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7ª Edição da Mostra Permanente de Cinema Italiano estreia a programação em 14 de fevereiro

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Situado no coração do Bixiga, o Cine-Teatro Denoy de Oliveira inicia em 14 de fevereiro a 7ª edição da Mostra Permanente de Cinema Italiano, de forma presencial e tomando todas as medidas de segurança contra o coronavírus.

Inaugurada em 2016, a Mostra é uma iniciativa do CPC-UMES (Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) e conta com programação anual, sempre às segundas-feiras, às 19h.

Em 2022, serão 41 belíssimos filmes de 22 diretores italianos que fazem uma homenagem ao cinema e à sua história, cada um a seu modo. Uma programação especial, repleta de clássicos que atravessam o tempo, verdadeiras obras primas do cinema mundial.

 

 

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA PERMANENTE DE CINEMA ITALIANO

  

14/02 – OITO E MEIO  

Federico Fellini (1963), 108 min.

21/02 – QUE ESTRANHO CHAMAR-SE FEDERICO

Ettore Scola (2011), 90 min.

07/03 – AMOR E ANARQUIA

Lina Wertmüller (1973), 124 min.

14/03 – O EVANGELHO SEGUNDO SÃO MATEUS

Pier Paolo Pasolini (1964), 137 min.

21/03 – ÉDIPO REI

Pier Paolo Pasolini (1967), 104 min.

28/03 – A QUADRILHA DOS HONESTOS

Camillo Mastrocinque (1956), 106 min.

04/04 – DJANGO

Sergio Corbucci (1966), 91 min.

11/04 – ALEMANHA, ANO ZERO

Roberto Rossellini (1948), 78 min.

18/04 – O FASCISTA

Luciano Salce (1961), 100 min.

25/04 – VERÃO VIOLENTO

Valerio Zurlini (1959), 100 min.

02/05 – TOMARA QUE SEJA MULHER

Mario Monicelli (1986), 120 min.

09/05 – FEIOS, SUJOS E MALVADOS

Ettore Scola (1976), 115 min.

16/05 – A NOITE

Michelangelo Antonioni (1961), 122 min.

23/05 – QUANDO O AMOR É MENTIRA

Valerio Zurlini (1955), 102 min.

30/05 – AMÉRICA – O SONHO DE CHEGAR

Gianni Amelio (1994), 116 min.

06/06 – O OURO DE ROMA

Carlo Lizzani (1961), 96 min.

13/06 – A ARTE DE DAR UM JEITO

Luigi Zampa (1954), 95 min.

20/06 – IL BOOM

Vittorio De Sica (1963), 88 min.

27/06 – PARTNER

Bernardo Bertolucci (1968), 105 min.

04/07 – CRIMES DA ALMA

Michelangelo Antonioni (1950), 98 min.

11/07 – PECADO À ITALIANA

Luigi Comencini (1974), 92 min.

18/07 – STROMBOLI

Roberto Rossellini (1950), 107 min.

25/07 – OS BASILISCOS

Lina Wertmüller (1963), 85 min.

01/08 – O SIGNO DE VÊNUS

Dino Risi (1955), 101 min.

08/08 – AQUELE CASO MALDITO

Pietro Germi (1959), 120 min.

15/08 – METELLO, UM HOMEM DE MUITOS AMORES

Mauro Bolognini (1970), 110 min.

22/08 – SATYRICON DE FELLINI

Federico Fellini (1969), 129 min.

29/08- O VINGADOR SILENCIOSO

Sergio Corbucci (1968), 101 min.

05/09- EM NOME DA LEI

Pietro Germi (1949), 100 min.

12/09- A GAROTA COM A PISTOLA

Mario Monicelli (1968), 103 min.

19/09- DUAS MULHERES

Vittorio De Sica (1960), 101 min.

26/09- AS PORTAS DA JUSTIÇA

Gianni Amelio (1990), 108 min.

03/10- O TETO

Vittorio De Sica (1956), 101 min.

10/10- AS AMIGAS

Michelangelo Antonioni (1955), 105 min.

17/10- SEMEANDO A ILUSÃO

Luigi Comencini (1972), 116 min.

24/10- SEDUÇÃO DA CARNE

Luchino Visconti (1954), 93 min.

31/10- O LADRÃO DE CRIANÇAS

Gianni Amelio (1992), 114 min.

07/11- ROMA ÀS 11 HORAS

Giuseppe De Santis (1952), 107 min.

21/11- PARENTE É SERPENTE

Mario Monicelli (1992), 105 min..

28/11- ARROZ AMARGO

Giuseppe De Santis (1949), 108 min.

05/12 – SPLENDOR

Ettore Scola (1989), 110 min.

DIRETORES APRESENTADOS NA EDIÇÃO DE 2022

FEDERICO FELLINI (1920-1993)

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc´Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes pela participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rossellini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8½” (1963), “Roma” (1972)”, “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978). “E La Nave Va” (1983).

ETTORE SCOLA (1931-2016)

Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno (“Um Americano em Roma”, 1954), Luigi Zampa (“Gli Anni Ruggenti”, 1962), Dino Risi (“Il Sorpaso”, 1962). Dirigiu seu primeiro filme, “Vamos Falar Sobre as Mulheres”, em 1964. Obteve reconhecimento internacional com “Nós Que Nos Amávamos Tanto” (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º Festival de Cannes, com “Feios, Sujos e Malvados”. Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo “Um Dia Muito Especial” (1977), “Casanova e a Revolução” (1982), “O Baile” (1983), “Splendor” (1987), “O Jantar” (1998), “Concorrência Desleal” (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

LINA WERTMÜLLER (1928-2021)

Nascida em Roma, Arcangela Felice Assunta Wertmüller von Elgg Spanol von Braucich estudou teatro e trabalhou como assistente de direção de Giorgio Lullo nos anos 50. No cinema, foi assistente de Federico Fellini em “Oito e Meio” (1963). Estreou como diretora com “I Basilischi” (1963). Em 1965 dirigiu o filme em episódios “Questa Volta Parliamo di Uomini” e para a televisão “Il Giornalino di Gian Burrasca”, adaptação do romance homônimo de Vamba. Assinou outros dezessete longa-metragens, entre os quais “Mimi, o Metalúrgico” (1972), “Amor e Anarquia” (1973), “Pasqualino Sete Belezas” (1975), “Sábado, Domingo e Segunda” (1990), “Ninfa Plebeia” (1996). Em 2001 lançou “A Pequena Orfã”, telefilme estrelado por Sofia Loren, extraído do romance homônimo da escritora napolitana Maria Orsini Natale. Lina foi a primeira mulher indicada ao Oscar de Melhor Direção, por “Pasqualino Sete Belezas” e, em 2019, a cineasta foi agraciada com um Oscar pelo conjunto de sua obra.

PIER PAOLO PASOLINI (1922-1975)

Poeta, escritor e cineasta, Pasolini nasceu em Bolonha. Compôs os primeiros poemas em dialeto friulano, “Poesia a Casarsa” (1942). Seus romances “Vadios” (1954) e “Uma Vida Violenta” (1959) lhe asseguraram o êxito literário. Dirigiu, entre 1955 e 1959, a revista Officina, escrevendo depois roteiros cinematográficos e realizando vários filmes, entre os quais “Accattone” (1961), “Mamma Roma” (1962), “O Evangelho Segundo Mateus” (1964), “Gaviões e Passarinhos” (1966), “Édipo Rei” (1967), “Teorema” (1968), “Medeia” (1969), “Pocilga” (1969), “Decameron” (1971), “Salò ou os 120 Dias de Sodoma” (1975). Repudiado pelo Vaticano, quando foi lançado em 1964 no Festival de Veneza, “O Evangelho Segundo Mateus” foi reabilitado em 2014, um ano após a posse do Papa Francisco, como “o melhor filme já feito sobre a vida de Jesus Cristo”.

CAMILLO MASTROCINQUE (1901-1969)

Camillo Mastrocinque nasceu em Roma. Aos 24, já participava de grandes produções como o épico Ben-Hur (1925). Seu primeiro filme foi “Regina della Scala” (1937). Focou sua carreira em comédias, com uma parceria bem-sucedida com o ator Totó. Seus principais filmes são:  “A Quadrilha dos Honestos” (1956), “Totò, Peppino e la…malafemmina” (1956) e “Totòtruffa ’62” (1961). Mastrocinque também assina produções do gênero horror, como “A Cripta do Vampiro” (1964), com Christopher Lee.

SERGIO CORBUCCI (1927 – 1990)

Sérgio Corbucci nasceu em Roma. Antes de ficar conhecido como criador do sub-gênero western spaghetti, Corbucci transitou pelo peplum (subgênero de filme épico italiano, conhecido também como “espada e sandálias”) e pela comédia, dirigindo filmes de sucesso, protagonizados por Totó, como “I due marescialli” (1961) e “A Vida Íntima de Suas Excelências” (1963). Em 1966, lança “Django”, protagonizado por Franco Nero. O sucesso do filme abriu as portas para a prolífera produção de westerns spaghetti da década de 70. Também dirigiu “Joe, O Pistoleiro Implacável” (1966), “Os Violentos vão para o Inferno” (1968), “Companheiros” (1970), e sua obra-prima “O Grande Silêncio” (1968).

ROBERTO ROSSELLINI (1906-77)

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendados pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em junho de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960).

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972),   “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

LUCIANO SALCE (1922-1989)

Luciano Salce nasceu em Roma. Foi ator, dramaturgo e cineasta, tendo se formado na Regia Accademia di Arti Drammatica, em Roma. Atuou como assistente de direção para Vito Pandolfi e Luchino Visconti no final da década de 1940. Já em 1950, vem para o Brasil e dirige importantes trabalhos para o Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, como “A Dama das Camélias”, de Alexandre Dumas Filho, realizado em 1951, no Theatro Municipal de São Paulo, estrelado pela icônica atriz Cacilda Becker.

Salce assina seu primeiro trabalho cinematográfico para a companhia Vera Cruz como diretor da comédia “Uma Pulga na Balança” (1953), ainda no Brasil. Voltando para a Itália em 1954, dirige filmes como “As Pílulas do Amor” (1960) e “Fantozzi” (1975).

VALERIO ZURLINI (1926-82)

Nascido em Bolonha, Valerio Zurlini estudava Direito quando ingressou na Resistência Italiana, em 1943. Depois da 2ª Guerra Mundial, trabalhou como assistente de direção no Piccolo Teatro de Milão. Realizou em 1954 seu primeiro longa-metragem: “Quando o Amor é Mentira”, baseado no romance de Vasco Pratolini, Le Ragazze di San Frediano. Seu segundo longa, “Verão Violento” (1959), lhe trouxe notoriedade. “A Moça com a Valise” (1961) repetiu a dose. Mas Zurlini ficou mais conhecido por suas adaptações literárias: “Dois Destinos” (1962), adaptação de outro romance de Vasco Pratolini; “Mulheres no Front” (1965), baseado em um romance de Ugo Pirro; “La Promessa” (1970) em uma peça de Aleksei Arbuzov e seu último filme “O Deserto dos Tártaros” (1976), em romance de Dino Buzzati. Zurlini também dirigiu “Sentado à Sua Direita” (1968) e “A Primeira Noite de Tranquilidade” (1972).

MARIO MONICELLI (1915-2010)

Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 colaborou em cerca de 40 filmes, como argumentista, roteirista e assistente de direção. O começo de seu trabalho como diretor ocorre em 1949, em parceria com Stefano Vanzina, em “Totò Cerca Casa”. A colaboração dos dois diretores deu origem a oito filmes, dentre os quais os célebres “Guardie e Ladri” (1951) e “Totò a Colori” (1952). Em 1953 inicia o trabalho solo. “Os Eternos Desconhecidos” (1958), com elenco composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, é considerado o primeiro do filão da commedia all`italiana. Em 1959, “A Grande Guerra” ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza e rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com “Os Companheiros”. Diversas outras películas merecem destaque, em sua carreira de mais de 60 filmes: “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975), “Um Burguês Muito Pequeno” (1977), “Quinteto Irreverente” (1982).

MICHELANGELO ANTONIONI (1912-2007)

Michelangelo Antonioni nasceu em Ferrara. Graduado em Economia, Michelangelo chega a Roma em 1940, onde começa a estudar no Centro Sperimentale di Cinematografia, na Cinecittà. O primeiro sucesso de Antonioni foi “A Aventura” (1960), seguido por “A Noite” (1961) e “O Eclipse” (1962), que formam uma trilogia. Em 1964, Antonioni lança o seu primeiro filme colorido “O Deserto Vermelho”. Em 1966, lança o seu primeiro filme em inglês, “Blow-Up – Depois Daquele Beijo”, e “Zabriskie Point” (1970), rodado nos Estados Unidos. Em 1985, sofreu um acidente vascular cerebral, e, apesar de ter ficado parcialmente paralítico e quase impossibilitado de falar, dirigiu outro filme com ajuda de Wim Wenders, “Além das Nuvens” (1995). Nesse mesmo ano é premiado com um Oscar pelo conjunto da sua obra.

GIANNI AMELIO (1945)

Nascido em Catanzaro, região da Calábria, se formou em Filosofia na Universidade de Messina. Em 1965, vai para Roma e trabalha como assistente de câmera. Pouco tempo depois, já começa a dirigir seus próprios projetos para televisão. Em 1979, dirige seu maior sucesso na TV, “Il Piccolo Archimede”, que o faz ser comparado a Luchino Visconti. Em 1982, estreia no cinema com o filme “Colpi al Cuore”. Anos depois filmaria seu primeiro grande sucesso “I ragazzi di via Panisperna” (1988), ganhador do prêmio de Melhor Filme no Festival de Albano. Em 1990, seu filme “As Portas da Justiça” é indicado ao Oscar de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Entre seus sucessos estão: “O Ladrão de Crianças” (1992), “América – O Sonho de Chegar” (1994) e “Assim É Que Se Ria” (1998), que lhe rendeu o Leão de Ouro no Festival de Veneza.

CARLO LIZZANI (1922-2013)

Carlo Lizzani nasceu em Roma e começou sua carreira como roteirista em filmes como “Alemanha, Ano Zero” (Roberto Rossellini, 1948), e “Arroz Amargo” (Giuseppe De Santis, 1949), pelo qual recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Como diretor, estreou com “Achtung! Banditi!” (1951), drama sobre a resistência antifascista. Seu filme “Os Amantes de Florença” (1954), adaptação do romance de Vasco Pratolini, recebeu o Prêmio Internacional do Festival de Cannes e duas Fitas de Prata. Pelo filme “Bandidos em Milão” (1968), ele ganhou o David di Donatello de Melhor Diretor e a Fita de Prata de Melhor Roteiro. Por seu filme de 1996, “Celluloide”, que fala das dificuldades enfrentadas por Roberto Rossellini durante as filmagens de  “Roma, Cidade Aberta” (1945), recebeu outro David di Donatello.

LUIGI ZAMPA (1905-1991)

Luigi Zampa nasceu em 1901, em Roma. Estudou Engenharia e, nesse período, escreveu algumas comédias. Depois estudou Roteiro e Direção no consagrado Centro Sperimentale di Cinematografia, entre os anos 1932 e 1937. Seu primeiro longa foi “L’Attore Scomparso” (1941). Entre seus filmes de sucesso, estão: “Viver em Paz” (1947), “Campane a Martello” (1949) e “Anni Ruggenti ” (1962). Em suas obras, o entretenimento está intrinsecamente ligado à notação de costumes e do comportamento italiano diante de mudanças na sociedade.

VITTORIO DE SICA (1901-1974)

Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia.

De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu “O Juízo Universal” (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana” (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).

BERNARDO BERTOLUCCI (1941-2018)

Filho do poeta e crítico de cinema Attilio Bertolucci, Bernardo Bertolucci nasceu em Parma. Começou cedo, ainda no final dos anos 50, quando realizou seus primeiros curta-metragens em 1959 e 1960. Em 1961, frequentou a Universidade de Roma onde começou o curso de Literatura Moderna após trabalhar como assistente de direção em “Accattone”, de Pier Paolo Pasolini. Estreou como diretor em 1962 com “A Morte”.

Conhecido por sua versatilidade, Bertolucci tem entre suas obras “Antes da Revolução” (1964); o clássico “O Conformista” (1970), livre adaptação do livro homônimo de Alberto Moravia; o polêmico “O Último Tango em Paris” (1972), com Marlon Brando e Maria Schneider; o épico “1900”, conhecido como o mais grandioso filme de sua carreira. Também se destacam, o multipremiado “O Último Imperador” (1987), “O Céu que Nos Protege” (1990) e “Os Sonhadores” (2003).

LUIGI COMENCINI (1916-2007)

Nasceu na província de Bréscia, na Itália. Roteirista e diretor, conta com mais de quarenta filmes em sua carreira. Junto com Dino Risi, Ettore Scola e Mario Monicelli, foi considerado um dos mestres do gênero commedia all’italiana. “Retorno ao Lar” (1960) é um dos principais filmes do diretor. A comédia “Pão, amor e fantasia” (1953), interpretada por Vittorio de Sica e Gina Lollobrigida, foi premiada com o Urso de Prata no Festival de Berlim, em 1954. Comencini ganhou o David di Donatello de Melhor Diretor e foi indicado à Palma de Ouro com o filme “Quando o Amor é Cruel” (1966). Em 1974, o seu filme “Delitto d´amore” representou a Itália no Festival de Cannes e, em 1986, dirigiu “Un ragazzo di Calabria”, apresentado no Festival de Veneza em 1987, numa edição em que Comencini recebeu o Leão de Ouro pela sua carreira.

LUCHINO VISCONTI (1906-1976)

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor francês Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936), “Partie de Campagne” (1936). Ingressou no Partito Comunista d’Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi “Obsessão” (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neo-realista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme “As Noites Brancas” – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas “Rocco e Seus Irmãos” e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, “O Leopardo”, adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), “Morte em Veneza” (1971), “Ludwig” (1972), “Violência e Paixão” (1974) e “O Intruso” (1976).Assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.

DINO RISI (1916-2008)

Dino Risi nasceu em Milão e era formado em Psiquiatria. Foi crítico de cinema, roteirista, trabalhou como assistente de Mario Soldati e Alberto Lattuada. Nos anos 50 se instalou em Roma, se tornando um dos grandes inventores da commedia all’italiana, ao lado de Ettore Scola, Mario Monicelli e Pietro Germi. Dirigiu 54 filmes, entre os quais “Férias com o Gangster” (1951), “O Signo de Venus” (1955), “Belas, mas Pobres” (1956), “Essa Vida Dura” (1961), “Aquele que Sabe Viver” (1962), “Operação San Genaro” (1966), “Esse Crime Chamado Justiça” (1971). “Perfume de Mulher” valeu a Vittorio Gassman o grande prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes de 1975. Em 2002, recebeu um Leão de Ouro, no Festival de Veneza, pelo conjunto da obra.

PIETRO GERMI (1914-1974)

Nascido em Gênova, filho de um operário e uma costureira, Pietro Germi estudou teatro e direção em Roma no Centro Experimental de Cinematografia. Durante os estudos trabalhou como ator, assistente de direção e roteirista. Colaborou em grande parte dos roteiros dos filmes que dirigiu, e inclusive atuou em alguns deles. Após alcançar sucesso com dramas populares de corte neorrealista, passou a escrever e dirigir comédias satíricas. Tem entre suas obras “A Testemunha” (1945), “Em Nome da Lei” (1949), “Caminho da Esperança” (1950), “O Ferroviário” (1956), “O Homem de Palha” (1957), “Divórcio à Italiana” (1961), premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original, “Seduzida e Abandonada” (1963) e “Confusões à Italiana” (1966), premiados no Festival de Cannes e, na Itália, com o David di Donatello.

MAURO BOLOGNINI (1922-2001)

Mauro Bolognini nasceu em Pistoia, na região da Toscana. Formado também em arquitetura, Mauro estudou cenografia na Academia Nacional Italiana de Cinema. Começou a trabalhar como assistente dos diretores Luigi Zampa na Itália, e Yves Allégret e Jean Delannoy na França. Estreou em 1953 com o filme ”Ci Troviamo In Galleria”. Seu primeiro sucesso de crítica e público foi o filme “O Belo Antônio”, em 1960. Além de grandes títulos de cinema, Bolognini também dirigiu produções teatrais e óperas.

Outros filmes dirigidos por Bolognini foram: ”A Longa Noite das Loucuras’ (1959), com Elsa Martinelli; ”Caminho Amargo” (1961), com Jean-Paul Belmondo e Claudia Cardinale; ”Desejo que Atormenta” (1962), com Anthony Franciosa e Claudia Cardinale; ”As Bruxas” (1967), com Silvana Mangano; ”A Grande Burguesia” (1974), com Catherine Deneuve e Giancarlo Giannini; entre outros.

GIUSEPPE DE SANTIS (1917-1997)

Giuseppe de Santis nasceu em Fondi, estudou filosofia, literatura e lutou na Resistência antes de entrar para o Centro de Cinema Experimental de Roma. Enquanto trabalhava como jornalista para a revista “Cinema”, tornou-se, sob influência de Cesare Zavattini, um grande defensor dos primeiros cineastas neorrealistas cujos filmes refletiam as realidades simples e trágicas da vida proletária. Em 1942 colaborou com o roteiro de “Ossessione”, primeiro filme de Luchino Visconti. Estreou como diretor em “Caccia Tragica”, um apelo por melhores condições de vida para os trabalhadores italianos. Também dirigiu “Arroz Amargo” (1950), com Silvana Mangano, indicado ao Oscar de Melhor História Original. Em 1959 ganhou um Globo de Ouro com “La Estrada Lunga un Ano” (1958), produzido na Iugoslávia, como Melhor Filme em Língua Estrangeira. Integrou o júri do 11º (1979) e 14º (1985) Festival Internacional de Cinema de Moscou.

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