Contra os juros altos todos à Paulista dia 19

 

Menos juros e mais educação!

 

Na próxima terça (19) a UMES em conjunto com diversas entidades sindicais e do movimento social realizarão o primeiro ato do ano pela redução dos juros em defesa da educação, do trabalho e da saúde em frente ao Banco Central, na Avenida Paulista, às 10 horas da manhã.

 

Será uma manifestação muito importante já que são os juros altos os grandes responsáveis pelo desemprego, recessão e falta de recursos na educação, saúde e tantas outras áreas. Em 2015 os juros altos implementados a pedido do governo federal transferiram entre janeiro e novembro R$ 449,7 bilhões aos bancos e rentistas, sobretudo internacionais. Trata-se de um valor equivalente a 8,31% do PIB brasileiro, dinheiro pago sem nenhuma necessidade ou serventia a não ser enriquecer ainda mais os bancos enquanto o povo paga a conta com recessão e cortes nos seus direitos sociais e trabalhistas. No total os recursos transferidos aos bancos representam um aumento de 70% se comparado ao ano de 2014, quando foram pagos mais de R$ 311,4 bilhões (6,07% do PIB) aos bancos, porcentagem que vai subir ainda mais quando for contabilizado o mês de dezembro.

 

Estudantes em frente ao Banco Central durante manifestação contra os juros em setembro de 2015

 

“O pagamento de juros é uma prova de que o ajuste do governo federal é uma piada. Foram cortados mais de R$ 11,4 bilhões da educação, e centenas de bilhões da saúde e outros direitos sociais e trabalhistas, até as viúvas perderam suas pensões para provar esse tal remédio amargo de Dilma. Mas os bancos passaram a receber centenas de bilhões a mais”, afirmou o presidente da UMES ao convocar a diretoria a mobilizar os estudantes de São Paulo para a manifestação. “Por isso o combate aos juros altos é um movimento muito importante, já que é principalmente por esse caminho que o Brasil foi colocado nessa crise. Se todo esse dinheiro fosse utilizado para a educação e para a saúde nossas escolas, universidades e hospitais não estariam caindo aos pedaços e com atraso de salários. Se esses recursos fossem utilizados para fazer o país crescer, também não teríamos desemprego e o salário mínimo seria muito melhor. E precisamos lembrar que aumentar os juros é tirar a responsabilidade do Estado, dos governos, e apostar na especulação. E quem aposta nos juros não acredita no povo”, concluiu Kauê.

 

A manifestação será realizada durante o primeiro dia de reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central, e mesmo com o alto número de desemprego no país, com toda a recessão que piora ainda mais as condições de vida do povo, muito bem sentinas na hora de ir às compras no mercado ou na feira, ou mesmo na hora de pagar o aluguel ou as contas de água e luz, o governo sinaliza que aumentará ainda mais os juros, hoje estabelecidos em 14,15%.

 

Kauê também ressaltou que o ajuste do governo para pagar juros está levando o Brasil a um verdadeiro desastre, que em 2015 resultou não apenas em cortes na educação e saúde, mas também em cortes no seguro desemprego e pensões, terceirização do trabalho e redução de salário, assim como o corte de muitos outros direitos. Para ele a política de recessão do governo federal fortalece a opinião daqueles que, no governo ou no congresso, defendem aumentar ainda mais os cortes a exemplo das propostas para aumentar a idade de aposentadoria ou mesmo cobrar mensalidade nas universidades públicas.

 

 

Por sua vez, Tiago Cesar, vice-presidente da UMES, recordou que hoje o Brasil é o campeão mundial dos juros altos enquanto a maioria dos países estão com taxas básicas muito próximas a zero. Para ele baixar os juros levaria a uma grande economia, o que possibilitaria não só colocar fim aos cortes nos direitos sociais e trabalhistas, mas melhorar a economia nacional e as condições da população. “Com esses recursos a educação poderia dar um grande salto. A juventude brasileira poderia ter acesso de verdade a universidade e nossas escolas poderiam ver o fim da superlotação das salas de aula. Mas enquanto seguir essa política do governo federal para manter os juros altos será impossível alcançar a educação pública e gratuita dos nossos sonhos”.

 

“Após tudo o que aconteceu em 2015, toda a resposta negativa ao sofrimento causado pelo ajuste fiscal, seus cortes, desemprego e recessão, o governo não baixar os juros e ainda sinalizar que vai aumenta-los só demonstra sua intenção em sufocar ainda mais o povo para dar mais dinheiro aos bancos”, concluiu Tiago.

 

A manifestação terá início às 10 horas do dia 19 de janeiro, na frente do Banco Central na Avenida Paulista, 1.804.

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