“Investiremos em educação como Eduardo fez em PE”, afirma Marina
“Dos 27 estados, o ensino médio piorou em 16”, declarou, analisando dados do IDEB. Pernambuco foi bem avaliado
A candidata à presidência da República, Marina Silva, da Coligação Unidos Pelo Brasil (PSB, REDE, PPS, PPL, PRP, PHS, PLS), criticou no sábado (6), em sua propaganda eleitoral na televisão, o desempenho da educação no Brasil obtido durante o governo Dilma Rousseff (PT). Ela citou o IDEB, índice que mede a qualidade do aprendizado e a infraestrutura nas escolas de ensino fundamental e médio do país, divulgado na sexta-feira (5). "Dos 27 estados brasileiros, o ensino médio piorou em 16", observou Marina Silva.
O IDEB analisa os estudantes em três etapas. Os alunos do Ensino Fundamental (EF) I (1º ao 5º ano), do Ensino Fundamental II (6º ao 9º ano) e também os das três séries do Ensino Médio. Em comparação com os dados divulgados pelo último Ideb, em 2011, o resultado do ensino médio ficou em 3,7, no Brasil, mesmo resultado registrado há dois anos. O resultado diz respeito ao universo de escolas públicas e privadas. A meta era 3,9 pontos. Nos anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), a meta era 4,4, mas o resultado foi de 4,2. A meta só foi atingida nas séries iniciais do fundamental (1º a 5º ano) porque ela já havia sido atingida em 2011 e o governo não reviu o valor.
Marina destacou que "dos que mais melhoraram, quatro são governados pelo PSB". "O estado com melhor salto de qualidade é Pernambuco que cresceu 12 posições no ranking nacional. Isso é resultado de um investimento sério na educação de tempo integral", salientou. "É isso que vamos fazer em todos os estados do Brasil, investir os recursos disponíveis agora e acrescentar os que virão do pré-sal", disse Marina. "No meu governo os recursos do pré-sal vão ser usados para a saúde e a educação, não para a corrupção", completou a candidata do PSB, criticando o governo Dilma, envolvido em denúncias de irregularidades na Petrobrás.
O estado de Pernambuco, destacado na TV pela candidata do PSB, subiu da 16ª posição na classificação que ocupava em 2011 para a 4ª posição em 2013. Paraíba e Espírito Santo também melhoraram suas notas e a sua classificação. O índice é divulgado a cada dois anos. Eduardo Campos, ex-companheiro de chapa de Marina, morto tragicamente em agosto último na queda do avião que o transportava no litoral paulista, costumava dizer que Pernambuco tinha mais escolas em tempo integral do que Rio, São Paulo e Minas Gerais juntos. Este desempenho positivo de Pernambuco confirmou que os investimentos feitos por Eduardo nas escolas de tempo integral deram resultado na melhora do ensino no estado. Por isso, Marina prometeu estender essa experiência vitoriosa para todo o Brasil. Ela disse também que vai garantir o passe livre para os estudantes da rede pública brasileira.
O governo Dilma Rousseff foi o primeiro, desde que o IDEB foi criado pelo Ministério da Educação, em 2005, que não atingiu a meta estabelecida para os anos finais do Ensino Fundamental. E também em seu governo a meta para o ensino médio não foi atingida. O resultado é calculado através da combinação entre o desempenho dos estudantes nas disciplinas básicas, Matemática e Língua Portuguesa, obtidos por meio do resultado nas duas avaliações do governo federal, o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e a Prova Brasil e o índice de aprovação série a série.
O estado de São Paulo, governado pelos tucanos, também obteve um desempenho ruim na avaliação. Perdeu 0,2 pontos no Ideb de 2013, passando de 3,9 para 3,7 (abaixo da meta para o Estado, que era de 4,0 pontos). Além de São Paulo, os estados de Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Ceará, Roraima, Tocantins, Amazonas, Amapá, Maranhão, Sergipe, Bahia, Pará, Rio Grande do Norte e Mato Grosso também pioraram.
Dos 5.369 municípios com meta calculada para 2013, na rede pública, nos anos finais do fundamental, apenas 2.125 atingiram essas metas, o equivalente a 39,6%. A meta para 2011 nos anos iniciais do ensino fundamental era – em 2011 – 4,4 e os estudantes alcançaram nota 4,7, que era a meta estipulada em 2011 para ser atingida em 2013. Chegada a nova avaliação o governo manipulou as metas e manteve o valor já alcançado, facilitando assim a superação da meta. Portanto, no único segmento em que as escolas ultrapassaram a meta só aconteceu porque ela, diferentemente dos estudantes, ficou estagnada.
Os resultados do fracasso do governo Dilma na educação básica demoraram para ser divulgados publicamente. Eles estavam sendo mantidos em sigilo, provavelmente para serem divulgados somente após as eleições de outubro. Entretanto, a denúncia do jornal O Globo, de que os dados já estavam na Casa Civil da Presidência há duas semanas, acabou obrigando o governo a apressar a sua divulgação. O ministro da Educação, Henrique Paim, reconheceu a derrota do governo na educação básica e afirmou que o "preocupa" o fato de o país não ter atingido a meta estabelecida e ainda é preciso analisar o que precisa ser feito para aumentar o desempenho. "Temos que analisar quais são os elementos que precisam ser trabalhados para a gente ter um melhor desempenho", disse o ministro.
SÉRGIO CRUZ – Hora do Povo
Deixe uma resposta
Want to join the discussion?Feel free to contribute!