CINEMA NO BIXIGA
TODOS OS SÁBADOS ÀS 16 HORAS
RUA RUI BARBOSA, 323 – BELA VISTA
ENTRADA GRATUITA
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RUA RUI BARBOSA, 323 – BELA VISTA
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FAZENDO A MÚSICA QUE O BRASIL MERECE
Criada em 1997, a Gravadora CPC-UMES é uma alternativa para todas as correntes da Música Popular Brasileira, notadamente aquelas que por sua qualidade e diferenciação não encontram lugar na mídia convencional. A gravadora valoriza as expressões regionais, a tradição étnica, a história musical do povo brasileiro, a memória sonora do nosso cinema e do nosso teatro, o trabalho dos novos, o resgate dos mestres, a vanguarda, o clássico, o moderno e o eterno. Nosso compromisso maior é com a qualidade e a valorização do principal bem cultural de nosso país: a música. A gravadora tem como diretor artístico o maestro Marcus Vinícius de Andrade.
CPC 005
Tocador de Vida e de Viola
Adauto Santos
Doutor em música e sentimento, dono de uma voz privilegiada e também violeiro de alta qualidade, Adauto Santos apresenta uma coleção de canções emocionantes, que têm a simplicidade como elo de ligação.
Compositor e intérprete, Adauto Santos (1940-1999) é um dos nomes mais importantes da vertente paulista da Música Popular Brasileira, desde os famosos Festivais de Música promovidos pela televisão, nos anos 60. Este álbum foi indicado para o Prêmio Sharp de Música/97, na categoria Música Regional. Vale destacar “Vida Marvada”, “Chuá, Chuá” e “Triste Berrante”.
CPC 006
Pote da Memória
Luiz Carlos Bahia
O poeta e cantador baiano Luiz Carlos Bahia traz neste CD, uma cantata que é um regresso à terra natal, à infância, às emoções deixadas no tempo, através de canções como “Pote da Memória”, “Fazendinha”, “Estrela Mulher”, “Maracatu Boi Brasil”, “Tinha, Cadê?” e “Viajano cum Xangai” (com participação especial deste). Sendo também um dos mais experientes atores do teatro e do cinema brasileiro, Luiz Carlos Bahia deu a este CD uma estrutura dramática, dividindo-o em 5 partes, como uma peça teatral: Prólogo – Lembrança; Ato I – Viagem; Ato II – Amor; Ato III – Luta; Epílogo -Esperança. O disco tem arranjos dos maestros Marcus Vinícius e Dyonísio Moreno.
CPC 007
Canudos
Gereba
Cantor, compositor e violonista dos mais respeitados, ex-integrante do Grupo Bendegó, Gereba traz neste emocionante trabalho sua visão dos episódios que
marcaram a Guerra de Canudos. Tendo nascido em Monte Santo (Bahia), na região
onde se deu aquela epopeia sertaneja, Gereba nos apresenta grandes canções como “Duas Pedras” (em parceria com João Bá), “O Gole”, “Muié Santa de Canudos” (em parceria com Patinhas), “Centenário de Canudos” (com a participação especial do Grupo Olodum), além do cordel “A História Fará Sua Homenagem”, de Ivanildo Vilanova, em que retrata a figura de Antonio Conselheiro.
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A complexa arte dos poetas repentistas
O 1o Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, realizado na capital paulista, pela qualidade artística revelada e o êxito junto ao público, foi, sem dúvida, o acontecimento
cultural do ano 1997.
Além de deixar patente que a complexa e refinada arte dos geniais poetas-cantadores está vivíssima, em incessante processo de desenvolvimento, o Campeonato serviu também
para afirmar outra característica relevante do repente: a versatilidade, que tanto o habilita a emocionar um público de aficcionados apologistas, nas tradicionais e despojadas
cantorias de pé-de-parede, como a empolgar leigos, em espetáculos de produção mais cuidada como os realizados no Teatro da UMES e no Memorial da América Latina.
Sextilha, Martelo Agalopado, Treze por Doze, Galope à Beira-Mar, Gabinete, Mote Decassílabo, Coqueiro da Bahia, Mourão Voltado… há mais de 40 modalidades de cantorias de viola, que se distinguem pela forma peculiar de métrica e de rima, e os quase 100 poetas que se enfrentaram ao longo de 19 etapas deviam estar preparados para improvisar em qualquer uma delas. O tratamento da asma geralmente envolve o uso de corticosteróides inalados para reduzir a inflamação das vias aéreas, albuterol low price para dilatar os brônquios e facilitar a respiração durante as crises, além de controlar o ambiente e evitar fatores desencadeantes como fumaça, alérgenos e poluição do ar. É importante desenvolver um plano de ação com o seu médico que inclua e
Este CD duplo é a conclusão dessa história: as quatro pelejas, gravadas ao vivo, no Memorial da América Latina, nas quais se enfrentaram os finalistas Oliveira de Panelas,
Ismael Pereira, Valdir Teles e Sebastião da Silva – sucessivamente, o primeiro, o segundo, o terceiro e o quarto colocados no Campeonato.
Das normas gramaticais aos grandes acontecimentos políticos e sociais, passando pelo chupa-cabra, musas, vates, viagens espaciais, presente, passado, futuro, está tudo aí.
Não há questão que não seja poetizada, que fuja à argúcia desses geniais improvisadores de versos ágeis, certeiros, ritmados, elegantes e repletos de humor. É ver (ouvir) para crer.
(Sérgio Rubens de Araújo Torres)
CPC 008
O Desafio do Repente
Oliveira de Panelas, Ismael Pereira, Valdir Teles e Sebastião da Silva
Este CD duplo, gravado ao vivo no Memorial da América Latina, em São Paulo, traz, na íntegra, a grande final do 1o Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, promovido pelo CPC-UMES e a UCRAN (União dos Cantadores Repentistas e Apologistas do Nordeste). O CD traz diversos gêneros da cantoria popular nordestina, apresentando exemplos da mais pura arte do improviso, tendo Lourinaldo Vitorino, também cantador e repentista, como apresentador. Tanto Lourinaldo como Oliveira de Panelas, o vencedor do 1º Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas, exibiram-se com grande sucesso em Paris, em março de 1998, no Salão do Livro em homenagem ao Brasil.
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CPC 009
Bambu
Bambu
Como na boa Música Brasileira tudo é sempre surpreendente, este grupo apresenta uma sonoridade absolutamente inédita, sendo composto de: harpa (Cristina Braga), contrabaixo (Ricardo Medeiros), gaita de boca (José Staneck) e voz (Bárbara Lau), auxiliados pela percussão de Russel May. O currículo dos músicos é dos melhores: Cristina é a primeira harpista do Teatro Municipal do Rio (é ela quem está com os Titãs no disco “Acústico”), Ricardo é doutor em Música Contemporânea por uma universidade inglesa, Staneck um conceituado concertista e Bárbara, uma cantora jovem mas com experiência internacional, tendo vivido na Alemanha.
CPC 010
Brasil Acordeon
Cézar do Acordeon
Neste CD temos um verdadeiro passeio por quase todos os gêneros instrumentais brasileiros. Cézar do Acordeon nos mostra choros, frevos, forrós, guarânias, toadas e outros ritmos tradicionais brasileiros, através de uma linguagem musical apurada, que revela todo o seu talento e sua técnica como um dos maiores acordeonistas do país. Acompanhado Cézar neste CD estão os músicos Valério Fernandes (violão de sete cordas e cavaquinho), Jotagê (clarinete e sax), Jaime Marques Saraiva – Pratinha (flauta e bandolim), Jaime Curacá (surdo, pandeiro e efeitos), José Bezerra de Menezes – Zito (zabumba e triângulo).
CPC 011
Tocata Brasileira Para Pinho e Arame
Gisela Nogueira e Gustavo Costa
A viola-de-arame foi um dos primeiros instrumentos de cordas dedilhadas da Música Popular Brasileira. Era com ela que Gregório de Matos – o “Boca do Inferno” – compunha seus famosos lundus e também com ela o poeta Domingos Caldas Barbosa surpreendeu a corte lisboeta cantando as deliciosas modinhas brasileiras, isso nos séculos XVII e XVIII. Gisela Nogueira é a nossa maior especialista na viola-de-arame. Juntou-se a Gustavo Costa, um novo talento do violão nacional, para nos apresentar um repertório de clássicos da música instrumental brasileira, que vai de Ernesto Nazareth, Chiquinha Gonzaga, Garoto, Pixinguinha e Anacleto de Medeiros até Radamés Gnattali.
CPC 012
Mafuá
Banda Mafuá
A força da Música Brasileira sempre foi capaz de resistir a todos os modismos. Assim, apesar dos esforços de certa parte da mídia para nos impingir o lixo musical internacional, estamos vendo a juventude brasileira voltar-se para o forró, para o baião, para o xote, para as cantigas de bumba-meu-boi, fazendo isso com grande alegria e competência. É o caso desta Banda Mafuá, formada por jovens músicos de São Paulo que, unidos a músicos de outras partes do Brasil, lança seu primeiro CD com obras de João do Vale, Tom Zé, Vicente Barreto, além de composições próprias, tudo com muito vigor e competência técnica.
CPC 013
Catarsis
Vocal Catarsis
Integrado por quatro rapazes e quatro moças, todos com formação musical superior, realizada no Instituto de Artes de Havana, o Vocal Catarsis faz um trabalho que conjuga tanto a harmonia tradicional quanto a contemporânea com um amplo emprego de efeitos sonoros, em que se destaca a vocalização em substituição aos instrumentos musicais.
O grupo atua sem acompanhamento instrumental, mas a impressão do ouvinte é que há uma orquestra invisível a acompanhá-los, principalmente nos gêneros cubanos, como o son, a guaracha, o danzón, o guaguancó, o bolero, a salsa, o cha-cha-chá, a rumba e, especialmente, nos cantos de santeria e dos cultos yoruba, congo e arará.
CPC 014
De Sertões e Serestas
Francisco Araújo
País de grandes instrumentistas de violão, o Brasil sempre prepara surpresas nessa área. Francisco Araújo é uma delas. Primo do legendário Canhoto da Paraíba e já conhecido nos meios musicais paulistas, como compositor e acompanhante, Chico realizou este seu primeiro CD, onde apresenta parte do trabalho que já o faz ser considerado como um dos nossos maiores virtuoses violonísticos. Mesclando rigorosa técnica (com muitos acentos espanhóis) e expressividade brasileira, o instrumentista apresenta choros, frevos, valsas e outros ritmos, numa mostra de seu talento de verdadeiro renovador do violão brasileiro, com estilo próprio e inteiramente original.
CPC 015
Caravana Contrária
Mário Chamie
Com este lançamento, a gravadora CPC-UMES deu início à série “Poesia Já!”, cujo objetivo é difundir a melhor produção poética nacional, na voz de seus próprios criadores. Para isso não poderia haver melhor nome que o de Mário Chamie, destacado expoente da nossa poesia contemporânea. “Caravana Contrária” explora os recursos da tecnologia do áudio, para enfatizar, na leitura dos poemas, não só a intencionalidade estética, mas também a documental. Outro aspecto inovador está no tratamento dado pelo compositor Marcus Vinícius que criou intervenções musicais exclusivas para cada poema.
CPC 501
Uma Palavra Viva
Maria Esther Pallares
Um hino em louvor ao Homem e à Natureza, cantados de forma integrada por Maria Esther Pallares, compositora e cantora de fina sensibilidade. Tendo como ponto de partida as árvores, os rios, ventos e florestas, a artista desenvolve sua visão cósmica, um tanto zen, sempre visando a integração plena entre o ser humano e o mundo que o cerca. Este CD, lançado em 1997, com sua música suave e contemplativa, é um convite à tranquilidade e ao otimismo, o que fica expresso na faixa-título, “Uma Palavra Viva”, uma espécie de manifesto em favor de um Homem e uma Natureza mais saudáveis.
CPC 502
Concertoria
Ney Couteiro
Apresentando um dos mais refinados violonistas da nova geração de músicos brasileiros, este CD é também uma viagem pelos ritmos brasileiros, especialmente os do Centro-Oeste, Nordeste e Amazônia.
O CD é definido pelo seu autor como “uma releitura de várias sonoridades regionais”. Ney Couteiro (rondoniense, por muito tempo radicado em Belém do Pará), mostra-se também um compositor inspirado, o que pode comprovar-se através de temas como “Concertoria” (em que erudito e popular realizam uma bem sucedida fusão), “Remanso”, “Batente”, “Nove Luas” e “Um Rio em Mim”.
CPC 503
Nicarágua Canta
Luis Enrique Mejiá Godoy
Este é um CD histórico, que traz o “cantautor” nicaragüense Luis Enrique Mejia
Godoy em melodias que falam de igualdade, fraternidade e liberdade política. Mais que um simples apanhado de belas músicas, entre elas “Kyrie” e “El Inventario”, este CD é um registro de um dos mais férteis períodos da história da América Latina, além de ser um documento precioso sobre os ritmos e os gêneros da pouco conhecida – entre nós –música da Nicarágua. Por tudo isso, o disco reveste-se de uma indiscutível importância, não bastasse apresentar, pela primeira vez no Brasil, a obra de um dos mais importantes autores musicais latino-americanos, reconhecido como tal em todo o mundo.
CPC 504
Música do Cinema Brasileiro 1
Marcus Vinícius
Depois de vários anos afastado do disco, o compositor Marcus Vinícius, cuja obra teve grande destaque nos anos 1970-80, retorna ao mercado fonográfico com este significativo trabalho. Também maestro e arranjador, Marcus é autor de algumas das mais belas trilhas do cinema nacional, com as quais ganhou importantes prêmios em Festivais de Cinema do Brasil e do exterior. Este CD duplo, o primeiro de uma série, traz as trilhas sonoras originais dos filmes “A Próxima Vítima”, a “Hora da Estrela”, “Uma Questão de Terra”, “Pedro Mico” e “O Evangelho Segundo Teotônio”. São melodias inspiradas que adquirem vida própria, independentemente dos filmes para os quais foram concebidas.
CPC 016
A Luz do Vencedor
Luiz Carlos da Vila
Para reverenciar a memória de Candeia, nos vinte anos de sua morte, Luiz Carlos da Vila (1949-2008) e a gravadora CPC-UMES editaram o CD “A Luz do Vencedor”.
Para tanto, foram buscadas obras inéditas do mestre, bem como sambas que realizou com amigos mais próximos, como o próprio Luiz Carlos da Vila (“A Luz do Vencedor”), além de Catoni, Jabolô e Walteni (que comparecem com “Madrugada Linda” e “Lua”). O CD conta com a participação de Mart’Nália, na faixa “Amor não é Brinquedo” (Candeia e Martinho da Vila) e Cláudio Camunguelo, em “Peixeiro Granfino” e “Ouço uma Voz”. A direção musical e os arranjos são de Cláudio Jorge.
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História do Samba Paulista
Quando tivemos a ideia de realizar uma História do Samba Paulista, talvez no fundo estivéssemos pensando em rebater a famosa – mas infeliz – frase em que Vinícius de Moraes classificou São Paulo como o “túmulo do samba”. Mas isso não seria preciso, uma vez que o próprio poeta já havia desdito tudo, quando depois reconheceu a força da música produzida nesta cidade, que ele adorava, por sinal. Só que a ideia desta História persistia, como se alimentada pela fantasia de um carnaval imaginário, em que se misturariam gaetaninhos de Alcântara Machado, serafins pontes grandes e pintos calçudos oswaldianos, malaguetas e perus de João Antônio, panteros pignatarianos, querôs de Plínio Marcos, juós bananeres, arnestos, adonirans, vanzolinis – em suma, os viventes de uma cada vez mais desvairada Paulicéia, comedores de torresmo à milaneza, anônimos passageiros de trens das
onze, cuja carteira foi batida na praça Clóvis. Porque só eles, moradores de periferias sonhadas e/ou reais, poderiam traduzir toda riqueza da cultura popular paulistana e, em especial, a do samba produzido sob a garoa. Embora talvez não tão glamuroso quanto o carioca, o samba paulista tem a sua história. Uma história de luta, sobretudo: ontem, contra a discriminação social e as perseguições da polícia; depois, pela aceitação das escolas nos desfiles oficiais e nos programas de subvenção governamental; mais recentemente, contra a manipulação da mídia, a invasão exibicionista da classe média e a submissão aos interesses comerciais de terceiros. A tudo isso o samba resistiu e resiste, conseguindo sair sempre por cima. É o moribundo mais vivo que existe, pois sempre tem sua morte anunciada, eis que o
samba ressurge, à la Adoniran: “Nóis dizemos que fumos, mas vortemos/ Ói nóis aqui outra vez!”.
Muita coisa poderá ter ficado (e certamente ficou) de fora deste CD.Claro, São Paulo é grande e seu samba,imenso: tanta riqueza não caberia nos doze centímetros de um único
disquinho prateado. Por isso, esta História não vai parar por aqui.
(MARCUS VINÍCIUSDE ANDRADE)
Jongo
O jongo é uma dança afrobrasileira, relacionada ao batuque ou samba, com área de dispersão em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais. É uma dança de roda, que eventualmente comporta a umbigada, exigindo complexas coreografias solistas. O jongo possui seus próprios tambores, como o tambu, o viajante e o candongueiro, entre outros. O canto segue o modelo estrofe-refrão, e muitas vezes o solista improvisa versos cifrados, contendo advinhas que têm de ser “desatadas” (decifradas) pelos presentes.
O jongo, um dos ascendentes diretos do samba, ainda é encontrado em certas regiões de São
Paulo, Minas e Rio de Janeiro (Serrinha).
Samba Rural
O samba-rural paulista, também denominado samba-lenço, samba-de-zabumba, samba-debumbo, samba campineiro, provém dos batuques realizados em áreas como Tietê, Campinas, Piracicaba e Pirapora, nesta última vinculando-se à tradicional romaria
em louvor ao Bom Jesus. Trazido por sucessivas ondas migratórias para a capital paulista, logo o samba-rural exerceria influência sobre o nascente samba urbano. Muitos compositores, entre eles Geraldo Filme, jamais perderam inteiramente seus acentos rurais.
CPC 017
História do Samba Paulista – I
Osvaldinho da Cuíca
“História do Samba Paulista – I” apresenta a trajetória deste gênero musical no estado de São Paulo. Inicia com um vissungo, seguindo-se um partido-alto das últimas décadas do século XIX, passando ainda pelo jongo, pelo lundu, e prossegue registrando a evolução do samba paulista, através da obra dos mais significativos autores ligados às agremiações carnavalescas. Para a gravação foram convidados músicos das diversas escolas de samba de São Paulo, além de quatro cantores-solistas a quem muito deve a história do samba paulista: Osvaldinho da Cuíca, que protagoniza o CD, Germano Mathias, Thobias da Vai-Vai e Aldo Bueno.
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CPC 019
Mulheres no Repente
Minervina Ferreira e Mocinha da Passira
Este CD é o primeiro registro fonográfico de uma “peleja” entre duas mulheres-repentistas. O máximo que já tinha sido permitido às mulheres era participarem,
e quase sempre secundariamente, de discos onde as estrelas eram homens-repentistas. Mocinha da Passira e Minervina Ferreira são as duas maiores repentistas do Brasil e estão, reconhecidamente, entre os melhores repentistas de ambos os sexos. Outro destaque vai para a viola de Chico Galvão que, com toques refinados e puxadas rítmicas criativas, ajuda as duas repentistas a mostrarem o melhor do repente nordestino.
CPC 020
Mulheres em Pixinguinha
Neti Szpielmann, Daniela Spielman, Sheila Zagury
Pixinguinha foi um dos maiores criadores musicais brasileiros, havendo mesmo quem o considere o mais importante nome de nossa música. Passados 26 anos de sua morte, três mulheres (Neti Szpielmann, cantora, Daniela Spielman, flautista e saxofonista e Sheila Zagury, pianista) vêm revelar um olhar feminino sobre sua obra, através do CD “Mulheres em Pixinguinha”. O CD traz pérolas como “Naquele Tempo”, “Cheguei”, “Um a Zero”, “O Gato e o Canário” (todas de Pixinguinha e Benedito Lacerda) e “Rosa” (Pixinguinha e Otávio de Souza) – que registra a última gravação do cantor Adauto Santos, falecido um dia após realizá-la, como Artista Convidado.
CPC 021
As Fugas do Sol
José Nêummane Pinto
Com o CD “As Fugas do Sol”, José Nêumanne Pinto apresenta parte da poesia que produziu ao longo de 30 anos.
O maestro Marcus Vinícius de Andrade foi chamado para a ariscada tarefa de
agregar sons a ideias e palavras.
Longe de ser “fundo musical” ou mera sonoplastia, as intervenções sonoras aqui utilizadas pretendem inserir-se no próprio diálogo poético, interagindo com o discurso verbal, comentando-o por vezes e a ele agregando novas possíveis referências ou significados.
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Refinando a Ginga
Nei Lopes é uma dessas figuras raras na música brasileira. Bom compositor, bom letrista, bom cantor, é também um excelente companheiro: bom de papo, bom de bar e, principalmente, bom de briga – já que é um dos mais firmes combatentes pelas causas do Compositor e do Músico Brasileiro, aí incluídas as questões da organização da classe e da luta pela dignidade dos Direitos de Autor. Acrescento a tudo isso o fato de que Nei é também um importante pesquisador da música afro-brasileira (com preciosos trabalhos publicados) e um militante que honra o Movimento Negro, o que dá a medida de sua importância como artista/cidadão para a cultura de nosso país. Num tempo em que só se fala de samba-reggae, funk-pagode e outras misturas no mínimo desconfiáveis, o selo CPC-UMES orgulha-se de lançar este CD, em que Nei Lopes, a par de nos revelar o melhor de seu lado carioca, nos mostra que somente sincopando o breque poderemos dar um nó na pasteurização sonora que a “burritzia” tenta nos impingir, sempre em nome da modernidade de fachada e da globalização da mediocridade. Ainda bem que existe o Irajá e a Vila Isabel – e, entre eles, a figura digna de Nei Lopes, a quem o povo brasileiro saúda e para quem todos pedimos passagem. Salve, Nei!
(MARCUS VINÍCIUS DE ANDRADE)
O SAMBA SINCOPADO
O samba sincopado é aquele samba, de fraseado acentuadamente gingado e divisões rítmicas ziguezagueantes, tão do gosto do ícone João Gilberto, por exemplo. Muito presente na obra de mestres como Geraldo Pereira (Bolinha de Papel), Jota Cascata (Minha Palhoça),
Noel Rosa (Gago Apaixonado), Jaime Silva (O Pato) etc, suas letras costumam ser verdadeiras crônicas da vida urbana carioca. Pois foi a exacerbação da ginga, no ritmo, e do humor, nas letras, que fez o samba sincopado gerar o samba de breque, gênero que dispensa
explicações – emblemático que se tornou, graças ao imbatível Moreira da Silva e a outros cantores já falecidos, como Jorge Veiga, “o caricaturista do samba”.
(NEI LOPES)
CPC 018
Sincopando o Breque
Nei Lopes
Nei Lopes não é conhecido apenas como excelente autor e intérprete do samba, mas também como pesquisador da cultura afro-brasileira, com vários livros publicados, poeta, professor e dirigente de classe. Nascido no subúrbio carioca do Irajá, mas hoje classificado antropologicamente como um típico “homo vilaisabelensis”, ele propõe, neste CD, a recuperação de um dos mais sofisticados gêneros de nossa canção popular: o samba-sincopado. No repertório, além de obras exclusivas do próprio Nei, destacam-se suas parcerias com João Nogueira, Zé Luiz, Claudio Jorge, Dauro do Salgueiro, Wilson Moreira e Maurício Tapajós.
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CPC 505
Nosso Choro
Nosso Choro
O chorinho, gênero musical genuinamente brasileiro, comparável em técnica e inventividade ao jazz, recebe tratamento de luxo neste CD, com o grupo Nosso Choro. Este grupo é composto por alguns dos mais conceituados instrumentistas brasileiros, que apresentam, com grande virtuosidade, temas clássicos como “Primas e Bordões” e “Feitiço” (Jacó do Bandolim), “Caco de Vidro”, “Pé na Tábua” e “Fogo na Roupa” (Altamiro Carrilho), “Papo de Anjo” (Avena de Castro) e outros, entre os quais canções clássicas da bossa-nova, especialmente arranjadas na linguagem específica dos grandes chorões brasileiros.
CPC 506
O Homem das Galochas
Dyonísio Moreno
A trilha sonora de uma dos mais bem sucedidos espetáculos teatrais infanto-juvenis apresentados em São Paulo, em 1997, com direção de Vladimir Capella, tendo no elenco Caio Blat e Débora Duboc.
A música, de autoria do maestro Dyonísio Moreno, reproduz o clima de magia, encanto e delicadeza que caracteriza o universo literário de Hans Christian Andersen, evocando os mitos infantis, os temores, os sonhos e as grandes emoções da alma humana. Uma música envolvente, sugestiva e profundamente confortadora, como as lendas e contos infantis.
CPC 508
Mumbaba
Jotagê Alves e Magali Géara
Com seu primeiro CD, “Mumbaba”, Jotagê Alves e Magali Géara homenageiam dois mitos da música brasileira: Severino Araújo e Ademilde Fonseca. A homenagem é perfeita, não só devido aos homenageados, mas também aos homenageantes:
Jotagê, talentoso multi-instrumentista da nova geração, propõe a continuidade da melhor tradição dos sopros brasileiros, e seu trabalho faz evocar Pixinguinha, Benedito Lacerda e o próprio Severino Araújo. Já Magali, recupera um estilo de canto (brejeiro e sincopado, além de rapidíssimo) que há muito não se ouvia em nosso país e que teve Ademilde e Carmem Miranda como principais cultoras.
CPC 509
Mestiço
Terra Brasil
O grupo musical Terra Brasil é uma nova opção na Música Instrumental de nosso país. Com seu novo CD, o grupo mistura os sons e estilos tradicionais de nossa música (como o samba e o chorinho) com uma linguagem de vanguarda, ousada e inventiva, mas sempre leve e agradável. Daí, talvez, o título do CD, “Mestiço”. Formado por alguns dos mais importantes músicos da nova geração, o Terra Brasil constrói uma linguagem instrumental própria, profundamente brasileira, mesmo quando incorpora as contribuições do jazz e do pop. Destaque para as faixas “Cantando no Toró” de Chico Buarque, “Batendo à Porta” de João Nogueira e Paulo César Pinheiro e “Trem Bom” de Zeli.
CPC 510
Avatar
Cátia de França
Cátia de França foi uma das integrantes do movimento de compositores nordestinos revelados durante a década de 70, tais como Zé Ramalho, Fagner, Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Xangai e muitos outros. Paraibana, de voz forte e cativante, autora de canções personalíssimas, Cátia esteve algum tempo afastada do disco, ao qual retorna com este CD, “Avatar”. Nele, além de antigos sucessos (“Kukukaya” e “Coito das Araras”), Cátia apresenta novas composições, sempre tendo a paisagem e o homem nordestino por inspiração. O CD conta com as participações especiais de Chico César, Xangai e do Quinteto de Cordas da Paraíba, um dos mais importantes grupos do gênero no país.
CPC 511
Pedra
Sabá Moraes
Com este CD, a cantora Sabá Moraes estréia uma promissora carreira como solista. Paraense, radicada em São Paulo há vários anos, Sabá já era conhecida nos meios musicais da cidade, onde participou de diversos shows, tendo também realizado participações especiais em CDs. Em todos estes trabalhos, Sabá sempre se mostrou uma cantora de grande apuro técnico, sem que jamais se distanciasse do entimento e do envolvimento do canto popular. Neste seu primeiro CD, Sabá apresenta canções de Edil Pacheco, João Bá, Gereba, Lenine e Bráulio Tavares, entre outras, com destaque para “Uirapuru” de Waldemar Henrique, mestre da canção amazônica.
CPC 512
JP Sax
JP Sax
Este quarteto de saxofones, formado por músicos-professores da Universidade da Paraíba, foi considerado por Sivuca como um dos melhores do mundo. Com técnica refinadíssima, arranjos da mais alta elaboração e um repertório de bom-gosto, o quarteto estreia em CD. No repertório, obras de Pixinguinha (“Rosa”), Hermeto Pascoal (“Catenga”), Guinga (“Baião de Lacan”) e outros autores, inclusive os próprios membros do grupo. O JP Sax é formado por sax-soprano, sax-alto, sax-tenor e sax-barítono, contando, em algumas faixas, com percussão adicional. Os arranjos do CD foram realizados por Carlos Malta, Nelson Ayres, Hermeto Pascoal, Maestro Chiquito e Teinha.
CPC 513
Metalugiarte
Metalúrgica Filipéia
A Orquestra Metalúrgica Felipéia produz arte e diversão desde 26 de setembro de
1984, data em que um grupo de alunos do Bacharelado em Música da Universidade
Federal da Paraíba decidiu institucionalizar o prazer de tocar um repertório de música brasileira para contrabalançar a erudição acadêmica, sem, no entanto, desdenhar o aprendizado que aponta para a perfeição da execução. Na liderança a figura ímpar de Francisco Fernandes Filho, trompetista, zabumbeiro, arranjador e maestro que adotou o apelido de infância: Chiquito. A orquestra conquistou fãs e colaboradores do quilate de Carlos Malta, Moacir Santos, Nelson Ayres e Roberto Sion.
CPC 514
Das Coisas
Zenaide Bottini
Dona de uma voz intimista e acolhedora, Zenaide Bottini surge, em seu primeiro CD, “Das Coisas”, interpretando composições próprias, ao lado de outras, de autores especialmente convidados. Suas composições filiam-se à tradição cancionística de cunho intimista e reflexivo – que encontra antecedentes na grande Dolores Duran e em autoras como Fátima Guedes e Suely Costa. Nelas, aflora claramente o sentimento feminino, uma forma mais sutil de ver o mundo e refletir sobre ele. No CD, destacam-se faixas como “Veludo e Açoite”, “Sheherazade”, “Das Coisas”, “Essa Gente” (Zenaide Bottini), além de “A Rede Redeou” (Rosely Baccarin) e “Sazão” (Vieira Pato).
CPC 515
Caipirarte
Celia e Celma
A idéia do CD “Caipirarte” surgiu de um projeto que Celia & Celma realizaram, entre 1997 e 1998, onde todas as semanas recebiam os mais expressivos compositores da música rural brasileira. No CD, Célia & Celma cantam, junto a seus convidados, canções clássicas como “Paineira Velha” (com Zé do Fole), “Puro Brasileiro” (com Cacique e Pajé), “Pé de Ipê” (com Renato Teixeira), “Terra Sempre Terra” (com Nonô e Naná), “Juca” (com Adauto Santos e João Pacífico), “Cortina Dourada” (com Tião do Carro e Pagodinho), “Aquela Flor” (com Paixão e Paxá), “Cãozinho sem Dono” (com Mário Zan) e “Rio de Lágrimas” (com Oswaldinho Viana e Milton Edilberto).
CPC 516
Batucada Brasileira
Charles Negrita, Kiko Perrone e Julio Sanches
O CD “Batucada Brasileira” chega para mostrar o que é que os baianos têm de melhor, é claro. Nele, em meio a sambas-de-roda, afoxés, forrós e maculelês, o que sobressai é a exuberância rítmica, o gingado rebuscado, a marcação forte de timbales e timbaus. Charles Negritta (ex-integrante do grupo Os Novos Baianos) Kiko Perrone e Julio Sanches, baianos de origem e/ou de vontade, mostram como boas canções podem ser simples mas não simplórias, acessíveis sem serem apelativas, belas sem serem pretensiosas – e brasileiras sem serem submissas aos modernosos modismos sonoros dos subúrbios mundiais.
CPC 517
Música do Cinema Brasileiro 2
Luiz Henrique Xavier
Dando continuidade à política de preservação da Memória do Cinema Nacional, a gravadora CPC-UMES produziu o segundo CD da série Música do Cinema Brasileiro desta feita com a trilha sonora do filme “Feliz Ano Velho”, de autoria do paulista Luiz Henrique Xavier. Para compatibilizar-se com a época retratada (os anos 70), Xavier buscou referências no rock progressivo daqueles anos, mesclando instrumentos acústicos e eletrônicos.
A trilha contou com executantes de alto nível, como o violonista Paulo Belinatti, o pianista Jorge Poulsen e o percussionista Caíto Marcondes.
CPC 518
Vox Victimae
Didier Guigue
Música algorítmica é a música realizada com base em conjuntos de instruções
(algoritmos) codificadas, executadas por computadores e/ou instrumentos digitais. Com o advento dos samplers e das possibilidades composicionais trazidas pela digitalização, a música algorítmica passou a ser a opção principal da corrente de “vanguarda”, na qual encontra-se Didier Guigue, Doutor em Música e Músicologia do século XX pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris). Nascido em 1954, na França, Didier é hoje um quase-paraibano, professor do Departamento de Música da UFPB. Em “Vox Victimae”, a música de Didier apresenta-se recheada de referências de brasilidade.
CPC 519
Turista Aprendiz
A Barca
Durante muitos anos os componentes de A Barca debruçaram-se sobre a obra
músicológica de Mário de Andrade. Da mesma forma, detiveram-se sobre os filmes, fotos e gravações da Missão de Pesquisas Folclóricas, que percorreu o Norte-Nordeste do Brasil, entre 1937-38, também sob a supervisão de Mário. Posteriormente, os integrantes d’A Barca refizeram parte dos roteiros de viagem de Mário de Andrade e da Missão de Pesquisas Folclóricas, e dessas andanças surgiu o CD “Turista Aprendiz” – uma verdadeira aula de brasilidade sonora, contendo cantos de chegança, linhas de catimbó, doutrinas de mina, carimbós do Pará, jongos de Guaratinguetá e cocos da tradição popular.
CPC 520
Tô Aí
Eliseu do Rio
Eliseu do Rio é figura mais que respeitada entre os bambas cariocas. Por isso, ele vem com o aval de ninguém menos que o grande Nei Lopes, que, na apresentação do CD “Tô Aí”, destaca o talento, a ginga e, sobretudo, a garra musical de Eliseu do Rio. Ele chega ao disco para valorizar uma tradição esquecida já há algum tempo em nossa música: a dos cantores de samba.
Eliseu retoma a linha que consagrou intérpretes como Mário Reis, Ciro Monteiro, Roberto Silva, Gilberto Alves, Roberto Ribeiro e muitos outros. Como estes, ele dá ao samba uma interpretação personalíssima.
CPC 521
Paraquedista
Quarteto de Trombones da Paraíba
O Quarteto de Trombones da Paraíba, integrado por professores do Departamento de Música da UFPB é um dos grupos musicais brasileiros mais requisitados para festivais e eventos musicais no exterior. É importante salientar que parte do sucesso do grupo se prende à peculiaridade de sua formação, já que quartetos formados exclusivamente por trombones são raros. O Quarteto de Trombones da Paraíba, assim, apresenta um caráter pioneiro dentro de nossa música, também por não restringir-se ao repertório tradicional daquele instrumento, abrindo-se aos gêneros mais diversos, como o frevo, o samba, o maxixe e o chorinho.
CPC 022
O Choro da Madeira
Nonato Luiz
A grande escola do violão brasileiro tem um dívida imensa com o Nordeste. Foi aquela região que vieram os pernambucanos Meira, João Pernambuco, Henrique Eanes e Heraldo do Monte, os paraibanos Chico Soares (Canhoto da Paraíba) e Sevy Falcão, o cearense José Menezes, além de muitos outros, sem falar no baiano João Gilberto, que revolucionou a batida do samba, com o famoso “violão gago” que se tornou a marca registrada da bossa-nova. O cearense Nonato Luiz, no auge de sua criatividade, apresenta “O Choro da Madeira”, no qual demonstra ser dono de um dos toques mais refinados e elegantes do atual violão brasileiro.
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Os Cantos da Zona da Mata
Comadre Florzinha, conforme nos ensina o Mestre Câmara Cascudo, é um ente mitológico, uma fantástica mulher que vive na floresta, pronta a defender animais e plantas contra as investidas dos predadores da natureza. Espécie de Curupira sertaneja, Comadre Florzinha pune os invasores das matas, aplicando surras sem piedade nos caçadores inescrupulosos, assassinos de árvores e sequestradores de passarinhos.
Na floresta da Música Brasileira, sempre ameaçada por predadores de toda ordem (pagodeiros mauricinhos, breganejos vestidos de caubói, mulheres que cantam com o traseiro, sub-roqueiros requentados à jabá etc.) eis que Comadre Florzinha ressurge. Reunindo cinco nordestinas e uma paulista, unidas pelo amor à extraordinária música do Povo Brasileiro, o “Comadre Florzinha” nos surpreende com um repertório de alta qualidade, composto de cocos, toadas e reisados, cavalos-marinhos, baianas e cantos da região da Zona da Mata pernabucano-algoana, cuja musicalidade é tão vibrante quanto pouco conhecida; apresentam também obras de sua autoria e ainda as de criadores como Tom Zé e Chico Science, todas nutridas com a seiva do melhor sentimento popular.
Este trabalho, porém, não teria sido possível se, dentro da CPC-UMES, outras Comadres Florzinhas não existissem: Laurinha, Tati, Julinha, Rebeca, Mônica e muitas outras, são estudantes que não se submetem à predação de nossa cultura e, com sua alegria e juventude, preferem lutar para que cresçam as nossas árvores de sons, nossas florestas de canções.
A estas florzinhas, obrigado!
(MARCUS VINÍCIUS DE ANDRADE)
CPC 023
Comadre Florzinha
Comadre Florzinha
Composto por seis talentosas meninas – Alessandra (mineiro e vocal), Isaar (vocal), Karina (zabumba e vocal), Maria Helena (agogô e vocal), Renata (sanfona e vocal) e Telma (triângulo e vocal) – o Comadre Florzinha valoriza a cultura popular brasileira e encanta o público com um repertório de alta qualidade, composto de cocos, toadas de reisados, cavalos-marinhos, baianás e cantos da região da zona da mata pernambucano-alagoano. As cinco primeiras faixas deste CD, são cantos populares recolhidos pelo Mestre Pitiguari (“Maré”), pela mestra Virgínia Morais (“Araúna”, “Roseira Di”, “Pirulito”) e pela Mestra Hilda (“Ô Papai”).
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CPC 024
Respeita Gonzagão!
Cézar do Acordeon
Neste CD, Cézar do Acordeon homenageia o Rei do Baião. Porém, mais que o Gonzaga-compositor, já conhecido e admirado por todo o Brasil, em “Respeita Gonzagão!”, Cézar reverencia o Gonzaga-músico, o Gonzagão-sanfoneiro, em cujas mãos o acordeon ganhou nova linguagem e novos toques, revelando possibilidades ritmicas e técnicas até então desconhecidas. Conciliando tradição com sofisticação harmônica, Cézar revisita a obra de Gonzaga, em clássicos como “Paraíba”, “Assum Preto”, “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Cintura Fina”, “Vida de Viajante”, “Respeita Januário”.
CPC 025
Carmélia Alves Abraça Jackson do Pandeiro e Gordurinha
Carmélia Alves
Aos 76 anos, Carmélia Alves retorna ao disco, apresentando obras de Jackson do Pandeiro e Gordurinha. Este trabalho traz o melhor desses artistas que retrataram o migrante nordestino no contexto urbano, de forma às vezes nostálgica mas sempre bem-humorada. Nele, Carmélia esbanja toda a categoria que a tornou não apenas a Rainha do Baião, mas também a de todos os ritmos nordestinos. Participam ainda, como convidados especiais, com interpretações memoráveis junto à Carmélia, Elymar Santos (na faixa “Súplica Cearense”, de Gordurinha), Luís Vieira (em “Forró em Caruaru”, de Zé Dantas) e Inezita Barroso (em “Baião”, de Luiz Gonzaga-Humberto Teixeira).
CPC 026
Como Tem Passado!!
Maricenne Costa
Baseado em pesquisa de José Ramos Tinhorão, este CD da cantora Maricenne Costa reinterpreta as primeiras obras gravadas em cada um dos gêneros musicais brasileiros. Temos, assim, desde a primeira obra gravada no país (o lundu “Isto É Bom”, de Xisto Bahia, em 1902), ao primeiro tango brasileiro registrado em disco (“As Laranjas da Sabina”, de Arthur e Aluízio Azevedo, 1902), a primeira modinha, a primeira cançoneta, a primeira marcha, o primeiro maxixe, o primeiro samba, o primeiro samba-canção, a primeira embolada, a primeira toada paulista, além do “Forrobodó” de Chiquinha Gonzaga, um maxixe que foi classificado como tango, no selo da gravação original.
CPC 027
Quem Não Chora Não Ama
Izaías Bueno de Almeida
Izaías Bueno de Almeida, ou simplesmente Izaías, é figura legendária no choro brasileiro, sendo considerado o mais legítimo sucessor do grande Jacob do andolim. Este seu CD, “Quem Não Chora Não Ama”, destaca-se pelo repertório especialíssimo, que reúne, autores clássicos, como Pixinguinha, Jacob, Ernesto Nazareth, a compositores de linguagem mais contemporânea, como Laurindo de Almeida, Johnny Alf, Di Veras, Lúcio França e Israel de Almeida (irmão de Izaías e grande responsável pelos arranjos e direção musical deste disco). Ele também se distingue por congregar a formação tradicional dos conjuntos de choro com as sonoridades orquestrais.
CPC 028
Forró Número Um
Antonio Barros e Cecéu
Vítimas do preconceito que a indústria fonográfica sempre dedicou aos autores da música regional brasileira, Antonio Barros e Cecéu finalmente conseguiram escapar dos discos artesanais e das produções de segunda linha, realizando esse “Forró Número Um” – um CD com tratamento de primeira, que finalmente lhes faz justiça como uma das mais prolíficas e atuantes duplas da Música Brasileira. O disco é uma espécie de antologia, contendo canções famosas da dupla, entre as quais não poderiam faltar “Homem com H”, “Bate Coração”, “Procurando Tu”, “Forró do Xenhenhém”, “Casamento da Maria”, “Por Debaixo dos Panos”.
CPC 029
Sou Mais Brasil
Inezita Barroso
O Produtor Synésio Gimenez Jr. reuniu alguns dos mais expressivos músicos, aqueles que estiveram presentes em vários momentos da trajetória de Inezita: assim, temos Théo de Barros (que divide com ela um emocionante “Cuitelinho”), o violeiro Roberto Correa (em “Viola Enluarada”), Paulinho Nogueira (“Procissão de Sexta-feira Santa”), Natan Marques (“A Saudade Mata a Gente”, “Pingo D’Água” e “Ave Maria”), Robertinho do Acordeon e Roberto Sion (“Ave Maria”), Toninho Ferraguti (“No Bom de Baile”), Caçulinha (“Pingo D’Água), Tião do Carro (“ Meu Casório”), Orquestra Sinfônica do Conservatório de Tatuí (“Lampião de Gás”), além de Cézar do Acordeon e seu Regional.
CPC 030
Xodó do Brasil
Anastácia
Uma das mais prolíficas compositoras do Brasil, Anastácia é dona também de uma obra que impressiona por sua qualidade e coesão. Autora de clássicos como “Eu Só Quero um Xodó”, “Saudade Matadeira” e “Tenho Sede”, entre outros, Anastácia comparece neste CD com o melhor de sua obra. Entre as faixas, além das já mencionadas, destacam-se “Vamos Dançar Xote” e “Pássaro de Aço”, além de dois excelentes poutpourris, um de arrasta-pés e outro de xotes. O CD tem a participação de Dominguinhos, que junta sua voz a de Anastácia em “Tenho Sede”, criando uma memorável interpretação, à altura da bela canção que haviam composto, há mais de 20 anos.
CPC 031
Fazendo a Festa
Trio Sabiá
O Trio Sabiá é dono de longa carreira dentro da música nordestina, inclusive sendo um dos mais requisitados da atual noite paulistana. Do CD constam faixas de autores como Vital Farias (“Ai Que Saudade d’Ocê”), Antonio Barros (“Eu Sou o Estopim”, “Açúcar no Café”, “Vamos Ajuntar os Troços”), Dominguinhos e Anastácia (“Eu Só Quero Um Xodó”) e Izidoro Bispo (“Madalena”). A direção musical é de Cézar do Acordeon, o que deu ao trabalho um brilho extra. Essa qualidade foi ampliada com a presença de Dominguinhos (na faixa “Eu Só Quero Um Xodó”) e da Rainha do Baião, Carmélia Alves, em “Vamos Ajuntar os Troços”.
CPC 522
Cada Lugar Na Sua Coisa
Selmma Carvalho
Selmma Carvalho é cantora e pianista conhecidíssima nas noites de Belo Horizonte. “Cada Lugar na Sua Coisa” (título tirado da canção homônima de Sérgio Sampaio, presente no disco) é o seu segundo CD. Transitando com desenvoltura do samba ao chorinho, da balada ao rock, Selmma Carvalho esbanja segurança e força expressiva. Do CD, constam obras como “Casaco Marrom” (Danilo Caymmi, Renato Correa e Guttemberg Guarabira), “Do Campo” (Chico César), “Evitando a Confusão” (Luciana Pestano), “Se Você Me Ama” (Zeca Baleiro), “Tenha Paciência” (Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito) e “Chorinho Pra Você” (Marcos de Carvalho-Rossana Decelso).
CPC 523
Que Cara Tem?
Nenê Cintra
Nenê Cintra surgiu na esteira do movimento denominado vanguarda paulista, nos anos 80. Profissional atuante há vários anos, nascida em família de muitos músicos e cantores, Nenê chega a este primeiro CD demonstrando rara maturidade e uma personalidade interpretativa efetivamente formada. Do funk “Que Cara Tem” (Luli-Lucina-Klébi) aos sambas “A Volta do Malandro” (Chico Buarque) e “Tipo Zero” (Noel Rosa), passando também por diversos outros gêneros musicais, Nenê Cintra dá resposta à indagação contida no título do próprio CD. Fôssemos definir que cara teria sua música e diríamos que ela corresponde ao grande caldeirão musical paulista.
CPC 524
Leite Preto
Carmem Queiróz
Profissional experiente, há muito forjada nos palcos musicais do Brasil, Carmen Queiróz chega a esse CD com surpreendente maturidade técnica e inegável bom gosto em suas opções sonoras. Daí Beth Carvalho ter dito que ela é “uma deusa negra de voz magnífica e sensibilidade à flor da pele”. Com arranjos e direção musical de Edmilson Capeluppi, Carmen Queiróz faz deste CD uma competente viagem pelo universo do samba, com direito a algumas incursões em gêneros paralelos. Em todo o CD, como é possível deduzir do título, a questão da negritude está presente com toda a densidade poético-política exigida pelo tema.
CPC 525
Forró da Baronesa
Gereba
Com este “Forró da Baronesa”, Gereba empresta seu talento e vigor criativo à boa música do Nordeste, terra de sua origem. Daí resulta um forró mais íntimo, mais vivencial, mais personalístico, inclusive quando Gereba agrega, à sua música, os versos de poetas como Arnaldo Xavier e Tuzé de Abreu. Do CD constam faixas como “Você e Tú”, “Forró Vida Balão”, “Nas Asas o Velho Chico”, “Rancheira” e “Batom”. Entre os convidados especiais estão Bernadete França, Oswaldinho do Acordeon, Grupo Zambê, que muito contribuem para que o CD tenha, além de indiscutível qualidade, os requisitos que o transformem em referência renovadora do gênero forró em nosso país.
CPC 526
Todas as Ondas do Rádio
Coro de Câmara Villa-Lobos
Mostrando o cotidiano de uma pequena estação de rádio, desde a sua entrada no ar até o seu encerramento, o Coro de Câmara Villa-Lobos viaja por programas rurais da madrugada, radionovelas, resenhas esportivas, conselheiros sentimentais, programas policiais, anúncios fúnebres, jingles… Isso, no entanto, é apenas motivo para apresentar seu repertório coral, que vai de Bach a Jackson do Pandeiro, de Chico Buarque ao folclore nordestino, de J. Cascata & Leonel Azevedo ao antológico prefixo do Repórter Esso, composto pelo maestro Carioca. Dirigido pelo Maestro Carlos Anísio, o Coro de Câmara Villa-Lobos realiza seu trabalho com rigorosa precisão e delicioso bom-humor.
CPC 527
A Lua e o Conhaque
Délcio Carvalho
Autor de sucessos, como “Sonho Meu” e “Acreditar” (ambas em parceria com D. Ivone Lara), Délcio Carvalho é um dos mais importantes poetas do samba. Neste CD, ele conta com a colaboração de músicos excepcionais, a começar pelo bandolinista Afonso Machado, arranjador de várias faixas. Ainda entre os arranjadores, estão Sivuca, Hélio Delmiro, Célia Vaz, Cristovão Bastos, Paulão 7 Cordas, Mauro Diniz, Alceu Maia, Marcelo Menezes, Josimar Monteiro, Jorge Simas e Luiz Moura. O CD traz um repertório que inclui sambas inéditos e regravações, e conta com a participação de Zeca Pagodinho, na faixa “Sonho Meu”. Além desta, outras participações: a de Zezé Gonzaga e Áurea Martins.
CPC 528
Ouro e Mel
Glória Gadelha
Apesar de suas raízes nordestinas, Glória Gadelha não se vincula unicamente à vertente do “forró”: ao contrário, ela se projeta além dele, apresentando canções de fina sensibilidade, com grande densidade poética e musical. Em “Ouro e Mel”, além de obras compostas com Sivuca (“Feira de Mangaio”, “Eu Gosto desse Moço” e “Arco-Íris”), parceiro de música e vida, Glória apresenta-se com outros parceiros, entre os quais Morais Moreira e, principalmente, Marilena Soneghet, responsável pelas letras de seis das onze canções que integram o CD. A Direção Musical é de Sivuca, que assina sozinho o arranjo de “Terra Esperança – 500 Anos”, dividindo os demais com o tecladista J. Lourenço.
CPC 529
Orquestra Filarmônica Norte-Nordeste
Orquestra Filarmônica Norte-Nordeste
Aylton Escobar, Ana Lúcia e Rafael Garcia empreendem a difícil missão de manter viva esta grande orquestra, em regiões carentes, como o Norte-Nordeste. Este bem definido projeto tem ênfase no repertório nacional, marcado pela excelência estética e pelo rigor na qualidade sonora.
As obras apresentadas são de José Siqueira (“O Canto do Tabajara”), Cláudio Santoro (“Mini Concerto Grosso”), César Guerra Peixe (“Museu da Inconfidência” e “Metais e Percussão”) e Edino Krieguer (“Sonatina”). Gravado em março de 2000, no Cine Bangüê, João Pessoa (PB).
CPC 032
Riqueza do Brasil
Quinteto em Branco e Preto
O Quinteto em Branco e Preto chega a seu primeiro CD depois de uma carreira de quase quatro anos. Mesclando sua sonoridade jovem às melhores tradições do samba, o Quinteto tornou-se a principal referência paulistana dos sambistas cariocas, como Nei Lopes, Luiz Carlos da Vila, Monarco, Nelson Sargento e muitos outros, que sempre fizeram questão de escolher o Grupo para acompanhá-los em suas apresentações na cidade. Não foi por outra razão que Beth Carvalho, entusiasmada, assumiu o posto de Madrinha do Grupo. Além de Beth, o CD traz as participações de Almir Guineto, Wilson das Neves, Mauro Diniz e da Velha Guarda da Camisa Verde e Branco.
CPC 033
Diga Aonde Vai
Bambu
Juntando instrumentos tão pouco comuns nos conjuntos de música popular
(como harpa e gaita de boca, que ganham performances suingadas e elegantemente brasileiras), o Bambu, ao surgir em 1999, com seu primeiro CD, colocou-se como uma das mais gratas promessas no campo da música nacional. Agora, com “Diga Aonde Vai”, o grupo afirma-se com uma das mais sólidas propostas no campo da MPB. Embora seu trabalho não seja exclusivamente instrumental, o Bambu impressiona pelo tratamento camerístico que dá às canções, nas quais as intervenções dos instrumentos somam-se à voz de Bárbara Lau, ela própria tratada como se fôra mais um instrumento do grupo.
CPC 034
Brasil na Mesma Toada
Celia e Celma
Neste novo disco, Celia e Celma fazem uma espécie de viagem sentimental em torno da toada – mostrando-a como um gênero presente na Música Brasileira de todos os tempos e de todas as regiões de nosso país. Assim, elas registram toadas de diversas épocas e procedências, assinadas tanto por antigos mestres como Ataulfo Alves, Joubert de Carvalho, João de Barro, João Pacífico e Herivelto Martins, como também por contemporâneos como Raul Seixas, Ivan Lins, Dory Caymmi, Paulo César Pinheiro e Caetano Veloso. O trabalho é uma verdadeira antologia da toada brasileira, em todas as suas variantes.
CPC 035
Brasil, Um Século de Saxofone
JP Sax
Juntos, o JPSax, Moacir Santos, Proveta e Edson Rodrigues (outra grande revelação pernambucana do sax brasileiro), com o apoio de arranjadores exponenciais como Duda, Chiquito, Betinho Rodrigues, Marcelo Vilor e Arimatéia Veríssimo, contam a fabulosa história do saxofone em nosso país. Uma história de um século, que começa com Anacleto de Medeiros (1866-1907) e chega (por enquanto) a Vítor Assis Brasil e Carlos Malta. Essa história jamais terminará – pois como a cachaça, o futebol, o samba, a prontidão e outras bossas – o sax é hoje coisa nossa, muito nossa, como diria Noel.
CPC 036
Flor Amorosa
Flor Amorosa
Se mulheres no choro são raras, mulheres cantando choro são raríssimas. E não há como deixar de reconhecer que o choro canção também encontrou lugar em nossa música e em nosso sentimento. Quando este sentimento se vê embalado pelas vozes do grupo Flor Amorosa, não há quem escape: é puro entusiasmo, a emoção beirando a lágrima, produzindo aquele orgulho de sermos brasileiros, conterrâneos de Pixinguinha e Nazareth.
O repertório é clássico e inclui uma homenagem a Chiquinha Gonzaga e a gravação de “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim com rara letra de João Pacífico.
CPC 037
Piano na Garoa
Dudáh Lopes
“Piano Na Garoa” é o primeiro disco-solo de Dudáh Lopes. Nele, a pianista propõe-se a fazer uma antologia do choro produzido no estado de São Paulo, iniciativa tão fascinante quanto rara em nossa discografia. Dudáh impõe um toque distinto às suas teclas, recriando a sonoridade dos grupos de choro, com a mescla maravilhosa em que se fundem as harmonias dos violões, os centros dos cavaquinhos, sobrepostos às baixarias dos 7 cordas e aos cantos e contracantos de bandolins, flautas e outros instrumentos. Com essa proposta, desenvolveu uma linguagem pianística percussiva, agitada e bastante característica.
CPC 038
Brasil Branco Negro
Tom da Terra
Prêmio de Melhor Grupo Vocal de 1992, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte, APCA, o Tom da Terra interpreta, neste CD, canções de Tom Jobim e Gilberto Gil, com uma precisão e rigor técnicos que não se encontram em quaisquer outros grupos brasileiros do gênero. Para que isso ocorresse, a gravação deste CD foi cercada de cuidados especiais: pela primeira vez, em nosso país, um grupo vocal teve cada uma de suas vozes gravadas e tratadas separadamente, em canais distintos. Em algumas faixas, chegou a ter dezesseis canais só de vozes, afora tantas outras pistas utilizadas para o instrumental.
CPC 039
Samba na Medida
Walter Alfaiate
Revelado há bem pouco tempo, mas alinhavado e costurado nas quebradas do mundo do samba desde rapazinho, Alfaiate pertence a uma estirpe de sambistas de verdade, que fazem da “atitude” sambística o seu cartão de visitas. Basicamente um intérprete – e, daí, talvez, sua pouca visibilidade até alguns poucos anos – ele chega bem perto, pelo suíngue e pela picardia, do que são ou foram, por exemplo, Roberto Silva, Ciro Monteiro, Jorge Veiga, Risadinha etc. Mas chega, também, mais ou menos junto, pela sua voz abaritonada, de um Orlando Silva, de um Sílvio Caldas e – por que não? – de um Jamelão.
CPC 040
Chovendo Canivetes
Madeira de Vento
O primeiro CD do quinteto Madeira de Vento, é uma homenagem aos maiores expoentes da clarineta brasileira. O disco reúne obras de músicos fundamentais como Luís Americano, Nabor Pires Camargo, Domingos Pecci, Portinho, Otaviano Fon Fon, Netinho, Severino Araújo, Paulo Moura, Abel Ferreira e K-ximbinho, aos quais se juntam novos e talentosos criadores como Naylor “Proveta” Azevedo, Hudson Nogueira e Fernando de Oliveira, resultando em uma verdadeira antologia daquele instrumento. Com seu repertório fundamentado no Choro, o disco traz as participações especiais de Paulo Sérgio Santos, Proveta e Izaías e seus Chorões em instigantes arranjos.
CPC 041
Baião de Princesas
A Barca
Este CD registra o encontro de duas correntes musicais: de um lado, o grupo paulista A Barca, composto por instrumentistas e cantores ligados à cultura pop contemporânea; de outro, a Casa Fanti-Asahnti de S. Luis do Maranhão, um dos principais centros da religiosidade afro-brasileira e, certamente, o mais significativo santuário da tradição jêje vinda do antigo Daomé, hoje Benin. O Grupo A Barca chega a este segundo CD preservando as principais características de seu trabalho: colocar sua virtuosidade vocal-instrumental, com acentos de música pop, a serviço da pesquisa e da execução de ritmos e gêneros brasileiros.
CPC 042
Jambo
Papete
Em 1987, nós da Discos Marcus Pereira, lançamos o LP “Bandeira de Aço”, no qual apresentava obras de compositores da então nova geração maranhense. Agora, com este “Jambo”, Papete revisita o velho “Bandeira de Aço” e alguns de seus autores, hoje gratificados ao verem o bumba-meu-boi maranhense reconhecido como uma das maiores expressões da cultura popular brasileira, fazendo a glória das festas juninas da ilha de São Luis. Papete, hoje, é um artista de inserção internacional, mas continua bebendo água na fonte do Ribeirão e com os pés fincados na Praça João Lisboa, permanecendo maranhense até à medula, seja em São Paulo ou em Tóquio. (M.V.A.)
CPC 043
Desafios / Challenges
Brazilian Trombone Ensemble
Se um trombonista virtuose já é difícil encontrar por aqui, imagine, então, seis! Para muitos, isso jamais poderia acontecer. Só que aconteceu: Aí estão os geniais Radegundis, Sandoval, Renato, Roberto, Gilvando e Stanley mostrando para o mundo, junto com o percussionista Glauco Andreza, que, se o Brasil possui uma música excepcional, isso se deve ao fato de possuir, também, músicos extremamente competentes e qualificados. Quem quiser comprovar, que ouça este CD. Com um sexteto de trombones assim, temos a prova definitiva de que Deus – que é brasileiro, como se sabe – escreve certo, principalmente nas linhas da clave de fá.
CPC 044
Sentimento Popular
Quinteto em Branco e Preto
Com este segundo CD, “Sentimento Popular” – que tem a participação especial de Beth Carvalho, Nei Lopes e Xangô da Mangueira, o Quinteto em Branco e Preto, assegura lugar definitivo na história atual do samba e mostra porque conseguiu o reconhecimento dos grandes sambistas do país. Bambas como Walter Alfaiate, Nei Lopes, Beth Carvalho, Wilson das Neves, Monarco, Xangô da Mangueira, Luiz Carlos da Vila, Almir Guineto e muitos outros, fazem questão de ter o Quinteto em Branco e Preto em seus shows. Com este CD o Quinteto recebeu indicação para o Prêmio Tim 2004 na categoria Melhor Grupo de Samba.
CPC 045
Deitando e Rolando
Francisco Araújo
Neste segundo CD, realizado com obras de Dilermando Reis e composições próprias, Francisco Araújo continua dono de uma expressão violonística própria, fazendo seus choros, frevos e salsas se aparentarem às tintas rubras do flamenco. Esta é uma das características que traz desde os tempos do Clube do Choro de São Paulo e de sua passagem pelo Curso de Violão de Andrés Segóvia, na mágica cidade de Santiago de Compostela. A harmonia de sons que o violonista Francisco Araújo obtém com sua técnica única, o coloca entre os grandes virtuosos contemporâneos da Música Popular Brasileira.
CPC 530
Claramente
Jorge Mello
“Claramente” é o mais recente trabalho de Jorge Mello, artista que é dono de uma já invejável discografia de mais de dez títulos, realizados ao longo de uma carreira de quase trinta anos. Embora nascido em Piripiri, no interior do Piauí, Jorge Mello tornou-se conhecido como um dos integrantes do chamado “Pessoal do Ceará”, grupo que surgiu na MPB durante os anos 1970 e do qual também participavam nomes como Belchior, Fagner, Ednardo, Cirino e muitos outros.
Embora possua formação musical acadêmica, Jorge Mello jamais abandonou suas raízes populares. Sua arte, assim, faz uma síntese desses dois universos.
CPC 531
Eternamente Choro
Choro de Varanda
Formado por Fernando do Bandolim, Clóvis (violão de 7 cordas), Marco Bailão (violão de 6 cordas), Miltinho (cavaquinho), Clodoaldo (percussão) e contando com convidados do quilate de Jorge Cardoso, Marco Bertaglia e Luizinho 7 Cordas, o “Choro de Varanda” apresenta uma antologia do choro brasileiro, enveredando também por gêneros afins, tais como polcas, valsas, schottishes e baiões. Trazendo em seu repertório obras de importância histórica, como “Batuque” de Henrique Alves de Mesquita (composta em 1854), “Poesia e Amor” (Mário Álvares da Conceição), “Mimosa Flor” (Candinho do Trombone) e “Conceição” (Joaquim Antonio da Silva Calado).
CPC 532
Na Chama do Choro
Arnaldinho e Família Contemporânea
Arnaldinho Silva é figura de proa na nova geração de chorões paulistanos. Multiinstrumentista de talento, é no cavaquinho, porém, que ele demonstra ser um mestre indiscutível. No CD “Na Chama do Choro”, Arnaldinho e o grupo Família Contemporânea mostram não apenas que o choro continua vivo (e muito vivo!), mas que também tem, na cidade de São Paulo, um de seus mais expressivos redutos. Com jeito de menino grande, Arnaldinho se juntou a outros “meninos” de grande talento, como Izaías e Israel Bueno de Almeida, João Macambira, Luizinho 7 Cordas, Marco Bailão, Paulo Fasanaro, Helinho, André Araújo, Odair Felício, José Pires, Assis de Lima e Guta, entre outros.
CPC 533
Arco e Tecla
Ricardo Amado e Flávio Augusto
O belo encontro entre arco e tecla, violino e piano, finalmente acha espaço dentro da música popular. Ricardo Amado e Flávio Augusto, ambos músicos excepcionais já consagrados, quebram preconceitos estéticos e dão nova vida a músicas de Tom Jobim, Milton Nascimento, Vinícius de Moraes, Dory Caymmi, Caetano Veloso e outros. Pela grande facilidade de se expressar através de piano e violino, a dupla consegue evidenciar toda a beleza da sonoridade dos dois instrumentos, com muito virtuosismo e carga emotiva, da fuga inquieta das cordas à força das teclas. Os arranjos são assinados por Vittor Santos e Edmundo Villane Côrtes.
CPC 534
Concerto Brasileiro
Radegundes Feitosa & Camerata Brasílica
Premiado em vários concursos nacionais e internacionais, Radegundis Feitosa mostra como a melhor técnica instrumental pode estar a serviço da expressão musical popular. Demonstra, além disso, como os procedimentos da música popular, quando tratados com técnica rigorosa e perfeccionista, podem ampliar, em muito, as possibilidades previstas na própria literatura trombonística. É surpreendente ouvir Radegundis tocar obras como “Brasileirinho” (Valdir Azevedo) e “Espinha de Bacalhau” (Severino Araújo), executando semicolcheias e fusas rapidíssimas, como se tivesse nas mãos uma flauta ou um clarinete e não um trombone de vara.
CPC 536
Boqueirão
Mochel
Entre muitos compositores revelados ao país, na esteira renovadora dos anos de 1970, o maranhense Mochel é figura de destaque.
Já naquela época, a música de Mochel chamava atenção por sua singularidade. Mochel ganhou o Prêmio Sharp de Revelação, no ano de 2003, com o CD
“Boqueirão”, produzido individualmente com muita garra e talento.
É este CD que se agrega ao catálogo da gravadora CPC-UMES, quando Giordano Mochel já não é mais uma revelação – mas sim uma concreta afirmação na Música Popular Brasileira.
CPC 537
Chorando no Rio
Festival do Choro do MIS
Este DC duplo, produzido em parceria com a Fundação MIS do Rio de Janeiro, é o resultado do Festival Chorando No Rio, realizado em setembro e outubro de 2001. Com choros, valsas e maxixes ousados e originais, muitos deles com linguagem beirando o experimentalismo contemporâneo, mas sempre nutridos com a seiva de uma brasilidade tão permanente quanto renovadora, o CD reúne 36 composições apresentadas no Festival, que teve como vencedora “Balançadinho” (Jorge Cardoso), seguida de “Zé Galinha”(Cláudio Camunguelo) e com “Fabiano e Sua Turma”(Mário Séve) em terceiro.
CPC 538
Sonoridade
Mário Eugênio
Na grande escola do violão brasileiro Mário Eugênio freqüenta a classe dos que cultivam a sobriedade, sempre buscando um toque suave e exato. Discípulo de uma tradição em que pontificam João Pernambuco, Dilermando Reis, Laurindo de Almeida e o grande Paulinho Nogueira, Mário Eugênio dá curso à sua exitosa carreira, sempre buscando uma expressão sonora mais elegante e suave. “Neste CD”, diz ele, “escolhi compositores que com sua música representam o sentimento do povo brasileiro, já que dispomos da melhor música do mundo, no aspecto do sentimento, que é algo que se sobrepõe a técnica, escalas, velocidade, etc”.
CPC 046
No Mesmo Pique
Marcos Gomes
Neste CD de estréia, Marcos Gomes, jovem, mas já bastante conhecido nas rodas violonísticas de São Paulo, destaca-se por seu toque sutil e refinado e por seu repertório diferenciado, em tudo distante dos “chavões” da literatura para violão.
O repertório traz composições de Francisco Araújo (“Forro Antigo”, “Autos e Baixos”, “Eletrizante”, “Rio dos Meus Sonhos”, “Dança Paraguaia”, Impressões Nipônicas”, “Moleque Travesso”, “Balada Romântica”, “Patapiana – Valsa Virtuosa No6”, “Lições do Passado”), do paraguaio Agustin Barrios (“Contemplação”, “Último Canto”) e do próprio Marcos Gomes (“No mesmo Pique”, “Eterna Paz”).
CPC 047
Ser Tão Paulista
Vésper Vocal
Quando São Paulo comemora 450 anos, desfiam neste CD do Vésper Vocal, dirigido por Magro Waghabi, do consagrado MPB-4, e com a participação especial de Chico Buarque (faixa 3, “Praça Clóvis”), as imagens-sons criadas por velhos mestres como Paulo Vanzolini, Adoniran Barbosa, Zequinha de Abreu, Geraldo Filme e João Pacífico, junto às de novos autores – Passoca (“Sonora Garoa”), Itamar Asssupção (“Aprendiz de Feitiçeiro”) e outros – que produziram o melhor retrato desta cidade. O Vocal Vésper é composto por Ilka Cintra, Nenê Cintra, Mazé Cintra, Jussara Marçal, e Mônica Thiele.
CPC 048
A Chave de Ouro do Reino do Vai-Não-Volta
Gesta
Os jovens músicos cariocas do Gesta realizam, neste CD apresentado por Ariano Suassuna, aquilo que temos de melhor: o poder de recriar permanentemente a tradição. Herdeiros do lendário Movimento Armorial, interpretam obras de Guerra Peixe e Antonio Madureira, entre outros ícones da Música Popular Brasileira. O Gesta é composto por Daniel Bitter (rabeca e viola de gamba), Edmundo Pereira (viola caipira), Fábio Campos (violão), João Bina (percussão), Pedro Pamplona (flauta e pífano). Participações especiais: Ariano Suassuna, Cordão do Boitatá, Cortejo Brincante Abayomi.
CPC 049
Brasileirando
Estação Caixa Prego
O Brasil, regional e universal, marca a presença na música desse grupo, num CD que nasce sob as bençãos de Zé Limeira, o surrealista das caatingas, mas também sob o empurrãozinho inspirador de Bule-Bule e outros criadores que refazem o percurso de Gordurinha, Jackson do Pandeiro, Ari Lobo e tantos outros visitantes de caixa-prego. Somente nesta estação poderiam conviver um baiano (Luiz Carlos
Bahia), uma descendente de japoneses (Carla Masumoto) e alguns paulistas de todas as partes do país (Júlio Vicente, Zé Reis, Xanti Lee e Caio Ignácio), todos empenhados em fazer a notável mistura com a qual se conjuga o verbo “brasileirar”.
CPC 050
Maneira de Ser
Bando de Macambira
Conheço o Bando de Macambira há uns bons trinta anos, desde o tempo da Discos Marcus Pereira velha de guerra… Já naquela época animava-me a ideia de gravar um disco com o grupo, mas uma coisa ou outra sempre surgia pra atrapalhar o projeto. Hoje, finalmente pago a dívida que tinha para comigo mesmo e para com o Bando. Infelizmente, seu Chico, o patriarca dessa família musical sertaneja, já não está entre nós pra ver que eu não fugi da raia e cumpri a promessa. Com atraso, mas cumpri. E se os Macambiras sentiram-se felizes em poder registrar as canções de seu Chico, eu fiquei muito mais feliz com a felicidade deles. (M.V.A.)
CPC 051
Vinícius, Sem Mais Saudade
Céline Imbert e Marcelo Ghelfi
Aclamada como uma das nossas principais intérpretes líricas, Céline Imbert tem nos presenteado com espetáculos de alto nível artístico, ano após ano. Com Marcelo Ghalfi, pianista da Orquestra Jazz Sinfônica, retoma o início de sua carreira, em que se dedicava à música popular e recria a obra de um dos nossos maiores poetas contemporâneos, Vinícius de Moraes. Sem sombra de dúvida, uma das mais sensíveis interpretações que sua poesia já recebeu.
Como nas composições de Vinícius, Céline coloca sua experiência e domínio técnico a serviço da simplicidade. Da essência.
CPC 052
Divino Samba Meu
Dona Inah
Aos 69 anos, Dona Inah estréia no disco na condição de uma das legendas da Música Brasileira. Com uma história fascinante, que só encontra paralelo na vida de algumas celebradas cantoras de jazz, ou mesmo na trajetória da grande diva popular que foi Clementina de Jesus, Dona Inah é uma das provas mais evidentes de que, no difícil embate entre a Vida e a Arte, é sempre esta que sai ganhando. Da sua Araras natal até o palco do Municipal, Dona Inah participou de alguns dos momentos mais belos da história musical do rádio. Agora, chega finalmente ao disco. Com “Divino Samba Meu”, Dona Inah recebeu indicação nas categorias Melhor Cantora e Revelação no Prêmio Tim 2005.
CPC 053
1o Festiva l Latinautor de La Canción
Vários
Em setembro de 2003, em Punta del Este, Uruguai, compositores, intérpretes e músicos reuniram-se para realizar um festival de música diferente, organizado pelos próprios criadores musicais. O repertório terminou por ser um amplo painel da atual diversidade musical, demonstrando que independentemente de fórmulas a canção íbero-americana se recontrói a cada instante como o desenho das nuvens do céu. O Brasil foi representado pela canção “Coração de Mulher” (faixa 4 do CD), de Sérgio Santos e Paulo César Pinheiro, interpretada pelo primeiro.
CPC 054
Dente de Ouro
Josias Sobrinho
Entre as múltiplas virtudes de Josias, algumas apontadas no texto que Papete assina no encarte, sempre me surpreendeu a maneira elegante como aquele compositor se coloca frente a música de sua terra. Ao contrário dos autores regionais que se ocupam apenas em “vender folclore” e tipicidades locais, Josias não pretende mostrar-se como curiosidade geográfica: mais que parecer maranhense, ele busca apenas ser maranhense, com naturalidade e sem qualquer afetação. Josias, assim como Papete, Zeca Baleiro, Lenita Pinheiro e César Nascimento (convidados de honra neste CD) são o próprio Maranhão, sem que precisem fazer força para isso. (M.V.A.)
CPC 539
Um Pouquinho de Brasil
Brazilian Trombone Ensemble
Este CD apresenta-se como uma verdadeira celebração do trombone popular no Brasil, como uma espécie de homenagem a nomes como Raul de Barros, Raul de Sousa, Maestro Nelsinho, Zé da Velha, Bocatto e tantos outros gênios do instrumento no país – aí incluídos os trombonistas das bandas militares, dos grupos de gafieira, das orquestras de frevo – e, ainda, a todos os que fazem a nossa grande música. Esta homenagem estende-se também à América Latina, representada na figura do Pérez Prado, que amoleceu a cintura do mundo com seus mambos e metais endiabrados.
CPC 540
Caminhando
Cláudia Savaget
Cláudia Savaget é uma dessas cantoras raras, que conquista o aplauso de todas as classes de público. Com isso, ela não só se consagrou como uma das mais requintadas intérpretes do samba (a ponto do grande Cartola considerála como sua melhor intérprete), como também tornou-se respeitadíssima entre compositores e músicos, por seu rigor técnico e seu apurado bom gosto. Neste CD, apropriadamente chamado “Caminhando”, Cláudia Savaget transita da informalidade à plena sofisticação: interpretando obras de Noel Rosa, Custódio Mesquita, Chico Buarque, Guinga, Nelson Cavaquinho e até uma canção inédita de Cartola.
CPC 541
Tinto e Tropical
Glória Gadelha
Com esse “Tinto e Tropical”, Glória Gadelha envereda por uma recherche própria, debruçando-se sobre inquietudes universais com uma sensibilidade marcadamente brasileira (melhor ainda: nordestina) e uma linguagem cancionística bastante pessoal. Menina de engenho e arte, ela nos propõe uma delicadeza musical em que se vislumbram tamarindos florindo numa Combray que começa em Souza. Esta ode ao amor e à vida não seria possível sem a participação dos notáveis músicos do Quinteto Uirapuru, do grupo Nossa Voz e de muitos outros que, junto com o grande mestre Sivuca, ajudaram Glória Gadelha a seduzir a todos com a despudorada beleza de suas canções.
CPC 542
Gaiato
Perez Dworecki
O mais importante violista do Brasil, Perez Dworecki registrou parte significativa do que de melhor existe na literatura para viola. Bastariam tais discos para consagrar o Prof. Perez na música instrumental, na condição de chefe supremo, grande benemérito, cacique, babalaô, venerável mestre ou qualquer outro título compatível com a sua magnitude. Eis que o Prof. Perez reaparece neste CD, com capa de Paulo Caruso, e, abdicando de todos os títulos e honrarias que lhe cabem, simplesmente se apresenta como um… gaiato.
Indicado ao Prêmio Tim 2005 na categoria Especial/Erudito.
CPC 543
Tangos
Trio Images
O Trio Images foi fundado em 1999 por três dos mais importantes músicos brasileiros, Cecília Guida (violino), Henrique Müler (viola), Achille Picchi (piano). No álbum, “Tangos”, gravado ao vivo, o trio mescla o sentimento da criatividade popular com o rigor técnico da música de concerto, levando às últimas consequências a interpretação desse gênero musical profundo, cortante, maravilhoso por seu mistério sonoro, engrandecido pelas obras de Matos Rodrigues, Ricardo Guida e, especialmente, Astor Piazzola. O trio recebeu o Grande Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte de São Paulo) 2008.
CPC 544
A Saga de Juca Tito
Quinteto Violado
A “Saga de Juca Tito”, gestada pelo Quinteto Violado em parceria com Thomaz Pedroso, poeta e publicitário, poderia ser definida como uma cantata popular nordestina. “Gestada” é termo duplamente adequado, não apenas por apontar os criadores da aventura aqui narrada, como também por remeter a gesta, palavra que na lírica ibérica medieval tinha o significado de epopéia, evento heróico, saga. Tendo sido uma das bases da poesia clássica do Século de Ouro luso-espanhol, essa lírica sacramentou o uso do verso heptassílabo, da décima, do esquema mote-e-glosa e de tantos outros elementos formais que iriam impregnar as poéticas populares do Novo Mundo.
CPC 545
Coisas Que Lembram Você
Sonya
Aloysio de Oliveira, integrante do histórico Bando da Lua, foi para os Estados Unidos com Carmen Miranda e ali fez sucesso com ela, como compositor, músico e participante de filmes em Holywood. A comovida homenagem que Sonya (vocalista do Quarteto em Cy) presta, neste CD, ao compositor, que assina as músicas, é oportuna e mais que merecida. Além de ser a excepcional cantora que é, Soninha a fez da melhor forma possível: ao lado de alguns dos melhores músicos do Brasil, como Gilson Peranzetta, Roberto Menescal, Luiz Alves, Mauro Senise, Celinha Vaz, Paulo Russo, João Cortez, Ricardo Pontes, Adriano Giffoni, Chiquinho Netto e Jimmy Santa Cruz.
CPC 546
Maurício Tapajós – Sobras Repletas
Alaíde Costa, Clara Nunes, Chico Buarque, Dori Caimmy, Fabiana Cozza, Guinga, Joyce, Mônica Salmaso, MPB-4, Zé Luiz Mazziotti, Zé Renato, Zélia Duncan, Zezé Conzaga
Maurício Tapajós foi um dos mais ativos compositores brasileiros entre os anos 1970-90. Nascido numa família de músicos, foi parceiro de Aldir Blanc, Hermínio Bello de Carvalho, João Nogueira, Paulo César Pinheiro e muitos outros grandes nomes do samba brasileiro. Maurício foi também, até sua morte (1995) um dos grandes batalhadores pelos direitos dos criadores da Música Brasileira, o que lhe valeu o respeito e a admiração de sua categoria. Neste CD, “Sobras Repletas”, os amigos, convocados por Hemínio Bello de Carvalho abriram seu baú de inéditas para homenageá-lo.
CPC 547
No Tabuleiro Do Mundo
Zabumba Bacamarte
Em meados de 1998, surge aos pés da estátua de Luiz Gonzaga a banda Zabumba Bacamarte de Caruaru, inspirada no tiro de bacamarte, na cultura popular das bandinhas de pífanos, trios pé-de-serra, violeiros e emboladores. Partindo da tradição dos “bacamarteiros” (homens que bailam com armas ao som das “zabumbas”), o grupo usa guitarras e instrumentos modernos para criar uma música vibrante, envolvente e com letras bem-humoradas, na qual os ritmos e a linguagem popular nordestina surgem de forma renovada e inventiva, apontando novos rumos para a música regional brasileira, numa prova de que o Nordeste continua sendo nosso grande manacial sonoro.
CPC 548
Boa Tarde, Povo
Kangoma
Em muitas partes do mundo as músicas tradicionais vêm sendo revigoradas pelo encontro com a contemporaneidade. Espontaneamente, os músicos do séc. XXI buscam o conhecimento do passado e a prospecção do futuro – e com isso descobrem a fórmula do eterno, não estando “nem aí” prá tal world music. Esse é o caso do grupo Kangoma, cujo trabalho ancora-se nos tambores que bateram (e batem) para os ancestrais, revelando uma linguagem musical de visceral brasilidade que, mesmo quando busca ser internacionalizante, jamais é submissa ao modismo dos gringos. Kangoma nos dá uma lição de Brasil. E isso basta!
CPC 055
O Choro e Sua História
Izaías e Israel Entre Amigos
A coleção “O Choro e Sua História” é uma ampla retrospectiva do choro brasileiro (de 1870 aos dias atuais), narrada de forma vibrante e sem qualquer cunho museológico. Os três CDs que compõem a série são tratados como memória viva, sendo protagonizados por Izaías e Israel Bueno de Almeida. Aos dois irmãos se associaram alguns dos mais importantes músicos do país para o registro dessa saga chorona, que abrange de Henrique A. de Mesquita a Tom Jobim, de Joaquim A. Callado a Radamés Gnattali, de Patápio Silva a Johnny Alf, de Pixinguinha a Paulinho da Viola, gênios e mestres do passado, do presente e de todas as épocas.
CPC 056
Tributo a Mauro Duarte
Walter Alfaiate
Além de ser compositor e cantor de altíssimo nível, Walter Alfaiate se destaca como um dos grandes responsáveis pelo resgate da cultura popular carioca. Em seus CDs, Walter apresenta preciosidades musicais que ele pacientemente garimpou. O CD que agora está lançado repete essa trajetória e constitui uma homenagem a outro grande sambista carioca, Mauro Duarte, o Mauro Bolacha, autor de pérolas da Música Brasileira e também um habitante de Botafogo, que infelizmente já não se encontra entre nós. Neste CD, Walter rememora sua parceria com este irmão de samba e de bairro, mostrando também as obras criadas pelo ‘Bolacha’ junto a outros bambas.
CPC 057
Na Trilha do Novo Mundo
Carmina
Nos oito séculos anteriores ao Descobrimento das Américas, a Península Ibérica viveu uma fase de esplendor cultural e grande tolerância religiosa: hispanos, árabes, judeus, orientais e africanos ali conviviam. Foi a música gestada nesse caldeirão que desembarcou no Novo Mundo. Este CD do Grupo Carmina deve ser saudado não só por sua grande qualidade musical, mas também por nos dar a oportunidade de conhecer parte da proto-história da música do Brasil. Dividido em jornadas, como um auto medieval, tem momentos surpreendentes, capazes de revelarem como uma das Cantigas de Santa Maria (séc. XIII) sobrevive até hoje num canto de reisado brasileiro.
CPC 058
Direito de Sambar
Adriana Moreira
Batatinha é uma figura ímpar na Música Brasileira, não bastasse ser o mais expressivo nome do samba baiano. Sua música, tendo nascido da Bahia e adquirido carta de cidadania no Rio de Janeiro, retornou à sua terra de origem para adquirir um novo tipo de sentimento e forma. Não por acaso, o samba de Batatinha, tem um possível paralelo na obra de bambas como Cartola, Nelson Cavaquinho, Guilherme de Brito e outros mestres do morro e do asfalto. Ninguém melhor que Adriana Moreira poderia condensar a grande música de Batatinha numa antologia definitiva, como esta que a gravadora CPC-UMES orgulha-se de lançar.
CPC 059
Era Uma Vez…
Papete e Luis Lopes
Formando uma dupla inteiramente inédita – percussão e teclado – Papete e Luis Lopes perecem começar uma nova história na música instrumental do Brasil: uma história em que ritmos, os toques e os sotaques da percussão brasileira se fundem com a sofisticação pianística regada também com os timbres eletrônicos da modernidade. Fazendo um disco inteiramente sintonizado com a linguagem sonora dos tempos atuais, Papete e Luis Lopes deixam uma grande lição: a de que é perfeitamente possível ser moderno à brasileira, sem apelar pros cacoetes estrangeiros, tão comuns em grande parte de nossa música instrumental.
CPC 060
Capim
Neymar Dias
Músico jovem, revelação do prêmio Syngenta, Neymar Dias, tem um talento superior que já lhe dá pinta de velho mestre. E é assim que ele se coloca: como um mestre de hoje, violeiro de todos os Brasis – principalmente da terra fértil em que brota o capim mágico da grande música popular que temos. E da qual ele é uma das melhores provas. Neste CD, “Capim”, Neymar interpreta obras de sua autoria, além de “Pagode em tempo de Avaço” (Tião Carreiro e Lourival dos Santos) e “Vera Cruz” (Milton Nascimento e Márcio Borges), fazendo, assim, o seu ingresso formal na história da melhor música instrumental brasileira.
CPC 061
Teco-Treco
Luiz Ribeiro, Tatiana Parra e Gisella
As crianças do Brasil são as grandes vítimas da indigência sonora que habita os grandes meios de comunicação. Ofendidas em sua dignidade pelos aproveitadores que confundem música infantil com idiotice, elas agora podem contar com o bom gosto deste “Teco-Treco”, um CD divertido, inteligente e recomendado pelos pedagogos por sua inventividade. Dirigido pelo músico e compositor Luiz Ribeiro, este CD traz também as vozes de Tatiana Parra e Gisella, duas excelentes cantoras que de certo farão vibrar as crianças com as brincadeirinhas musicais propostas no disco. É ouvir e cantar junto!!!
CPC 062
Só Na Canção
Ana de Hollanda
Ana de Hollanda é uma cantora que pensa, que sabe o que canta e como canta, conseguindo nos emocionar pela objetividade do que tem a dizer. Em Ana de Hollanda, jamais o canto cede ao supérfluo, ao desnecessário, ocupado que está em ser sincero e despojado de tudo, menos da beleza. É um canto que não quer enganar ninguém, sendo tão verdadeiro e espontâneo quanto a artista que o possui. Agora, talvez para buscar ainda maior sintonia entre o que canta e o que pensa, Ana de Hollanda nos traz este CD “Só na Canção” todinho de composições próprias e parcerias com Nivaldo Ornelas, Novelli, Helvius Vilela, Alexandre de La Peña, Lucina, Jards Macalé e Claudio Guimarães.
CPC 063
Assanhado
Madeira de Vento
A história do clarinete na Música Brasileira é bastante rica, embora desconhecida da maior parte do público. Mais desconhecida ainda é a história dos conjuntos de clarinete, que são raríssimos no Brasil. Um dos poucos quintetos de clarinete existentes no país é o Madeira de Vento, que chega agora ao seu segundo CD, chamado “Assannhado”. Neste disco, o quinteto repete a bem-sucedida experiência do seu primeiro CD, “Chovendo Canivetes” (também editado pela CPC-UMES), qual seja a de fazer uma antologia da música para clarinetes produzida no Brasil. Com isso, o grupo apresenta também um precioso apanhado dos gêneros instrumentais mais destacados da Música Brasileira.
CPC 549
Amigo Samba
Joca Freire
Autor consciente e talentoso, Joca Freire cultiva um samba refinado e elegante. Tendo já se destacado em eventos musicais em São Paulo (inclusive o último Festival da TV Cultura), Joca Freire tem desenvolvido nos bares e casas noturnas um trabalho que anima, principalmente por revelar que na Música Brasileira ainda há quem busque a excelência no sentir e no pensar. Ao lançar este “Amigo Samba”, a gravadora CPC-UMES reverencia, através de Joca Freire (e seu principal parceiro, João Marcondes) os artistas que, presentes em bares e casas noturnas de todos os pontos do país, mantêm acesa a chama da melhor Música Brasileira, lutando por dias melhores, que certamente virão.
CPC 550
Impressões Sobre Mauricio Carrilho e Meira
Teca Calazans
Este CD celebra vários encontros. O principal deles, o da música de Meira e Maurício Carrilho com o talento privilegiado de Teca Calazans. E assinala um importantíssimo reencontro: o da canção popular com o melhor sentimento lírico brasileiro. É estimulante ver Paulinho Pinheiro e Fernando Brant recuperarem a elegância e a inteligência poéticas, junto ao talento de Maurício Carrilho que, a exemplo de seu mestre Meira, reintroduz na canção as refinadas inflexões da valsa e do choro. Assim, mais que tudo, este CD celebra o reencontro da nossa canção com a verdadeira alma brasileira, que é – e sempre foi – o que nós temos de melhor.
CPC 551
Na Capital Do Pecado
Perímetro Urbano
Com uma música risonha e franca o grupo Perímetro Urbano (Alberto, Amalfi, Pena, Flávio e Vita) reencontra neste CD, “Na Capital do Pecado”, a Música Brasileira de saudável irreverência que se somava a altas doses de lirismo, compondo, talvez, a mistura que melhor expressa a alma brasileira. Cronistas de seu lugar e de sua gente, adonirans dos novos tempos, os compositores do Perímetro Urbano mostram que, além de haver vida inteligente na canção, a alma brasileira, irreverente e lírica, ainda sobrevive quando se canta o próprio lugar de origem, o bairro, o subúrbio onde vive a gente comum, o que somos todos nós, aliás.
CPC 552
Identidade
Guto Maradei
Um raro baterista, compositor e arranjador, Guto Maradei eleva a bateria ao status de nobreza como instrumento solista.
Embora isso já bastasse para saudar esse “Identidade”, teríamos ainda a ressaltar o trabalho de Guto Maradei como compositor-arranjador: capaz de transitar com desembaraço por várias linguagens musicais. Neste CD, Guto apresenta mesclas sonoras que, modernas por seu ecletismo, não deixam de remeter à brasilidade de mestres da estirpe de Luciano Perrone, Edson Machado, Dom Um Romão, Wilson das Neves e outros notáveis criadores que o antecederam.
CPC 553
Preto
Marcelo Gomes
Marcelo é um grande guitarrista com uma linha à parte dessas dezenas de bons guitarristas brasileiros, mas que se parecem muito uns com os outros. Seu modo de improvisar é bem personal e seus arranjos, principalmente para as flautas e clarinetes são diferentes do que temos ouvido por aí e deram um colorido todo especial ao resto da banda, formada por músicos que impressiona pela qualidade técnica e pelo bom gosto. “Preto” é um trabalho muito interessante, não usual, com uma personalidade forte e uma latinidade presente o tempo todo. Vamos torcer para que apareçam vários “Pretos” como este.
CPC 554
Moto Perpétuo, Espinha de Bacalhau e Outras Espinhas
Marcos Gomes
O título deste CD se explica por si só: seu repertório é composto por peças que são verdadeiros desafios violonísticos. Ou seja: pauleira pura. E nele, Marcos Gomes se reafirma como um dos grandes talentos do violão brasileiro contemporâneo. Ao gravar o “Moto Perpétuo”, de Paganini, Marcos Gomes retomou um desafio antes só enfrentado pelo grande violonista Geraldo Ribeiro. Em meio a peças de tamanho desafio técnico, sobressai sempre o talento do violonista, que passeia entre espinhas e pedreiras com a maior tranquilidade, só para transformá-las em pura beleza.
CPC 555
40 Anos De MPB
Ricardo Vilas
A Música Brasileira viveu, entre 1964 e princípios dos anos 1980, um dos momentos mais férteis de sua trajetória no séc. XX . Mesmo assim, muitos compositores, intérpretes e músicos brasileiros foram forçados a viver fora do país por infindáveis anos. Um desses artistas foi Ricardo Villas, cuja voz o Brasil já conhecia das gravações do grupo Momento Quatro (“Ponteio”). Em Paris, onde viveu por muitos anos, Ricardo manteve-se cada vez antenado com o que aqui se fazia. Isso lhe permitiu criar uma obra vasta, inquieta, criativa e de forte brasilidade: uma obra que agora completa 40 anos e é comemorada neste lançamento duplo (CD e DVD).
CPC 556
Brigador – Ilessi canta Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro
Ilessi
Besouro-Mangangá, patuá, ponta-de-punhal, sina, lamento, cativeiro, falange do Juremá, viola, aroeira, sabiá, hortênsias, bola-de-cristal, rodamoinhos, molejo, sestrosa, gongá, Santo Antonio, Maria Madalena, Seu Flecheiro, Seu Pedra-Preta, Seu Rompe-Mato, Seu Treme-Terra, Seu Tira-Teima, lanterna de São João, xodó, maliciosa, estrela Dalva, espuma do mar, réu do amor, sanhaços, cambucá, licor de umbu, pitanga, contas, penduricalho, véu, retalho, matraca, chocalho, cartucheira de Lampião… Tudo isso e muito mais, na voz negra e límpida de Ilessi, interpretando o magnífico repertório de Paulo César Pinhheiro e Pedro Amorim. Um banho de Brasil.
CPC 557
Um Grito solto no Ar – A música teatral de Gianfrancesco Guarnieri
Georgette Fadel
Mestre da fina oralidade, Guarnieri conhecia como ninguém o valor da palavra falada e a magia, não menos valorosa, da palavra cantada. Foi certamente por saber desses segredos que o homem de teatro Gianfrancesco Guarnieri tornou-se também um homem da música, um criador de canções extraordinárias, algumas já eternizadas na memória e no sentimento popular brasileiro, tais como “Feio Não é Bonito (O Morro)”, “Tema de Gimba”, “Upa Neguinho”, “Estatuínha”, “Memórias de Marta Saré”. É o apanhado dessa obra que apresentamos através das 20 faixas desse CD, magistralmente interpretado pela cantora Georgette Fadel.
UMES-CANTARENA
Criado e dirigido pelo poeta, ator e compositor Luiz Carlos Bahia, o projeto musical, “UMES-Cantarena”, realizado entre os anos de 1995 e 2001, traçou um amplo painel da Música Popular Brasileira, apresentando em cada espetáculo um compositor interpretando sua própria obra.
O projeto deu origem a uma coleção de cinco CDs. Seu nome vem da época em que o Teatro Denoy de Oliveira chamava-se ainda Teatro da UMES e tinha a forma de arena. Por ele passaram mais de 150 compositores e 600 músicos acompanhantes.
Confira abaixo a relação completa dos artistas que se apresentaram no projeto.
1995 a 1998
Adauto Santos Adler Maragnon Alaíde Costa Aldo Bueno Alzira Espíndola Ana de Hollanda Anastácia Antonio Carlos e Jocafi Arlindo Cruz e Sombrinha Badi Assad Banda Moxotó Bando Flor do Mato Batatinha Belchior Caíto Marcondes Capinam Carlinho Lyra Carmen Queiróz Cátia de França Celso Machado Celso Viáfora Chico César Chico de Abreu Claudio Nucci Daniel Gonzaga Dante Ledesma Délcio Carvalho Dércio Marques Dinho Nascimento Diniz Vitorino Don Tronxo Dona Ivone Lara Duofel Edil Pacheco Ednardo Eduardo Gudin Edvaldo Santana Elieser Teixeira Elomar Embaixadores da Lua Eugênio Leandro Fábio Paes Fátima Guedes Filó Machado Fuba Grupo Tarumã Hélio Braz |
Ibys Maceió Ivone Portela Irineu Marinho Jair Rodrigues Jarbas Mariz Jards Macalé Jean e Paulo Garfunkel Jica e Turcão João Bá João Mattos Jorge Mello José Felice Juca Novaes e Eduardo Santana Julio Sanches Juraildes da Luz Lourinaldo Vitorino Lourival Tavares Lúcio Barbosa Luiz Avelima Luiz Carlos Bahia Luiz Carlos Borges Luiz Carlos da Vila Luiz Perequê Luiz Vieira Luizinho SP Luli e Lucina Marcus Vinícius Maria da Paz Maria Marta Mário Lago Milton Edilberto Mina das Minas Moacyr Luz Monarco Nei Lopes Nelson Sargento Neto Fagundes Ney Couteiro Noca da Portela Osvaldinho da Cuíca Oswaldinho do Acordeon Oswaldinho Viana Paulinho Pedra Azul Paulinho Tapajós Paulo César Pinheiro Paulo Padilha Paulo Simões |
Pedro Osmar Pedro Sertanejo Rafael Altério Renato Teixeira Reynaldo Bessa Rhayfer Roberto Lapiccirela Roberto Menescal e Márcia Salomon Rosa Passos Sérgio Ricardo Sérgio Santos Sílvio Modesto Sombra Tarancón Tato Fischer Terramérica Tetê Espíndola Théo do Valle Thetê da Bahia Thobias da Vai-Vai Tom Zé Valdeck de Garanhuns Vange Milliet Vânia Carvalho Vicente Barreto Victor Hugo Vidal França Waldir da Fonseca Walter Alfaiate Walter Franco Wilson Moreira Xangai Xangô da Mangueira Zé Geraldo Zé Ketty Zeca Baleiro Zédi Zezé Freitas |
1999 a 2001
Adylson Godoy Daniela Lasalvia |
Dayse Cordeiro Roberto Mendes |
Roberto Simões Rubinho do Vale Téo Azevedo Theo de Barros Vinícius Brum Wilson Aragão Zé Geraldo e Nô Stopa |
PROJETO SERENATA NA UMES
Segundo o violonista e compositor Gereba, que divide o palco com o convidado especial de cada noite, o projeto Serenata na UMES foi feito para colocar o público em contato direto com grandes intérpretes da Música Popular Brasileira. Cialis é o nome comercial do medicamento tadalafil, usado para tratar a disfunção erétil (impotência) e sintomas de hiperplasia prostática benigna (próstata aumentada). Tadalafil low price atua relaxando os músculos e aumentando o fluxo sanguíneo para certas áreas do corpo, incluindo o pênis, o que ajuda a alcançar e manter uma ereção durante a estimulação sexual. Ao contrár
O projeto, implantado pelo CPC-UMES em 1996, deu origem a uma coleção de seis CDs e um programa radiofônico transmitido pela Rádio Cultura (1200 AM) que completou um ano em julho de 2001.
Veja, abaixo, a relação dos intérpretes que dividiram o palco com Gereba neste projeto:
1996 a 1998
Alaíde Costa |
Gerônimo Grupo Nosso Choro
Inezita Barroso |
Oswaldinho do Acordeon
Paulo Freire |
1999 A 2001
Ana de Hollanda Antonio Nóbrega Bernadete França e Cézar do Acordeon Bule-Bule Carlos Zens Carmem Queiroz Célia e Celma Ceumar Chico César Conjunto Paulistano Consuelo de Paula |
Freddy e Willy Gerônimo Grupo Nosso Choro Izaías e Seus Chorões Izaías e Francisco Araújo JPSax Kátia Teixeira e Sabá Moraes Luiz Carlos da Vila Lula Barbosa e Dudáh Lopes Mônica Salmaso Passoca e Edson Alves |
Proveta Quarteto Aldebarã Renato Motha Roze Tetê Espíndola Titane Toninho Carrasqueira Túlio Mourão Zé Luiz Mazziotti Zezinho Pitoco |
A FINA FLOR DO SAMBA
“A Fina Flor do Samba”‚ é uma homenagem ao projeto homônimo, criado pelo Grupo Opinião e coordenado por Tereza Aragão, na década de 60, no Rio de Janeiro. Denoy de Oliveira, um dos criadores do Grupo Opinião e também do CPC-UMES, tinha especial carinho por esse projeto. Nessa reedição paulista, “A Fina Flor do Samba” teve como apresentador o cantor e ator Aldo Bueno, dividindo o palco com seus convidados. Sob a coordenação de Luiz Carlos Bahia, o projeto estreou em 19/08/2000, apresentando 21 espetáculos, ao longo de cinco meses.
Relação dos artistas que se apresentaram no projeto:
Almir Guineto Ataulpho Alves Jr. Carlão do Peruche Carlinhos do Cavaco Délcio Carvalho Djalma Pires Dona Shirley Embaixatriz Eduardo Gudin |
Eliseu do Rio Germano Mathias Luiz Carlos da Vila Luizinho SP Nei Lopes Nelson Sargento Odair Menezes Osvaldinho da Cuíca |
Quinteto em Branco e Preto Reinaldo Royce do Cavaco Seu Nenê da Vila Matilde Sílvio Modesto Thobias da Vai-Vai Toniquinho Batuqueiro Wilson Moreira |
BLOCO UMES CARAS PINTADAS
Fundado no ano de 1993, o bloco carnavalesco UMES Caras-Pintadas, realiza seus tradicionais desfiles sempre às quintas-feiras, véspera de carnaval, pelas ruas do Bixiga (atual bairro da Bela Vista), reunindo num grande congraçamento estudantes de São Paulo e moradores da região.
O bloco é filiado a ABASP (Associação da Bandas Carnavalescas de São Paulo), sua primeira bateria foi criada pelo mestre Osvaldinho da Cuíca e desde 2000 tem recebido reforço do Mestre Bianca e de integrantes da ala mirim da bateria da Vai-Vai.
Em sua história de 20 anos, o bloco tem contado com a presença e o apoio de ilustres personalidades como Nelson Sargento, Ovaldinho da Cuíca, Luiz Carlos da Vila, Luizinho SP, Aldo Bueno, Quinteto em Branco e Preto, Thobias da Vai-Vai, Chapinha do Samba da Vela, Dayse do Banjo, entre outros, animando os desfiles e por vezes dando uma canja na composição do samba-enredo.
MOSTRA SECUNDARISTA DE MÚSICA
Inaugurado no ano de 2000 e acontecendo aos sábados às 17h, o projeto levou ao palco do Teatro Denoy de Oliveira, até o mês de dezembro de 2001, mais de 600 canções inéditas compostas por estudantes secundaristas e executadas por cerca de 200 grupos musicais, também integrados por estudantes secundaristas.
As melhores canções selecionadas em 2000 e 2001(cinco por voto popular e nove pela comissão julgadora) integram os CDs da “1a Mostra Secundarista de Música” e da “2a Mostra Secundarista de Música”, gravados especialmente para divulgar o evento.
O projeto contou com o apoio do Fundo Nacional de Cultura.
O CHORO E A SUA HISTÓRIA
Em dezembro de 2006, a gravadora CPC-UMES lançou a coleção‚“O Choro e sua História”, –uma ampla retrospectiva do choro brasileiro, de 1870 aos dias atuais.
Os três CDs que compõem a série são tratados como memória viva, sendo protagonizados por Izaías e Israel Bueno de Almeida, que, mais que narradores, são personagens da própria história que contam.
O projeto foi transportado para o palco entre os dias 2 de fevereiro e 22 de junho de 2009, sempre às segundas-feiras, às 20h30‚ com entrada franca. Em cada noite, o regional composto por Izaías (bandolim), Israel (violão 7 cordas), Edmilson Capelupi (violão 6 cordas), Haroldo Capelupi (cavaquinho) e Zequinha (pandeiro) recebeu um convidado homenageando a obra de um grande chorão.
A relação completa dos 20 convidados e homenageados:
Antonio Bombarda – Interpretando Jacob do Bandolim
Léa Freire e Teco Cardoso Quinteto – Interpretando Francisco Mignone
Luizinho 7 Cordas e Alexandre Ribeiro – Interpretando Severino Araújo
Flor Amorosa – Interpretando choros cantados de diversos autores
Arnaldinho – Interpretando Waldir Azevedo
Marco Antonio Bernardo – Interpretando Canhotinho
Ítalo Peron e Paola Picherzky – Interpretando Armandinho Neves
Marcos Gomes – Interpretando Dilermando Reis
Conjunto Paulistano – Interpretando Altamiro Carrilho
Thiago França – Interpretando Luís Americano
Regional do Alemão – Interpretando Pixinguinha
Barão do Pandeiro – Interpretando João da Bahiana
Ted Falcon – Interpretando Ernesto Nazareth
Toninho Carrasqueira – Interpretando João Dias Carrasqueira
Vitor Lopes – Interpretando Abel Ferreira
Madeira de Vento – Interpretando K-Ximbinho
Chorando na Sombra – Interpretando Joaquim A. da Silva Callado
Roberto Mahn – Interpretando Sílvio Caldas
Quatro a Zero – Interpretando Radamés Ganattali
Dudáh Lopes – Interpretando Chiquinha Gonzaga
1º CAMPEONATO BRASILEIRO DE POETAS REPENTISTAS
Promovido pelo CPC-UMES e a UCRAN (União dos Cantadores Repentistas e Apologistas do Nordeste), foi realizado de abril a julho de 1997, com a participação de 96 cantadores, que se enfrentaram ao longo de 19 etapas. O vencedor foi Oliveira de Panelas. Em segundo lugar ficou Ismael Pereira. Os repentistas Valdir Teles e Sebastião da Silva obtiveram o terceiro e quarto lugares. A mesa julgadora foi presidida pelo escritor Assis Ângelo. O repentista Lorinaldo Vitorino foi o responsável pela apresentação e coordenação do projeto “O Desafio do Repente”, CD que traz as principais pelejas da etapa final do campeonato, realizadas no Memorial da América Latina, foi lançado pela Gravadora CPC-UMES, em dezembro de 1997.
1º CAMPEONATO PAULISTA DE POETAS REPENTISTAS
Contou com a participação de 52 cantadores que travaram seus embates de outubro a dezembro de 1997. O primeiro lugar foi obtido por Nonato Costa. O segundo lugar foi de Raimundo Nonato. Ismael Pereira e Pedro de Alcântara ficaram em terceiro e quarto lugar. A mesa julgadora foi presidida pelo campeão Oliveira de Panelas. As apresentações e coordenação geral do campeonato ficaram a cargo de Lourinaldo Vitorino. O projeto foi patrocinado pelo Fundo Nacional de Cultura e deu origem ao CD “Gigantes do Repente”.
2º CAMPEONATO BRASILEIRO DE POETAS REPENTISTAS
Entre 26 de novembro e 19 de dezembro de 1999, o Teatro Denoy de Oliveira voltou a ser palco das disputas entre os maiores repentistas do Brasil. O 2o Campeonato Brasileiro de Poetas Repentistas teve 19 etapas; oito pré-eliminatórias, duas semifinais e a final realizada no dia 19 de dezembro. O campeonato, que contou com a participação de 80 cantadores, foi vencido por Raimundo Caetano. Em segundo, terceiro e quarto lugares ficaram Edmilson Ferreira, Raimundo Nonato e Nonato Costa. Além dos quatro semifinalistas: Oliveira de Panelas, Ismael Pereira, Chico de Assis e Rogério Menezes. A exemplo dos campeonatos anteriores, realizados pela UMES e a UCRAN, o critério utilizado foi o da disputa individual, como nos tradicionais desafios de pé-de-parede, formato que garante a autenticidade do improviso e dá mais colorido e emoção aos espetáculos.
CADERNOS DO CPC
A coleção foi iniciada em 1994, com a publicação do “Auto dos 99%”, a peça de maior repercussão do antigo CPC da UNE, escrita por Oduvaldo Viana Filho, Armando Costa, Carlos Estevam Martins, Cecil Thiré e Marco Aurélio Garcia. Os textos publicados (13 ao todo) têm como objetivo fornecer embasamento teórico para as atividades do CPC-UMES. Entre eles encontram-se: “Patriotismo Meu Tema” (Sergei Eisenstein), “O Herói na Literatura” (Carlos Lopes), “Dialética da Razão e da Paixão na Relação Espetáculo-Espectador” (Tomas Alea), “Estética da Barbárie” (Sérgio Rubens de A. Torres).
PRISIONEIRO DO MUNDO
Editado em setembro de 1994, com apoio do CPC-UMES, o livro é composto de vários poemas e ilustrações do veterano sambista da Mangueira, Nelson Sargento, autor de clássicos como “Primavera” e “O Samba Agoniza Mas Não Morre”. Prefácio de Fernando Pamplona.
MEMÓRIAS DE SEU NENÊ DE VILA MATILDE
A luta do criador da Escola de Samba Nenê da Vila Matilde. Narração de Alberto Alves da Silva (Seu Nenê). Organização de Ana Braia. Capa de Débora Ivanov. Produzido pelo CPC-UMES em parceria com a Lemos Editorial, no ano de 1997.
“Muita coisa aprendemos na Vila Esperança. Até então, as escolas e nós também desfilávamos com sambas de rua, músicas de carnaval, sucessos do rádio, até que introduzimos o samba-enredo em São Paulo. O pensamento surgiu do Popó e do Dr. Lucrécio. Eu já tinha vontade de mudar a escola, sabia que para nos destacarmos tínhamos que trazer uma novidade, tínhamos que ter ousadia, mas não sabia como fazer a coisa. Então o Popó disse: “Temos que ter um tema, fazer um enredo”. Popó era o apelido de Mário Protestato dos Santos, jornalista do jornal “O Dia”, que tinha sede perto da Estação da Luz, no tempo do Ademar de Barros. Ele foi responsável por muitos enredos que nó s desfilamos. Mas esse era o primeiro da história do carnaval paulista. Então juntamos, eu, o Tóquio, Dr. Lucrécio, minha mulher, o próprio Popó, e começamos a pensar para montarmos o enredo. Resolvemos fazer “Casa Grande e Senzala”, pensamos em toda a história e o Paulistinha e o Popó fizeram o samba. Ficamos meses estudando como íamos desenvolver o tema. O Popó orientava de um lado, minha mulher do outro, eu, o Tóquio, o Nicolau, cada um dizia uma coisa, dava uma idéia. Acabamos estrondando. Era o ano de 1956”.
(ALBERTO ALVES DA SILVA – SEU NENÊ DA VILA MATILDE)
O POETA DO POVO
Livro de Assis Ângelo, contando a vida do legendário poeta cearense Antonio Gonçalves da Silva, o Patativa Assaré. O livro traz ensaio fotográfico de Gal Oppido sobre as personagens e paisagens que têm inspirado o poeta ao longo de sua vida, e um CD single do violonista e compositor Gereba. Foi lançado em 1999.
“Se já enfrentei algum
tipo de problema com os
homens do poder, por ser
quem sou? Já, sim. Eu fui preso uma vez. Mas isso aconteceu
há muito tempo, na minha
terra, no meu Assaré querido,
um lugar que não trocarei
por nenhum outro do mundo…
Pois bem, depois desse
episódio fiz esse poema:
“Meu Assaré pequenino
Sou também um pigmeu
Eu vejo que o meu destino
Foi sempre ligado ao teu
Tu pobre e desprotegido
E eu velho e desiludido
De um horizonte de amô
Seguimos a nossa meta
Feridos da mesma seta
Sofrendo da mesma dô
Desde o vale até a serra
Te canto e tenho cantado
Quem não ama a sua terra
É um desnaturalizado
Quando o coração desfeito
Bate dentro do peito
Sua derradeira nota
Eu sei que a terra me come
Mas tu ganharás o nome
De um poeta patriota”
O ÍDOLO QUE NÃO MORREU E OUTRAS HISTÓRIAS DA CANTORIA
Escrito pelo repentista e poeta Diniz Vitorino, o livro registra momentos inesquecíveis das cantorias dos mais destacados expoentes da arte do repente, como Joaquim Vitorino, Pinto do Monteiro, Lourival Batista, Lourinaldo Vitorino, Oliveira de Panelas, Ivanildo Vila Nova, Edmilson Ferreira, Raimundo Nonato, Nonato Costa, Ismael Pereira, Valdir Teles, Sebastião da Silva, Rogério Menezes e Mocinha da Passira. Lançado em 1999.
Cantava com Lourival Batista (Louro), em 1971, na casa do popular Zé de Inês, e em meio à cantoria estava Tatá, amigo nosso de infância, e sua genitora, uma bonita viúva. Durante o intervalo, Tatá nos convidou a fazer uma visita à sua casa. Reiniciada a cantoria, em pleno baião cantado, me lembrei do convite, e assim o preveni:
“Tatá me espere com Louro
que nos dá grande alegria”
Louro respondendo com talento e rapidez de raciocínio, retrucou:
“Amanhã, cedo do dia
vou à casa de Tatá
Eu ficarei muito triste
se Tatá não tiver lá
mas a mãe de Tatá tando
é o mesmo que Tatá tá”
Dizer que Pinto é da cidade de Monteiro, sertão da Paraíba, é dizer o óbvio, pois seu próprio sobrenome já o diz. Justo, porém, é se dizer, afirmando, que ele foi o rei glorioso do repente no Brasil – de todos os tempos.
Comecemos lembrando um desentendimento acontecido entre Mestre Pinto e Lourival Batista.
Em dada oportunidade, numa churrascaria denominada Recanto da Nair, na cidade de Caruaru (Pernambuco), para tirar o velho do sério, concluí uma estrofe com os seguintes versos:
“Se passar em São José
dê lembrança a Lourival”
Ao ouvir minha provocação, o velho irou-se como uma fera e soltou o verbo:
“Eu quero é ver Lourival
liso sem nem um vintém
pedindo esmolas num beco
onde não passe ninguém
e quando passar seja um cego
pedindo esmolas também”
Em Campina Grande, cidade do interior da Paraíba, pelejam duas grandes expressões da poesia, meu irmão Lourinaldo Vitorino e Ivanildo Vilanova. Ivanildo, de viola em punho, compôs a seguinte estrofe:
“Repentista cachaceiro
na minha casa não vai”
Sem vacilar, responde Lourinaldo:
“Tem razão, porque seu pai
teve a mesma qualidade
Fabricou bombas de ódio
com estopins de maldade
Viveu sem fazer amigos
Morreu, não deixou saudade”
1º CURSO DE CINEMA E TEATRO
Foi a primeira atividade do CPC-UMES. Coordenado por Denoy de Oliveira e organizado em 1994 para uma turma de 25 alunos, teve em seu currículo aulas de teatro, dramaturgia, cinema, filosofia e psicologia. A carga foi de 288 horas-aula.
CURSO DE INTRODUÇÃO À DRAMATURGIA
Organizado em 1995 para uma turma de 25 alunos dos elencos do CPC, foi dado pelo escritor José Antonio de Sousa. A duração do curso foi de três meses (72 horas-aula).
CURSO BÁSICO DE PREPARAÇÃO DE ATORES
Realizado em 1995 para uma turma de 25 estudantes. As aulas foram dadas pela atriz Elaine Haiek. O curso teve duração de três meses e carga horária de 72 horas-aula.
CURSO DE TEATRO
Realizado em 1997 para uma turma de 25 alunos – 280 horas-aula e nove cadeiras: Análise Dramatúrgica, com Luis Alberto Abreu; Teatro Brasileiro (Iná Camargo Costa); Interpretação (Roberto Vignati); Improvisação (Francisco Medeiros); História do Teatro (Silvana Garcia); Música, Canto e Ritmo (Fernanda Gianesella); Expressão Corporal (Renata Melo); Expressão Vocal (Edi Valadares); Circo, (Cia. Cênica Nau de Ícaros).
OFICINAS SOBRE A CRIAÇÃO MUSICAL E A PRODUÇÃO INDEPENDENTE
Foram realizadas durante o segundo semestre de 1997, sob a orientação dos maestros Marcus Vinícius de Andrade e Dyonísio Moreno, com o objetivo de preparar jovens compositores para a profissionalização. Cada oficina teve 12 aulas, dadas em estúdio, sendo as três últimas dedicadas à gravação de obras musicais criadas, executadas e produzidas pelos próprios alunos. A carga horária de cada oficina foi de 50 horas. Os 60 jovens compositores que participaram das três oficinas foram selecionados entre 500 inscritos. O projeto foi patrocinado pelo Fundo Nacional de Cultura.
DANÇA AFRO-CONTEMPORÂNEA
Curso ministrado pelo coreógrafo F. Pitanga, diretor da Cia. de Dança Negra Batá-Kotô, assistido pela professora de dança contemporânea Yaskara Manzini e o percussionista Egimar Alves. Início: 22 de março de 2000. Aulas no Teatro Denoy de Oliveira, às segundas, quartas e quintas-feiras (das 19 às 21 horas). Número de alunos: 25. Total de aulas: 60. O curso foi patrocinado pelo Banespa.
CURSO DE INICIAÇÃO AO TEATRO
Em parceria com o grupo Forte Casa Teatro, através do projeto Ponto de Cultura (MinC), o CPC-UMES realizou em 2005 e 2006 cinco cursos semestrais de iniciação ao teatro, para estudantes da rede pública de ensino. Os tratamentos para a insônia incluem terapia cognitivo-comportamental (TCC-I), que ajuda a mudar pensamentos e comportamentos que interferem no sono, melhorar a higiene do sono, medicamentos – no-sleep-disorders.com, métodos alternativos (suplementos de ervas, aromaterapia, acupuntura) e mudanças no estilo de vida, como exercícios regulares e uma dieta balanceada. Cada curso dispôs de quatro turmas compostas de 20 alunos e carga de 60 horas-aula.
Em setembro de 2010, a conquista do prêmio Asas possibilitou que o projeto fosse retomado com a abertura de inscrições para o sexto curso da série – sendo a participação estendida a professores da rede pública.
O curso de iniciação ao teatro é dirigido pela atriz Rebeca Braia.
OFICINAS DE AUDIOVISUAL
Coordenadas pelo diretor Caio Plessmann de Castro, em 2009 e 2010 foram realizadas como atividades paralelas aos ciclos de filmes apresentados pelo Cine Clube UMES duas oficinas de audiovisual compostas pelas seguintes matérias: Linguagem, Realização, Montagem e Edição de Vídeo.
Cada oficina teve a duração de 40 horas e contou com a participação até 20 alunos.
PEGA LADRÃO
Produzido em 1994, com direção de Denoy de Oliveira, fotografia de Hemano Penna e música de Caíto Marcondes o documentário, produzido em Betacam, com duração de 30 minutos, tem como tema a privatização das estatais brasileiras, nos setores de siderurgia, eletricidade, telecomunicações e petróleo. O vídeo traz depoimentos de Barbosa Lima Sobrinho, Euzébio Rocha, general Andrada Serpa, Nelson Werneck Sodré e dos estudantes presentes no 30o Congresso da UBES.
O documentário recebeu o Tatu de Ouro de Melhor Vídeo Educativo, na 21o Jornada Internacional de Cinema da Bahia.
A PROPOSTA E OS CAMINHOS
“Pega Ladão!” nasce com a finalidade de se contrapor à massacrante campanha em toda mídia contra as nossas estatais. Atrás do neoliberalismo privatizador, a rapinagem sobre nossas riquezas. A revisão constitucional tinha um objetivo bem definido: abocanhar nosso petróleo as telecomunicações e outros setores estratégicos.
“Pega Ladão!” é um vídeo militante e assume claramente essa posição na sua forma e conteúdo.
O material utilizado é heterogêneo e seu aproveitamento também. Sua base é o Betacam, mas muitas imagens vem do VHS, do 16 mm e dos noticiários extraídos das TVs. Neste último caso inspiram-nos na juventude de um grande cineasta e humanista, Jores Ivens, que remontava os noticiários da época, geralmente louvadores do nazismo emergente, esperança capitalista contra a revolução socialista. Ivens dava a esses noticiários um outro significado ideológico e depois de apresentar sua versão em sindicatos e bairros populares devolvia os filmes em sua forma original. Da mesma forma remontamos os noticiários das TVs, no mínimo sensacionalistas e quase sempre críticos aos estudantes. Com isso revelamos a verdadeira face do movimento dos jovens contra as privatizações e em repúdio as vergonhosas transações da moeda podre – informações sistematicamente sonegadas pela mídia.
A esse material juntamos depoimentos de figuras expressivas na luta contra o entreguismo, buscando em material de arquivo os ícones que desmascaram toda a trama da dominação colonial que vem desde os 1500.
Completam o trabalho depoimentos colhidos durande o 30o Congresso da UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) realizado em novembro de 1993.
(DENOY DE OLIVEIRA)
REENCONTRANDO O BRASIL
Como câmera-fotógrafo deste documentário dirigido pelo mestre Denoy de Oliveira, tive a alegria de reencontrar um Brasil que muitos querem velho e morto e no entando continua jovem e presente.
Ao ouvir os depoimentos de Barbosa Lima Sobrinho ou Nelson Werneck Sodré e ver as imagens de jovens estudantes afirmando, até com seu sangue, suas convicções, apareceram na minha mente, como uma coisa só, o passado, o presente e o futuro do nosso país. As grandes lutas nacionalistas de ontem são a luta pelo país de hoje e de amanhã, a busca de sermos donos do nosso destino.
(HERMANO PENNA)
QUEREM BATER MINHA CARTEIRA
Produzido em 1996, com direção de Denoy de Oliveira e fotografia de Sílvio Vieira, “Querem Bater Minha Carteira” é uma interessante experiência de transposição de um espetáculo teatral para a linguagem cinematográfica. A comédia musical, que estreou em setembro de 1995, narra a luta pela conquista da carteirinha de meio-passe e meia-entrada. O tema é específico do universo estudantil, mas se liga aos grandes problemas da atualidade, desde o aumento abusivo das mensalidades à privatização de nossas estatais. Duração: 52 minutos. Cópias em VHS, sistema NTSC.
GERALDO FILME
Produzido em 1997, com direção de Carlos Cortez, argumento de Sérgio Rubens de Araújo Torres, fotografia de Hélcio Alemão Nagamini e montagem de Paulo Sacramento o média metragem (52 min), filmado em 16 milímetros, conta a trajetória do notável sambista e revela as origens e peculiaridades do samba paulista. O filme recebeu o prêmio de Melhor Documentário, no 3o Festival Internacional de Documentários (It’s All True), o Prêmio Especial do Júri, no 26o Festival de Gramado, o de Melhor Média Metragem, no Festival de Cuiabá, e os prêmios de Melhor Roteiro e Melhor Montagem, no 10o Festival de Cinema de Brasília. O documentário contou com o apoio do Fundo Nacional de Cultura, da TV Cultura e da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
O documentário tem Leo Medeiros no elenco e a participação especial de Osvaldinho da Cuíca, Plínio Marcos, Raquel Trindade, Thobias da Vai-vai, Germano Mathias, Nelson Crecibeni, Toniquinho Batuqueiro, Carlão do Peruche, Itamar Assunção.
SEU NENÊ
Produzido em 1998, com direção de Carlos Cortez e fotografia de Hélcio Alemão Nagamini, o média metragem (30 min), filmado em 35 milímetros, apresenta as memórias do inspirador da Nenê da Vila Matilde sobre a luta pela realização de seu sonho, criar uma escola de samba na Zona Leste de São Paulo. O documentário teve patrocínio do Fundo Nacional de Cultura. O filme recebeu o Prêmio Aruanda, de melhor documentário e o Prêmio de Melhor Som Direto, no 34o Festival de Cinema de Brasilia realizado no final de novembro de 2001.
O CATEDRÁTICO DO SAMBA
Produzido por Noel Carvalho, Alessandro Gamo, Departamento de Multimeios da Unicamp e CPC-UMES, O Catedrático do Samba é um documentário sobre a vida do cantor e compositor Germano Mathias. A partir dos depoimentos do artista, o filme enfoca o samba feito em São Paulo, nos anos 50 e 60. Ao lado de Adoriran Barbosa e Geraldo Filme, Germano Mathias –valorizador do gênero sincopado, na tradição do grande Caco Velho –é um marco do samba paulista. Dirigido por Noel Carvalho e Alessandro Gamo, com fotografia de Carolina Alves, o documentário foi finalizado em 1999.
O GALANTE REI DA BOCA
Realizado em 2003, o filme aborda a trajetória de Antônio Polo Galante, conhecido como “O Rei da Boca”, fazendo um mapeamento do trabalho e formas de produção cinematográfica da “Boca do Lixo”. Recebeu o Prêmio ABD de Melhor Documentário no 9o Festival Internacional de Documentários (It’s All True), o 2o Lugar pelo Júri Popular e Menção Honrosa pelo Júri Oficial no Festival Latino-Americano de Cinema e Vídeo CineSul (2004). O documentário, com duração de 50 min, tem roteiro e direção de Alessandro Gamo e Luis Rocha Melo, fotografia de André Francioli, montagem de Severino Dadá e Eduardo Kishimoto, direção de produção de Noel Carvalho. Foi produzido por CPC-UMES, Inventarte e Maloca Filmes.
SÃO PAULO CIDADE ABERTA
Na noite do dia 8 de julho de 1924, o general Isidoro Dias Lopes, colocado no comando pelos revolucionários que desde a madrugada do dia 5 lutavam na capital de São Paulo, decide a retirada para Jundiaí. O major Miguel Costa, da Força Pública Paulista, que liderava as tropas melhor apetrechadas do país, sublevadas desde o início, não aceita a decisão. Na manhã seguinte, o major é informado que o “presidente do Estado”, Carlos de Campos, fugira da cidade com as tropas governistas. São Paulo, a capital da oligarquia cafeeira, estava nas mãos dos revolucionários.
No filme “São Paulo, Cidade Aberta”, o episódio é resumido por um eloquente soco na mesa, dado por Miguel Costa ao saber da fuga de Carlos de Campos. No confronto com Isidoro, ele tivera razão.
“São Paulo, Cidade Aberta” não é apenas a primeira obra cinematográfica sobre um dos maiores e mais heroicos episódios da nossa História, a Revolução de 1924. É uma daquelas obras definitivas, que será referência para as que virão a seguir.
Na segunda revolta tenentista – a primeira, a revolta do Forte de Copacabana, em 1922 – a oligarquia cafeeira não hesitou em destruir a sua própria capital com um selvagem bombardeio de artilharia pesada. Em “São Paulo, cidade aberta”, a excelente música de Marcus Vinícius de Andrade sublinha esses momentos dramáticos de forma precisa – sem antepor-se aos acontecimentos narrados ou representados, sem desaparecer diante deles.
A retirada até Foz do Iguaçu – e a fusão com os revolucionários gaúchos que daria início à marcha da Primeira Divisão Revolucionária, sob o comando de Miguel Costa, tendo Luís Carlos Prestes como chefe de Estado Maior – abriu uma nova fase na Revolução que se prolongaria até 1927. Três anos depois, em 1930, os revolucionários triunfariam.
“São Paulo, Cidade Aberta” é o resultado, lembrou o seu diretor, Caio Plessman de Castro, de um trabalho coletivo. O que, certamente, não ofusca, pelo contrário, realça, o trabalho de cada participante.
(CARLOS LOPES)
FICHA TÉCNICA
Direção: Caio Plessmann de Castro
Argumento: Sérgio Rubens
de Araújo Torres
Música Original: Marcus Vinícius de Andrade
Narração: Othon Bastos
Elenco: João Signoreli, Ney Piacentini, Fábio Tomasini, Álvaro Gomes, Eduardo Parisi, Marcelo Airoldi, Fábio Pinheiro, Luis Rodolfo Dantas,
Luiz Roberto Guedes, Paulo Arcuri, João Ribeiro, Beno Bider
Diretor de Fotografia: Lula Maluf
Edição: Bernardo Torres
Animação: Beto Magri
Cenografia: Arnaldo Zidan
Figurino: Aline Canella
Assistente de Direção: Celso Gonçalves
Produção Executiva: Valério Bemfica
Direção de Produção: Cláudio Piva, Ivana Michelazzo
CINECLUBE UMES
Criado em 2006, o Cine Clube UMES realiza suas sessões e debates no Teatro Denoy do Oliveira, quase sempre aos sábados, às 10 horas. Os filmes exibidos são organizados preferencialmente em ciclos.
A partir de janeiro de 2009, o cine clube passou a contar com o apoio da Associação Brasileira de Documentaristas (ABD-SP). O cineasta Caio Plessmann de Castro assumiu a coordenação do projeto e as sessões passaram a contar com a presença de realizadores ou críticos especialmente convidados para compartilhar seus conhecimentos sobre a obra em debate com os participantes das sessões. Caio dirige também as oficinas que ocorrem paralelamente aos ciclos.
Ciclo “Ascensão e Queda do Império Americano”
Série de 35 sessões, realizadas entre 10/06/2006 e 19/05/2007.
Amistad 1997, 154 min Direção:Steven Spielberg O Nascimento de Uma Nação (2) 1915, 95 min Direção:D. W. Grifht Pequeno Grande Homem 1970, 140 min Direção:Arthur Penn O Homem que Matou o Facínora 1962, 123 min Direção:John Ford Cidadão Kane 1941, 119 min Direção:Orson Welles Sacco e Vanzetti 1971, 119 min Direção:Giuliano Montaldo Tempos Modernos 1936, 87 min Direção: Charlie Chaplin Do Mundo Nada se Leva 1938, 126 min Direção: Frank Capra A Felicidade não se Compra 1946, 129 min Direção: Frank Capra Meu Adorável Vagabundo 1941, 122 min Direção: Frank Capra O Poder Vai Dançar 1999, 109 min Direção: Tim Robbins Prelúdio de uma Guerra 1942, 54 min Direção: Frank Capra, Os Deuses Malditos 1979, 155 min Direção: Luchino Visconti Casablanca 1942, 103 min Direção: Michael Curtiz Missão em Moscou 1943, 123 min Direção: Michael Curtiz A Estrela do Nortew 1943, 105 min Direção:Lewis Milestone A Batalha da Rússia 1943, 80 min Direção: Frank Capra, Anatole Litvak Roma, Cidade Aberta 1946, 100 min Direção:Roberto Rosselini |
Cinzas e Diamantes 1958, 103 min Direção:Andzrej Wajda Condenado 1993, 105 min Direção:Irwin Winkler Cidadão Cohn 1992, 111 min Direção:Frank Pierson Boa Noite, Boa Sorte 2005, 93 min Direção:George Clooney Sob o Domínio do Mal 1962, 126 min Direção:John Frankenheimer A Batalha de Argel 1965, 117 min Direção:Gilio Pontecorvo Queimada 1969, 112 min Direção:Gilio Pontecorvo O Americano Tranqüilo 2002, 118 min Direção:Philip Noyce Poderoso Chefão 2 1974, 200 min Direção:Francis Ford Coppola A Morte de 1973, 91 min Direção:David Miller JFK 1991, 189 min Direção:Oliver Stone Dr. Fantástico 1964, 93 min Direção:Stanley Kubrick Sob a Névoa 2003, 95 min Direção:Errol Morris Nascido para Matar 1987, 117 min Direção:Stanley Kubrick Apocalipse Now 1979, 148 min Direção:Francis Billy Jack 1971, 114 min Direção:T. C. Frank Estado de Sítio 1973, 120 min Direção:Costa-Gravas |
Missing 1982, 116 min Direção:Costa-Gravas Nixon 1995, 192 min Direção: Oliver Stone A Corporação 2003, 145 min Direção:Jennifer Abbott, Mark Achbar Wall Street 1987, 126 min Direção: Oliver Stone Latino 1985, 105 min Direção: Haskell Wexler Salvador, 1986, 120 min Direção: Oliver Stone Permissão para Trair 1989, 115 min Direção: Mike Robe Mera Coincidência 1997, 97 min Direção: Barry Levinson Rambo 3 1988, 102 min Direção: Peter MacDonald Dogville 2003, 177 min Direção: Lars Von Trier Syriana – A Indústria do Petróleo 2005, 126 min Direção: Stephen Gaghan Farenheit 2004, 116 min Direção: Michael Moore Memória del Saqueo 2004, 120 min Direção: Fernando Solanas A Revolução não Será Televisionada 2002, 74 min Direção: Kim Bartley, Donnacha O’Briain |
Ciclo “Brasil de Getúlio a Lula”
Série de 13 sessões, realizadas entre 20/10/2007 e 16/02/2008.
Getúlio Vargas 1974, 114 min Direção: Ana Carolina Os anos JK – uma trajetória política 1980, 110 min Direção: Sílvio Tendler Jango 1984, 117 min Direção: Silvio Tendler O Desafio 1965, 90 min Direção: Paulo César Saraceni Lamarca, Coração em Chamas 1994, 114min Direção: Sérgio Rezende |
Eles não usam Black-Tie 1981, 134 min Direção: Leon Hirzman Céu Aberto 1985, 78 min Direção: João Batista Baiano Fantasma 1984, 100 min Direção: Denoy Que Filme 1991, 46 min Direção: Denoy |
Pega Ladrão 1995, 30 min Direção: Denoy Sábado 1994, 85 min Direção: Hugo Georgetti A 3ª Morte de Joaquim Bolívar 2000, 104 min Direção: Flávio Cândido Entreatos 2004, 117 min Direção: João |
Ciclo “Cinema Brasileiro de A a Z”
Série de 21 sessões, realizadas entre 24/01/2009 e 27 /06/2009
Amante Muito Louca 1973, 95 min Direção:Denoy Debate com Boleiros – Era uma vez o futebol 1998, 90 min Direção:Ugo Giorgetti Debate com Chico Rei 1985, 115 min Direção: Walter Lima Jr. Debate com Dois Córregos 1999, 112 min Direção: Carlos Reichenbach Debate com Carlos Eles não 1981, 120 min Direção:Leon Hirzman Debate com José Renato O Cangaceiro 1953, 105 min Direção: Lima Barreto Debate com Caio Plessmann O Grande Momento 1958, 78 min Direção: Roberto Santos Debate com Paulo Rufino |
A Hora e a Vez de Augusto Matraga 1965, 113 min Direção: Roberto Santos Debate com Luiz A Idade da Terra 1980, 180 min Direção: Glauber Rocha Debate com Joel Pizzini Jeca Tatu 1959, 95 min Direção: Milton Amaral Debate com Celso Gonçalves Cidade ameaçada 1960, 104 min Direção: Roberto Farias Debate com Roberto Farias Natal da Portela 1988, 100 min Direção: Paulo César Saraceni Debate comPaulo César Saraceni Olho de Boi 2007, 72 min Direção: Hermano Penna Debate com Hermano Penna O Pagadorde Promessas 1962, 95 min Direção: Anselmo Duarte Debate com Fernando Peixoto |
Querô 2006, 90 min Direção:Carlos Cortez Debate com Carlos Cortez Dia de Festa 2006, 77 min Direção: Toni Venturi Debate com Toni Venturi São Paulo S/A 1965, 111 min Direção: Luís Debate com A Hora da Estrela 1985, 96 min Direção: Suzana Amaral Debate com Marcus Vinícius de Andrade Tenda dos milagres 1977, 132 min Direção: Nelson Pereira dos Santos Debate com Maria do Rosário Caetano Xica da Silva 1976, 117 min Direção: Cacá Diegues Debate com Aldo Bueno Zuzu Angel 2006, 103 min Direção: Sérgio Rezende Debate com Anita Simis |
Ciclo de Documentários
Série de 21 sessões, realizadas entre 30/10/2010 e 19/06/2010.
Que filme tu vai fazer? Documentário: 1992, 45 min Direção: Denoy de Oliveira Debate com Amizade Documentário: 2009, 84 min Direção: Sérgio Muniz Debate com Sérgio Muniz Serras da Desordem Documentário: 2006, 135 min Direçã: Andrea Tonacci Debate com Andrea Tonacci O Petróleo Tem Que Ser Nosso, Documentário: 2009, 70 min Direção: Peter Cordenonsie Debate com Fernando Siqueira Candeias, da Boca pra fora Documentário: 2002, 17 min Direção: Celso Gonçalves A Herança Ficção: 1970, 82 min Direção: Ozualdo Candeias Debate com Celso Gonçalves São Paulo, Cidade Aberta Documentário: 2009, 78 min Direção: Caio Plessmann Debate com Caio Plessmann O Profeta das Águas Documentário: 2005, 83 min Direção: Leopoldo Nunes Debate com Leopoldo Nunes O Evangelho Segundo Teotônio Documentário: 1984, 90 min Direção: Vladimir Carvalho Debate com Marcus Vinícius Linha de Montagem Documentário: 1982, 90 min Direção: Renato Tapajós Debate com Renato Tapajós O Prisioneiro da Grade de Ferro Documentário:2003, 183 min Direção: Paulo Sacramento Debate com Paulo Sacramento |
O Jogo da Vida Ficção: 1977, 90 min Direção: Maurice Capovilla Debate comMaurice Capovilla Na Parede, na Toalha, no Lençol Documentário: 1997, 18 min Direção: L. Gama, L.Nunes, U. Dart, V. Jorge Cine Mambembe Documentário: 1999, 56 min Direção: Lais Bodanzky, Luiz Bolognesi Debate com Adhemar de Oliveira Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba Documentário: 2007, 10 min Direção: Ricardo Dias, Thomaz Farkas De Raízes & Rezas entre outras Documentário: 1972, 37 min Beste Documentário: 1969, 20 min Roda & outras estórias Documentário: 1965, 10 min A Cuica Documentário: 1978, 10 min Direção: Sérgio Muniz Debate com Sérgio Muniz Agulha no Palheiro Ficção: 1952, 95 min Direção: Alex Viany Debate com José Renato Vianinha Documentário: 1984, 23 min Direção: Gilmar Candeias, Jorge Achôa O Desafio Ficção: 1965, 90 min Direção: Paulo Debate com Gilmar Candeias Esperando Telê Documentário: 2009, 90 min Direção: Rubens Rewald, Tales Ab´Sáber Debate com Rubens Rewald Desmundo Ficção: 2003, 101 min Direção: Alain Fresnot Debate com Alain Fresnot |
Patativa do Assaré – Ave Poesia Documentário: 2009, 84 min Direção: Rosemberg Cariri Debate com Memória do Cangaço Documentário:1964, 30 min Direção: Paulo Nossa Escola de Samba Documentário: 1965, 30 min Direção: Manuel Horácio Giménez Subterrâneos do Futebol Documentário: 1968, 30 min Direção: Maurice Capovilla Viramundo Documentário: 1965, 40 min Direção: Geraldo Sarno Debate com Luis Zanin Pachamama Documentário:2008, 100 min Direção: Erick Rocha Debate com Eryk Rocha A Paz é Dourada Documentário-ficção: Direção: Noilton Nunes Debate com Hércules 56 Documentário: 2006, 94 min Direção: Silvio Da-Rin Debate com Silvio Da-Rin Um Homem de Moral Documentário:2009, 84 min Direção: Ricardo Dias Debate com Ricardo Dias Evolução de uma indústria Documentário: 1951, 18 min Painel Documentário: 1951, 15 min Santuário Documentário: 1952, 18 min Direção: Lima Barreto Debate com Galileu Garcia |
BALÉ DE ARTE NEGRA DA UMES
Contando com 18 integrantes e 10 músicos, o Balé de Arte Negra da UMES, comandado por mestre Pitanga, também diretor da companhia de Dança Negra Batakotô, ocupou o palco do Teatro Denoy de Oliveira, nos anos de 2000, 2001 e 2002, com inesquecíveis apresentações.
As “prioridades” do então ministro Gilberto Gil cancelaram a parceria do Minc, através do Fundo Nacional de Cultura, com o Balé de Arte Negra da UMES.
CONTO CRIOULO (A FUGA DO TIO AJHAUÍ)
Criado a partir de um trabalho de mais de cinco meses de aulas-ensaio quase diárias, sob o comando de Mestre Pitanga, o projeto foi iniciado em fevereiro de 2000 e contou com o patrocínio do Banespa.
O Balé de Arte Negra da UMES nasceu com 18 integrantes, apresentando o espetáculo Conto Crioulo (A Fuga do Tio Ajhayí). O enredo é baseado numa história passada de geração em geração, desde o século XIX, através da tradição oral, e que retrata de forma poética a conquista da liberdade por uma comunidade de escravos da Bahia que reencontra a identidade cultural na prática de seus rituais ancestrais. O conto, na coreografia de Mestre Pitanga, ganhou um tom moderno e revelador da pujança e beleza da cultura negra no Brasil, com suas indumentárias, danças e ritmos tecidos de elementos que brotam da magia libertária dos Orixás.
O espetáculo teve sua estréia no dia 14 de setembro de 2000, no Teatro Denoy de Oliveira, com direção teatral de Celso Terra, direção musical de Ito Alves e Francisco Magary, figurinos e adereços de Edson Gregório, assistência de direção de Yáscara Manzini, direção geral e coreografia de Mestre Pitanga. Permaneceu em cartaz até 19 de setembro de 2001.
A REVOLTA DOS MALÊS – UMA ÓPERA NEGRA
A Revolta dos Malês, com estréia em 21 de novembro de 2001, é o segunda montagem do Balé de Arte Negra da UMES. Ela partiu de uma consistente pesquisa histórica realizada por AJVS Godi, sobre a rebelião de 1835, na cidade de Salvador (BA), inspirada por escravos e libertos islâmicos – haussás, mandingas e outros grupos denominados genericamente de malês –, mas que contou também com ampla participação de negros de origem nagô, entre os quais Licutan, Dandara, Ahuna, Luiz Sanin, Manoel Calafate, os principais líderes da revolta. Na África, os nagôs não eram islamizados e se constituíam em ferrenhos adversários dos malês. Porém a situação comum de cativos, no Brasil, aproximou-os e irmanou-os em seu sonho de liberdade. O levante havia sido meticulosamente planejado e preparado para explodir num Domingo, 25 de janeiro. Neste dia, aos revoltosos de Salvador se somariam contingentes vindos do Recôncavo e de outras regiões da Bahia, questão considerada fundamental pelos líderes da revolta para que eles pudessem assumir o controle da cidade. Mas um incidente acabou precipitando a sua deflagração para o dia anterior, 24 de janeiro, impedindo que essa junção de forças pudesse ser efetuada. Os ciúmes de Sabina, em relação ao “pai de seus filhos”, Vitório Sule, que freqüentemente desaparecia para conspirar, levaram-na a crer que ele a estava abandonando por outra mulher. Inadvertidamente, Sabina acabou por colocar a polícia no encalço de Sule. E, no dia 24 de janeiro, um destacamento de milicianos surpreendeu-o numa reunião em que todo o comando da rebelião estava presente ultimando os preparativos. Frente à opção de serem presos e desarticulados, os revoltosos preferiram a luta. O levante começou ali. A guarnição policial foi vencida, mas a rebelião perdera o efeito surpresa e a possibilidade de contar com reforços no momento decisivo de sua deflagração. Após intensos combates, a Revolta dos Malês foi finalmente sufocada, no dia 25 de janeiro. Os inquéritos policiais da época arrolaram centenas de pessoas, entre os participantes do levante.
Luiz Gama (1830-1882), poeta negro, advogado, o mais combativo e expressivo dos abolicionistas de São Paulo, contava que sua mãe, Luiza Mahin, a quem dedicou inúmeros e belos poemas, participara ativamente da Revolta dos Malês. Porém, por mais obstinados que tenham sido os esforços do poeta, ao longo de sua vida, e dos pesquisadores que o sucederam nessa busca para localizar registros sobre o paradeiro e a existência de Luiza Mahin, nenhum êxito foi obtido, o que não impediu que Luiza se fizesse lenda.
O denso e sensível roteiro elaborado por AJVS Godi e a exuberante coreografia concebida por Mestre Pitanga, para a montagem de A Revolta dos Malês articulam com raro brilhantismo a abordagem épica, que situa o espectador no contexto mais amplo dos movimentos e embates coletivos, à dramática, que vai ao âmago dos conflitos interiores de seus personagens.
O espetáculo conta ainda com a direção geral de Mestre Pitanga, direção teatral de AJVS Godi, direção musical de Mestre Dinho, figurinos e adereços de Edson Gregório, iluminação de Celso Terra, video de Caio Plessman e a participação especial do ator e cantor Ado Bueno, além de 16 bailarinos e 9 músicos. A montagem de A Revolta dos Malês contou com o apoio do Fundo Nacional de Cultura.
TEATRO DENOY DE OLIVEIRA
Em 1994, foi inaugurado o Teatro da UMES, que tinha a característica de teatro de arena. Foi sede das apresentações musicais e teatrais dos projetos realizados pelo CPC-UMES até janeiro de 1998, ocasião em que passou por uma reforma completa.
Com projeto do arquiteto e cenógrafo Cyro del Nero, o teatro foi ampliado, ganhando um palco italiano de 35 metros quadrados, 99 poltronas estofadas, ar refrigerado, quatro camarins e instalações para a administração. Foi inaugurado em fevereiro de 1999, com o nome de Teatro Denoy de Oliveira, numa homenagem dos estudantes secundaristas ao criador do CPC-UMES.
E FOI ASSIM QUE TUDO COMEÇOU
Em janeiro de 1994 a UMES procura Denoy de Oliveira, que fora do CPC do Rio de Janeiro até o incêndio da UNE em abril de 1964. O cineasta lembrou que o CPC fora criado por artistas e intelectuais como Vianinha, Carlos Estevam Martins, Reinaldo Jardim, Carlos Lyra, Vinícius de Moraes, Ferreira Gullar, Chico de Assis, entre outros “débeis mentais” no dizer da mídia da época. E se queríamos criar algo parecido seria preciso estudar muito.
Saímos do encontro com aquele desafio e em março iniciamos um curso de quatro meses, com aulas diárias de teatro, cinema, dramaturgia, filosofia, psicologia e literatura dadas por Denoy de Oliveira, Sérgio Rubens, Hermano Penna e Carlos Lopes.
O grupo começou com 12 pessoas. Como sempre acontece, uns saíram outros entraram. Firmamos oito pessoas. Além dos textos teóricos trabalhamos com leituras de Brecht, Tchecov, Martins Pena e improvisação. Ao final do curso deveríamos escrever um texto de cinco minutos para ser encenado e gravado em VHS.
Mas em junho a UMES passaria a ocupar a atual sede. Denoy olhou o salão e disse: “se tirar esse teto de gesso cafona e pintar tudo de preto, isso vira uma arena”. Daí a alguns dias o salão começava a virar teatro.
(VALÉRIO BEMFICA)
AUTO DAS MENSALIDADES – Narra os conflitos entre os estudantes e o Dr. Tubarão, um proprietário de escolas que só se preocupa com seus lucros.
AUTO DA TRAIÇÃO – Tema: o demônio Dinatus vem à superfície cobrar de um certo política uma dívida de campanha.
AUTO DA CPI – Sátira de um dos incontáveis escândalos financeiros.
A estreia da comédia musical “Querem Bater Minha Carteira” marcou a inauguração do Teatro da UMES (atual Teatro Denoy de Oliveira), em setembro de 1994. Escrita pelo Grupo de Dramaturgia do CPC e tendo um elenco de estudantes, a peça teve a direção de Denoy de Oliveira, cenografia e figurinos de Luis Fernando e direção musical de Luis Carlos Bahia. O tema é a conquista da carteirinha de meio-passe e meia-entrada. “Querem Bater Minha Carteira” totalizou 120 apresentações.
Peça infantil de Nana de Casto, em cartaz no Teatro Denoy de Oliveira, de março a setembro de 1999. Recebeu nove indicações para o Prêmio Coca-Cola de Teatro e a premiação em três categorias: melhor espetáculo de 1999, melhor cenário (Cyro del Nero) e melhor atriz (Thania Castello). Ficha técnica: elenco (Camila Cassis, César Marchetti, Leandro Resende, Oswaldo Ávila, Rachel Carvalhaes, Thania Castello), direção musical (Dyonisio Moreno), cenografia e adereços (Cyro del Nero), figurinos (Leonardo Diniz), produção executiva (Eloisa Elena), direção (Carlos Gradim).
Adaptação da última obra de Bertolt Brecht, realizada por Denoy de Oliveira e Sérgio Rubens de Araújo Torres, com música de Marcos Vinícius de Andrade. Também o último trabalho do mestre Denoy, no qual a história do Imperador da China, que convoca os intelectuais para explicar ao povo a razão da crise (produzida por ele próprio ao estocar toda a produção de algodão para forçar a alta do preço do produto), se transforma numa metáfora sobre o Brasil e ganha os contornos de um musical que alterna o tom do épico com o da revista. Essa busca, no sentido de aprofundar e lapidar a linguagem do nosso Teatro Popular, foi ao palco do Teatro Denoy de Oliveira, em maios de 1999, com direção de José Renato, cenografia de Cyro del Nero, direção musical de Dyonísio Moreno, coreografia de Silvia Bittencourt, iluminação de Wagner Freire, assistência de direção de Luiz Carlos Bahia e grande elenco de 16 atores, interpretando 28 personagens.
Espetáculo musical narrado e cantado por Oswaldinho da Cuíca,com participação especial de Aldo Bueno, Seu Nenê da Vila Matilde e Thobias da Vai-Vai, apresenta a trajetória musical deste gênero no estado de São Paulo, desde suas origens até chegar aos sambas-enredo dos dias de hoje.
Estreou no Teatro Denoy de Oliveira em março de 1999 e deu origem a dois média-metragens, “Geraldo Filme” e “Seu Nenê”, à publicação em livro da autobiografia de Seu Nenê e ao CD “História do Samba Paulista”
PARCERIAS COM FORTE CASA TEATRO
Em 2004, o CPC-UMES firmou parceria com o grupo Forte Casa Teatro que passou a administrar o Teatro Denoy de Oliveira, até julho de 2010. Em parceria com o grupo, foram realizados os espetáculos A Metamorfose (direção: Vinícius Torres Machado), Falatório (diração: René Piazentin, Hamlet-Canastra Real (direção: Gabriel Carmona), A Não Liberdade do Rabo ao Bico (Auto Direção), Alembrar (direção: Rebeca Braia) e Arapucaia (direção: Magê Blanques).
Nesses tempos sombrios, onde crises econômicas, políticas, sociais, esportivas, se misturam em nosso cotidiano, provocando terremotos e tsunames na vida de todos, sempre procuramos, instintivamente, analisar, compreender o que está acontecendo, empenhados em minimizar ao máximo as conseqüências desses acontecimentos. Fentermina é um medicamento usado para perda de peso. Tem efeito estimulante do sistema nervoso central semelhante ao das anfetaminas e é um inibidor de apetite. Phentermine weight loss é prescrita como parte de um programa abrangente de perda de peso, que também inclui dieta, exercícios e terapia comportamental.
Lemos jornais, ouvimos os noticiários, as declarações das autoridades competentes e, muitas vezes, percebemos, surpresos, que nossa posição, nossa resposta às provocações se alterou. Nós mudamos, é isso! Somos capazes de evoluir, nos transformar, isto é… mudar de idéia! Bertolt Brecht nos ajuda, com suas obras, a entender nossas mudanças de pensamento. Esta personagem, “Santa Joana dos Matadouros” vive o florescer de uma crença baseada na fé e na ingenuidade. Sua fé a engaja num grupo religioso, cujo trabalho piedoso ela assume com personalidade. E logo entra em choque com um sistema de vida menos piedoso que visa aproveitar-se das pessoas e delas tirar o maior proveito possível, sem a menor preocupação com uma retribuição justa.
A montagem de “A Exceção e a Regra” surgiu de um trabalho de conclusão de curso realizado pela turma do curso avançado de teatro do Pontão de Cultura da UMES.
Após 2 anos e meio de trabalho o grupo resolveu dar sequência ao trabalho realizando apresentações nas escolas públicas de São Paulo e agora retorna em cartaz a cada dia recebendo uma escola diferente.
No segundo semestre de 2013, a apresentação volta a ser realizada nas escolas públicas da capital.
No Congresso da UMES, de 1994, o tema mais debatido foi o da cultura. Foi aprovada a criação do Centro Popular de Cultura da UMES, o CPC-UMES. O cineasta Denoy de Oliveira, que integrou o antigo CPC da UNE, foi convidado para organizar o novo CPC. Com mais de 20 anos de existência, o CPC-UMES chega à esse ano com uma produção significativa nas áreas de música, teatro, cinema, video e literatura. Denoy de Oliveira faleceu em 04/11/1998. Mas o CPC que ele ajudou a plantar, com a ajuda dos secundaristas, artistas e intelectuais que se agruparam em torno de suas idéias segue colaborando para o fortalecimento e o desenvolvimento da nossa cultura.
OS PRIMEIROS 15 ANOS
Corria o ano de 1996 e o trabalho do CPC-UMES ainda engatinhava. Alguns cursos, uma peça, alguns shows. Tudo embalado por muita animação, muita disposição, muita vontade de aprender. Mas, também, muitas dúvidas.
Se tivéssemos acreditado nas vozes da “opinião publicada”, teríamos desistido. Nos jornalões, na TV, no cinema, reinavam a tal da globalização e o neoliberalismo. E nós tentando produzir algo que tivesse a ver com a cultura nacional-popular…
Buscávamos conversar com os antigos integrantes do CPC de UNE e com os batalhadores históricos de nossa cultura. Alguns davam força, apoiavam. Outros, ainda que simpáticos, questionavam se valia a pena tentar de novo, se nossa tentativa não era anacrônica.
E havia quem dissesse que tudo era uma grande bobagem: a batalha tinha sido perdida. E, realmente, os adversários pareciam imbatíveis.
Mas, ao nosso lado, tínhamos Denoy de Oliveira. Se no corpo as energias já lhe faltavam, no coração, na alma e no cérebro, transbordavam.Em um momento em que muitos achavam que tinham desperdiçado suas vidas buscando utopias, Denoy passava as mãos pelas fartas sobrancelhas e dizia algo como: “O que é isso, meu velho? Já passamos por coisa bem pior”.
Nas últimas semanas, procurando nos arquivos materiais para este balanço que a UMES traz a público dos 15 anos do trabalho do CPC, deparei com um texto do velho mestre, escrito justamente naquele longínquo 1996. E que encerrava assim: “Mas é preciso, como sempre, ter a coragem de começar e algumas vezes de remar contra a corrente. Lá adiante há uma curva no rio… e a força das águas pode mudar de rumo.”
Hoje podemos ver, por dois motivos, que Denoy estava certo.
O primeiro pode ser visto nas próximas páginas: o trabalho do CPC-UMES cresceu, se afirmou, virou referência. O que parecia um sonho ingênuo – uma entidade de estudantes secundaristas construindo um sólido trabalho cultural – tornou-se uma realidade constatada por milhões de pessoas. E o segundo agora está nas páginas dos jornalões: os dogmas do neoliberalismo empurraram os EUA, Europa e Japão para uma crise de proporções gigantescas.
Se Denoy ainda estivesse conosco, certamente olharia para este balanço dos primeiros 15 anos com o mesmo orgulho que nós. Mas em seguida, penteando as sobrancelhas, diria: “Bora, meu velho! Ainda tem muito a ser feito!” É o que faremos. Na história do Brasil a força dos estudantes e dos artistas sempre foi fundamental para repelir os ataques contra a nossa identidade, soberania e liberdade. Portanto, é arregaçar as mangas e usar essa energia na construção do país dos nossos sonhos.
Denoy, valeu!
VALÉRIO BEMFICA – ex-presidente do CPC-UMES
(texto publicado em 2010)
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