Centrais aprovam mobilização no dia 20 rumo à greve geral
Os trabalhadores farão panfletagens nas fábricas, aeroportos e praças das capitais
As centrais sindicais – Força Sindical, CGTB, CUT, Nova Central, UGT, CSP-Conlutas, CTB, Intersindical, CSB e A Pública – Central do Servidor – se reuniram na manhã desta quarta-feira (7), na sede do Dieese, para organizar as mobilizações do dia 20 de junho, o dia de preparação para a nova Greve Geral contra as reformas de Temer, com data marcada para o dia 30.
“Será o esquenta para a greve geral dia 30. Aqui em São Paulo vamos fazer panfletagens em terminais de ônibus, estações de metrô e trens, circular com carros de som pelos bairros e realizar atividade cultural na avenida Paulista no final da tarde. Será o ‘Arraiá’ Contra as Reformas”, explica o presidente da Nova Central SP, Luiz Gonçalves, Luizinho.
O governo vem tentando, às pressas, articular a votação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 38/17, que estipula a reforma trabalhista. O relatório passou numa votação apertada na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (6), e na quinta-feira, entra na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para apreciação. Com um conteúdo que rasga a CLT – autoriza que qualquer acordo, convenções coletivas ou até mesmo que acordos individuais prevaleçam sobre o que estipula a lei, como, por exemplo, a redução salarial, a submissão de mulheres grávidas a situações insalubres, a redução do tempo de almoço, dentre outros absurdos – o projeto tem encontrado resistência na Câmara.
A PEC (Projeto de Emenda Constitucional) 287/17, que trata da “reforma” previdenciária, encontra ainda mais resistência. Ancorado na argumentação de que a previdência tem um déficit crescente – o que já foi enormemente desmentido por diversos economistas e entidades, em especial a ANFIP (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal) e a Auditoria Cidadã da Dívida – o texto da PEC torna simplesmente inalcançável a aposentadoria integral pública. O próprio governo anuncia que o intuito da PEC é dificultar o acesso.
O vice-presidente da Força Sindical, e presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Miguel Torres, aponta que “a crise não pode ser jogada nas costas da classe trabalhadora. A retomada do desenvolvimento econômico que almejamos, com geração de emprego e qualidade de vida, tem que beneficiar a sociedade brasileira como um todo, com respeito às aposentadorias, aos direitos, à soberania nacional e à democracia!”
A agenda das centrais está tomada de mobilização, no dia 20 serão organizadas essas grandes panfletagens com agitação e carro de som nas principais cidades, a fim de seguir no trabalho de conscientização dos trabalhadores e da população sobre o que está em jogo. Além das Panfletagens nas estações de Metrô e Terminais de Ônibus, haverá assembleias nas bases e locais de trabalho e atos em todos os aeroportos e nas bases dos Senadores e Deputados para pressionar contra as reformas.
“O caminho que o Brasil pode seguir com a aprovação da reforma trabalhista será o mesmo já trilhado em outros países, que testemunharam o aumento radical da desigualdade, a precarização e informalização do emprego, bem como o aumento da discriminação no mercado de trabalho contra mulheres, jovens e idosos. Não há retomada do crescimento econômico quando a opção é pela redução de salários, aumento da jornada de trabalho, a imposição de contratos precários, a limitação dos seguros contra acidentes ou doenças ocupacionais e o estímulo à demissão”, denunciou o presidente da CTB, Adilson Araújo.
Na greve geral realizada em 28 de abril, o país parou. O movimento teve a adesão de centenas de categorias, entre elas a do transporte. Metrô, ônibus, portos e trens paralisaram total ou parcialmente em todos os estados.
Metalúrgicos, petroleiros, servidores da educação e saúde, da polícia federal e civil, agentes penitenciários, entre outros, também pararam em repúdio às reformas da Previdência e trabalhista.
De acordo com as centrais, o objetivo agora é ampliar ainda mais a mobilização e exigir que esses projetos sejam enterrados. “Vamos parar o Brasil e voltar a Brasília se necessário for. O povo não aceita que suas aposentadorias e direitos sejam roubados, e já demonstrou que não vai medir esforços para defender o que é seu”, afirmou Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB).
Fonte: Jornal Hora do Povo.