Planalto torra um trilhão com juros e sinaliza novo aumento da taxa Selic
Analistas do sistema financeiro, ouvidos pelo boletim Focus do Banco Central, estimam um aumento de 0,5 ponto percentual da taxa Selic, atualmente em 11,75% ao ano, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 20 e 21.
Este filme já foi visto e todos sabem o triste final da história: uma transferência brutal de recursos públicos para os bancos, aumento da dívida pública e paralisia da atividade econômica.
Segundo os próprios números do Banco Central, o setor público pagou em juros R$ 264,8 bilhões, dos quais R$ 233,4 bilhões do governo federal. De janeiro de 2011 a novembro de 2014, foram torrados com juros nada menos que R$ 963,6 bilhões, quase um trilhão de reais. Desse montante, o governo Dilma transferiu R$ 828 bilhões, em juros, aos bancos.
O desperdício de recursos do conjunto do setor público com juros foi assim distribuído no governo Dilma, conforme o BC:
– 2011: R$ 236.673.306.186,90;
– 2012: R$ 213.862.792.443,92;
– 2013: R$ 248.855.689.749,34;
– 2014: R$ 264.172.835.371,50 (até novembro).
Em recente artigo, o diretor de competitividade da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini, resumiu bem a questão: “É fato conhecido que os bancos, no Brasil, praticam juros que, em qualquer outro país, seriam caso de polícia, o que acarreta vários e graves efeitos colaterais. Um deles é o encarecimento da produção nacional ao acrescentar cerca de sete pontos percentuais aos custos da indústria de transformação”.
Com efeito, mesmo faltando o resultado de dezembro, a produção industrial foi um verdadeiro desastre no ano passado – na verdade, durante todo o primeiro governo Dilma -, como atesta a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): queda de 3,2%. No acumulado nos últimos 12 meses, também recuo de 3,2%.
Centrais e entidades do movimento popular estão convocando manifestações pela redução imediata dos juros, em Brasília e nas capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém) com sedes regionais do Banco Central.
Fonte: Hora do Povo
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