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CAIU! – O “imprecionante” não é mais ministro da Educação

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Abraham Weintraub anunciou nesta quinta-feira (18) que está deixando o cargo de Ministro da Educação do governo de Jair Bolsonaro.

Em 14 meses à frente do MEC, Weintraub não poupou esforços na defesa do obscurantismo e na destruição da educação brasileira. O bolsonarista atacou as universidades e institutos federais, acusando-as de “balbúrdia” para defender o corte nas verbas de custeio.

Em meio à crise causada pelo corte nas verbas das universidades, lançou o famigerado “Future-se”, projeto que ameaçava só repassar receita às universidades federais que passassem a ser administradas por entidades privadas.

Fomos nós, estudantes que nos colocamos na linha de frente da resistência aos ataques de Bolsonaro à Educação e à Ciência. Em todas as regiões do país, as entidades estudantis levaram milhões de brasileiros às ruas em repúdio aos cortes na verba da Educação. Fomos vitoriosos e eles foram obrigados a recuar.

Foi Weintraub também um dos principais fiadores da MP da ID Estudantil que tinha o único objetivo de atacar as entidades estudantis brasileiras. A medida abusiva foi firmemente rechaçada pelo Congresso Nacional e perdeu sua validade sem nem mesmo ter tido comissão instalada.

Abraham Weintraub provou não possuir respeito por qualquer instituição democrática brasileira. O ministro sem educação pediu demissão em vídeo vergonhoso ao lado de Bolsonaro com direito a tentativa de abraço. Vale lembrar que este foi o que na reunião ministerial declarou: “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF”. Causando repúdio de toda sociedade contra o flagrante atentado a Democracia.

Hoje, tivemos a queda do pior ministro da Educação da história brasileira. A saída de Weintraub é mais uma prova de que o povo brasileiro e suas instituições democráticas lutarão contra os ataques deste governo. Cabe a nós, agora, organizarmos cada vez mais as forças em defesa da Democracia, da Educação e do Brasil.

 

Veja a trajetória de Weintraub à frente do MEC nos últimos 14 meses:

•          Fundeb: Considerado o tema mais urgente para a educação no ano, o novo modelo do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) está em tramitação e não houve consenso entre parlamentares e governo sob a gestão de Weintraub. O então ministro retirou apoio de proposta que previa Fundeb permanente com 40% de recursos da União. O MEC defende aumentar o repasse de 10% para 15%.

•          Revoga portaria sobre inclusão: no último dia como titular, revogou portaria sobre políticas de inclusão na pós-graduações, como o acesso a negros, indígenas e pessoas com deficiência.

•          Future-se: O projeto “Future-se” – que agora tramita na Câmara como o projeto de lei PL 3076/2020 – pretende mudar financiamento das universidades, apostando no apoio da iniciativa privada. Nasceu como resposta de Weintraub às críticas do gasto da União com as federais.

•          Carteirinha estudantil: apontada como tentativa de esvaziar a UNE, o MEC lançou um aplicativo para emitir a carteirinha de estudante digital. Sem apoio no Congresso, A medida provisória que criou a carteirinha estudantil não foi votada e perdeu a validade.

•          Contingenciamento de verbas: No fim de abril, governo anunciou o congelamento de R$ 1,7 bi dos gastos das universidades. A medida gerou atos e paralisações em centenas de cidades. Antes de atingir de forma ampla todas as federais, Weintraub associou o corte de verbas à prática de balbúrdia em universidades. A palavra balbúrdia foi usada contra UFSC, UFBA e UnB. Inicialmente, o corte sem motivos explicados, atingiu três universidades federais.

•          Corte de bolsas da Capes: Entre janeiro e setembro do ano passado, o Ministério da Educação e a Capes já fizeram três anúncios de cortes em bolsas de pós-graduação, mestrado e doutorado: foram congeladas 11 mil bolsas da Capes para novos pesquisadores. Segundo o próprio ministro, essas vagas tinham sido bloqueadas porque a prévia do Orçamento 2020 não previa espaço para esses pagamentos.

•          Erros no Enem: Na edição de 2019, cerca de 6 mil estudantes foram afetados por erros na correção das provas. À época, Weintraub reconheceu que houve “inconsistências” na correção dos gabaritos da prova. Além do erro nas correções, a edição de 2019 teve também o vazamento de uma das páginas da prova durante o dia do exame, em 3 de novembro.

•          Enem digital: Medida anunciada em gestões anteriores está prevista para ser implementada em versão piloto neste ano de 2020. A meta do ex-ministro era que o Enem seja 100% digital até 2026.

•          Falta de liderança na pandemia: A Comissão Externa da Câmara apontou que faltou liderança do MEC na redução dos problemas causados pela Covid-19 na educação. Uma das críticas é que a pasta não deu diretrizes e apoio para o ensino remoto.

•          Disputa judicial para adiar o Enem na pandemia: O governo enfrentou questionamentos judiciais com cobranças pelo adiamento da prova por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19. Weintraub adotou posição contrária ao adiamento desde que foi acionado por órgãos e entidades como a Defensoria Pública da União (DPU) e a União Nacional dos Estudantes (UNE). A decisão pelo adiamento só ocorreu após o Senado aprovou projeto que adia Enem, e o texto seguir para avaliação da Câmara dos Deputados. O ex-ministro disse ter tomado a decisão pelo adiamento após ouvir líderes do Centro.

•          Desrespeito à lista tríplice das consultas para reitores: Durante a gestão de Weintraub, Bolsonaro editou MP que permitia ao ministro escolher reitores temporários de universidades federais durante a pandemia. Criticada por diversos setores por inconstitucionalidade, o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), devolveu para o Palácio do Planalto a medida provisória. Antes dela, em dezembro, o governo já tinha editado outra medida provisória que mudava as regras para escolha de reitores. Na visão de entidades, ela feria a lei e desrespeitava as federais.

•          Perda dos recursos de R$ 1,6 bilhão do fundo da Petrobras: O recurso de fundo bilionário da Petrobras não foi utilizado pelo Ministério da Educação. Neste ano, o STF determinou que dinheiro vá para combate ao coronavírus.

•          Crítica aos cursos de humanas: Na gestão de Weintraub, na qual o ministro fez críticas ao gasto para formação de alunos em cursos como filosofia, o presidente Jair Bolsonaro disse que o MEC estudava ‘descentralizar’ investimento em cursos de filosofia e sociologia.

•          Acusação de maconha nas universidades: Em entrevista ao “Jornal da Cidade”, o ministro disse que há plantações de maconha em universidades; reitores criticaram ataques e retórica agressiva de Weintraub.

•          Descompromisso com Plano Nacional: No período, o MEC lança uma lista de compromissos para a educação básica. Entretanto, apesar de especialistas verem na lista um “primeiro passo”, apontaram que ela “ignora” a lei do Plano Nacional de Educação. Ao mesmo tempo, o Orçamento do governo federal foi elaborado prevendo cortes para educação básica em 2020, mesmo tendo o ex-ministro ameaçando retirar ‘recursos futuros’ das universidades e repassar a educação infantil.

•          Tempo de aprender: Novo programa de alfabetização do MEC prevê curso online para professor, teste de fluência para aluno e intercâmbio com Portugal. Apontado como um dos focos pedagógicos da gestão, a Política Nacional de Alfabetização foi alvo de críticas, como à voltada ao caderno de implementação, classificado como ‘muito genérico’ por especialistas.

Além do MEC

          Apontou ‘crise falsa’ na Amazônia: Em agosto, depois que líderes europeus manifestaram preocupação com os incêndios na região amazônica, Weintraub atribuiu o que chamou de “crise amazônica falsa” a uma suposta reação de “agricultores europeus diante da iminente invasão de produtos brasileiros” dentro do acordo entre União Europeia e Mercosul.

•          Ofensas ao STF: A polêmica mais recente surgiu após a divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Weintraub defendeu a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chamou de “vagabundos”.

•          Suspeito de racismo: No começo de abril, Weintraub fez, em uma rede social, insinuações de que a China poderia se beneficiar, de propósito, da crise mundial causada pelo coronavírus. Depois, ele apagou o texto. O texto de Weintraub imitava o jeito de falar do personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, que troca a letra “R” pela “L”.

•          Noite dos Cristais brasileira: Após a PF cumprir mandados de busca e apreensão contra aliados de Bolsonaro, Weintraub, afirmou que o dia será lembrado como a “Noite dos Cristais brasileira”. A “Noite dos Cristais” consistiu em uma onda de violência contra os judeus, ordenada pelo regime nazista de Adolf Hitler, na Alemanha, que revelou ao mundo a violência antissemita. Entidades judaicas reagiram contra a publicação do ministro.

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