Desestruturação é denunciada em audiência Pública na ALESP

 

Mais de 600 estudantes e professores ocuparam o plenário Juscelino Kubistchek da Assembleia Legislativa de São Paulo (ALESP), na tarde desta terça (27), contra a “desestruturação” de Alckmin durante a audiência pública para discutir o Plano Estadual de Educação do Estado (PEE) com o secretário de educação, Herman Voorwald. “Essa medida é um crime contra a educação e os estudantes. Somos contra fechar escolas, demitir professores e superlotar salas de aula, o que queremos é professores valorizados, com bons salários e menos alunos por sala, laboratórios e uma quadra que preste”, afirmou Marcos Kauê durante sua intervenção na audiência pública.

 

Esta foi a sexta audiência realizada na capital de São Paulo para discutir o plano de educação. A atividade teve inicio com a intervenção dos deputados, dos quais João Paulo Rillo (PT), Carlos Giannazi (PSOL) e Raul Marcelo (PSOL) denunciaram a desestruturação, enquanto o plenário cantava palavras de ordens, com suas bandeiras e faixas, denunciando o fechamento de escolas e a demissão de professores que acompanha a “desestruturação” para diminuir os gastos com educação, que nem mesmo faz parte do PEE.

 

Após a intensa exigência dos estudantes e professores para que o secretário prestasse contas sobre a medida, Voorwald decidiu se pronunciar, evitando ao máximo tratar da sua proposta de “desorganização” para defender o PEE. “Nenhuma escola [fechada] deixará de ter uma atividade educacional”, disse o secretário ao comentar a afirmação de Alckmin, nesta segunda, que pelo menos 94 escolas serão fechadas.

 

Após a fala dos deputados e secretário, foi a vez da APEOESP. “Como está, o plano é uma mera carta de intenções. Sem definir recursos não tem nenhuma meta que possa ser cumprida”, afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel de Azevedo Noronha (Bebel). Para a professora a 20, que trata do financiamento, é uma copia do trecho do Plano Nacional da Educação, enquanto a meta 7 condiciona o investimento à capacidade financeira do estado. Bebel também denunciou a desestruturação de Alckmin.

 

Após a fala da Bebel, Kauê disse que “tem muita sala lotada. Se temos vagas na rede, que reduza essa relação de aluno por sala” disse o estudante. “Os estudantes estão aqui para dizer que são contra este plano sem metas e contra a reorganização escolar, que só vai piorar a nossa situação”, completou Kauê que desafiou o secretário estadual da Educação a explicar a sua “desorganização escolar”. “No próximo dia 6 de novembro, os estudantes vão do Masp até a Secretaria da Educação para o senhor conversar conosco e explicar a medida. Não vamos aceitar o fechamento de escolas.

 

Caio Guilherme, diretor da UMES pela região leste, comentou sua experiência como estudante da Escola Estadual Irene Branco da Silva, na Penha. “Minha sala tinha mais de 40 alunos. Não dá para falar em melhorar qualidade fechando escolas. O melhor seria diminuir o número de alunos por sala e investir na educação”.

 

Para o deputado Carlos Giannazi, que também é professor, a “desestruturação” deve tumultuar a vida de mais de 1 milhão de alunos da rede estadual, prejudicando suas famílias, professores e funcionários das escolas. “A reorganização (desorganização) da rede nada mais é do que uma forma do governo fazer ajuste fiscal, fechando escolas, demitindo professores e amontoando alunos em salas superlotadas”. Já o deputado Rillo afirmou que o secretário não explicou o plano ou suas propostas. “Vamos seguir pressionando junto com professores e estudantes pela melhoria do plano. O governo não queria nem sequer as audiências. Ia aprovar o plano sem nenhum debate. A pressão conquistou as audiências e vai conseguir mudanças”, afirmou.

 

“Financiamento dirigido à Educação não pode ser considerado um gasto, mas um investimento”, disse o deputado Marcelo. “Não é possível construir educação no Estado com professores recebendo dez reais por hora aula”.

 

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