Marcelo Barbieri: Congresso da UMES é um marco na luta pela democracia, liberdade e justiça
O assessor especial da Prefeitura de São Paulo, Marcelo Barbieri, que representou o prefeito da cidade, Ricardo Nunes, no 28º Congresso da UMES realizado na quarta-feira (13), convocou os estudantes a fazer história, lutando pela frente ampla para derrotar Bolsonaro nas eleições de outubro.
Durante sua fala, Barbieri abordou o período de refundação da União Nacional dos Estudantes, sobre a ampliação da frente ampla para derrubar Bolsonaro, sobre a importância da realização de títulos de eleitor e pelo fortalecimento do movimento estudantil e social.
O ex-prefeito de Araraquara e ex-deputado federal enfatizou que a colisão de forças em prol da democracia foi crucial para fortalecer o movimento estudantil e acabar com a ditadura no país.
“Agradeço ao convite, falo em nome do prefeito Ricardo Nunes (MDB), estou muito contente em participar deste congresso. Fui vice-presidente da UNE, da primeira diretoria em 1979, e tive a honra de colocar em votação em Salvador, na Bahia a reabertura da UNE e mais 10 mil estudantes levantaram crachá e nós reabrimos a UNE, a UBES, a UMES e todas as entidades estudantis, pois a UNE representa todas as entidades. Eu queria dizer pra vocês que foi muito difícil fazer aquele congresso. O congresso que nós fizemos, foi sob a ditadura militar e nós tínhamos que levar os estudantes pra Salvador na Bahia e nós não tínhamos dinheiro, nós não tínhamos recurso, a UNE era ilegal, a UNE não era legalizada”, disse.
Barbieri enfatizou que a colisão de forças em prol da democracia foi crucial para fortalecer o movimento estudantil e acabar com a ditadura no país.
“Eu era um dos 5 estudantes do Brasil que ajudou a organizar o congresso, sendo eu o representante da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE). E para nós fazermos o congresso com 10 mil estudantes sob a ditadura, nós tivemos que fazer uma política de uma outra união democrática, onde foi isso que garantiu a reabertura da UNE das nossas entidades. Naquele momento, nós contamos com muitas forças políticas, que pensaram diferente da gente, mas que garantiram o apoio político, além de muitos artistas, muitos deputados, senadores, que sob a ditadura, enfrentaram o regime e fizemos aquele congresso e aquele congresso foi um marco na nossa história, porque foi dali o 33° Congresso da UNE, que lutamos bravamente pelos direitos dos estudantes e os ganhos dos estudantes tem sido cada vez maiores”, continuou.
A LUTA É PELO VOTO
“Eu quero aqui, fazer uma homenagem a alguns estudantes que não puderam votar pra presidente, não sei se vocês já ouviram falar do Honestino Guimarães, que foi o último presidente da UNE na época da ditadura, que até hoje, ele não apareceu. Honestino não votou para Presidente da República porque ele foi assassinado. O estudante Alexandre Vannucchi Leme, que leva o nome do DCE da USP, também não votou para presidente, porque ele foi assassinado, e muitos outros não puderam votar. Eu votei para presidente em 1989, sendo que tirei meu título em 1974. Então, de 74 a 89, nós não votamos para presidente, só em 89 que nós fomos votar para presidente”, disse emocionado.
AVANÇOS
“Eu quero dizer a vocês que o Brasil avançou muito desde 1985, quando nós enterramos a ditadura militar. Nós avançamos muito e agora tivemos um retrocesso, com o presidente que aí está. Mas ele não é mais forte do que a democracia brasileira. Ele não é mais forte do que o brasileiro, ele pode pensar que é, mas não é. Se nós estamos aqui numa reunião democrática Lucca, numa ampla liberdade, em que cada um de nós está falando o que pensa, falando o que quer, o que sente, é porque que nós conquistamos isso na luta democrática e essa luta democrática, não será qualquer um que vai nos tirar, porque dessa luta por serem muitas vidas, custou muita luta, muito suor, muita lágrima”.
Barbieri relembrou a sua ligação com o ex-vice presidente do PCdoB, Sérgio Rubens, que faleceu em dezembro de 2021. “Falando aqui me lembrei, de um grande amigo nosso, que era dirigente secundarista, que recentemente nos deixou, que alguns já conhecem muito e eu posso também falar que foi o meu amigo Sérgio Rubens, que era o presidente do PPL. E Valério você que muito com Sérgio Rubens, o Sérgio era um entusiasta da UMES, era um entusiasta da cultura estudantil, ele foi dirigente da UNE, na área da cultura no CPC-UNE, e conversando com o Sérgio, poucos dias antes do seu falecimento, ele me falava isso, ele dizia: ‘Marcelo, eles pensam que mandam mais do que o povo brasileiro, eles pensam que vão impedir o povo brasileiro de poder se manifestar, mas nós que derrubamos a Ditadura Militar, da forma como nós derrubamos, sabemos que eles não tem força para segurar a vontade soberana do povo brasileiro de garantir e ampliar a democracia nesse país, e é isso que nós vamos fazer’”.
Marcelo Barbieri relembrou que é fundamental unir forças para derrotar Bolsonaro, para a garantia da democracia, justiça e liberdade, sem qualquer distinção de orientação política.
“Por isso é fundamental que todos nós estejamos com o nosso título de eleitor, que representa a nossa alforria, a nossa liberdade e a nossa democracia. Por isso a nossa necessidade, onde agora acabou de se formar uma federação do PT, do PCdoB e do PV, que foi uma conquista também dessa luta democrática e o Sérgio Rubens foi um dos grandes responsáveis para que essa Federação, que saiu agora, tenha a saída para um país melhor. E é por isso que eu estou aqui hoje, pra dizer pra vocês o seguinte, mais do que nunca Lucas, é fundamental fortalecer as nossas entidades, a UMES, a UBES, e UNE, as entidades estaduais, todas as entidades do país. É fundamental a ampliação do movimento, nós não fizemos um congresso em Salvador somente com estudantes que estavam à esquerda, tinha estudantes de esquerda e estudantes de centro e direita também, que foram lá e acabaram fortalecendo o nosso congresso”, completou Barbieri.
UNIÃO DAS FORÇAS
Da mesma forma, o assessor especial da prefeitura de São Paulo relembrou a importância de se votar no país, sendo um direito conquistado com muita luta, que custou muito para ser uma realidade.
“Nós temos que unir todas as forças democráticas deste país, para vencermos no dia 2 de outubro. Não vai ser só aquilo que eu penso, aquilo que eu acho, que será crucial para vencer as eleições. O que vai definir é o que a pode fazer de união, de unidade, de todas as forças, que pensam conjuntamente de conquistar a anistia, que conquistaram o direito de greve e conquistou o direito da liberdade sindical e conquistaram o direito das nossas entidades poderem existir. Foram muitas as conquistas dos últimos 40 anos, não foram poucas. Tivemos grandes conquistas também nos governos, que aqui falou a secretária estadual de educação. Isso não é pouco, é liberdade, isso é democracia, isso é conquista dos estudantes secundaristas, isso é conquista de vocês. E pra conquistar isso tudo, nós temos que fazer política, nós temos que nos unir, nós temos que dialogar, conversar, entender o pensamento de cada um e buscar a unidade, buscar união”, disse.
FAZER A HISTÓRIA
No fim de sua fala Barbieri saudou o congresso e afirmou que os estudantes vêm fazendo história, que caminham para a luta por um país mais justo, mais igualitário, mais fraterno e justo, onde a vontade de zelar pela democracia seja contínua.
“Eu fui prefeito por oito anos da cidade de Araraquara (SP) e muito me orgulho. Fui deputado federal por 14 anos e eu sei o quanto é importante a gente saber ouvir o próximo, entender o próximo, mesmo discordando, mas vencendo com o argumento, vencendo com propostas, vencendo com ações concretas, que condensam o outro a aderir ao caminho do bem, ao caminho da democracia, ao caminho da justiça, da igualdade e da liberdade. Este congresso da UMES hoje aqui na Casa de Portugal nesse dia, é um marco nessa luta, representa essa luta, representa essa vontade do estudantes secundaristas da cidade de São Paulo, a principal cidade da América Latina, de fazer e de construir cada vez mais a nossa democracia, a nossa liberdade, a nossa sociedade, a nossa justiça. Até a vitória”, concluiu Barbieri.
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