Galileu e Andrea

Cinema com Partido: “A vida de Galileu” debate a perseguição contra o conhecimento

Galileu e Andrea

Galileu e seu discípulo Andrea Sarti

O filme “A vida de Galileu”, de Joseph Losey, iniciou no último sábado (14), a temporada de 2020 da Mostra Democrática Cinema com Partido. O filme, de 1975, é uma adaptação cinematográfica da peça teatral escrita por Bertold Brecht e apresenta a comprovação pelo cientista da teoria de Copérnico de que a Terra gira em torno do Sol.

O fato, no entanto, contava com a reprovação da Igreja Católica que para manter a estrutura de poder, colocava a Terra e a criação divina – o homem, como o centro do Universo.

Ao abrir o debate, o presidente da UMES, Lucas Chen, relembrou que o filme de Joseph Losey tornou-se ainda mais contemporâneo na atual situação do país. “No ano passado, quando passamos o filme pela primeira vez, nós não tínhamos ainda presenciado os cortes das verbas na Educação e na Ciência pelo governo Bolsonaro”, relembrou Chen.

“Temos um presidente que nega a ciência e que hoje fortalece ainda mais o discurso do obscurantismo e da perseguição”, destacou o estudante.

O presidente do Centro Popular de Cultura da Umes – CPC-UMES, Valério Bemfica, ofereceu ao público presente uma analogia entre o processo de perseguição vivido por Galileu e os tempos atuais.

“Essa peça traz questões muito semelhantes às que a gente vive hoje. Nos altos escalões do governo, a mentalidade criacionista é dominante. Veja, há 2,5 mil anos, já se considerava que a Terra era esférica. Mas hoje, tem gente dizendo que a Terra é plana, ou seja, um retrocesso de mais de 2 mil anos de conhecimento da humanidade.

A discussão que temos que fazer é onde está a ciência e onde está o obscurantismo. Acreditar somente na palavra que foi ‘revelada’ era o instrumento de dominação da época. E o conhecimento abala as estruturas.    

É isso que temos que ter consciência. E saber que uma entidade como a UMES, que defende a Educação, que defende o Saber e a Cultura, tem um papel fundamental neste momento que é fazer a defesa do conhecimento contra o obscurantismo”, apontou Valério.

Veja a íntegra do debate:

 

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