Compromisso de Dilma é igual ao de Collor

Getúlio Vargas, cujo martírio ocorreu em 24 de agosto, fundou a Petrobrás, nacionalizou o petróleo, construiu a indústria nacional, elaborou a legislação trabalhista mais avançada do Hemisfério Ocidental e colocou o Brasil na trilha do maior crescimento que teve um país capitalista durante 50 anos.

O que tem isso a ver com Dilma, que entregou o campo de Libra, o maior do mundo, à Shell e à Total; que, no Senado, apoiou o projeto Serra, para afastar a Petrobrás do pré-sal; que desindustrializou o país e estrangulou as empresas nacionais com juros altos e importações subsidiadas pelo câmbio; que decretou – por Medida Provisória – que as multinacionais poderiam rebaixar os salários, através do famigerado PPE; e que afundou o país na pior crise em mais de 100 anos?

No entanto, Dilma deu mais um passo no abandono de escrúpulos que a tem caracterizado, ao dizer à mídia estrangeira que “vou ser conhecida como a primeira (presidenta) mulher que, apesar de tudo, não deu um tiro no peito, e também não renunciei”.

Dilma vai ser conhecida como o que é: a primeira presidenta afastada por ter uma campanha bancada pelo roubo à Petrobrás, por ter cometido o mais escandaloso estelionato eleitoral que o país já viu e por ter promovido, em poucos meses do segundo mandato, desemprego, falências, uma tremenda destruição das forças produtivas do país.

Nas últimas terça e quarta-feira, disse Dilma que “não renunciei porque hoje existem espaços democráticos. Não obrigaram a me suicidar como obrigaram o Getúlio nem me fizeram pegar um avião para o Uruguai como fizeram com o Jango. E sabe por quê? Porque tem uma democracia aqui”.

A declaração parece saída de um hospício, exceto se Dilma descobriu que foi afastada não por um “golpe”, mas pela democracia. Mas a falta de caráter revela-se mais que a maluquice.

Getúlio não foi “obrigado” a suicidar-se. Nem Jango a se exilar. Ambos tinham outra opção, mas não quiseram trair o Brasil. Da mesma forma que ela, Dilma, tinha outra opção: a de não trair o povo. Mas não foi a que escolheu.

Dilma não é comparável a nenhum desses presidentes, e também não a Jânio, que renunciou. Seu padrão de referência é Collor. A quem, por sinal, ela concedeu a BR Distribuidora, como se fosse um feudo. Como foi que ela disse? Ah, sim: “Eu respeito o Collor” (v. HP 10/09/2014).

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

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