UMES apoia luta contra os preços exorbitantes do transporte público

A Prefeitura Municipal e o Governo do Estado reajustaram as tarifas de ônibus, metrô e trem para o valor de R$ 3,20. O aumento, conforme alegam as autoridades, foi abaixo do índice inflacionário do período desde o último reajuste em 2011. Contudo, o preço da tarifa superou em 60% a inflação nos últimos 18 anos. A tarifa é a mais cara do Brasil. Em Buenos Aires a passagem de ônibus custa entre 1,10 e 1,25 pesos (44 centavos de real e 50 centavos de real) e a de Metrô custa 2,50 pesos (1 real). Por que em São Paulo tem que custar R$ 3,20?

A prefeitura de Vitória, no Espírito Santo, reduziu a tarifa de ônibus, neste mês de junho, de R$ 2,40 para R$ 2,35. O prefeito Luciano Resende disse que como o governo federal atendeu ao pedido da Frente Nacional de Prefeitos para retirar o PIS e o Cofins dos componentes que formam o preço da passagem foi possível barateá-la. Se foi possível lá, e a decisão do governo teve caráter nacional, por que não é possível baratear aqui?

Segundo o prefeito de São Paulo manifestou, em entrevista a jornal de grande circulação da cidade, quando questionado se seria possível diminuir o preço da passagem, que “seria, depende do mix que você faz. Você teria uma situação muito favorável ao transporte coletivo e, na minha opinião, uma situação justa. Se fizesse um plebiscito, até os proprietários de veículos veriam vantagens nessa proposta.”

Em Goiânia, Teresina, Natal e Porto Alegre, a justiça concedeu liminares que impediram os aumentos das passagens. Elas estão custando R$ 2,70, R$ 2,10, R$ 2,30 e R$ 2,85, respectivamente. Por que o povo de São Paulo tem que pagar R$ 3,20?  

É aviltante, corroendo o salário de quem menos ganha. Para serviços precários, com lotação e filas imensas, o transporte público padece de medidas profundas sem que para isso se cobrem valores impagáveis nas tarifas repassando o custo aos paulistanos, atendendo exclusivamente a interesses que não são os da população. Segundo a Constituição brasileira, o transporte público é um dever do Estado e um direito do cidadão, e não pode ser mensurado como uma mercadoria qualquer para o único propósito da obtenção de lucros. Lucros exorbitantes diante da má qualidade prestada no serviço público de transporte da cidade mais rica do país. Garantir a condição de acesso da população ao uso do transporte público de qualidade inibiria os crescentes congestionamentos que inviabilizam a capital a cada dia. Ainda incrementaria a mobilidade social da população com a possibilidade de maior potencial produtivo e acesso aos equipamentos educacionais, culturais, de lazer. Por isso, a UMES integra a luta contra o aumento da tarifa de ônibus, metrô e trem na cidade de São Paulo.

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