2-3-16 Oswaldo Loureno

Morre Oswaldo Lourenço, líder sindical desde 1943 e exemplo de luta para a juventude brasileira.

2-3-16 Oswaldo Loureno

 

Oswaldo Lourenço foi um desses que podemos chamar de grande homem.

 

Ele lutou pela libertação do povo desde muito cedo até o último dia de seus 93 anos. Foi eleito deputado estadual em 1962, mas foi impedido de tomar posse por ser comunista. Líder portuário em 1964 foi um dos criadores do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), atuante no governo João Goulart – e que mal pôde ver o nascimento da filha, às vésperas do golpe.

Tamanha foi sua luta que torna-se difícil descrever à vocês quem foi Oswaldo, assim, tomamos a liberdade de citar alguns trechos de seu livro.

 

“Quando ocorreu o golpe de 1º de abril de 1964, as forças da repressão invadiram o sindicato espalhando os documentos e colocando armas para nos acusarem de sua posse. Os diretores do sindicato, nos reunimos numa casa para prepararmos um plano de fuga. Ficamos sabendo que a ordem não era prender e sim matar, uns cinco líderes do movimento sindical santista, sendo eu um deles. Mesmo assim, ousei ir à maternidade para ver Cecilia, minha filha recém-nascida. Tive a solidariedade de uma enfermeira do Hospital de Santa Casa de Santos, que me chamou e me levou para os fundos do hospital dizendo que a polícia já estava na frente do hospital me esperando.” Esse é um dos relatos que Oswaldo fez em um de seus livros, Companheiros de Viagem 1.

 

Em outro trecho ele diz:

 

“Em 1966, precisei ir a Santos com o advogado para prestar um depoimento. Segundo ele não haveria problema, mas houve. Foi ali a minha primeira prisão. Fui levado algemado, com dois policias armados de metralhadoras um de cada lado para me humilhar. Como eu era conhecido, entretanto, as pessoas passavam, olhavam para mim para me cumprimentar. Eu, então, levantava as mãos algemadas saudando e gritando “fé companheiros”. Consegui fugir daquele lugar, mas passei outras vezes pela prisão e fui torturado”.

 

Era atualmente membro do Diretório Nacional do Partido Pátria Livre e Secretário dos Aposentados da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil.

 

E com muito pesar deixamos nossas condolências à família e aos companheiros de luta de Oswaldo, como ele mesmo disse em outros tempos “fé companheiros!” sigamos na luta.

 

 

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