Audiência na Câmara condena desestruturação
Estudantes, professores, lideranças dos movimentos sociais ligados a educação e parlamentares reuniram-se para discutir a desestruturação da rede estadual de educação em uma audiência pública realizada na noite de quarta-feira (28), na Câmara Municipal.
A atividade foi realizada na noite de quarta (28) pela Comissão de Educação da Câmara, e contou com a UMES na composição da mesa. Durante a fala de Marcos Kauê, presidente da UMES, o estudante saldou a todos os presentes e agradeceu a Comissão de Educação pela organização da atividade. Logo em seguida Kauê afirmou que esse é o momento de tomar as ruas em defesa da educação e das escolas, contra a desestruturação para defender a educação pública, gratuita e de qualidade. Ele também convidou a todos para a manifestação do dia 6 contra a desestruturação.
“Há poucas semanas o governador anunciou um plano para desestruturar da educação de São Paulo, um projeto criminoso para fechar e desorganizar as escolas e para superlotar ainda mais nossas salas e demitir milhares de professores” afirmou Kauê, dizendo que se trata de um plano para gastar menos dinheiro com a educação, colocando o fardo sobre a juventude, que há mais de 20 anos convive com o sucateamento do sistema público e a sua privatização. Para ele a divisão das escolas em ciclos, fundamental I, II e ensino médio, é um crime. “É contra essa medida que os estudantes têm ido às ruas todos os dias e em todo o estado”.
Para a Maria Isabel de Azevedo Noronha (Bebel), presidente da APEOESP, a medida não tem embasamento pedagógico. “Não temos como concordar com o fechamento de classe ou de escolas. Seja qual for a quantidade, é um fechamento. No momento em que a gente trabalha na perspectiva de universalizar o ensino médio, trabalhar com a qualidade do ensino fundamental, primeiro e segundo ciclo, vamos fechar escola?”
“Eu não vejo outro nome para isso, senão bagunça. E não é por que eu quero tornar o debate chulo, é porque da forma com que o secretário da educação, Herman Voorwald, está fazendo, é chulo. È dizer que é uma medida pedagógica, que isso vai melhorar a qualidade de ensino, que é ciclos, mas não tem nada de ciclos. Isso é seriação, ciclos é outra coisa, é adequar a organização das turmas de acordo com o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Se não for isso, para de fazer balela e assuma: nós queremos na verdade reduzir os gastos com a educação”.
Pedro Vieira, presidente do grêmio da Escola Estadual Padre Saboia de Medeiros, na zona sul de São Paulo, pediu o apoio dos vereadores para que a escola não seja fechada. “A gente espera receber um apoio grande dos vereadores para que isso não aconteça, porque afinal de contas, educação não é um gasto, educação é um investimento. Então viemos pedir não só o apoio para o não fechamento das escolas, mas também para que eles invistam mais. Queremos uma educação de qualidade, e se fechar vai acabar prejudicando muitas pessoas”.
O vereador Toninho Vespoli (PSOL) condenou a desestruturação. “É lamentável que façamos uma audiência pública igual hoje e o governo do Estado não mande nenhum representante para defender sua proposta. E o que é mais lamentável ainda é como é feita uma ação dessas sem discutir com a sociedade, com as escolas, com os pais, com os alunos e as entidades representativas desse segmento. Então, é muito ruim a forma de total falta de transparência com que o processo vem se legitimando”.
A audiência publica lotou o Salão Nobre da Câmara e contou com a participação dos vereadores Eliseu Gabriel (PSB), Marquito (PTB), Alessandro Guedes (PT), Paulo Reis (PT), do deputado estadual Professor Auriel (PT), e contou com a presença de diversas outras entidades como a CUT.
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