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Bolsonaro nomeia pastor Milton Ribeiro para o MEC e olavistas para o CNE

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O governo Bolsonaro anunciou nesta sexta-feira (10) a escolha do pastor Milton Ribeiro para ser o quarto ministro da Educação.

Ribeiro era membro da Comissão de Ética Pública da Presidência e é ligado à Universidade Presbiteriana Mackenzie. Graduado em Teologia e Direito, ele tem mestrado em Direito e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo (USP). O nome do teólogo foi defendido pelo ministro da Justiça, André Mendonça, que faz parte da mesma igreja que Ribeiro, e pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira.

A nomeação de Ribeiro, foi publicada no Diário Oficial da União, teria como objetivo “agradar” a ala olavista do governo e representantes da bancada evangélica no Congresso. Caso permaneça no cargo, o novo ministro terá a difícil missão de resgatar o prestígio do MEC após o vexame dos seus antecessores Ricardo Vélez, o “imprecionante” Abraham Weintraub e Carlos Decotteli, o breve.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

No mesmo dia em que anunciou o novo ministro, Bolsonaro publicou a nova composição do Conselho Nacional de Educação (CNE). Foram treze nomeados que terão mandatos de quatro anos, a partir de 11 de julho de 2020. Entre os novos nomes, estão um aluno do escritor Olavo de Carvalho, um dono de universidade e um ministro do Supremo Tribunal Militar.

As escolhas feitas pelo presidente foram mal recebidas por órgãos e lideranças ligadas a educação. A União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consend) emitiram nota de repúdio aos critérios utilizados pelo governo para composição do CNE.

As entidades denunciaram que Bolsonaro ignorou as indicações das instituições responsáveis pela gestão dos sistemas públicos de educação e desconsiderou as representações de 27 redes estaduais e 5.568 redes municipais, indo na contramão da instituição do Sistema Nacional de Educação.

“O CNE é um órgão de Estado e não de um governo. Enquanto instituição máxima da Educação, para ter respeitabilidade, legitimidade e autenticidade em suas decisões, deveria ter o mínimo de uma representação das redes públicas estaduais e municipais, responsáveis por mais de 80% de todas as matrículas da educação Básica do País e mais de 40 milhões de estudantes”, reivindica a nota.

A nova lista tem nomes indicados pelo atual secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim, ligado a Olavo de Carvalho. Entre eles, Tiago Tondinelli, que foi chefe de gabinete do ex-ministro de Bolsonaro Ricardo Vélez. Ele é advogado e professor de Filosofia, especialista em Filosofia Medieval. Nunca havia trabalhado com educação pública.

Wiliam Ferreira da Cunha, também indicado ao CNE, é atualmente assessor de Nadalim no MEC. Outro ligado aos olavistas é Gabriel Giannattasio, também professor no Paraná. Ambos ficarão na câmara de educação básica do conselho.

“Fica claro que o governo quer fazer a agenda dele da educação pelo CNE, como homeschooling, escola militar. Eles são claramente olavistas. Teremos muitas dificuldades”, diz Mozart Neves, ex-diretor do Instituto Airton Senna e membro do CNE.

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