonardo Horta; Léo Nascimento; Marcio Ribeiro; Mariana Blanski; Paula Bellaguarda; Pedro Monticelli; Rafaela Penteado; Rebeca Braia; Ricardo Mancini; Telma Dias; Zeca Mallembah.

Cenografia: João das Neves e Rodrigo Cohen

Figurinos: Rodrigo Cohen

Direção Musical: Léo Nascimento

Assistente de Direção: Alexandre Kavanji

Iluminação: Leandra Demarchi

Preparação Corporal e Orientação de Movimento: Alicio Amaral e Juliana Pardo  

 

Produção: CPC-UMES

Ingressos: R$ 30,00 (meia-entrada R$ 15,00)

Horários: Sextas e Sábados 20h; Domingos 19h

CINE-TEATRO DENOY DE OLIVEIRA

Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Tel: 3289-7475

 

CINEMA NO BIXIGA

 

 

Sessões aos sábados, às 16 horas, no Cine-Teatro Denoy de Oliveira – Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista. Entrada Gratuita!

 

Consulte a programação atual

 

Programação anterior:

Filmes exibidos entre 19/04 e 14/06 de 2014

Filmes exibidos entre 08/02 e 05/04 de 2014

Filmes exibidos entre 09/11 e 01/02 de 2014

Filmes exibidos entre 14/09 e 02/11 de 2013

Filmes exibidos entre 13/07 e 31/08 de 2013

Filmes exibidos entre 11/05 e 06/07 de 2013

Filmes exibidos entre 16/03 e 04/05 de 2013