Estudantes já ocupam mais de 30 escolas em São Paulo

 

Nesta segunda-feira (16), mais de 32 escolas estão ocupadas no estado de São Paulo como protesto contra a reestruturação do ensino, prometida para 2016, pelo governador Geraldo Alckmin .

 

Há uma semana, alunos passaram a ocupar escolas. Durante o final de semana o movimento foi crescendo e os estudantes foram tomando outras escolas.

 

Batucada, saraus, teatro, cinema, oficinas, debates e participação ativa na tomada de decisões. O final de semana foi de programação cultural intensa e reflexão nas escolas estaduais ocupadas por estudantes no estado.

 

Para tentar acabar com as ocupações o governo estadual entrou com o corte do fornecimento de água, cerco e repressão policial, mas a resistência segue firme. Cerca de 300 estudantes da E.E. Roger Jules de Carvalho Manges decidiram ocupar a escola contra a reorganização e contra o fechamento do ensino noturno, nesta segunda-feira. O estudante e diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas (UMES), Jonathan Oliveira, que está na ocupação da escola, no Itaim Paulista, extremo Leste da capital, afirmou que os estudantes não irão sair até que o governador desista da reorganização.

 

“O governo não irá fechar nenhuma escola vamos à luta o tempo que for para derrotar os inimigos da educação. Vamos barrar esse retrocesso”, disse.

 

REINTEGRAÇÃO

 

O juiz Luis Felipe Ferrari Bedendi, da 5ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu as ordens de reintegração de posse das escolas Fernão Dias e Salvador Allende. O governo do estado havia conseguido a reintegração de posse na Justiça. “As ocupações – realizadas majoritariamente pelos estudantes das próprias escolas – revestem-se de caráter eminentemente protestante. Visa-se, pois, não à inversão da posse, a merecer proteção nesta via da ação possessória, mas sim à oitiva de uma pauta reivindicatória que busca maior participação da comunidade no processo decisório da gestão escolar”, declarou o juiz em sua decisão.

 

VITÓRIAS

 

Por meio de uma ação liminar suspendeu o fechamento da Escola Estadual Braz Cubas, em Santos, no litoral paulista. A decisão ocorreu na segunda-feira (16), após a Defensoria Pública, o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (APEOESP) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) entrarem com uma ação contra o encerramento das aulas na unidade a partir de 2016.

 

O principal argumento da Defensoria e da OAB é que a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) não pode fechar uma escola referência na educação de crianças e adolescentes com deficiência. Eles também dizem que a reorganização das escolas deve ser debatida com as pessoas diretamente interessadas, ou seja, os professores, alunos e pais.

Na decisão, o desembargador Pinheiro Franco disse que a escola deve continuar funcionando até que seja provada “a real necessidade do encerramento de suas atividades”.

 

Na última semana, o governo estadual recuou do fechamento de outra escola estadual. A unidade fica na zona rural de Piracicaba, interior de São Paulo, e foi a primeira das 94 escolas em todo o Estado que seriam fechadas no processo de reorganização, a ser retirada da lista.

 

O recuo aconteceu após pressão da comunidade rural, de mães de alunos e estudantes no Ministério Público e na Diretoria de Educação de Piracicaba. “Fomos atrás dos nossos direitos. Não podemos admitir a possibilidade de fechá-la e comprometer o direito do acesso à educação.

 

É a única escola nesta região”, afirmou uma das líderes do grupo de mães, Alexsandra da Silva Soveges.

 

Fonte: jornal Hora do Povo

 

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário