FUP-Sindipetro/SP: Dilma entregou o futuro do país com leilão de Libra

Publicação do Sindipetro-SP, ligado à FUP, diz que leilão representou um “passaporte para o passado”

 

O Sindicato dos Petroleiros do Estado de São Paulo e a FUP (Federação Única dos Petroleiros) divulgaram na semana passada um balanço da mobilização da categoria contra o leilão de Libra e por melhorias salariais, ocorrida no dia 21 de outubro em todo o Brasil. Para o jornal da FUP-Sindipetro-SP, a entrega de parte do campo de Libra para empresas estrangeiras pelo governo Dilma foi uma “megaprivatização”, uma “vergonha” e representou “um passaporte para o passado”. Eles criticaram o leilão, mas comemoraram as conquistas salariais obtidas pela ampla mobilização da categoria e disseram que, apesar das ameaças e da repressão – que usou até o Exército e a Força Nacional de Segurança – “os petroleiros foram vitoriosos” e a greve foi “histórica”.

“Na noite de 21 de outubro, após o exército atirar contra trabalhadores e estudantes para garantir o leilão de Libra, a presidente Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional exortando o “grande negócio” feito pelo país e garantindo que Libra é o primeiro de muitas outras entregas”, denunciou o Sindipetro-SP . “Quanto mais a presidente sorridente falava, mostrava números e contas e defendia a privatização, mais convencia de que o Brasil viveu um dos dias mais tristes de sua recente história”, prosseguiu o jornal do Sindicato.

Os petroleiros concluíram que, pelos números apresentados pela presidente em seu discurso, o Brasil entregou para os chineses e a multinacional Shell [e a francesa Total] R$ 1 trilhão. “A certa altura do discurso de quase oito minutos, a presidente apresentou números de royalties, recursos em óleo bruto e outros dividendos que atingirão a ‘vultosa’ soma de cerca de 1 trilhão de reais. A ser correta as contas da presidente, o Brasil entregou para chineses e a multinacional Shell mais de R$ 1 trilhão, porque todo o óleo de Libra já era do país. Ou seja, não ganhamos, entregamos”, assinalou o Sindicato.

Na avaliação dos sindicalistas, a preocupação com o curto prazo e os compromissos com os banqueiros, através da obtenção a qualquer custo do superávit primário, provocaram perdas muito significativas ao país. “As reservas do campo de Libra estão estimadas em 15 bilhões de barris. Ao preço de mercado atual de R$ 100 o barril, faça a conta, mas o governo leiloou pelo preço de R$ 1 o barril. É como você ter um automóvel de R$ 100 mil, vender por mil reais e achar que fez um belo negócio”, prosseguiu o jornal do Sindicato.

“O governo queria dinheiro rápido para fazer caixa e superávit com vistas às eleições do próximo ano. Não pensou nas gerações de brasileiros, nos impactos ambientais, no projeto de soberania; entregou o futuro de olho no imediatismo. O custo final para o governo poderá ser amargo”, denunciou o Sindipetro-SP.

A FUP prometeu continuar a luta em defesa do petróleo brasileiro e do pré-sal e disse que seguirá resistindo aos ataques à soberania nacional. “Dilma promete mais privatizações sob o mesmo regime de partilha, mas já há fortes pressões para mudar esse modelo. O editorial do jornal O Estado de São Paulo, de 24 de outubro deixa claro o interesse da rapinagem internacional: voltar ao modelo de FHC”, alertaram os petroleiros. “Presidente Dilma: não adianta Guarda Nacional, repressão, balas e blá, blá, blá na televisão: vamos continuar resistindo contra os ataques à soberania do país”, prometeram os sindicalistas ligados à Federação Única dos Petroleiros.

 

Fonte: Hora do Povo – Edição 3.102

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