21-9-16 Boulos

Novas eleições são a única forma de restituir a soberania popular, diz o líder do MTST

21-9-16 Boulos

 

O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, avaliou que o PT “não tem mais autoridade política e moral para assumir a hegemonia” da esquerda. “O PT chegou à Presidência e ficou lá por 13 anos. Mas sem o respaldo da mobilização popular ficou refém das negociatas de sempre. Aos poucos, o projeto perdeu a capacidade de dialogar com o povo”, assinalou.

Em entrevista para o programa Jogo de Carta, transmitido no site da revista CartaCapital, ele afirmou o governo Temer é o mais nocivo aos trabalhadores desde o início da Nova República, por não ter compromisso com o eleitorado. “O movimento pelas Diretas Já é a única forma de interromper essa ameaça”, avaliou,

Segundo Boulos, o país tem atualmente “um presidente ilegítimo, que desrespeitou a vontade manifestada pelo voto”. “Isso, por si só, justificaria a convocação de novas eleições para restituir a soberania popular”, destacou.

Ele advertiu que Temer “não foi eleito, não pretende a reeleição, não tem compromisso algum com o eleitorado. Não precisa prestar contas a ninguém. Pode tocar um programa de terra arrasada”. “Mas tem gente na esquerda que acredita que o frágil governo Temer pode ser mais interessante que um eventual governo tucano eleito pelas urnas”, acrescentou.

Boulos comentou que a recente denúncia contra Lula é “a consumação de uma farsa preparada há algum tempo”. “Depois de meses de investigação, um procurador da República apresenta-se para dizer que o ex-presidente é o comandante máximo da corrupção no País”, apontou. Para ele, o ex-presidente é vítima de um linchamento, mas não hesita em apontar seus erros.

“O principal foi ter apostado na conciliação com os de cima, os mesmos que promoveram o golpe”, disse. Ele sublinhou que “os bancos tiveram lucros recordes nos últimos 13 anos. O agronegócio, as empreiteiras, o setor da construção civil, mineração. Os trabalhadores também ganharam alguma coisa, gotejou algo para a senzala. Por um período, isso deu certo”.

Guilherme Boulos também faz críticas à ex-presidente Dilma Rousseff, lembrando que a postura dela no governo foi “muito ruim”. “Ela adotou o programa do adversário”, observou. “O que deu condições e base social para o golpe foi o ajuste fiscal de Dilma”, completou.

Fonte: Hora do Povo

 

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