A Covid levou Gesio Amadeu
Gesio Amadeu na novela “Velho Chico”, da TV Globo – Foto: Reprodução
Na tarde desta quarta-feira, faleceu, aos 73 anos, Gesio Amadeu, um destacado nome da cultura popular do nosso país. Dono de um sorriso único, ele transmitia todo o seu afeto aos que o assistiam.
Internado desde o final de junho, depois de contrair o coronavírus, Gesio sofreu com as consequências dessa cruel doença, que já matou mais de 97 mil brasileiros.
Por muitos anos, Gésio viveu no nosso querido Bixiga. A UMES lamenta a perda deste querido amigo da cultura brasileira.
O cineasta Mario Amadeu, filho do ator, confirmou a informação em suas redes sociais. De acordo com a publicação, Gesio veio a óbito por falência múltipla dos órgãos. “Meu pai acabou de falecer. Falência múltipla de órgãos. Por hora, somente essa informação. Assim que possível, postaremos mais. Obrigado”, escreveu Mario no Facebook.
Com mais de 50 anos de carreira e conhecido por papeis como em “Terra Nostra”, “Sinha Moça”, “Araguaia”, “Chiquititas”, “A Viagem”, “O Sítio do Pica-Pau Amarelo” e “Velho Chico”, seu último trabalho na Globo, Gesio era mineiro de Conceição do Formoso, distrito de Santos Dumont, na Zona da Mata. Ele foi uma referência para vários atores negros.
O “Chefe Chico” de #Chiquititas (1997), do SBT, marcou toda uma geração de crianças e jovens brasileiros.
Gesio Amadeu também teve destaque nos palcos e no cinema.
Ele manteve uma destacada trajetória no teatro, com mais de 30 montagens. Entre elas, “O Coronel de Macambira”, “O Grande Grito”, “O Colecionador de Crepúsculos” e “Falecida e Boca de Ouro”, de Nelson Rodrigues.
Em 2014, atuou na peça “A Última Sessão”, ao lado de grandes nomes como Etty Fraser, Laura Cardoso e Miriam Mehler.
O ator ainda atuou no filme clássico “Eles Não Usam Black-Tie”, de Leon Hirszman, ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e Fernanda Montenegro, em 1981.
Sua última participação foi em “Doutor Hipóteses, uma Alma Perdida na Pandemia”, rodado este ano durante a quarentena.
Racismo
Em uma de suas últimas entrevistas, concedida ao ator Carlos Vereza e publicada em maio no canal na TV Escola, Gesio Amadeu comentou sobre a carreira e criticou a discriminação racial que sentiu na pele por décadas e que ainda está presente no meio.
“É muito importante que o negro faça parte dessa cultura. Porque não é como se ele tivesse o direito. E ele tem o direito como todos. Não só o negro bonitinho, o subalterno. Mas, sim, o negro, para competir de igual para igual dentro do seu trabalho”, disse Gésio.
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