Ditadura, não!
Estamos apenas a quatro dias do segundo turno das eleições presidenciais, dia em que o povo brasileiro escolherá o próximo presidente do país. Frente à polarização na reta final dessas eleições entre os candidatos a presidência Jair Messias Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), sentimos a necessidade do posicionamento estudantil.
A União Municipal dos Estudantes Secundaristas, entidade que foi forjada na luta no final da Ditadura Militar e que desde então sempre foi pioneira na luta por uma educação de qualidade e acima de tudo pela garantia da democracia, entende que a candidatura de Jair Messias Bolsonaro (PSL), não representa os almejos dos estudantes brasileiros por uma educação pública e de qualidade, além de representar um risco iminente à democracia brasileira.
Em seus 26 anos como Deputado Federal, Jair Messias Bolsonaro (PSL) votou diversas vezes contra os interesses dos estudantes brasileiros. Olhando os registros de votação mais recentes, Bolsonaro votou a favor de projetos como a PEC- 241 que congela os investimentos em áreas públicas durante 20 anos e a “Reforma do Ensino Médio” que visa reduzir a grade escolar e privatizar a educação pública. Além disso, Bolsonaro defende uma série de medidas que consideramos desastrosas para a educação brasileira, dentre elas, a utilização do Ensino a Distância (EAD) desde a educação básica, a privatização de universidades públicas, o projeto Escola sem partido e até mesmo cortes de investimentos em educação.
Também entendemos que a candidatura de Bolsonaro significa um risco iminente para a democracia brasileira. Em diversas ocasiões o candidato já se declarou a favor do golpe militar de 1964, que derrubou um presidente eleito democraticamente e instaurou um regime militar que perseguiu, torturou e assassinou milhares de brasileiros e brasileiras. Bolsonaro também elogiou o torturador Coronel Brilhante Ustra, considerado um dos mais cruéis torturadores do regime militar, que torturou até mesmo mulheres grávidas e inocentes. Sobre este sombrio episódio da história do Brasil, ficamos com as palavras de Ulysses Guimarães: “ódio e nojo a Ditadura”.
Assim como, consideramos que o programa econômico do candidato vai contra o que acreditamos que seja necessário fazer para tirar o país da crise, entendemos que para o Brasil voltar a crescer seja necessário investir e fomentar a indústria nacional, baixar os juros exorbitantes parando de repassar dinheiro público para banqueiro, aumentar o investimento na educação pública de ensino fundamental, básico e superior e parar as privatizações da Petrobras e de outras empresas públicas.
Seu adversário Fernando Haddad (PT) não representa neste momento a solução para a crise econômica, pois seu partido também se afundou no lamaçal da corrupção, entregou nossas riquezas aos bancos e multinacionais entre outras políticas que ajudaram a criar a crise em que o Brasil se encontra hoje, porém nossas divergências políticas e econômicas são menores perto do risco à democracia do outro lado.
É por isso e por outros motivos que somos contra a candidatura de Jair Messias Bolsonaro (PSL), não acreditamos que ele represente os almejos e sonhos da juventude e entendemos que não podemos deixar o discurso de ódio vencer, repudiamos toda e qualquer forma de opressão e discriminação contra qualquer um.
Sentimos ser fundamental relembrar a figura de Mestre Moa, brutalmente assassinado por não concordar com a ideologia pregada pelo candidato e seu eleitorado. Esta raiva destilada não nos parece coerente com o sentido que o Brasil deve tomar, pois que a ditadura de Bolsonaro além de truculenta, será repleta de corrupção e arrocho na economia.
Por fim, convocamos todos a se unirem neste momento em torno de uma palavra de ordem: “DITADURA, NÃO!” para que possamos continuar lutando pela construção de um Brasil mais justo e uma educação pública, gratuita e de qualidade.
União Municipal dos Estudantes Secundaristas- SP
São Paulo, 24 de outubro de 2018.
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