Centrais sindicais, UNE e UMES fazem Dia Nacional de Luta em 11 de julho

As Centrais Sindicais (CGTB, CUT, FS, UGT, CTB, Conlutas, NCST e CSB), MST, UNE e UMES realizarão manifestações e atos conjuntos no próximo dia 11 de julho em todo o país.

Em reunião na última terça-feira, as centrais definiram que o 11 de julho será chamado de Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações. Na quarta-feira, as entidades estiveram também com a presidente Dilma Rousseff para cobrar soluções para os problemas dos trabalhadores. Os sindicalistas querem mais investimentos em saúde, educação e transporte e menos dinheiro reservado para os juros. Segundo os dirigentes sindicais, esse é o único caminho para melhorar a vida do povo.

Na reunião com a presidente, os sindicalistas disseram que é preciso “quebrar com a lógica do rentismo, reduzir os juros e investir na produção, ampliando os investimentos públicos”. “As manifestações [protestos ocorridos nos últimos dias nas ruas de todo o país] ocorreram porque existe um sentimento de indignação do povo e os problemas precisam ser resolvidos. Como a Sra. convocou esta reunião em caráter emergencial, tenho algumas sugestões para buscarmos recursos para enfrentar os sérios problemas em transporte, saúde e educação”, afirmou Ubiraci Dantas, Bira, presidente da CGTB.

“Pelo acordo com o FMI, incorporado à Lei de Diretrizes Orçamentárias e à Lei de Orçamento Anual, o governo pode abater até R$ 65,2 bilhões do superávit primário, mas está abatendo apenas R$ 45 bilhões. Sobram, portanto, R$ 20,2 bilhões”, afirmou o dirigente sindical. Ele defendeu o uso desse recurso nos investimentos públicos.

Os sindicalistas chamaram a atenção para as manobras da mídia que tenta manipular o movimento popular e desviar a atenção do povo para assuntos contrários aos interesses do país e da população. “Existe também uma tentativa da mídia de pegar essa insatisfação e colocar a pauta dela, como corrupção e inflação”, denunciou Bira.

“Vamos chamar à unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais para dialogar com a sociedade e construir uma pauta que impulsione conquistas, as reivindicações que vieram das ruas à pauta da classe trabalhadora”, disse o presidente da CUT, Vagner Freitas. “O que motivou a população a ir às ruas, a princípio, foi a revogação do aumento da tarifa do transporte coletivo. Concordamos que o transporte coletivo tem de ser subsidiado pelos governos, mas isso não pode impedir investimentos em saúde, educação e segurança e transporte de qualidade para a classe trabalhadora”, apontou o presidente da CUT.

O presidente da Força Sindical, Paulinho, disse que a mobilização será necessária para que o governo passe a atender a pauta dos trabalhadores. “Nós colocamos a nossa pauta e, no final, a presidente levantou e foi embora. Para mim, foi uma reunião que nós viemos mais para ouvir os planos mirabolantes da presidente Dilma do que uma solução para os trabalhadores. Saímos daqui como sempre saímos. Em todas as reuniões que tivemos com o governo até hoje, nada foi resolvido. E hoje foi pior ainda. Simplesmente, nem encaminhamento da nossa pauta foi dado. Quero aqui lamentar essa reunião com a presidente”, queixou-se Paulinho.

Bira insistiu em propostas para resolver os problemas que afligem a população. Ele apontou à presidente a reversão de desonerações como mais um caminho para liberar recursos para atender as exigências da população. “A Receita Federal dá como total de R$ 170.015.969.718 em desonerações para 2013, somando os governos Dilma, Lula e Fernando Henrique. A ANFIP dá como desonerações para 2013 um total de R$ 94 bilhões nas contribuições sociais, mais R$ 5,2 bilhões referentes ao IPI. Já o Ministério da Fazenda, R$ 70 bilhões em desonerações este ano. Propomos reverter R$ 20 bilhões das desonerações”, ressaltou.

Ele disse também que a dívida dos estados é outro instrumento que tira recursos dos serviços públicos para engordar os bancos. “A situação da dívida de estados e municípios com a União é insustentável”, afirmou. “É um absurdo, por exemplo, a situação do Estado de São Paulo. Em 1998, a dívida refinanciada totalizava R$ 50.388.778.000. Entre 1998 e 2012 pagou R$ 91.765.000.000. Em março deste ano, estava devendo R$ 188.501.818.751. Sugerimos um abatimento de 40% das dívidas de estados e municípios e a mudança do índice de correção do IGP-DI para o IPCA”, completou o sindicalista.

As exigências da mobilização geral do dia 11 de julho, batizada de mobilização “Pelas Liberdades Democráticas e pelos Direitos dos Trabalhadores”, serão: o fim do fator previdenciário, 10% do PIB para a Saúde, 10% do PIB para a Educação, redução da Jornada de Trabalho para 40h semanais, sem redução de salários, valorização das aposentadorias, transporte público e de qualidade, reforma agrária, contra os leilões de petróleo e rechaço ao PL 4330, sobre terceirização.

Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a reunião foi positiva porque as centrais tiveram a oportunidade de cobrar de Dilma mais atenção à pauta da classe trabalhadora. “Enfatizamos a necessidade de o governo adotar uma política econômica menos conservadora, pois sem isso será difícil obtermos verbas para educação, saúde, transporte e outros setores deficitários e que estão na ordem do dia por conta das manifestações”, afirmou.

 

Veja abaixo o boletim divulgado pela CGTB:

 

 

Informações: CGTB e Hora do Povo

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