VITÓRIA – Parque do Bixiga é aprovado na Câmara
Votação foi comemorada pela população do bairro – Foto: Câmara de São Paulo
Reivindicação histórica dos moradores do centro da cidade de São Paulo, a criação do Parque do Bixiga foi aprovada por unanimidade em segunda votação na Câmara dos Vereadores.
O Parque Bixiga deve incluir as ruas Jaceguai, Abolição, Japurá e Santo Amaro, no bairro do Bixiga. O projeto passa agora para a sanção do prefeito Bruno Covas (PSDB).
O autor do projeto, vereador Gilberto Natalini (PV) espera que o texto seja sancionado pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). “O Bixiga é um bairro muito espremido, não tem verde. A praça Dom Orione sozinha não satisfaz o tamanho e a complexidade do bairro. É um dos bairros mais adensados que a gente tem”, afirmou ao Metro Jornal.
A proposta também conta com co-autoria dos vereadores Mario Covas Neto (PODEMOS), Toninho Vespoli (PSOL), Reis (PT), Eduardo Suplicy (PT), Antonio Donato (PT), Gilson Barreto (PSDB), Toninho Paiva (PL), Celso Giannazi (PSOL) e as vereadoras Sâmia Bomfim (PSOL), Juliana Cardoso (PT) e Soninha Francine (CIDADANIA).
O Parque do Bixiga está situado em um dos últimos pedaços de chão de terra livre do centro de São Paulo. O terreno pertence ao Grupo Silvio Santos, que pretendia construir um conjunto de torres comerciais no local.
A área que agora deverá ser destinada ao parque é um remanescente de mata preservada, do qual faz parte um rio, que está canalizado há quatro metros de profundidade e fica no entorno do teatro Oficina que foi criado em 1958 e foi ameaçado pela construção das torres. Na década de 1980 os artistas receberam ordem para deixar o local ou comprar a área, porque o Grupo Silvio Santos, proprietário de parte do terreno, queria a área para construir um shopping.
Como reação, foi organizado um grande show em defesa do Teatro Oficina, que levou ao tombamento do espaço pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) de São Paulo e a desapropriação da área. Em 2010, foi a vez de o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombar o teatro.
“O Teatro Oficina tem uma linguagem de que teatro e vida são impermeáveis. Ele é um teatro que tem uma função social, ele tem o interesse público em fazer mais”, disse a poeta, artista visual e atriz Cafira Zoé, em entrevista à Rádio Brasil Atual.
“Esses tombamentos todos, sobretudo do Condephaat, criaram envoltórios que não são só do bem tombado Teatro Oficina, mas de outros bens tombados: a Casa de Dona Yayá, o Teatro Brasileiro de Comédia, o Castelinho da Brigadeiro e a Escola de Primeiras Letras. Isso faz ter uma coincidência aqui dentro desse terreno, tem uma sobreposição de áreas envoltórias de bens tombados. Então, durante muito tempo foram os órgãos de tombamento que seguraram a construção do empreendimento do grupo Silvio Santos”, explicou a arquiteta Marília Gallmeister.
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