2014-10-22-bigmarch

México: “Fim da impunidade”, exigem de parlamentares os pais dos 43 estudantes desaparecidos

 

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Os pais dos 43 estudantes desaparecidos da escola rural Isidro Burgos de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, protestaram nesta quarta-feira na Câmara dos Deputados do México contra a inoperância dos parlamentares. Conforme os pais, enquanto as famílias vasculhavam serras e rios, “os deputados não mexeram um dedo”. A Procuradoria Geral da República (PGR) também foi cobrada e intimada a continuar as investigações.·. 

Representando as famílias, o advogado Vidulfo Rosales Sierra denunciou o envolvimento de forças repressivas do Estado no assassinato dos jovens na noite de 26 para 27 de setembro de 2014: “há fios que conduzem a autoridades federais, como a Polícia Federal e o Exército”.
 

Pai de um dos estudantes mortos, Mario César González Contreras ocupou a tribuna para questionar os deputados, que se comportam como se a cobrança lhes causasse dano à imagem, “porque têm muita fome de dinheiro e de poder”. Mas, para nós, sublinhou, “a fome é de encontrar os nossos filhos”. “Sei que muitos riem de nós quando reunimos os 43 indígenas, porém nestes 43 há muito mais ética e dignidade que muitos de vocês que governam o país. Não destruam o México, não destruam ainda mais o povo, pois graças a ele vocês estão vestindo estes ternos”, frisou. 

Contreras condenou o fato de a Câmara dos Deputados ter se negado a se reunir com o 27º Batalhão de Infantaria para determinar sua provável participação no assassinato dos estudantes. Há informações da própria inteligência militar de que neste batalhão atue O Satânico, traficante de armas que abastece os narcos do grupo Guerreiros Unidos, que teria eliminado os jovens. “Vocês foram colocados pelo povo e devem ajudar o povo, porém quando chegam ao poder pensam que são donos de tudo e o pior, se amparam no foro federal, se crêem intocáveis por ter este foro”, destacou. 

Outro pai, Emiliano Navarrete Victoriano, explicou que os familiares não querem que os deputados busquem os estudantes, mas que garanta a continuidade das investigações. “A PGR não pôde nos dar uma resposta positiva nem sobre quem são os policiais federais que, quando detiveram os jovens, disseram que os levariam ao ‘patrão’ em Huitzuco. Vocês têm tudo nas mãos, porém não querem ajudar, não querem apoiar”.

Os pais esperam pelo menos 120 deputados de diversas comissões (Direitos Humanos, Assuntos Indígenas, Especial para o caso Ayotzinalpa), mas somente 30 compareceram, o que deixou os pais ainda mais indignados. Saíram de lá bradando: “O Estado se foi?” e “Mentira, Mentira, A mesma porcaria”.

Fonte: Hora do Povo – Internacional

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