2-9-16 CPI da Merenda

Máfia da Merenda: Assessor de Fernando Capez (PSDB) pressionava diretores da Coaf por pagamento de propina

2-9-16 CPI da Merenda

 

Mensagens de celular encontradas pela polícia indicam que o assessor de Fernando Capez (PSDB) na presidência da Assembléia, Luiz Carlos Gutierrez, conhecido como Licá, ameaçava cancelar contratos com o Estado por causa do atraso no pagamento das propinas relacionadas à fraude da merenda em São Paulo.

As mensagens foram enviadas do celular do ex-vendedor da Coaf, César Bertholino, a Cássio Chebabi, então presidente da Coaf, no dia 6 de maio de 2015.

“Cássio/ o pessoal de sp me ligou hj/ Perguntando da comissão (propina)”, escreve Bertholino entre as 20h11 e as 20h23. “Disseram q se não pagarmos essa vão suspender os pedidos (de suco de laranja) até pagarmos.”

“Os caras tão bravos. Falaram até em cancelar o contrato. Eu pedi pelo amo de Deus para não fazerem isso […] Fica de olho nisso pq pelo tom de voz do Licá eles não tão brincando não/ Ficou 35 minutos comigo no telefone”, afirma Bertholino nas mensagens.

Licá atuou na campanha de Fernando Capez em 2014, quando foi eleito, e está comissionado no gabinete da presidência da Assembléia desde maio do ano passado.

De acordo com a constatação da polícia, as mensagens referem-se a dois contratos que a Coaf firmou com a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para fornecer R$ 11,4 milhões em suco de laranja.

“O cancelamento não seria pela falta de entrega do produto e sim em razão do alegado atraso na ‘comissão’, o que demonstra claramente que o dinheiro era enviado para pessoas que tinham poder de mando referente ao negócio estipulado entre Coaf e Secretaria da Educação”, afirma o relatório da Polícia Civil.

Outras trocas de mensagens sobre suposto atraso no pagamento das propinas datadas de 3 e 18 de junho de 2015. Nas mensagens do dia 18, Chebabi diz que aqueles que cobram rapidez no pagamento de propina “querem milagre/Não estão satisfeitos/ São loucos”. E orienta Bertholino: “Fala que milagre agente não faz”.

Segundo levantamento de sistema interno, as datas em que ocorreram pagamentos da Secretaria da Educação à Coaf são próximas das datas das mensagens apreendidas.

Segundo o advogado de Bertholino, seu cliente mentiu na mensagem que enviou, e que nunca conversou com Licá.

A assessoria do deputado Fernando Capez não quis comentar o ocorrido e continuou negando irregularidades.

Fonte: Hora do Povo

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