Lobista implica Fernando Capez em delação

 

“Tive dois encontros com Fernando Capez”, afirmou lobista Marcel Julio em delação da Máfia da Merenda

 

Marcel Ferreira Júlio, lobista acusado de ser operador da máfia da merenda que fraudava licitações em pelo menos 22 cidades de São Paulo, disse em delação premiada que se encontrou duas vezes com o deputado Fernando Capez (PSDB) em 2014. O lobista estava foragido da justiça desde dezembro, e se entregou após fechar acordo de delação premiada para conseguir escapar da prisão. Ele atuava para a cooperativa Coaf.

 

Em um dos encontros, disse ter visto Capez ligar para a Secretaria Estadual da Educação para agilizar um contrato da Coaf e, em seguida, sinalizar que queria dinheiro para sua campanha.

 

De acordo com o lobista, os encontros foram realizados no escritório político de Capez, sendo intermediados por Luiz Carlos Gutierrez, o Licá, assessor próximo do deputado.

 

Conforme a delação, Capez, hoje presidente da Assembléia Legislativa, usou seu celular para ligar para Fernando Padula, então chefe de gabinete da Secretaria da Educação.

 

Fernando Padula já era investigado no caso após ter sido citado em um grampo realizado pela polícia em dezembro. O grampo mostrou Luiz Roberto dos Santos, o Moita, ex-chefe de gabinete da Casa Civil, explicando ao lobista Marcel como aumentar os ganhos no contrato com a Educação.

 

“Acabei de falar com o Padula e ele entende, assim como eu, que não é aditivo, é reequilíbrio econômico”, disse Moita na conversa grampeada.

 

Em 2014, no mesmo ano que o lobista diz ter se encontrado com Capez, a Coaf havia vencido uma chamada pública (tipo de licitação) para fornecer suco de laranja para a merenda, mas o governo cancelara o contrato, sem dar explicações.

 

Segundo a delação, foi então que Capez ligou para Padula. Meses depois, houve uma nova chamada pública, vencida novamente pela Coaf, no valor de R$ 8,5 milhões.

 

No encontro, de acordo com o lobista, Capez sinalizou que queria dinheiro esfregando o indicador e o polegar. A propina foi dividida em R$ 450 mil para a campanha, 2% para Marcel, 2% para outro membro da Coaf e R$ 250 mil para ex-assessores do parlamentar.

 

Fonte: Hora do Povo

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário