Mostra “Denoy de Oliveira – A Arte da Resistência”, celebra os 90 anos do fundador do CPC-UMES
A partir do dia 31 de outubro, o Centro Popular de Cultura da UMES (CPC-UMES) inicia uma série de homenagens a um dos seus fundadores. “Denoy de Oliveira – A arte da resistência” celebrará os 90 anos do nascimento e os 25 anos da partida desse grande artista que, além de cineasta, também foi ator, diretor, dramaturgo, roteirista, produtor e compositor.
As homenagens acontecerão no Cine-Teatro que leva o nome de Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, no Bixiga, entre os dias 31 de outubro e 4 de novembro. Onde serão exibidos dois documentários e quatro longas-metragens de ficção dirigidos por ele, além do curta de animação Cristo Procurado, dirigido pelo irmão, Rui de Oliveira.
Integrante do Centro Popular de Cultura da UNE, até o seu fechamento pelo golpe militar de 1964, e um dos fundadores do Grupo Opinião, Denoy possui “uma existência rica como poucas e que inspira e norteia o trabalho do CPC da UMES até hoje”, como define a equipe do CPC-UMES.
Após as exibições dos filmes da também serão realizadas rodas de conversa com amigos e personalidades sobre a trajetória de Denoy e sua obra.
EXPOSIÇÃO
O saguão do Cine-Teatro abrigará ainda uma exposição contando a trajetória de Denoy desde os tempos de teatro amador, passando pelo Teatro Nacional de Comédia, CPC da UNE, Grupo Opinião, a consagração como cineasta e a fundação da APACI (Associação Paulista de Cineastas) e do CPC-UMES. Tótens sonoros permitirão aos presentes conhecer um pouco da faceta cantor e compositor de Denoy.
Os materiais foram cedidos pelos irmãos, o também cineasta Xavier de Oliveira e o ilustrador Rui de Oliveira, e pela família da viúva, Maraci Mello.
“A homenagem que Denoy merece não cabe em cinco dias ou em um espaço tão pequeno como o nosso. Esse é só o começo! Com o auxílio da família faremos nesses dias uma pequena exposição com alguns dos momentos marcantes da vida de nosso fundador. Nos concentraremos, principalmente, nas suas três principais áreas de atuação: cinema, teatro e música. O mote? A Arte da Resistência!”, destaca a equipe do CPC-UMES.
SERVIÇO:
Mostra Denoy de Oliveira – A arte da resistência
Abertura: de 31 de outubro até 4 de novembro, sempre às 19 horas.
Local: Cine-Teatro Denoy de Oliveira
Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – São Paulo – SP
Exposição Denoy de Oliveira – A arte da resistência
Abertura: 31 de outubro, às 18 horas.
Funciona até 4 de novembro, das 18 h às 23 h.
Local: Rua Rui Barbosa, 323 – Bela Vista – São Paulo – SP
PROGRAMAÇÃO
TERÇA – 31/10 – 19 h
Cristo Procurado
CURTA-METRAGEM | 1990 | DIR. RUI DE OLIVEIRA
Numa cidade latino-americana, durante uma missa, personalidades percebem com espanto que Cristo não está mais pregado à cruz. Os esquemas de segurança são acionados. Cristo será encontrado à frente de uma passeata. A repressão é violenta.
A animação, dirigida por Rui de Oliveira, é dedicada por ele ao irmão, Denoy, que fez a produção executiva do filme e criou as vozes da maioria dos personagens.
Amante Muito Louca
COMÉDIA | 1973 | DIR. DENOY DE OLIVEIRA
(DEBATE COM Rui de Oliveira e Xavier de Oliveira)
Filme de estreia de Denoy na Direção. Conta a história de Amâncio, um alto funcionário de um banco, casado e pai de dois filhos, típico pai de família da classe média brasileira. Paralelamente à sua vida familiar, aparentemente bem constituída e em perfeita harmonia, Amâncio tem uma amante: a temperamental vedete de teatro Brigite, a louca!
Nas férias do bancário, a família decide viajar para Cabo Frio. Brigite se sente rejeitada e resolve também desfrutar dos prazeres da família oficial, para o terror do amante.
FESTIVAL DE GRAMADO 1974
Melhor Filme, Prêmio Especial do Júri, Melhor Diretor, Melhor Atriz (Teresa Raquel), Melhor Ator Revelação (Stepan Nercessian)
PRÊMIO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO 1975
Melhor Diretor (Denoy de Oliveira)
PRÊMIO CORUJA DE OURO DO INSTITUTO NACIONAL DO CINEMA
Melhor Atriz (Teresa Raquel)
QUARTA- 01/11 – 19 h
7 Dias de Agonia (O encalhe)
DRAMA | 1982 | DIR. DENOY DE OLIVEIRA
Numa estrada enlameada, em dia de chuva torrencial, os veículos atolam um após o outro, totalizando trezentos. Motoristas e passageiros estão todos encalhados, e cada um vive seu drama particular: a carga de Zezinho é de sorvetes, um fazendeiro conduz um cavalo de raça para cruzamento, uma kombi com freiras fica retida entre caminhões, um ônibus lotado de retirantes não consegue passagem.
Enquanto todos aguardam uma solução, a fome e o cansaço criam inesperadas relações.
FESTIVAL DE GRAMADO – 1982
Melhor Atriz Coadjuvante – Ruthinéia de Moraes
PRÊMIO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO – 1983
Melhor Filme
FESTIVAL DEL NUEVO CINE LATINOAMERICANO DE HAVANA – 1983
Prêmio “El Quijote”
Melhor Filme
PRÊMIO ESPECIAL DA “AIR FRANCE”
Melhor Diretor – Denoy de Oliveira
QUINTA – 02/11 – 19 h
O Baiano Fantasma
DRAMA | 1984 | DIR. DENOY DE OLIVEIRA
Lambusca (José Dumont) é um paraibano que vem para São Paulo em busca de uma vida melhor. Vai morar na favela, em casa do conterrâneo Antenor. O retirante acaba trabalhando para um grupo de agiotas, fazendo cobrança de dívidas.
Durante uma “visita” sua, um devedor tem um ataque do coração e morre. Lambrusca vira suspeito pela morte e perde suas mordomias. Ele consegue fugir, mas a polícia, uma vizinha sonhadora e uma cantora de boate estão em seu encalço.
No final do filme, Denoy de Oliveira presta homenagem a dois homens do norte, que amam a sua cultura. Ao seu pai, Francisco Xavier, que identifica como paraense, sapateiro e anarquista. E ao veterano ator Rafael de Carvalho, identificado como paraibano, contador/ator e “soldado do povo” que faz seu último filme.
FESTIVAL DE GRAMADO 1984
Melhor Filme, Melhor Diretor e Melhor Ator – José Dumont
FESTIVAL DE HAVANA 1985
Melhor Ator – José Dumont
II FESTIVAL DE CINEMA DE LÍNGUA PORTUGUESA
Troféu de Ouro de Melhor Filme
PRÊMIO GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO
Melhor Filme, Melhor Ator – José Dumont, Melhor Ator Coadjuvante – Júlio Calasso e Prêmio Especial a Rafael Carvalho.
TROFÉU APCA 1985
Melhor Ator Coadjuvante (Carlos Bucka)
SEXTA – 03/11 – 19 h
Pega Ladrão!
DOCUMENTÁRIO | 1994 | DIR. DENOY DE OLIVEIRA
Produzido em 1994 pelo CPC-UMES, com direção de Denoy de Oliveira, fotografia de Hemano Penna e música de Caíto Marcondes. “Pega Ladrão!” nasce com a finalidade de se contrapor à massacrante campanha em toda mídia contra as nossas estatais. Vai atrás do neoliberalismo privatizador e da rapinagem sobre nossas riquezas, denunciando a privatização das estatais brasileiras, nos setores de siderurgia, eletricidade, telecomunicações e petróleo. O vídeo traz depoimentos de Barbosa Lima Sobrinho, Euzébio Rocha, general Andrada Serpa, Nelson Werneck Sodré e dos estudantes no 30º Congresso da UBES.
JORNADA INTERNACIONAL DE CINEMA DA BAHIA 1994
Tatu de Ouro de Melhor Vídeo Educativo
Que Filme “tu vai” Fazer?
DOCUMENTÁRIO| 1991 |DIR. DENOY DE OLIVEIRA
Num cemitério, um cineasta contempla as lápides da Embrafilme e da reserva de mercado, extintas por Collor no início de seu governo. Após o sepultamento, Denoy de Oliveira percorre todo o Brasil perguntando ao povo “Que Filme ‘Tu Vai’ Fazer?”. Com o cinema brasileiro em amplo desmonte, Denoy entrevista o público e outros cineastas que falam de seus sonhos e projetos. Um painel vai sendo desenhado sob o rancor e o deboche de um personagem símbolo, o Jack da MPA (Motion Pictures Association).
SÁBADO – 04/11 – 19 h
A Grande Noitada
COMÉDIA | 1998 | DIR. DENOY DE OLIVEIRA
Um rico industrial, Tristão Roque Brasil (Othon Bastos), é amargamente derrotado nas eleições para prefeito. Quando sua empresa quase lança no mercado um produto estragado, Tristão tem um princípio de enfarte. Em casa, a vida de Tristão é ainda mais decepcionante. A esposa o trata com frieza e seus filhos só querem seu dinheiro. A única alegria está nos momentos que passa assistindo a óperas. Rumando solitário para a récita de ‘Elixir do Amor’, Tristão encontra Mimi, uma manicure que o leva para o que seria sua primeira relação extraconjugal. Em meio à grande noitada, Tristão tem um novo ataque.
XXX FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO 1998
Prêmio Especial da Crítica Melhor Ator Coadjuvante (Augusto Pompêo)
Denoy Gonçalves de Oliveira (Belém, PA, 1933 – São Paulo, SP, 1998). Diretor, ator, produtor, dramaturgo, roteirista, compositor. Cresce no subúrbio do Rio de Janeiro, onde começa a trabalhar aos 14 anos em funções diversas. Cursa Arquitetura na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a partir de 1957, sem concluir a graduação, e artes cênicas na Escola de Teatro Martins Pena. Depois de várias peças amadoras, estreia como ator profissional na peça O Círculo de Giz Caucasiano (1962), dirigida por José Renato para o Teatro Nacional de Comédia.
Em 1963 passa a integrar o Centro Popular de Cultura da UNE. Em 1964, após o fechamento do CPC pelo Golpe Militar, funda junto com Ferreira Gullar, Vianninha, João das Neves Teresa Aragão, Paulo Pontes, Armando Costa e Pichin Plá o Grupo Opinião. Começa no cinema com o irmão e cineasta Xavier de Oliveira (1937), fazendo produção, trilhas sonoras e atuando. Em 1973 escreve e dirige seu primeiro longa Amante “Muito Louca”! (1973), prêmio de melhor direção no 2º Festival de Gramado. Muda-se, em 1976 para São Paulo, onde se torna um dos principais articuladores da fundação da Associação Paulista de Cineastas (Apaci).
Dirige mais três longas 7 Dias de Agonia (O Encalhe) (1982), O Baiano Fantasma (1984) e A Grande Noitada (1997), pelos quais é premiado nacional e internacionalmente, além de curtas, médias e documentários.
Atua em diversos filmes, além de compor e cantar trilhas sonoras, escrever roteiros e produzir. Em 1994 funda o Centro Popular de Cultura da UMES.
Xavier de Oliveira (Rio de Janeiro, 1937) é cineasta, roteirista, produtor. Seu curta de estreia, Escravos de Job (1965) venceu o 1º Festival JB/Mesbla de Cinema Amador. Dirigiu cinco longas-metragens (Marcelo Zona Sul, André a Cara e a Coragem, O Vampiro de Copacabana, Gargalhada Final e Adágio ao Sol), além de curtas e documentários. Fez também roteiros e, produziu e atuou.
Rui de Oliveira nasceu no Rio de Janeiro. Estudou pintura no Museu de Arte Moderna desta cidade, artes gráficas na Escola de Belas Artes da UFRJ e, durante 6 anos ilustração na Moholy-Nagy University of Art and Design, em Budapeste. Estudou também cinema de animação no estúdio húngaro Pannónia Film.
Foi Diretor de Arte da TV-Globo e da TV-Educativa atual TV-Brasil. Entre suas aberturas e vinhetas destacam-se as criadas para a primeira versão da novela Sítio do Pica-Pau Amarelo e a reformulação do vídeo-grafismo da TVE.
Já ilustrou mais de 140 livros e projetou dezenas de capas para as principais editoras de literatura infanto-juvenil brasileiras, e é autor de seis filmes de animação, tendo recebido muitos prêmios por seu trabalho com animador e ilustrador. Entre eles por 4 vezes o Prêmio Jabuti de ilustração. Recebeu em 2006 o prêmio de literatura infanto-juvenil da Academia Brasileira de Letras com o seu livro Cartas Lunares.
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