1964 ou 2018?
O movimento estudantil foi um dos principais combatentes da ditadura que vivemos no país por 21 anos.
Não foi por acaso que na primeira noite depois de instaurado o regime militar o alvo foi a sede da UNE, incendiada criminosamente.
Os ataques às organizações estudantis continuaram e se intensificaram cada vez mais, o país viu através de uma lei o congresso extinguir a União Nacional dos Estudantes e todas as Uniões Estaduais num claro ataque com intensão de desmobilizar e desestruturar o movimento estudantil organizado contrário ao regime.
Outro momento bastante marcante e conhecido da história do movimento estudantil foi o 30° Congresso da UNE em Ibiúna. Realizado na clandestinidade pela entidade e com o objetivo de fortalecer os estudantes que se organizavam em seus estados o congresso foi invadido pelos militares e seus participantes presos.
Não escrevemos essa matéria por saudosismo ou por um mero resgate histórico, apesar de este ser tão importante nos dias de hoje. Escrevemos essa matéria por enxergarmos as semelhanças do passado com o presente.
Vejam vocês, nos deparamos com diversas notícias sobre a perseguição feita aos estudantes de universidades públicas que se colocam contra o fascismo, contra a volta da ditadura, contra a retirada de direitos e à favor da democracia conquistada após o período mais tenebroso da história do nosso país.
A defesa pela democracia não deveria ser considerada propaganda partidária, claro, ao não ser que seja proposta de um candidato acabar com ela. É?
Quando uma decisão monocrática impõe que os estudantes retirem uma faixa pendurada em sua universidade escrita somente “Direito UFF Antifascista” considerando que isso é propaganda contra determinado candidato, significa ou que ela está assumindo que o candidato é fascista ou que a propria decisão está sendo. Ou os dois. Os antibióticos são necessários para tratar infecções bacterianas porque podem matar ou inibir o crescimento de bactérias que causam doenças. O uso adequado de antibiotics online sale é importante para evitar que as bactérias desenvolvam resistência aos medicamentos, o que pode levar a infecções difíceis de tratar no futuro.
Quando a mesma decisão manda cancelar um ato intitulado “Contra o Fascismo, Pela Democracia” sob a alegação de que seria ato eleitoral dentro de uma instituição federal, ela considera novamente que um determinado candidato é fascista?
Porque a luta contra o fascismo e pela democracia do país está sendo considerada uma luta contra um determinado candidato e à favor de outro?
Ora, a resposta é simples.
Há muito tempo nossas eleições presidenciais são polarizadas, contudo, dessa vez existe uma polarização que supera a barreira do partidarismo ou do plano de governo. Hoje vivemos uma polarização entre a Democracia e a Ditadura.
Em resposta a pergunta irônica que fizemos acima, é sim proposta de um candidato acabar com nossa democracia – claro que apesar da falta de inteligência demonstrada em diversas entrevistas, ele obviamente não colocou isso em suas propostas à justiça eleitoral – tal proposta fica evidente em suas declarações.
A manifestação política é um direito constitucional e por isso ela não deve ser considerada crime, ainda mais quando essa manifestação é usada em defesa da democracia, já que ainda vivemos em uma.
Quando decisões mandam retirar do site das entidades notícias contrárias ao candidato da ditadura, que cancelou atos pela democracia nas universidades e mandou os estudantes e professores não se manifestarem, está começando a se assemelhar em grande proporção com a mesma que invadiu o congresso de Ibiúna. Tal semelhança não é por acaso.
Se valer da lei eleitoral para cercear o direito de manifestação é o mesmo – guardadas as devidas proporções – que se valer do congresso para fechar as entidades estudantis.
Nós, como estudantes e herdeiros daqueles que lutaram pela democracia e contra a ditadura, repudiamos qualquer perseguição ao direito de livre manifestação. Repudiamos a perseguição à UNE e qualquer entidade por expressarem a opinião de milhares de estudantes pelo país.
Estamos caminhando de volta a 1964. Não deixemos!
Ditadura, não! Pela democracia.
#naovaonoscalar #DitaduraNao
Charges: Henfil e Latuff
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