Número de alunos que concluem o ensino superior caiu 5,7% em 2013
Dados do Censo do Ensino Superior de 2013 revelam expansão das vagas em instituições privadas e retração no número de ingressantes nas universidades públicas
O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na última terça-feira (9), os resultados do Censo da Educação Superior de 2013. Ao anunciar os dados, o governo federal esperava encobrir o vexame dos resultados do Índice da Educação Básica (Ideb), da última semana, que mostraram uma piora na qualidade dos ensinos fundamental e médio no país. Não funcionou.
Pela primeira vez desde 2002, o número de estudantes que concluíram o Ensino Superior apresentou queda. Em 2013, foram 5,7% menos concluintes que no ano anterior. Foram de 1.050.413 formados em 2012 para 991.010 em 2013.
Nas instituições privadas, o número de formados em 2012 foi de 812.867, enquanto em 2013, 761.732 alunos. Também ocorreu redução no número de concluintes nas públicas, 237.546 em 2012, contra 229.278 em 2013.
A proporção de alunos que terminam a faculdade em relação aos que entram é de 36%. Esta proporção tem diminuído nos últimos anos. Em 2009, era de 46%, caindo para 45%, 43%, 38% e 36%. Nas instituições públicas esta proporção é de 43,1%. Já nas instituições particulares, este índice é de 33%.
O ministro da Educação, Henrique Paim, não soube explicar, no primeiro momento, o porquê da redução do número de concluintes. Posteriormente, Paim responsabilizou a queda das vagas de ensino à distância na Rede Federal de Ensino Superior, pelo baixo desempenho. Sobre o ensino privado, Paim afirmou que a redução ocorre devido a ação de fiscalização do MEC, que fechou cursos universitários em algumas instituições.
GOVERNO SUSTENTA A EXPANSÃO PRIVADA
O resultado da política privatista do governo Dilma para o ensino fica em evidência a partir da comparação do número de pessoas que ingressaram na universidade pública, com relação à universidade privada. Em 2012, ingressaram na universidade pública brasileira 547.897 alunos. Já em 2013, foram 531.846. Enquanto isso, novamente houve expansão dos ingressos nas instituições privadas, 2.199.192 em 2012, contra 2.211.104 em 2013.
Na comparação com 2003, o número de matrículas aumentou em 3,3 milhões. O número cresceu 94% na rede privada e 64% na rede pública. No total, a quantidade de pessoas matriculadas no ensino superior aumentou 85,5%.
A rede privada de ensino superior concentra 4.374.431 matrículas presenciais, ou seja, 71% do total. Os outros 1.777.974 estudantes estão em instituições públicas.
São Paulo é o estado com o maior número de matrículas no total (1.643.925), sendo que apenas 15,8% destes alunos estão em instituições públicas. São mais de 1,38 milhão de estudantes em faculdades particulares.
Outro método utilizado para a expansão das vagas de ensino é a chamada Educação à Distância (EAD). Um terço do crescimento de 3,3 milhões de matrículas no ensino superior entre 2003 e 2013 foi registrado nesses cursos, majoritariamente na rede privada. O número saltou de 49.911 em 2003 para 1.153.572 em 2013. Deste total, quase 1 milhão, ou 86,6%, está matriculado em instituições particulares.
Enquanto o governo Dilma, não criou uma única universidade federal e o número de ingressantes nessas instituições reduziu, a injeção de recursos públicos nas instituições privadas é ampliada. Programas como o FIES, que financia as vagas nas faculdades privadas aos estudantes que aderem ao programa a juros subsidiados e com 100% de garantia do governo à essas instituições, tornaram-se o principal meio de sustentação dos monopólios privados estrangeiros.
Só neste ano já foram destinados, por meio de duas outras medidas provisórias, créditos no valor de R$ 7,431 bilhões para o Fies.
No mês passado, o governo federal editou mais uma medida provisória (MP 655/14) destinando créditos extraordinários para o Fies no valor de R$ 5,4 bilhões. Esse novo aporte teria o objetivo de financiar vagas de pós-graduação em universidades particulares.
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