Estudantes ocupam o Saboia contra o fechamento de escolas
Assista ao vídeo da ocupação publicado no perfil do Facebook do Saboia News
“Nossa ocupação é por tempo indeterminado, ficaremos no Saboia até o dia que a Secretaria de Educação de Alckmin anunciar o fim da reorganização”, afirmou Pedro Vieira (17), presidente do grêmio da Escola Estadual Padre Miguel Saboia de Medeiros, na zona sul de São Paulo, durante entrevista à UMES. Com a ocupação, feita ao meio-dia, os estudantes reabriram as matrículas para 2016, contrariando a decisão do governo que fechou todas as matrículas da escola, medida que faria a escola fechar após o ano letivo de 2017.
“Somos a 22ª ocupação entre as 25 escolas ocupadas até a tarde desta segunda (16). O Saboia estava entre a lista de 155 escolas que seriam fechadas pelo governo do Estado, lista diminuída para 94 escolas após centenas de manifestações. Porém, embora retirada da lista, o governador Alckmin pretendia encerrar as matriculas, o que levaria a escola a fechar. Em entrevista realizada no dia 30 de outubro, Pedro afirmou que a decisão fecharia a escola em doses “homeopáticas”. “A partir do ano que vem não haverá mais matrículas para o primeiro ano do ensino médio [no Saboia]. Só fica na escola quem passar para o segundo ano, e depois quem passar para o terceiro. E isso até fechar a escola. Nós somos contra isso. Ainda estamos recebendo matrículas na escola, mesmo fazendo todo o processo a mão. Estamos guardando toda essa documentação em nossa escola para provar que tem demanda sim. Se for preciso à comunidade vai contratar professor e reabrir o período da tarde. Nem que seja só para os primeiros anos, para provar que nossa escola precisa continuar aberta”.
Por telefone, Pedro explicou que os estudantes estão controlando a entrada e saída da escola, e que os funcionários e professores estão apoiando a ocupação. “Os funcionários e professores estão apoiando nossa ocupação por acharem justa nossa reivindicação: nenhuma escola pode fechar! Porém eles decidiram não participar com medo de sofrerem algum tipo de perseguição, eles podem ser exonerados”, disse Pedro, “mas eles estão em manifestação de apoio do lado de fora da escola”. O estudante também explicou que as decisões dentro da escola são tomadas todas em assembleia, e que a ocupação está organizada em comissões de alimentação, imprensa, entrada e saída da escola, atividades, e muito mais.
Ao se referir sobre o movimento de ocupação que já levou 25 escolas a serem tomadas pelos estudantes no estado de São Paulo, ele disse que “todas essas ocupações representam um momento de luta, todas as escolas deveriam ser ocupadas. Precisamos demonstrar que somos contra a reorganização [fechar escolas e acabar com os ciclos das que ficarem abertas]”. Para ele “a medida do governo foi imposta sem nenhuma conversa ou dialogo com os estudantes e professores. O governo deveria recuar, deveria perceber que somos contra essa medida”, declarou Pedro acrescentando que os pais dos estudantes estão apoiando a mobilização dos alunos. “Nossos pais estão apoiando, todos os jovens menores de idade têm autorização dos país”.
Após a ocupação, a polícia foi enviada a escola, e orientou os estudantes a não bloquearem a entrada e saída de professores e funcionários, porém os funcionários se negaram a entrar para demonstrar sua solidariedade aos estudantes.
“A nossa ocupação está crescendo, muitos alunos ainda estão chegando”, disse Pedro, que conclamou a comunidade em torno do Saboia a apoiar a ocupação: “toda ajuda é bem vinda” disse o estudante ao se referir as manifestações e vigílias de apoia, ou aos mantimentos necessários para a permanência dos estudantes. “Temos comida, e já racionamos para durar mais. Agora precisamos ampliar as manifestações em frente a escola”.
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