Cadê a merenda? CPI já!

 

Na tarde de ontem a diretoria da UMES realizou uma ampla reunião com lideranças de grêmios de toda a cidade para organizar sua campanha em defesa da CPI da Merenda no Estado de São Paulo. “Vamos mobilizar os grêmios da cidade exigindo essa CPI. Faremos diversas atividades durante a semana e organizaremos reuniões semanais para avaliar nossa mobilização. Vamos garantir que essa CPI saia do papel porque é inadmissível o roubo da nossa merenda. É inadmissível que nossas escolas estejam sem comida para os estudantes”, afirmou Marcos Kauê, presidente da UMES, ao fazer um balanço da reunião.

 

Para Kauê “o governo de São Paulo vem sucateando cada vez mais a escola pública. Sucateou através da aprovação automática, através da superlotação das salas de aula, desvalorizando os salários dos professores. E agora sucateia nossa educação roubando nossa merenda. Na ETEC Getúlio Vargas [uma das escolas mais importantes do Estado de São Paulo], que tem 3.600 alunos, onde a maioria deles fazem o ensino médio integrado com o técnico, eles não tem direito a merenda, só recebem apenas um suco e bolacha”, denunciou.

 

Até agora já foram realizadas diversas manifestações pedindo a CPI da merenda, que começou a ganhar corpo na semana passada quando a UMES realizou um ato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (ALESP), em conjunto com os professores organizados pela APEOESP, pedindo a CPI. A principio a atividade teria início com a audiência pública realizada na ALESP e posteriormente sairia em passeata até o Parque Trianon, porém como os deputados da base governista conseguiram cancelar a audiência, o ato foi realizado em frente ao prédio da assembleia. Estavam presentes centenas de manifestantes entre estudantes e professores que contaram com a participação do deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL).

 

Na ocasião os estudantes realizaram um jogral anunciando a todos os presentes o porque da mobilização estudantil. “Somos estudantes do município de São Paulo. Somos alunos da ETEC, da escola estadual, municipal. Viemos hoje pedir e garantir um direito que é nosso. A nossa educação esta cada vez mais sucateada. Até a nossa merenda eles estão roubando. Nós viemos hoje e voltaremos semana que vem. Enquanto essa CPI não for instalada não daremos sossego”. Ao fim do jogral os estudantes cantaram uma palavra de ordem exortando os deputados pela abertura da CPI: “Não tem arrego! Você tira a minha merenda e eu tiro o seu sossego!”.

 

Durante a atividade o presidente do grêmio da ETEC Getúlio Vargas denunciou que antes do escândalo da merenda sua escola contava refeições com pelo menos três itens, porém agora só é servido suco e bolacha no intervalo.

 

Operação Alba Branca investiga desvios na merenda

 

A Operação Alba Branca, do Ministério Público Estadual de São Paulo, investiga os desvios na compra de alimentos da rede paulista de ensino. Nos depoimentos colhidos durante a ação policial foram citados agentes públicos como o presidente da Assembléia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez (PSDB), o ex-chefe de gabinete da Casa Civil do governo estadual, Luiz Roberto dos Santos, conhecido como Moita, e o atual secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira Júnior, ex-secretário de Agricultura.

 

De acordo com o MP, a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf) liderava um esquema de pagamento de propina para manter contratos com diversas prefeituras, com valores superiores a R$ 1 milhão, bem como contrato com o governo do estado. A empresa também é investigada por fraudar a modalidade de compra “chamada pública”, que pressupõe a aquisição de produtos de pequenos produtores agrícolas. De acordo com o Ministério Público a cooperativa adquiria mercadorias de grandes produtores e na central de abastecimento do estado.

 

 

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