Instituto Federal de São Paulo recebe projeto Liberdade ou Dependência? Drogas Tô Fora!
Uma das escolas mais importantes do país, o Instituto Federal de São Paulo, recebeu na última terça-feira, 26, mais uma etapa do projeto Liberdade ou Dependência? Drogas Tô Fora! realizado pela UMES em parceria com o Ministério da Saúde na sua segunda edição.
Em um auditório com mais de 120 alunos, foi exibido o filme “Guerra do Ópio”, de Xie Jin, que retrata a ocupação inglesa na China através do tráfico e posterior comercialização do Ópio.
Após o filme, foi realizado o debate (como prevê o projeto) coordenado pelo presidente da UMES, Marcos Kauê, Fabiano Avelino, coordenador geral do projeto e por Marina Martins, psicóloga da UNAD (Unidade de Atendimento ao Dependente).
Kauê introduziu o tema a ser debatido pelos alunos e professores presentes fazendo uma explicação histórica sobre o filme e o situando com o problema das drogas enfrentado nos dias atuais.
“Como percebemos no filme, a droga é usada como um poderoso instrumento de dominação não só de um individuo, mas também de toda uma nação. Neste caso, foi a maneira mais eficaz de reprimir o povo pra que eles não se revoltassem contra a ocupação e os interesses da Inglaterra na China”, disse.
“Diferente do que muitos acham a droga é um comercio com um publico cativo de consumidores e que tem como interesse – igual a qualquer outro comercio – de ganhar dinheiro. O problema é que, particularmente na juventude, ela exerce um papel de anestesia, que estagna e domina os jovens, e os deixa cada vez mais distantes dos seus ideais de mudança e transformação”.
Após a fala do presidente da UMES, o espaço foi aberto para perguntas e intervenções dos alunos, que comentaram o que acharam do filme.
Fabiano, coordenador do projeto, questionou a quem interessa uma nação dominada pelas drogas.
“As drogas sempre estiveram presentes na história da humanidade e relacionadas a dominação de um povo sobre o outro, assim como na China (mostrado no filme). A China chegou ao número de aproximadamente 70 milhões de viciados, cerca de metade da população masculina. Hoje no Brasil temos 1 milhão de dependentes de craque, 3,5 milhões de dependentes de maconha e 2,6 milhões de dependentes de cocaína (dados da UNIFESP). Ou seja, se continuarmos sem políticas públicas para conscientizar a nossa juventude, teremos sérios problemas no futuro e seremos facilmente manipulados pelos interesses contrários aos nossos, assim como os chineses foram. A Bolívia e a Colômbia são exemplos disso, assim como os negros americanos, e hoje o alvo pode ser a juventude brasileira que é alvo de pessoas ou grupos que a única coisa que pensam é o lucro, não importando as consequências”, explica.
“O resultado são sonhos destruídos, famílias arruinadas e jovens que não conseguem enxergar a realidade”, concluiu.
Quando, por parte dos alunos, surgiu o tema da legalização da maconha, a psicóloga Marina apresentou argumentos de quem vivencia o problema na unidade de internação, o que qualificou o debate.
“O trafico de drogas não ira acabar com a legalização da maconha, pois o trafico não vende só maconha. Em relação ao dito de que a maconha é usada por que é proibido isto não é real, eu não tenho nenhum paciente que diga que começo o uso de droga por ser proibido”, comentou.
O Professor Luis Claudio, diretor do IFS, acompanhou a atividade, e em sua intervenção disse: “Nós poderíamos ter chamado diversos especialistas com formações acadêmicas na área, mas ao invés disso, quem esta aqui fazendo a discussão são estudantes como vocês. Sinceramente, estou impressionado como este maravilhoso trabalho que é realizado por pessoas tão jovens” terminou aplaudido pelos alunos da instituição.
No final da atividade, foram entregues as camisetas do projeto. Uma das alunas presentes parabenizou a iniciativa de uma discussão forma aberta e informativa: “É interessante a forma de debater questionando os nossos pontos vista e criando novas perspectivas sobre o assunto, é bom ter a presença de vocês, espero participar de mais debates como este” disse a estudante do primeiro ano do ensino médio integrado ao técnico.
Neste mesmo dia, a UMES recebeu a visita dos nossos parceiros do Ministério da Saúde e da Secretaria da ONU, que elogiaram a forma como o projeto está sendo executado.
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