Novo secretário de educação de SP diz que vai fechar escolas com base no diálogo
Estudantes da ocupação do E. E. Maria José, no Bixiga, após resistirem ao ataque da policia, dirigido pela Secretaria de Educação
Na última quinta (28) ocorreu a posse do novo secretário de educação de Geraldo Alckmin, José Renato Nalini, que afirmou estar comprometido em dialogar sobre a implementação da “reorganização” (projeto do governo de São Paulo para fechar escolas, acabar com períodos e superlotar ainda mais as salas de aula), medida repelida por centenas de ocupações nas escolas e diversas manifestações nas ruas da cidade.
Durante a solenidade Nalini respondeu, após ser questionado sobre a retomada do projeto para fechar escolas, conforme insiste a gestão Alckmin: “Um plano não surgiu do acaso, vou chamar as lideranças, responsáveis, pensadores, e verificar o que foi o motivo da revolta”. Embora o novo secretário tenha se esforçado para contornar a polêmica, ficou claro que foi escolhido para a ocupar a pasta com a responsabilidade de implementar os cortes na educação previstos pela “reorganização” do governo estadual.
Para o presidente da UMES, Marcos Kauê, se houvesse realmente compromisso do novo secretário com o diálogo ele se comprometeria em colocar um fim definitivo a reorganização. “As ocupações e todas as nossas manifestações deixaram claro que a sociedade é contra o fechamento de escolas, a transferência forçada de alunos e a superlotação. Não foi por acaso que a avaliação do governo Alckmin caiu 10% em novembro. Mas ao invés disso o governo aprova resoluções legalizando a superlotação, e segue fechando salas e impedindo matrículas como estão denunciando nossos professores. Quem quer dialogar não age dessa forma, quem quer dialogar ouve a população”.
Ainda nesse mês de janeiro o governo Alckmin aprovou uma resolução permitindo ampliar o número de alunos em sala em até 10%, medida que na prática é uma reorganização disfarçada. E não para por aí, a APEOESP tem relatado diversos casos de escolas estaduais onde as matrículas foram inviabilizadas pela Diretoria de Ensino responsável, como é o caso da E. E. Zulmira de Oliveira (Itapeva) e Raul Venturelli (Capão Bonito) em relação ao 6º ano do fundamental. Com isto as respectivas direções iniciaram uma transição para impor a reorganização nessas unidades.
Outro exemplo é o da E. E. Maria de Fátima Gomes Alves (Penápolis), que não abriu matrículas para alunos do primeiro ano do ensino médio do período noturno, embora exista demanda. A medida levará ao fim do noturno na escola assim que as últimas turmas se formarem.
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