Pátria Educadora corta 6,65 bi da saúde e educação para dar mais aos bancos e rentistas

 

E ainda culpa a Lava Jato pela recessão depois de torrar  513 bilhões com juros

 

No mesmo dia (30/03) em que o governo publicou decreto com limites de empenho para órgãos federais, com um corte adicional de R$ 21,2 bilhões, o Banco Central publicou o relatório de política fiscal no qual registra que em janeiro e fevereiro foram desviados do setor público R$ 86,006 bilhões (8,84% do PIB) para gastos com juros e nos últimos 12 meses, nada menos que R$ 513,433 bilhões (8,64% do PIB). E o governo e o dilmismo em geral ainda têm a cara de pau de culpar a Lava Jato pela recessão e, como consequência, o desemprego em massa.

 

O estúpido gasto com juros, que sangra o país e é o principal entrave ao seu crescimento, vem crescendo ano a ano. Só para citar dados mais recentes, em 2013 foram torrados R$ 248,856 bilhões. Em 2014, mais R$ 311,380 bilhões. No ano passado, R$ 501,786 bilhões. E pelo andar da carruagem este ano vai superar essa transferência recorde de recursos públicos para os monopólios financeiros.

 

Especuladores estrangeiros têm se dado bem com os juros altos. De acordo com o Tesouro Nacional, a participação dos estrangeiros na dívida pública aumentou de 18,6% em 2014 para 18,8%, em 2015. A entrada de capital se dá através de operações especulativas chamadas de carry trade, que consiste em pegar dinheiro em países como Estados Unidos e Japão, com juros negativos ou quase isso, e aplicar em títulos da dívida pública brasileira, com juros de 14,25% ao ano. Mas esse percentual de participação de estrangeiros na dívida pública está subestimado, pois bancos de fora instados aqui, como Santander, por exemplo, não são contabilizados como estrangeiros.

 

É bom registrar que os juros são fixados pelo próprio governo, através do Banco Central que fixa a taxa básica (Selic), que serve de referência para o conjunto da economia. Segundo o BC, em fevereiro, a taxa do cheque especial chegou a 293,9% ao ano e a taxa do rotativo do cartão de crédito atingiu 447,5% ao ano.

 

Pesquisa CNI-Ibope sobre o governo Dilma, divulgada na quarta-feira (30/03), aponta que “os brasileiros estão especialmente insatisfeitos com as políticas para impostos e juros. De acordo com a pesquisa, 91% desaprovam a atuação do governo na área de tributos e 90% reprovam a taxa de juros”. De acordo com a pesquisa, na avaliação de 69% da população, o governo Dilma é ruim ou péssimo.

 

CORTE GERAL

 

Através do Decreto n° 8.700/2016 o governo passou a tesoura em R$ 21,2 bilhões nas despesas primárias discricionárias do Poder Executivo. Como em fevereiro já tinha havido um corte de R$ 23,4 bilhões, o “ajuste fiscal” totaliza R$ 44,6 bilhões. Conforme o Ministério do Planejamento, o limite de empenho de despesas discricionárias após o corte de quarta-feira é de R$ 212,166 bilhões, inferior ao empenhado em 2015, no valor de R$ 235,233 bilhões.

O corte foi geral. A Educação, por exemplo, teve uma perda adicional de R$ 4,277 bilhões. Isso porque a Pátria é Educadora. Na Saúde, o corte foi de R$ 2,373 bilhões, em meio à proliferação da dengue, zika e chikungunya. Já o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – no qual está inserido o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – perdeu mais R$ 3,210 bilhões. No primeiro bimestre, as verbas do PAC somaram R$ 6,96 bilhões, uma queda de 6,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 7,46 bilhões, conforme números do Tesouro Nacional.

 

CASA PRÓPRIA

 

Em cerimônia no Palácio do Planalto, o governo alardeou a meta de construção de 2 milhões de moradias populares até 2018. Com a popularidade em baixa e com debandada de partidos da base, parece mais uma das jogadas de marketing que caracterizou a administração Dilma. Tanto assim que as despesas com o programa Minha Casa Minha Vida tiveram uma queda acentuada em janeiro e fevereiro, somando R$ 1,24 bilhão, o que significa uma redução de 54% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando totalizou R$ 2,75%.

 

Essa tesourada toda só tem um objetivo: raspar o tacho para passar mais dinheiro aos bancos. De forma temerária, pois a dívida bruta do governo geral (governo federal, INSS, governos estaduais e governos municipais) alcançou R$ 4,017 trilhões em fevereiro (67,6% do PIB).

 

Fonte: Valdo Albuquerque do jornal Hora do Povo

 

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