900 estudantes repudiam “reestruturação” de Alckmin na Diretoria de Ensino Centro-Sul
A manhã desta terça (6) começou agitada, com a mobilização de centenas de escolas contra a reestruturação de Alckmin. Este foi o caso da Escola Estadual Raul Fonseca, no Ipiranga, onde os estudantes organizaram uma manifestação reunindo 900 pessoas, entre estudantes, professores e pais contra o fechamento de mais salas de aulas pelo governo do Estado. Para o professor Dimitri, que leciona na escola, “estas medidas do governo Alckmin são para cortar da educação, da mesma forma que vem fazendo o governo federal”, disse no ato de início da manifestação.
A concentração teve início às 7 horas, e após reunir cerca de 250 estudantes, partiu em direção a Diretoria de Ensino Centro-Sul. No caminho os estudantes realizaram atos em frente as escolas estaduais Antônio Alcântara Machado, Júlio Ribeiro e Professora Martha Figueira Netto da Silva.
Em frente a escola Alcântara Machado os estudantes denunciaram a medida de Alckmin que deve fechar ao menos 1000 escolas, demitir milhares de professores e obrigar milhões de estudantes a mudarem de escola. Os estudantes do Alcântara foram convidados a integrarem a manifestação, porém a diretoria da escola fechou os portões e impediu que qualquer estudante se somasse a manifestação. Pouco depois os membros do grêmio redigiram uma carta repudiando as medidas de Alckmin. “É inadmissível que escolas sejam fechadas, tal ato é uma agressão ao jovem, nós estudantes não vamos tolerar. Já não basta os cortes bilionários feitos na educação, já não basta Geraldo Alckmin promover um processo de sucateamento das escolas públicas desde o primeiro mandato”, afirma a carta publica pelo estudante Caique Nakayama, no seu perfil do Facebook.
Logo em seguida os estudantes seguiram para frente da Escola Estadual Júlio Ribeiro, onde foi realizado um novo ato que convidou os estudantes da escola a se somarem a luta contra as medidas dos governos estadual e federal. A direção da escola também proibiu os estudantes de se manifestarem contra o fechamento das escolas, porém mais de 100 alunos conseguiram se somar a manifestação. Depois foi a vez da Escola Estadual Professora Martha Figueira Netto da Silva, onde mais de 300 estudantes saíram de suas aulas indignados com a proposta de fechamento da escola, e seguiram em marcha até a Diretoria de Ensino Centro-Sul.
Ao chegarem na Diretoria de Ensino Centro-Sul uma comissão de estudantes, professores e pais foi recebida pela supervisora da Diretoria de Ensino após a realização de um ato político em denuncia das medidas do governo do Estado.
Durante a reunião Marcos Kauê, presidente da UMES, disse a representante da Diretoria de Ensino que diversas manifestações já haviam sido organizadas para repudiar a medida do governo. “Se o governo prioriza realmente a educação, porque está fechando escola, sala de aula e período ou realocando estudante? Hoje temos mais de 42 alunos em sala de aula. Se fechar mais escolas vamos superlotar ainda mais as salas. Gostaríamos que a Diretoria de Ensino e a Secretaria de Educação nos explicassem como vão melhorar a educação excluindo os estudantes de suas escolas, porque conversando com os estudantes e professores nós sabemos que essa não é a solução”. Kauê ainda denunciou na reunião que nada foi discutido com os professores e estudantes, “foi uma decisão de cima”.
Ao fim de sua fala ele disse que as manifestações estavam apenas começando e afirmou que os estudantes vão “continuar se organizando contra essa bagunça, porque essa medida não é ‘reestruturação’. Dia 9 de outubro estaremos na Paulista”.
Já Roberto Guido, professor e Secretário de Comunicações da Apeoesp, denunciou que mais de 1000 escolas seriam fechadas, levando a demissão massiva de funcionários e professores e a transferência de milhões de alunos. Ele relembrou que durante o ano de 1995 uma medida similar levou a demissão de 20 mil professores e ao fechamento de diversas escolas. “Nossa discussão não é no varejo, é no atacado. Dez escolas estão presentes neste ato e são contra a ‘reestruturação’! Isso é uma medida do governo para cortar da educação”, denunciou o professor. “A proposta e o entendimento da comunidade das escolas da região Centro-Sul é de que a Diretoria de Ensino precisa encaminhar que os estudantes, professores, pais e os moradores da região são contra a ‘reestruturaçã!’”, completou o professor Antônio Carlos, também da escola Martha Figueira, que já teve notificado o seu fechamento.
Para Gabriella, estudante do Raul Fonseca, que está na escola há 3 anos, “a decisão é uma absurdo”, disse a estudante durante a reunião. “O governo não pode fechar escola”. Já o estudante Rafael, da escola Martha Figueira, que também estava presente na reunião disse que o fechamento de sua escola era um crime. “Os estudantes não vão aceitar essa medida”.
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