Estudantes e pais da ETEC GV se mobilizam pela reforma da quadra

A falta de atenção e investimentos do governo do estado na educação prejudica uma das mais importantes escolas de São Paulo: a Escola Técnica Getúlio Vargas. Funcionando a mais de um século (fundada em 1911) na cidade de São Paulo, a escola é referência em ensino de qualidade e na oferta de cursos técnicos na área da indústria, atraindo milhares de estudantes para seu vestibulinho todos os anos. Hoje, são mais de 4 mil alunos matriculados.

No entanto, as referências e tradição da escola não escondem os problemas pelos quais alunos do estado inteiro passam: a falta de estrutura e a carência de investimentos.

No prédio da GV, que desde 1940 funciona no bairro do Ipiranga, a necessidade de reformas é grande. Mas para começar, alunos e pais com o apoio do Grêmio Estudantil, da UMES e da Associação de Pais e Mestres (APM) se organizaram para realizar, neste sábado (29), um evento intitulado “Mobilização GV 2015”, com o objetivo de angariar recursos para a reforma da quadra esportiva da escola, hoje em péssimas condições de uso. Para se ter uma idéia, os alunos e professores precisam recorrer ao Corpo de Bombeiros, quatro quarteirões de distância da escola, para realizar atividades esportivas.

Uma série de atividades culturais e recreativas mobilizou estudantes, pais e comunidade na manhã deste sábado. O evento contou com a reapresentação dos melhores trabalhos da Semana da GV (tradicional atividade anual em que os estudantes apresentam seus trabalhos e talentos), barracas de comida, Sarais, programações especiais da rádio da escola, inauguração dos muros de grafite, touro mecânico, bubble soccer, gincanas, jogos e muito mais.

Para Tiago César, estudante da GV e vice-presidente da UMES, os problemas da GV não podem mais ser ignorados.

“A quadra é fundamental para a realização das aulas de educação física e outras atividades, mas já está abandonada há um bom tempo. A falta de investimentos chegou ao ponto de inviabilizar o funcionamento normal de alguns cursos técnicos, principalmente aqueles que exigem materiais e equipamentos”, explica.

“Mas o primeiro passo para resolver esta situação nós estamos dando, que é a mobilização. Com um grêmio atuante, o apoio da UMES e a presença dos pais e comunidade, nossas reivindicações ganham mais força”, afirmou Tiago.

Segundo o presidente da UMES, Marcos Kauê, é inadmissível que uma escola funcione sem suas condições mínimas, como é o exemplo da quadra.  

“Vemos esta realidade em diversas escolas da cidade, e a nossa luta diária é para melhorar as condições físicas das escolas e o ensino. Para com a GV nós temos um desejo especial de lutar e apoiar no que for necessário, pelo que a escola representa historicamente e pelo papel que tem a cumprir formando estudantes no ensino técnico”, disse. “A mobilização não para por aqui…e vamos reunir estudantes da cidade inteira em torno desta luta, que não é só da GV, mas dos estudantes de São Paulo”, convoca.

 

“Foi uma mobilização em que pretendemos uma maior integração entre o corpo discente e decente e, principalmente, pais e mães, para juntos tentarmos soluções para essas questões”, afirmou a mãe Cristiane Silva Lima. Entre as denúncias sobre a falta de estrutura da escola, está também a necessidade de reforma dos banheiros e rede elétrica do prédio que de tão comprometido, eventualmente deixa os alunos sem condição de usar computadores e outros equipamentos.      

A partir deste encontro, que não só arrecadou fundos para a reforma da quadra, será possível uma maior integração para obter um diagnóstico maior sobre os problemas da escola e aumentar as reivindicações junto aos órgãos competentes: Centro Paulo Souza, Secretária Estadual de Ciência e Tecnologia (responsável pela gestão das ETECs) e junto ao governador Geraldo Alckmin, afirmam os organizadores.

Monica Pimenta, funcionária pública e mãe de aluno, lembra que se falta um professor, a substituição é demorada por questões burocráticas. A questão de segurança também é um gargalo.

“A escola faz parte da história da cidade e do bairro. Esta tradição não pode ser jogada no lixo por conta destes problemas”, afirmam as mães.

A assessoria de imprensa do Centro Paula Souza se manifestou dizendo que “a ETEC Getúlio Vargas passa atualmente por melhorias”. 

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