Macaqueação de Goebbels por Roberto Alvim é caso de internação psiquiátrica

 Assim como Goebbels havia afirmado em meados do século XX que a “arte alemã da próxima década será heroica” e “imperativa”, Alvim afirmou que a “arte brasileira da próxima década será heroica” e “imperativa” Foto: Reprodução/Youtube

 

A imitação tosca que o funcionário do governo, Roberto Alvim, Secretário Especial da Cultura de Bolsonaro, fez de Joseph Goebbels, auxiliar de Hitler, na quinta-feira (16), revela, não só a estupidez e o despreparo da falange bolsonarista aboletada no governo, como a necessidade urgente, aliás, já apontada neste mesmo dia pelo presidente da Câmara Federal, deputado Rodrigo Maia, de impedimento psiquiátrico dessa gente.

Até música de Wagner, preferida dos nazistas, ele usou de fundo musical em sua encenação.

Como disse Celeste Silveira, uma comentarista das redes sociais, a cena teve efeito contrário ao pretendido pelo “repimpado secretário de cultura”. “Ele não parecia Goebbels, mas sim um locutor de enterro depois de se empanturrar de dobradinha”, comentou a jornalista.

E o som de Wagner ao fundo, música da ópera Lohengrin, uma obra citada por Hitler em Mein Kampf, acabou dando o tom fúnebre ao episódio. Não faltou uma cruz bizarra na mesa.

Ao que parece o efeito da encenação realmente não foi o esperado pelo aluado. Sua demissão era esperada para qualquer momento já que, como disse Maia, ele “passou de todos os limites e deve ser afastado”.

A declaração de Alvim foi dada em um vídeo postado na página da Secretaria Especial de Cultura no YouTube para divulgar um concurso nacional de artes.

Na peça sinistra ele afirma: “A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”.

Para ficar totalmente idêntico à cena nazista, só faltou ele se levantar e sair mancando após a fala [Goebbels tinha um defeito na perna].

Sem cérebro – aliás, esse parece ser um critério fundamental para quem quer integrar o atual governo -, o funcionário de Bolsonaro fez um copiar-colar sem vergonha da frase dita pelo nazista no final da década de 30 e início da década de 40 do século passado.

Goebbels se dirigia a diretores de teatro do Ministério da Propaganda de Hitler e a fala foi relatada no livro “A biografia de Goebbels”, de Peter Longerich.

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse o nazista.

O nível da insanidade de Alvim é tanta que até o astrólogo da Virgínia, Olavo de Carvalho, que também já andou frequentando enfermarias psiquiátricas na década de 70, principalmente depois que tentou uma “transmigração” com a barca do Egito em Pinheiros – que acabou obrigando os bombeiros a derrubarem a casa lacrada de onde ele partiria com o barco em direção ao Egito – afirmou que “ele [Roberto Alvim] não deve estar bem da cabeça”.

E, convenhamos, Olavo conhece bem esses sintomas.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não tem dúvida: tem que internar já. O problema é só achar vaga.

Como diz um amigo psiquiatra, a maldita política antimanicomial, ao fechar as arapucas, acabou fechamento também hospitais psiquiátricos sérios. O resultado é que almas penadas como a de Roberto Alvim estão à solta por aí sem o tratamento adequado.

Essa gente desconectada acabou encontrando no governo Bolsonaro um abrigadouro excepcional para suas alucinações. Todo mundo ali bate no mesmo diapasão. Está difícil concluir quem é mais reacionário e quem reúne menos neurônios funcionantes. Não necessariamente nessa ordem.

Vai desde monarquistas que sonham em sentar no trono, passando por picaretas profissionais, assaltantes de fundos de pensão disfarçados de “doutores” em economia, dançarinos da chuva, até gente que fala com Jesus de cima de uma goiabeira.

Chefiados, é claro, pelo mais descerebrado de todos, o próprio Bolsonaro, que anunciara há algum tempo que o Brasil se surpreenderia com a qualidade intelectual das pessoas que ele escolheu para a área da cultura. O resultado não podia ser outro.

Diante da reação generalizada de repúdio da sociedade e a exigência de sua demissão, o secretário da cultura saiu em sua própria defesa. “O que a esquerda está fazendo é uma falácia de associação remota. É típico dessa corja”.

“Não há nada de errado com a frase. Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a arte brasileira, e houve uma coincidência com uma frase de um discurso de Goebbels… Não o citei e jamais o faria. Foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos ver na Arte nacional”, disse.

Não adiantou nada. Nem seu chefe, que fez altos elogios ao seu intelecto e à sua capacidade, está conseguindo garantir sua permanência no cargo. A paspalhice em transe de Alvim foi tamanha que a encenação deve colocar um fim na sua meteórica passagem pelo governo. É esperado para qualquer momento o anúncio de sua demissão.

Roberto Alvim foi exonerado do cargo no final da manhã de sexta-feira (17). A exoneração já foi publicada no Diário Oficial. Faltou ao Secretário da Cultura um pouco mais de informação sobre o que acabou acontecendo com o seu guru, Goebbels, e outros nazistas na década a que ele se referiu na fala sobre a cultura.

Se lesse um pouco mais, Alvim ficaria sabendo que Joseph Goebbels não conseguiu implantar a arte superior, a arte da raça pura, ariana. O fim da loucura nazista foi trágico.

Goebbels acabou seus dias encurralado num cubículo blindado em Berlim, recebendo chumbo grosso dos soviéticos, que ele e Hitler também chamavam de “corja”.

Ele teve que distribuir cianureto para a mulher e filhos antes de ingerir a sua e partir, junto com Hitler, rumo à prestação de contas de seus crimes cometidos ao som de Wagner.

O tempo de sobrevida de Alvim por aqui, pelo jeito, será bem menor que seu guru alemão.

Do Jornal Hora do Povo

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