Audiência pública na Alesp exige educação pública de qualidade

 

Os professores e estudantes ocuparam a Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) durante a audiência pública que tratou da greve que já paralisou 140 mil professores, 59% da categoria. A audiência foi realizada no Auditório Paulo Kobayashi, nesta quarta-feira (15), e exigiu que o governo dialogue com as reivindicações dos professores por melhores salários e melhores condições de trabalho.

 

Para Kauê, presidente da UMES, a greve iniciada no dia 13 de março é justa porque "o governo do estado de São Paulo está sucateando a educação da forma mais cruel possível, desvalorizando os professores, superlotando as salas de aulas, e condenando os professores e alunos ao uso de uma cartilha que retira a autonomia do professor”.

 

Mais de mil professores e dezenas de estudantes ocuparam a Alesp, e cerca de 700 educadores durante a noite na Alesp esclareceu a presidente da Apeoesp, Bebel. “Fomos recebidos na Alesp apenas depois da nossa ocupação. A partir disso, tivemos conquistas como a criação de uma frente parlamentar que, na articulação interna, conseguiu o apoio do presidente da Casa [Fernando Capez], que se propôs a negociar com o governo, afinal, o governador tem escondido a sua cara, com uma postura sempre autoritária”, afirmou.

 

“O sistema da aprovação automática tira a autoridade dos nossos mestres, enquanto o governo Alckmin nos aprova sem sabermos ler ou escrever. As escolas continuam como há 40 anos ou até mesmo pior! Sem bibliotecas, sem laboratórios. Essa política condena os alunos a estudarem em uma escola que não desperta nenhum interesse em aprender e conhecer melhor o mundo. Se nós estudantes somos o futuro da nação, o governador Alckmin está tentando prejudicar o futuro do Brasil! E nós, estudantes, não aceitaremos isso! Os estudantes estarão sempre juntos com os professores por uma educação pública e de qualidade a serviço do bem estar do nosso povo”, disse Kauê.

 

A greve dos professores reivindica aumento salarial de 75,33%, para repor as perdas e equiparar o salário dos professores com as demais categorias de nível superior. Também exigem que a contratação de professores temporários garanta que os direitos básicos a todo trabalhador, o que não ocorre com os professores da categoria O. Outra bandeira importante da greve é a reabertura das salas fechadas e o desmembramento das turmas superlotadas. Na próxima quinta-feira (23) o secretário da Educação, Herman Voorwald, aceitou receber os professores.

 

Após a audiência os professores ocuparam o plenário Juscelino Kubitschek, plenário onde ocorrem as seções dos deputados estaduais.

 

Nesta última sexta-feira 60 mil professores somados a centenas de estudantes estavam presentes na assembleia organizada pela Apeoesp, em frente ao Estádio do Morumbi. A próxima assembleia será realizada amanhã, no vão-livre do MASP, a partir das 14 horas.

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