Eduardo Campos assume compromisso com o passe livre para estudantes

O presidente nacional do PSB e candidato à Presidência da República pela Coligação Unidos Pelo Brasil (PSB, REDE, PPL, PPS, PHS, PSL e PRP), Eduardo Campos, afirmou na terça-feira (15), durante sabatina promovida pela Folha de S. Paulo (em parceria com o portal UOL, a rádio Jovem Pan e o SBT), que entrou na disputa para ganhar a eleição e mudar os rumos do Brasil. Ele anunciou que vai implantar o passe livre para estudantes em todo o Brasil. “Isso é uma questão de escolha, de prioridades”, disse ele.

“O Brasil vai tirar Dilma nas eleições porque esse modelo esgotou-se”, afirmou o candidato. “Mas o Brasil quer botar alguém que leve o país para um futuro, que preserve as conquistas, que interprete os valores que estão em disputa no mundo”, acrescentou Eduardo, frisando que “nós não somos a terceira via não”. “Nós somos a via para tocar o Brasil em frente, pra colocar o Brasil num ciclo de mudança pra melhor”, disse.

Eduardo Campos afirmou também que este é um momento de escolhas. “Queremos ser a candidatura que faz as escolhas e diz assim: queremos desenvolvimento, mas desenvolvimento com sustentabilidade. Nós queremos inclusão, mas não é inclusão que gera dependência, é que liberta”, argumentou. “Esta será dada com educação em tempo integral. Para isso, tem muito estudante pobre que precisa ter passe livre. Aí a gente tem que fazer a escolha”, acrescentou Campos, ao defender a proposta de passe livre para os estudantes. “Esta é uma proposta que nós vamos abraçar”, garantiu.

“Entre subsidiar os juros para grandes empresas e arrumar a passagem para um estudante da periferia chegar à escola, nós somos do time que vai optar pela educação integral e pela passagem, pelo passe livre para aqueles estudantes”, prosseguiu Eduardo Campos. Ele lembrou, em entrevista após a sabatina, que a proposta já está sendo posta em prática na prefeitura do Recife. Pelo projeto aprovado na capital pernambucana, os estudantes da rede municipal de ensino de Recife receberão gratuitamente duas passagens diárias para frequentarem as escolas. Eduardo anunciou em sua página no facebook que quer estender a proposta aprovada em Recife para todo o Brasil.

Perguntado se sua proposta de subsidiar o passe livre significaria elevar os juros cobrados pelos bancos oficiais aos empresários, Eduardo Campos respondeu que não. Ele disse que isso é uma questão de definir as prioridades na escolha de onde se alocam os recursos do Orçamento da União. “Aprovaram agora os 10% para a educação”, lembrou Campos, referindo-se ao Plano Nacional de Educação. “Pois é. Vai botar em que?”. “Nós vamos botar no ensino integral, porque isso muda a vida das pessoas, liberta. Está aí o exemplo da Coréia. Estão aí vários exemplos de educação bem sucedidos em municípios brasileiros, em escolas públicas estaduais brasileiras, queremos fazer exatamente esse foco”, salientou o candidato do PSB.

Sobre a proposta de manter a inflação sob controle, Eduardo ponderou que isso não significa reduzir o crescimento, como vem fazendo o governo Dilma. “Essa é a receita equivocada que a presidente Dilma está praticando e fazendo com que o país tenha o menor crescimento de toda a história republicana, desde de Deodoro da Fonseca, o juro real maior do mundo e a inflação maior do que a média histórica dos últimos 12 anos. Ou seja, nós temos uma situação que precisa ser enfrentada”. “Dilma nos dizia que era desenvolvimentista e vai nos legar o tempo de mais baixo crescimento. Ela nos dizia que ia baixar os juros, vai nos deixar os juros mais altos, exatamente no tempo em que as famílias brasileiras estão mais endividadas”, salientou Eduardo.

Ele acrescentou que 75% da população está insatgisfeita e quer mudança. “E existem dois projetos de mudança. Um projeto de mudança conservador, que já governou o país e, de outro lado, existe um projeto progressista, que entende que é fundamental unir o Brasil, preservar as conquistas sociais, não negar as conquistas que foram produzidas no Brasil nos últimos 12 anos”, adiantou. “O Brasil não aguenta mais essa disputa em que o PT diz que o PSDB não fez nada pelo Brasil e o PSDB diz que o PT é um partido cheio de corruptos que não fez nada pelo Brasil. Isso é outra inverdade. A verdade é que o Brasil deseja mudar”, afirmou Eduardo.

O candidato frisou que o governo Dilma Rousseff vem colocando em risco conquistas recentes do país. “A receita econômica de Dilma é equivocada”, comentou. Para ele, é preciso dar transparência aos indicadores econômicos do país e voltar a pensar o Brasil de modo estratégico. “Tem como tirar o Brasil desse atoleiro. Eduardo rechaçou ilação de que pudesse estar vendendo ao país uma ilusão: “Não estou vendendo ilusão, pois tenho experiência de gestor e quem já trabalhou comigo sabe que eu trabalho com planejamento e meta”, respondeu. “Tenho certeza de que conosco o Brasil vai chegar ao final de 2015 melhor do que está em 2014”.

Eduardo fez uma avaliação crítica da administração da presidente. Para ele, Dilma Rousseff perdeu a oportunidade de conduzir as mudanças que prometeu e tem imposto decepção à população. Esse quadro de desânimo, comentou, transparece também no diálogo que vem mantendo com o eleitor do Nordeste, região que garantiu ampla votação à presidente em 2010. “Há uma decepção com Dilma no Nordeste”, afirmou, declarando-se o candidato da região. “Eu vou ganhar a eleição no Nordeste, que vai me ajudar a ganhar a eleição no Brasil”, garantiu. “Não há uma obra no Nordeste que tenha sido iniciada e entregue no governo Dilma”, destacou Campos. O presidenciável relativizou o cenário retratado pelas últimas pesquisas de opinião e previu que a partir de agosto, com o avanço do processo eleitoral e da campanha, suas intenções de voto estarão traduzindo o maior conhecimento de seu nome e das propostas da aliança. “Muita gente ainda não sabe que eu sou candidato a presidente. Quando começar a campanha, vamos crescer muito”, disse.

Provocado sobre seu relacionamento com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na avaliação dos jornalistas seria poupado de críticas pelo socialista, o presidenciável foi claro: “Eu não vou negar minha trajetória e minha história. As divergências com o presidente Lula que tive, eu sempre afirmei com a maior tranquilidade, agora dizer que o governo Lula não foi muito melhor do que este governo de Dilma seria negar a realidade, é só sair aí e perguntar para a população”. “Ele [Lula] não está disputando a eleição. O nosso debate é com Dilma. Ela é a candidata do PT”, afirmou. “As expectativas é que ela corrigisse as falhas do governo dele, o que não aconteceu”. Perguntado sobre o escândalo do suposto “mensalão”, cujo processo já foi encerrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Eduardo Campos disse que sentiu a mesma coisa de quando ocorreu do processo de compra de votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso.

Por: SÉRGIO CRUZ

Fonte: Jornal Hora do Povo

Foto: Divulgação

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