8839521_640x360.jpg

Reabertura de escolas para atividades tem baixa adesão na capital paulista

8839521_640x360.jpg

 

Após quase sete meses de paralisação das atividades por causa da pandemia do coronavírus, as escolas da rede de ensino do estado de São Paulo iniciaram o retorno das aulas presenciais nesta quarta-feira (7). A retomada seguirá regras diferentes de acordo com as 645 cidades do estado, já que cada município tem autonomia para definir os protocolos sanitários de retomada das atividades.

O debate sobre a volta às aulas ainda está repleto de impasses. Por um lado há incerteza por parte de pais, estudantes e profissionais da educação nas condições de segurança para o retorno às aulas. De outro, as dificuldades em garantir o acesso ao aprendizado de forma remota ampliam cada vez mais o fosso entre o ensino das escolas dos menos favorecidos e das escolas das classes ricas.

Enquanto isso, milhares de crianças e adolescentes amargam prejuízos no aprendizado e na convivência escolar.

Em setembro, a UMES realizou a Live: “Volta às aulas: É possível voltar com segurança”, que abordou o tema por diferentes pontos de vista, levando em conta a função social da escola e as dificuldades geradas pela falta dela aos estudantes.

Enquanto no restante do estado, as escolas reiniciaram a reabertura para uma retomada parcial das aulas presenciais, na capital paulista, a reabertura das escolas só está autorizada para atividades extracurriculares tanto na rede pública como privada, com um limite de 20% dos alunos.

Apenas estudantes do ensino superior poderão voltar às aulas regulares nesta semana.

Na rede estadual, das 1.100 escolas na capital paulista, somente 100 vão reabrir. O secretário de educação Rossieli Soares, entretanto, não considera que o número represente uma baixa adesão das instituições.

Já na rede municipal, apenas uma escola municipal de São Paulo reabriu hoje. A CEI Penha Bom Jesus, na Penha, zona leste, abriu os portões às 12h45 para receber seus alunos para atividades extracurriculares das 13h às 15h. Embora a escola tenha 121 alunos, apenas 16 se inscreveram para voltar à unidade e só seis compareceram até as 13h40.

“Nós não entendemos que seja uma baixa adesão no caso da rede estadual. Primeiro porque a gente tem dito para a gente voltar com tranquilidade, quando a comunidade estiver mais preparada, a escola tem que estar absolutamente toda preparada, não pode ser um processo de volta a qualquer custo, de qualquer jeito, nós não defendemos isso, pelo contrário, queremos todos os cuidados”, afirmou.

Ainda de acordo com Rossieli, no estado, o número de escolas reabertas tem crescido aos poucos. Ele defende que o retorno seja gradual e só ocorra quando a comunidade escolar e as instituições estiverem prontas e equipadas. “A gente cresceu já bastante no interior, vamos chegar, durante esta semana, a 700 escolas das 5 mil no estado, o que é um número já representativo da nossa rede. Se a escola não estiver em condição, ela não volta. Nós estamos indo às escolas e verificando se elas estão em condições adequadas.”

CALENDÁRIO

Na última terça-feira (6), Rossieli havia afirmado que a rede estadual trabalhará o ano letivo de 2020 e 2021 como um ciclo único de ensino.

“Vamos trabalhar o ano de 2020 e 2021 como um ciclo, como se fosse um ano só, especialmente para esses alunos que já entregaram as atividades e estão entregando”, durante entrevista coletiva

Segundo ele, a proposta será aplicada para os alunos que forem aprovados este ano. A ideia é fazer a unificação em oito bimestres para diluir o ensino e ter a possibilidade de quem não aprendeu conseguir recuperar.

“Ao invés de fazer a média com quatro bimestres de 2020, faremos a média bimestral de oito bimestres contando 2020 e 2021. Então, o aluno que está no quarto ano, se ele entregou o mínimo de atividades, ele progride para o quinto ano, e a média dele para aprovação lá no quinto ano será considerada, por exemplo, aquilo que ele fez em 2020 e 2021”, explicou o secretário.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) recomendou que redes escolares evitem reprovar os estudantes neste ano. Apesar da sugestão, cabe às redes estadual, municipal e privada decidirem como será feita a aprovação.

“Obviamente nós não defendemos a reprovação pela reprovação, esse é um ano muito atípico, especialmente para os alunos que têm menos condições, que não conseguiram acompanhar as aulas online. Por isso que nós vamos fazer um grande processo de busca ativa para aqueles que porventura não tenham conseguido entregar as atividades. Para esses, vamos dar a oportunidade ao máximo de tempo possível”, afirmou o secretário.

Segundo o Rossieli, nos próximos dias, o governo deve definir, juntamente com o Conselho Estadual de Educação, como será feita a aprovação escolar dos alunos da rede. “Vamos ter uma cobrança de um mínimo a ser entregue, como se fosse proporcional à presença. Daqui a uma semana a gente já vai ter promulgado pelo nosso conselho, e homologado por mim, regras específicas sobre que tipo de retenção”.

0 respostas

Deixe uma resposta

Want to join the discussion?
Feel free to contribute!

Deixe um comentário