Ministério da educação confirma política de sucateamento do ensino público e São Paulo dá exemplo.
No dia 31 de janeiro o Ministério da educação divulgou os primeiros dados do Censo Escolar 2017. A prévia, confirma a política de sucateamento do ensino público que vem sendo aplica há anos, além da expansão da rede privada sobre a rede pública.
Encolhimento da rede
Em 2010 a rede de educação básica ofereceu 51.549.889 matrículas contra 48.600.000 em 2017. Uma queda 2.949.889 milhões de matrículas.
Ao compararmos rede por rede os dados de 2010 contra os de 2017 podemos ver que a rede federal aumentou de 235.108 para 368.800 matrículas. A rede privada teve um aumento ainda mais significativo, de 7.560.382 para 8.893.800.
Sendo assim, vimos que o encolhimento da rede oferecida está nas redes municipais e estaduais que perderam respectivamente, 637.411 e 16.232.400 matrículas no mesmo período.
Além disso, podemos observar que o número de escolas caiu de 194.939 para 184.100.
Se mesmo com o aumento da rede federal a rede pública diminuiu e a privada aumentou, o que isso significa para nossa educação? Simples, uma inversão no ensino superior, pois, enquanto o estado investe cada vez menos na educação pública, o setor privado – que mais aprova nos vestibulares – se expande e como consequência cai o número de estudantes oriundos da rede pública nas universidades públicas, e essa já é uma realidade conhecida por nós há anos.
Estrutura
Os dados que o Ministério aponta sobre a estrutura oferecida nas escolas nos choca, mas não surpreende. Ele dá ênfase nos recursos chamados básicos (abastecimento de água, energia e saneamento).
Na educação infantil, 8,5% das escolas não dispõe ao menos um desses recursos e apenas 33,9% contam com berçário. No ensino fundamental, o MEC destacou que apenas 41,6% das escolas possuem rede de esgoto. Já no ensino médio, o número de escolas com rede de esgoto sobe para 67,2%, ainda assim, bem longe de atingir todas as escolas.
O documento aponta ainda, que apenas 45,4% das escolas possuem laboratório de informática.
Como o Censo é baseado em números crus, ou seja, sem avaliar a realidade de uso de cada estrutura oferecida, ele serve para alguns apontamentos, importantes, mas ainda assim, não registra que apesar de 45,4% das escolas possuírem laboratório uma porcentagem significativa desses não é usada, seja por falta de insumo, profissional responsável ou até mesmo questões de estrutura física como infiltrações.
Para conseguirmos ilustrar essa realidade registramos a estrutura oferecida em uma das principais e maiores escolas do estado de São Paulo, a Escola Estadual Caetano de Campos, na Consolação.
A escola em questão recebeu no ano passado verba para reforma – que se encontra parada – e mesmo assim, recebeu os alunos no primeiro dia letivo do ano, com buracos nos tetos e chão, infestação de pombos e com banheiros sem a divisão entre os assentos sanitários. Mas, chega de dados e vejam com seus próprios olhos a situação em que está a escola, que fica no estado mais rico do país, na região central, do ladinho da Secretaria Estadual de Educação.
Agora, imaginem o senhores como são as escolas públicas oferecidas nas regiões periféricas.
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