Bolsonaro anuncia troca de Ministro da Educação
Prestes a completar apenas 100 dias frente ao Ministério da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez é demitido por falta de gestão.
A falta de gestão usada por Bolsonaro para justificar a demissão de Vélez, mais tem haver com o descrédito que o Olavista conseguiu adquirir em tão pouco tempo.
Vélez entrou em várias polêmicas no curto prazo em que esteve à frente do MEC e causou uma crise interna, que levou a mais de 15 exonerações no período. Entra as polêmicas do agora ex-ministro estão sob sua responsabilidade:
Filmar crianças – Vélez enviou um pedido oficial às escolas para que as direções escolares filmassem seus alunos cantando o Hino Nacional e enviassem ao MEC.
Doutrinação – No mesmo pedido, havia ainda, uma mensagem a ser lida aos estudantes, que finalizava com o slogan de campanha da Bolsonaro.
Descriminação – O ex-ministro acusou brasileiros de roubarem coisas em viagens, comparou o povo brasileiro a “canibais”. “O brasileiro viajando é um canibal. Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo”.
Segregação – Vélez declarou ainda que “As universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual”, defendendo que “a ideia de universidade para todos não existe”.
Doutrinação 2 – A última de Vélez foi dizer que pretendia revisar os livros didáticos que contam a história do golpe de 1964 e da ditadura militar no Brasil. Para Vélez, o que houve não foi um golpe e sim “uma decisão soberana da sociedade brasileira”.
Mas não pensem que pelo fato de um alucinado como Vélez ter saído do MEC as coisas irão melhorar.
O novo Ministro escolhido por Bolsonaro já atuava no governo como secretário-executivo da Casa Civil, cargo apontado como “número 2” da pasta de Onyx Lorenzoni.
Abraham Weintraub é formado em ciências econômicas pela USP. Fez parte da equipe transição do governo de Bolsonaro. Junto com o irmão, Arthur, foi responsável por propostas para a área de Previdência no período.
Ele já chega ao MEC envolto a declarações minimamente questionáveis. Em um evento chamado Cúpula Conservadora das Américas, realizado no final de 2018 em Foz do Iguaçú, o atual Ministro afirmou que “Dá para ganhar deles. É Olavo de Carvalho adaptado” fazendo referência a “vencer o marxismo cultural nas universidades” que ele afirma existir. Ele ainda tentou ensinar como o público do evento deveria combater o pensamento de esquerda dizendo que “quando ele (um comunista) chegar para você com o papo “nhoim nhoim”, xinga. Faz como o Olavo de Carvalho diz para fazer. E quando você for dialogar, não pode ter premissas racionais”.
Ou seja, com esse começo, podemos afirmar que teremos grandes batalhas em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos.
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