Filmes baseados em grandes obras da literatura russa marcam 3ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema
O Quadragésimo Primeiro”, de 1956, dirigido por Grigori Chukhray, é baseado na novela do mesmo nome escrita em 1924 por Boris Lavrenyov
A Mostra, uma parceria entre o CPC/UMES, o Mosfilm e a Cinemateca Brasileira, onde ela acontece, apresenta dez filmes, quase todos inéditos no Brasil, como a obra-prima de Serguey Eisenstein, “Aleksandr Nevsky”, que abre o evento no dia 22
Entre os dias 22 e 27 de novembro acontecerá na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a 3ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema Russo. Serão exibidos 10 filmes, quase todos inéditos no Brasil.
A Mostra Mosfilm de Cinema Russo acontecerá também na Cinemateca Paulo Amorim, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, entre os dias 24 de novembro e 2 de dezembro de 2016. Em POA será a 2ª versão da Mostra – consulte a programação na página da União Gaúcha dos Estudantes (UGES) no facebook.
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Como nas mostras anteriores, promovidas em 2014 e 2015 pela parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira, os filmes selecionados são representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético, com o máximo de variedade em relação aos gêneros e pelo menos um filme representativo de cada década.
Mantendo a qualidade, a profundidade e a beleza que marcaram as Mostras anteriores e caracterizam a produção dos 20 DVD’s já lançados pelo CPC-UMES Filmes, o diferencial da escolha das obras que serão exibidas neste ano é que a metade delas são baseadas em grandes peças da literatura russa. Que, convenhamos, é monumental.
Assim, a programação selecionada expressa de forma cristalina que o cinema soviético – e o russo hoje – não é só obra de grandes e inspirados diretores. É isso também. Mas é a junção, a expressão de uma cultura rica, variada que aflorou no processo de integração de diversas nacionalidades promovido pelo poder soviético. São atores de talento raro, formados numa escola de teatro e interpretação como a de Konstantin Stanislavsky e seu parceiro Vladimir Nemirovich-Danchenko. São músicos que compõem trilhas lindas, que por si só já valem assistir os filmes. São peças completas, únicas.
O filme “Um acidente de caça”, de 1978, dirigido pelo moldavo Emil Loteanu, com música do também moldavo Eugen Doga e com roteiro adaptado da novela do grande escritor russo, Anton Chekhov, “Um drama de caça”, é um ótimo exemplo do que dissemos acima. É um filmaço. Na direção, na atuação, no roteiro. A música de Doga, particularmente a Valsa, merece que se assista o filme muitas vezes.
Entre as joias baseadas em grandes obras da literatura soviética que serão exibidas também está “O Quadragésimo Primeiro”, de 1956. É o filme de estreia de Grigori Chukhray, baseado na novela curta do mesmo nome escrita em 1924 por Boris Lavrenyov, que combateu durante a Guerra civil russa no Exército Vermelho. A primeira adaptação do romance foi dirigida por Yakov Protazanov em 1927.
E temos “Boris Godunov”, de 1986, com roteiro baseado na tragédia escrita pelo maior poeta russo, Alexander Sergueievitch Pushkin, dirigido e estrelado pelo grande artista Serguey Bondarchuk.
A Estrela, de 2002, é uma filmagem do romance homônimo de Emmanuil Kazakevich, publicado em 1947, um dos escritores que escreveram sobre a tragédia da guerra, sobre as façanhas e esforços dos soldados soviéticos em sua luta contra o fascismo.
“O conto do czar Saltan”, também baseado em poema de Aleksandr Pushkin, é o último dos filmes inspirado em obras da literatura russa que será apresentado.
Não incluímos “Solaris” nessa categoria porque a adaptação de Tarkovsky do romance de Stanislaw Lem foi tão livre que o autor quase não se reconheceu no resultado.
A parceria do CPC-UMES Filmes com o Mosfilm já rendeu 20 lançamentos. “Eles nos licenciam filmes para distribuição em DVD e BLU-RAY no Brasil. Eles possuem mais de 2500 títulos representativos da cinematografia soviética, desde Eisenstein, na década de 20, até o período recente. O difícil é escolher. Temos 20 lançados e dois na fábrica. Inicialmente priorizamos produções das décadas de 30, 40 e 50. Modestamente, queremos dissolver o mito de que não havia vida inteligente nem arte na produção daquele período, só propaganda banal e repetitiva, ocas idealizações do socialismo sem amparo nas contradições e conflitos da vida real. E lançamos ainda filmes novos, como ‘O Caminho para Berlim’, de Sergey Popov, produzido em 2015”, disse Bernardo Torres, um dos organizadores da Mostra.
Fonte: Susana Santos da Hora do Povo
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