Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

 

 

No próximo dia 2 de maio, segunda, terá início a Mostra Permanente de Cinema Italiano Do Cine-Teatro da UMES. As sessões serão exibidas todas as segundas, às 19 horas, com entrada gratuita. Participe!

 

 

Uma das mais importantes cinematografias do mundo, a italiana, já quase não é vista nas telas de cinema e televisão do Brasil, cada vez mais abarrotadas de subprodutos da indústria hollywoodiana.

 

Enquanto o governo insiste em não realizar uma política cultural que garanta aos brasileiros o acesso às melhores obras da produção cinematográfica mundial, inclusive a nossa, a UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo) vai fazendo o que pode para preencher a lacuna.

 

Situado no coração do Bixiga (Rua Rui Barbosa 323 – Sede Central da UMES), o Cine-Teatro Denoy de Oliveira inicia no dia 2 de maio uma mostra permanente de filmes italianos, que serão exibidos sempre às segundas-feiras, às 19h, com entrada franca.

 

A mostra começa com uma retrospectiva de oito filmes do grande diretor Ettore Scola, falecido em janeiro deste ano, e prossegue até a primeira semana de dezembro apresentando uma sequência de obras de Vittorio de Sica, Bernardo Bertolucci, Roberto Rossellini, Francesco Rosi, Mario Monicelli, Pietro Germi, Lucino Visconti, Federico Fellini, Elio Petri, Giuliano Montaldo e Marco Bellocchio.

 

Em 2017 tem mais. E em 2018, 2019, 2020…

 

 

 

Cine-Tetro Denoy de Oliveira -Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista, tel. 3289-7475

 

 

 

 

Confira a programação de 2016
 
(02/05) O Baile – Ettore Scola (1982), 112 min.
(09/05) Splendor – Ettore Scola (1989), 110 min.
(16/05) Que Estranho Chamar-se Federico – Ettore Scola (2011), 90 min.
(23/05) Feios, Sujos e Malvados – Ettore Scola (1976), 115 min.
(30/05) O Terraço – Ettore Scola (1980), 150 min.
(06/06) Concorrência Desleal – Ettore Scola (2000), 105 min.
(13/06) Um Dia Muito Especial – Ettore Scola (1977), 108 min.
(20/06) Nós Que Nos Amávamos Tanto – Ettore Scola (1974), 126 min.
(27/06) Ladrões de Bicicletas – Vittorio De Sica (1948). 90 min.
(04/07) Umberto D – Vittorio de Sica (1952), 89 min.
(11/07) O Jardim dos Finzi-Contini – Vittorio Sica (1970), 123 min.
(18/07) O Conformista – Bernardo Bertolucci (1976), 107 min.
(25/07) Antes da Revolução – Bernardo Bertolucci (1976), 115 min.
(01/08) Roma, Cidade Aberta – Roberto Rossellini (1945), 97 min.
(08/08) De Crápula a Herói – Roberto Rossellini (1945), 138 min.
(15/08) A Trégua – Francesco Rosi (1996), 125 min.
(22/08) O Caso Mattei –- Francesco Rosi (1971), 114 min.
(29/08) Os Companheiros – Mario Monicelli (1963), 126 min.
(05/09) Os Eternos Desconhecidos – Mario Monicelli (1958), 106 min.
(12/09) Divórcio à Italiana – Pietro Germi (1961), 108 min.
(19/09) O Ferroviário – Pietro Germi (1956), 101 min.
(26/09) Rocco e Seus Irmãos – Luchino Visconti (1960), 180 min
(03/10) O Leopardo – Luchino Visconti (1963), 205 min.
(10/10) Amarcord – Federico Fellini (1973),
(17/10) A Doce Vida – Federico Fellini (1960), 160 min.
(24/10) A Classe Operária Vai Ao Paraíso – Elio Petri (1971), 112 min.
(31/10) Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita – Elio Petri (1970), 112 min.
(07/11) Juízo Final – Elio Petri (1976), 120 min.
(14/11) Sacco e Vanzetti – Giuliano Montaldo (1971), 120 min.
(21/11) Giordano Bruno – Giuliano Montaldo (1973), 123 min.
(28/11) Bom Dia, Noite – Marco Bellocchio (2003), 105 min.
(05/12) Vencer – Marco Bellocchio (2009), 128 min.

 

 

 

Diretores apresentados nesta programação

 

Ettore Scola

Vittorio De Sica

Bernardo Bertolucci

Roberto Rossellini

Francesco Rosi

Mario Monicelli

Pietro Germi

Lucino Visconti

Federico Fellini

Elio Petri

Giuliano Montaldo

Marco Bellocchio

 

 

 

Ettore Scola (1931-2016)

Ettore Scola nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno ("Um Americano em Roma", 1954), Luigi Zampa ("Gli Anni Ruggenti", 1962), Dino Risi ("Il Sorpaso", 1962). Dirigiu seu primeiro filme, "Vamos Falar Sobre as Mulheres", em 1964. Obteve reconhecimento internacional com "Nós Que Nos Amávamos Tanto" (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com "Feios, Sujos e Malvados". Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo "Um Dia Muito Especial" (1977), "Casanova e a Revolução" (1982), "O Baile" (1983), “Spendor” (1987), "O Jantar" (1998), "Concorrência Desleal" (2000). Em 2011 dirigiu “Que Estranho se Chamar Federico”, uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

 

Vittorio De Sica (1901-74)

Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia.

De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu "O Juízo Universal" (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana" (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).

 

Bernardo Bertolucci (1941)

Filho do poeta e crítico de cinema Attilio Bertolucci, Bernardo Bertolucci nasceu em Parma. Começou cedo, ainda no final dos anos 50, quando realizou seus primeiros curta-metragens em 1959 e 1960. Em 1961, frequentou a Universidade de Roma onde começou o curso de Literatura Moderna após trabalhar como assistente de direção em "Accattone", de Pier Paolo Pasolini. Estreou como diretor em 1962 com o longa "A Morte".

Conhecido por sua versatilidade, Bertolucci tem entre suas obras "Antes da Revolução" (1964); o clássico "O Conformista" (1970), livre adaptação do livro homônimo de Alberto Moravia; o polêmico "O Último Tango em Paris" (1972), com Marlon Brando e Maria Schneider; o épico "1900", conhecido como o mais grandioso filme de sua carreira. Também se destacam, o multipremiado "O Último Imperador" (1987),  "O Céu que Nos Protege" (1990) e "Os Sonhadores" (2003).

 

Roberto Rossellini (1906-77)

Nascido em Roma, Roberto Rossellini realizou, em 1945, a obra tida como marco zero do neorrealismo, movimento que influenciou as correntes estéticas do pós-guerra, desde Godard e Satyajit Ray até o Cinema Novo brasileiro. Seu pai era proprietário do cine-teatro Barberini. Nos anos 30, quando a família teve os bens confiscados pelo governo fascista, Rossellini ganhou a vida na indústria cinematográfica e chegou a obter sucesso com filmes encomendadas pelo regime. Ao mesmo tempo, registrava em segredo as atividades da Resistência. Nos últimos dias da ocupação nazista, o diretor levou a câmera às ruas para captar a insurreição popular que libertou a cidade em jumhp de 1944. Nascia o clássico “Roma, Cidade Aberta” (1945), baseado no roteiro que criou em parceria com Sergio Amidei e Federico Fellini.

Entre suas obras estão “Paisá” (1946), “Alemanha Ano Zero” (1948), “Stromboli” (1949), “Europa 51” (1952), “Romance na Itália” (1953), “Joana D’Arc (1954), “Índia: Matri Bhumi” (1959), “De Crápula a Herói” (1959), “Era Noite em Roma” (1960).

Nos anos 60-70, com foco na TV, fez filmes sobre personagens históricos, a começar por Giuseppe Garibaldi, “Viva a Itália” (1961). Nesta safra se incluem “A Tomada do Poder por Luís XIV” (1966), “Sócrates” (1971), “Blaise Pascal” (1971), “Santo Agostinho” (1972),   “Descartes” (1974), “Anno Uno” (1974), “O Messias” (1975).

 

Francesco Rosi (1922)

Nascido em Nápoles, o cineasta Francesco Rosi estudou Direito. No inicio dos anos 40 trabalhou no rádio como jornalista. Ingressou na indústria cinematográfica em 1948, foi assistente de vários cineastas, entre os quais Luchino Visconti com quem fez “La Terra Trema” (1948), “Belíssima” (1951) e “Senso” (1956). Sua carreira de diretor, marcada por obras de grande empenho social e político, começou em 1958 com “O Desafio”. Tem entre seus filmes grandes sucessos como “O Caso Mattei” (1972), “Lucky Luciano” (1973) e “Cadáveres Ilustres” (1976). Recebeu o Urso de Prata de Melhor Diretor em 1962 por “Bandido Giuliano” e o Prêmio de Ouro do 11° Festival de Moscou, de 1979 por “Cristo Parou em Eboli”. Em 2008 foi homenageado no Festival de Berlim com um Urso de Ouro pelo conjunto da obra.

 

Mario Monicelli (1915-2010)

Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 colaborou em cerca de 40 filmes, como argumentista, roteirista e assistente de direção. O começo de seu trabalho como diretor ocorre em 1949, em parceria com Stefano Vanzina, em "Totò Cerca Casa". A colaboração dos dois diretores deu origem a oito filmes, dentre os quais os célebres "Guardie e Ladri" (1951) e "Totò a Colori" (1952). Em 1953 inicia o trabalho solo. "Os Eternos Desconhecidos" (1958), com elenco composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, é considerado o primeiro do filão da commedia all`italiana. Em 1959, "A Grande Guerra" ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza e rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com "Os Companheiros". Diversas outras películas merecem destaque, em sua carreira de mais de 60 filmes: “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975), “Um Burguês Muito Pequeno” (1977), “Quinteto Irreverente” (1982).

 

Pietro Germi (1914-74)

Nascido em Gênova, filho de um operário e uma costureira, Pietro Germi estudou teatro e direção em Roma no Centro Experimental de Cinematografia. Durante os estudos trabalhou como ator, assistente de direção e roteirista. Colaborou em grande parte dos roteiros dos filmes que dirigiu, e inclusive atuou em alguns deles. Após alcançar sucesso com dramas populares de corte neorrealista, passou a escrever e dirigir comédias satíricas. Tem entre suas obras "A Testemunha" (1945); "Em Nome da Lei" (1949); "Caminho da Esperança" (1950); "O Ferroviário" (1956); "O Homem de Palha” (1957); "Divórcio à Italiana" (1961), premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original; "Seduzida e Abandonada" (1963) e "Senh oras e Senhores" (1965), premiados no Festival de Cannes e, na Itália, com o David di Donatello.

 

Luchino Visconti (1906-76)

Luchino Visconti di Modrone, conde de Lonate Pozzolo, nasceu em Milão e descende da família Visconti da antiga nobreza italiana. Começou seu trabalho no cinema como assistente do diretor Jean Renoir nos filmes “Toni” (1934), “Les Bas-Fonds” (1936) "Partie de Campagne" (1936). Ingressou no Partito Comunista d'Italia em 1942. Seu primeiro filme como diretor foi "Obsessão" (1943). Voltou-se em seguida para o teatro. Em 1948, realizou “La Terra Trema”, um clássico do cinema neorrealista. Recebeu sua primeira premiação no Festival de Veneza (Leão de Prata), em 1957, pelo filme "As Noites Brancas" – baseado em conto de Fiodor Dostoievski. Em 1960, chega aos cinemas "Rocco e Seus Irmãos" e, em 1963, o mais aplaudido de seus trabalhos, "O Leopardo", adaptação do romance de mesmo nome de Giuseppe Tomasi di Lampedusa. Depois vieram “As Vagas Estrelas da Ursa” (1965), “O Estrangeiro” (1967), “Os Deuses Malditos” (1969), "Morte em Veneza" (1971), "Ludwig" (1972), "Violência e Paixão" (1974) e "O Intruso" (1976).

Visconti assina também a direção de 42 peças teatrais e 20 óperas encenadas entre 1945 e 1973.

 

Federico Fellini (1920-93)

Nascido e criado em Rimini, região da Emilia-Romagna, Fellini se mudou para Roma, em 1939, e começou a ganhar a vida escrevendo e desenhando caricaturas na revista semanal Marc’Aurelio – vários desses textos foram adaptados para uma série de programas de rádio sobre os recém-casados “Cico e Paullina”. Estreou no cinema, em 1942, redigindo histórias para o comediante Aldo Fabrizzi. Em 1943, casou-se com a atriz Giulietta Masina – vencedora no Festival de Cannes por sua participação em “Noites de Cabíria”, filme dirigido pelo próprio Fellini em 1957. A partir de 1945, colaborou intensamente como roteirista com três dos principais criadores do movimento neorrealista (Roberto Rosselini, Alberto Lattuada, Pietro Germi), antes de desenvolver um estilo alegórico e barroco que se tornou sua marca registrada.

Fellini participou da elaboração de 51 roteiros e dirigiu 25 filmes, entre os quais “Os Boas Vidas” (1953), “Estrada da Vida” (1954), “Noites de Cabíria” (1957), “A Doce Vida” (1960), “8 ½” (1963), “Amarcord” (1973), “Ensaio de Orquestra” (1978).

 

Elio Petri (1929-82)

Um dos mais fascinantes e irreverentes diretores de toda a Europa, o romano Elio Petri dirigiu os clássicos "Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita" (1970), "A Classe Operária Vai ao Paraíso" (1972) e "Juizo Final" (1976). Começou a carreira como crítico de cinema do L'Unità, jornal do Partido Comunista Italiano. Escreveu roteiros para Giuseppe De Santis, Carlos Lizzani e Dino Risi. Estreou na direção com "O Assassino" (1961). Realizou 13 longas, entre os quais "A Décima Vítima” (1965), "Condenado Pela Máfia" (1967), "A Propriedade não é mais um Furto" (1973), "A Boa Notícia" (1979). Seu cinema político combinava a abordagem marxista com uma alta capacidade cinematográfica na utilização de gêneros e estilos diversos, contribuindo para o debate do período, com observações sobre a sociedade e o poder, explorando questões sociais ainda hoje relevantes, como o crime organizado, a relação entre autoridades e cidadãos, o papel do artista, os direitos de classe e o consumismo.

 

Giuliano Montaldo (1930)

Nascido em Genova, Giuliano Montaldo fez sua estréia como diretor com “Tiro Al Piccione” (1960), um filme sobre a Resistência Partisan. Seu segundo filme, “Una Bella Grinta”, estrelado por Norma Benguel, sobre um alpinista social durante a época do “milagre econômico italiano”, ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Berlim (1965). Naquele ano, também dirigiu a segunda unidade da obra-prima de Pontecorvo “A Batalha de Argel”. Depois de ter filmado para a Paramount, nos EUA, voltou à Itália para realizar “Gott Mit Uns” (1969), “Sacco E Vanzetti” (1971) e “Giordano Bruno” (1973). Com “Agnes Vai Morrer” (1976), retomou o tema da Resistência. Em seguida, voltou-se para a televisão, tendo dirigido, entre outras, a série Marco Polo (1982). Entre 1999 e 2003, foi presidente da RAI Cinema. Seus filmes mais recentes são: “Os Demônios de São Petersburgo” (2008), o documentário “O Ouro de Cuba” (2009) e “O Industrial” (2011).

 

Marco Bellocchio (1939)

Bellocchio nasceu em Bobbio, Emilia-Romagna. Estudou cinema em Roma, no Centro Experimental de Cinematografia (1959-62), e depois em Londres. De volta a Itália, dirigiu, com a idade de 26 anos, seu primeiro filme, o polêmico e inconformista “De Punhos Cerrados” (1965), que é até hoje uma de suas obras mais assistidas. Realizou cerca de 30 longas, entre os quais se incluem “La China È Vizina” (1967), “Nel Nome del Padre” (1972), “Sbatti Il Mostro In Prima Pagina” (1972), “A Gaivota” (1977), “Diabo no Corpo” (1986), “Il Sorriso de Mia Madre” (2002), “Bom Dia, Noite” (2003), “Vencer” (2009), “Bella Addormentata” (2012).

 

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