11-11-16 Frentas

Frente de juízes, procuradores e auditores fiscais repelem PEC 55

11-11-16 Frentas

 

A Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (FRENTAS) divulgou uma nota pública se manifestando contrária à PEC 55 (241), que propõe o congelamento dos gastos públicos por um período de 20 anos, agora em tramitação no Senado Federal.

“A PEC 55 elege, para pagar a conta os trabalhadores e os pobres, ou seja, aqueles que mais precisam do Estado para que seus direitos constitucionais sejam garantidos. Além disso, beneficia os detentores do capital financeiro, quando não coloca teto para o pagamento de juros, não taxa grandes fortunas e não propõe auditar a dívida pública”, afirma nota da Frente, composta pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Associação dos Juízes Federais do Brasil (AJUFE), Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA), Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), Associação Nacional dos Membros do Ministério Público (CONAMP), Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Associação Nacional do Ministério Público Militar (ANMPM), Associação dos Magistrados do Distrito Federal e Territórios (Amagis-DF), Associação dos Membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (AMPDFT), em parceria com a Auditoria Cidadã da Dívida, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal no Brasil (ANFIP), a União dos Auditores Federais de Controle Externo (AUDITAR), a Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (FEBRAFITE).

Os magistrados argumentam que a proposta enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional é, além de injusta e seletiva, inconstitucional e afrontosa aos objetivos fundamentais da República “inviabilizando o direito ao desenvolvimento socioeconômico do país, a erradicação da pobreza, da marginalização e das desigualdades flagrantes”.

“Ela compromete os direitos sociais previstos no art. 6º da Constituição ao congelar as despesas primárias, tendo como base o ano de 2016, já marcado por graves cortes orçamentários, atualizando apenas pelo IPCA”.

“É inconstitucional, porque contraria o art. 2º da Constituição Federal, já que, ao impor um teto fixado unicamente aos interesses do Poder Executivo, viola a independência dos demais Poderes, que terão suas atividades prejudicadas; porque pretende retirar do Poder Legislativo sua prerrogativa de legislar acerca do orçamento; porque pretende reduzir a capacidade do Poder Legislativo de legislar acerca do orçamento por cinco legislaturas”.

A nota pública foi aprovada após reunião da Frente realizada na terça-feira (08), que também decidiu ajuizar uma ação no Supremo Tribunal Federal contra a PEC e intensificar o trabalho com parlamentares no Senado.

Fonte: Hora do Povo

9-11-16 Quadragésimo Primeiro

Filmes baseados em grandes obras da literatura russa marcam 3ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema

 

9-11-16 Quadragésimo Primeiro

O Quadragésimo Primeiro”, de 1956, dirigido por Grigori Chukhray, é baseado na novela do mesmo nome escrita em 1924 por Boris Lavrenyov

 

A Mostra, uma parceria entre o CPC/UMES, o Mosfilm e a Cinemateca Brasileira, onde ela acontece, apresenta dez filmes, quase todos inéditos no Brasil, como a obra-prima de Serguey Eisenstein, “Aleksandr Nevsky”, que abre o evento no dia 22

 

Entre os dias 22 e 27 de novembro acontecerá na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, a 3ª edição da Mostra Mosfilm de Cinema Russo. Serão exibidos 10 filmes, quase todos inéditos no Brasil.

A Mostra Mosfilm de Cinema Russo acontecerá também na Cinemateca Paulo Amorim, na Casa de Cultura Mário Quintana, em Porto Alegre, entre os dias 24 de novembro e 2 de dezembro de 2016. Em POA será a 2ª versão da Mostra – consulte a programação na página da União Gaúcha dos Estudantes (UGES) no facebook.

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Como nas mostras anteriores, promovidas em 2014 e 2015 pela parceria entre o Centro Popular de Cultura da UMES, o Mosfilm, maior estúdio de cinema da Rússia, e a Cinemateca Brasileira, os filmes selecionados são representativos de diversos períodos do cinema soviético e pós-soviético, com o máximo de variedade em relação aos gêneros e pelo menos um filme representativo de cada década.

Mantendo a qualidade, a profundidade e a beleza que marcaram as Mostras anteriores e caracterizam a produção dos 20 DVD’s já lançados pelo CPC-UMES Filmes, o diferencial da escolha das obras que serão exibidas neste ano é que a metade delas são baseadas em grandes peças da literatura russa. Que, convenhamos, é monumental.

Assim, a programação selecionada expressa de forma cristalina que o cinema soviético – e o russo hoje – não é só obra de grandes e inspirados diretores. É isso também. Mas é a junção, a expressão de uma cultura rica, variada que aflorou no processo de integração de diversas nacionalidades promovido pelo poder soviético. São atores de talento raro, formados numa escola de teatro e interpretação como a de Konstantin Stanislavsky e seu parceiro Vladimir Nemirovich-Danchenko. São músicos que compõem trilhas lindas, que por si só já valem assistir os filmes. São peças completas, únicas.

O filme “Um acidente de caça”, de 1978, dirigido pelo moldavo Emil Loteanu, com música do também moldavo Eugen Doga e com roteiro adaptado da novela do grande escritor russo, Anton Chekhov, “Um drama de caça”, é um ótimo exemplo do que dissemos acima. É um filmaço. Na direção, na atuação, no roteiro. A música de Doga, particularmente a Valsa, merece que se assista o filme muitas vezes.

Calendario 3 Mostra Cinema MOSFILM Web

Entre as joias baseadas em grandes obras da literatura soviética que serão exibidas também está “O Quadragésimo Primeiro”, de 1956. É o filme de estreia de Grigori Chukhray, baseado na novela curta do mesmo nome escrita em 1924 por Boris Lavrenyov, que combateu durante a Guerra civil russa no Exército Vermelho. A primeira adaptação do romance foi dirigida por Yakov Protazanov em 1927.

E temos “Boris Godunov”, de 1986, com roteiro baseado na tragédia escrita pelo maior poeta russo, Alexander Sergueievitch Pushkin, dirigido e estrelado pelo grande artista Serguey Bondarchuk.

A Estrela, de 2002, é uma filmagem do romance homônimo de Emmanuil Kazakevich, publicado em 1947, um dos escritores que escreveram sobre a tragédia da guerra, sobre as façanhas e esforços dos soldados soviéticos em sua luta contra o fascismo.

“O conto do czar Saltan”, também baseado em poema de Aleksandr Pushkin, é o último dos filmes inspirado em obras da literatura russa que será apresentado.

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Não incluímos “Solaris” nessa categoria porque a adaptação de Tarkovsky do romance de Stanislaw Lem foi tão livre que o autor quase não se reconheceu no resultado.

A parceria do CPC-UMES Filmes com o Mosfilm já rendeu 20 lançamentos. “Eles nos licenciam filmes para distribuição em DVD e BLU-RAY no Brasil. Eles possuem mais de 2500 títulos representativos da cinematografia soviética, desde Eisenstein, na década de 20, até o período recente. O difícil é escolher. Temos 20 lançados e dois na fábrica. Inicialmente priorizamos produções das décadas de 30, 40 e 50. Modestamente, queremos dissolver o mito de que não havia vida inteligente nem arte na produção daquele período, só propaganda banal e repetitiva, ocas idealizações do socialismo sem amparo nas contradições e conflitos da vida real. E lançamos ainda filmes novos, como ‘O Caminho para Berlim’, de Sergey Popov, produzido em 2015”, disse Bernardo Torres, um dos organizadores da Mostra.

Fonte: Susana Santos da Hora do Povo

9-11-16 PEC 241

Consultoria do Senado: PEC 55 (241) viola Constituição e deve ser rejeitada

9-11-16 PEC 241

 

Um estudo realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas da Consultoria Legislativa do Senado Federal concluiu que a PEC 55, que propõe o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, é inconstitucional.

A PEC, enviada ao Congresso Nacional pelo presidente Michel Temer, tramitou na Câmara dos Deputados como PEC 241, onde foi aprovada.

Agora está em análise no Senado sob a relatoria do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Ronaldo Jorge Araújo Vieira Junior, consultor legislativo responsável pelo estudo, aponta que a proposta do novo regime fiscal viola cláusulas pétreas da Constituição Federal e recomenda que a PEC 55 não seja aprovada.

“Consideramos que a PEC nº 55, de 2016, tende a abolir as cláusulas pétreas previstas nos incisos II, III e IV do § 4º do art. 60 da Constituição Federal, que se referem, respectivamente, ao voto direto, secreto, universal e periódico; à separação de Poderes e aos direitos e garantias individuais, razão pela qual deve ter sua tramitação interrompida no âmbito das Casas do Congresso Nacional”.

1 – Violação ao princípio da vedação do retrocesso social:

“O que se faz quando se congela as despesas primárias para os próximos vinte anos no âmbito do Poder Executivo, com base nas despesas efetivamente realizadas em 2016, num cenário recessivo, de retração de investimentos, em que foram constatados os maiores contingenciamentos na execução orçamentária dos últimos vinte anos, é estender, por um período de tempo absolutamente desarrazoado, as restrições e insuficiências hoje verificadas na implementação das políticas públicas”, aponta parecer.

A PEC afetará especialmente os gastos públicos com saúde e educação, despesas vinculadas diretamente ao orçamento e que correspondem a um percentual da receita liquida do respectivo exercício financeiro, no caso da saúde, e de 18% da receita resultante de impostos para a educação. 

“A partir de 2018 os recursos mínimos aplicados nessas duas áreas estratégicas da atuação do Estado brasileiro que buscam assegurar acesso universal a dois dos mais importantes direitos sociais fundamentais, passam a ser uma mera atualização monetária (correção pela variação inflação do ano anterior medida pelo IPCA) dos recursos alocados em 2017”.

“A perspectiva de redução de recursos alocados à saúde e à educação, por intermédio de PEC, mitiga a essência protetora dos direitos sociais, considerados direitos fundamentais. Além de impedir a ampliação de beneficiários, a restrição imposta pelo congelamento por vinte anos das despesas com saúde e educação imporá redução na cobertura hoje realizada. Será possível admitir, constitucionalmente, essa espécie de retrocesso na abrangência dos direitos sociais?”, questiona.

2 – Violação ao voto popular:

Outra violação da PEC 55 diz respeito ao voto direto, secreto, universal e periódico.

“Eliminar, como pretende a PEC nº 55 a possibilidade de o Chefe do Poder Executivo – legitimamente eleito pelo povo, por intermédio do voto direto, secreto, universal e periódico – definir o limite de despesas de seu governo significa retirar-lhe uma de suas principais prerrogativas de orientação, direção e gestão”.

“Assim, nas próximas cinco legislaturas a partir de 2017 e até 2036, os representantes da população na Câmara dos Deputados e os representantes dos Estados e do Distrito Federal no Senado Federal, eleitos democraticamente pelo povo, sabem que exercerão um mandato fracionado, amputado, em que lhes é interditado debater o teto de gastos linear e tecnocraticamente fixado pela PEC nº 55, de 2016”.

3 – Violação ao princípio de separação dos poderes:

Segundo o consultor do Senado, “o estabelecimento de limites individuais de despesas primárias para os próximos 20 exercícios financeiros para Poderes e órgãos da União com base na despesa paga, no ano de 2016, corrigida anualmente pela inflação – é medida draconiana que possui graves consequências”.

“De um lado, estrangula e mitiga a independência e a autonomia financeira do Poder Legislativo e do Poder Judiciário, e a autonomia financeira do Ministério Público da União e da Defensoria Pública da União, na medida em que impõe, na realidade, o congelamento de despesas primárias por 20 exercícios financeiros”, afirma, acrescentando que dessa forma, qualquer perspectiva de ampliação da atuação desses Poderes e órgãos fica inviabilizada pelos próximos 20 anos. “Parte-se de uma premissa inconsistente, qual seja, de que o montante das despesas apurado em 2016 é minimamente adequado para projetar a atuação do Poder/órgão pelos próximos vinte anos. Nada mais falso”.

Além das violações listadas, o estudo da consultoria legislativa ainda cita ataques aos princípios de segurança jurídica; aos princípios de razoabilidade; ao princípio da intranscendência da pena em sua dimensão institucional.

O parecer conclui que ainda que, mesmo contrariando o texto constitucional o Senado aprove a PEC, os parlamentares poderão recorrer ao Judiciário, pois estão presentes todos os “requisitos constitucionais para que os legitimados pelo art. 103 da Constituição proponham a competente ação direta de inconstitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal”.

Fonte: Priscila Casale da Hora do Povo

9-11-16 PNE1

Cortes do governo impedem que educação cumpra metas do PNE

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O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou na terça (8) o relatório do 1º Ciclo de Monitoramento das Metas do Plano Nacional de Educação, referente ao biênio 2014-2016, apontando que entre as 20 metas previstas, nenhuma foi cumprida. Inclusive a meta que determina o investimento mínimo em educação.

O estudo foi baseado em diversos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e de órgãos do governo federal ligados à educação.

Nesse sentido a secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, confessou que o Brasil está mais longe de cumprir a meta mais importante estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE): investir 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na área até 2024.

A secretária ainda revelou que ano passado o total de recursos repassados para a educação caiu, e afirmou que neste ano de 2016 o montante repassado para a educação deve ser ainda menor. Segundo ela, em 2015 foram investidos apenas 5,3% do PIB em educação, ante 6% em 2014.

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NO ano passado o investimento do Ministério da Educação foi de R$ 6,1 bilhões, ante R$ 11,2 bilhões em 2014, uma queda de 46%, comentou Guimarães. Os dados foram apresentados durante balanço sobre as 20 metas propostas pelo Plano Nacional da Educação.

Para Caio Guilherme, presidente da UMES, o relatório torna evidente que o governo Temer pretende sucatear e arrochar ainda mais com a educação. A liderança estudantil ressaltou que se a PEC 55 (PEC 241 na Câmara) e a MP do ensino médio forem aprovadas os impactos contra a educação serão ainda mais graves.

Para o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, é preciso, ao contrário do que propõe a PEC 55, muito mais investimento. “Precisamos expandir as matrículas: 2,4 milhões em creches, 500 milhões no ensino fundamental, 700 mil na pré-escola, 1,5 milhão no ensino médio, 2 milhões no ensino superior público e isso não será possível sem nenhum centavo a mais de investimento”.

Plano

O PNE foi aprovada no ano de 2014 e traça 20 metas que deveriam ser alcançadas até o ano de 2024, que vão da educação infantil ao ensino superior, passando pela valorização dos professores, que hoje recebem salários que correspondem a 54% do rendimento de profissionais com nível superior de outras áreas.

9-11-16 USP

USP divulga nova lista de demissões

9-11-16 USP

 

Total de cortes de funcionários nesta fase chega a 1.455. Na primeira edição, em 2015, houve demissão de 1.433 servidores

O conselho universitário da Universidade de São Paulo aprovou nesta terça-feira (8) uma lista 1.057 servidores interessados em participar do programa de demissão voluntária (PIDV). Até dezembro, devem ser demitidos outros 398 servidores inscritos em setembro, totalizando 1.455 cortes.

“Foi divulgada uma lista de espera composta por 1.057 servidores interessados em participar do programa.Com a aprovação do Conselho, todos os servidores que constam na lista de espera serão atendidos, totalizando 1.455 beneficiados”, diz comunicado da USP.

A universidade anunciou R$ 206 milhões destinados ao programa de demissão voluntária e aumento do corte no número de servidores técnicos e administrativos.

Na primeira edição do programa de demissão voluntária, realizada em 2015, 1.433 servidores foram demitidos da universidade, entre os meses de fevereiro e abril, representando redução de cerca de 4% dos gastos com a folha de pagamento da USP.

O conselho também aprovou a reformulação dos sistemas de avaliação da universidade, com a implementação do novo regimento da Comissão Permanente de Avaliação (CPA) e a criação do Estatuto do Docente.

Fonte: G1

9-11-16 PEC do teto

“PEC do teto arrasa com o país para privilegiar setor financeiro”

9-11-16 PEC do teto

“Gastança está nos juros, despesa que a PEC não congela”, diz Maria L. Fatorelli

Nesta segunda-feira (7) foi realizada uma Audiência Pública organizada pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado Federal, Senador Paulo Paim (PT-RS), para discutir os impactos da PEC 55 (241 na Câmara), que impõe um teto para os gastos públicos para os próximos 20 anos.

As lideranças presentes apontaram os problemas que gera a medida, além de denunciarem que ela é, na verdade, inconstitucional. O presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Ubiraci Dantas de Oliveira, Bira, afirmou que a PEC do Teto tem o objetivo de “aumentar os recursos para os banqueiros”, o que não resolverá problema algum: “essa política de terra arrasada, de tudo para os bancos e nada para o povo tem levado o Brasil à bancarrota em todos os setores”. Bira ainda citou um estudo do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) apontando que “se o limite de gastos públicos tivesse sido criado em 1998, atualmente o salário mínimo estaria em apenas R$ 400. (…) Quem está jogando contra o Brasil são eles, que só no ano passado entregaram 502 bilhões de reais para o sistema financeiro. É dinheiro para danar! Dava para resolver o problema de um monte de gente nesse Brasil”.

Um dos principais setores afetados pela PEC é o do funcionalismo público, uma vez que a PEC congela o salário dos servidores. O presidente da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), João Domingos Gomes dos Santos, também esteve presente e relatou que “a PEC foi votada atropeladamente na Câmara dos Deputados, sem nenhuma discussão com a sociedade. E hoje nós temos claro o porquê de os 28 pedidos de Audiências Públicas naquela casa terem sido sumariamente rejeitados. É por que se debater, a máscara cai. Essa PEC faz terra arrasada do Brasil e ao mesmo tempo não conseguimos sequer discutir os principais interesses e as principais demandas dos servidores públicos, principalmente no aspecto que essa terra arrasada recai sobre o povo, na medida que ela apenas congela as despesas correntes, sequer fala em despesas financeiras”.

Isso porque, segundo lembrou a coordenadora geral da associação Auditoria Cidadã da Dívida Pública, Maria Lucia Fattorelli, “está muito claro o objetivo da PEC, ela visa privilegiar o setor financeiro”. Fattorelli explicou que a PEC 55 “coloca um falso diagnóstico de gastança. Mas a gastança não está nas despesas que a PEC congela. A gastança está justamente nas despesas que a PEC deixa fora do congelamento”.

A auditora elogiou um estudo preparado pela Consultoria Legislativa do Senado intitulado “As inconstitucionalidades do Novo Regime Fiscal”, no qual deixa claro que essa PEC viola cláusulas pétreas da Constituição, até mesmo a do voto secreto, universal e periódico. “Sabe por quê? A PEC diz que só daqui a 10 anos o presidente da República vai poder propor uma mudança. Então não acreditem nesses discursos mentirosos de que esse prazo vai ser reduzido. E a partir daí cada presidente só pode mudar o índice uma única vez. Então o nosso voto para presidente da República foi roubado por essa PEC, porque não adianta eleger quem quer que seja, está tudo congelado na constituição e toda política econômica ditada pó essa excrescência que é essa PEC 55”, explicou Fattorelli. (Leia sobre o estudo da Consultoria do Senado na página 2).

O diretor do Ministério Público do Trabalho (MPT), Leomar Daroncho, concordou que a aprovação do limite de gastos vai “perenizar na Constituição um sistema perverso de distribuição de renda, que privilegia os bancos”. Já o secretário geral da Federação Nacional de Servidores do Judiciário nos Estados (Fenajud), Marcos Antônio Lemos Fabre, declarou que a PEC “significa o desmonte do serviço público”.

Durante a audiência, o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec), Lourenço Ferreira do Prado, apresentou registro do portal e-Cidadania do Senado, de que a PEC 55/2016 (PEC 241/2016 na Câmara) já recebeu mais de 319 mil votos contrários de internautas.

Também participaram dos debates o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Associação Brasileira dos Advogados Trabalhistas (Abrat), a Associação Latino-Americana de Advogados Laboralistas (Alal), dentre outros.

Fonte: Hora do Povo

4-11-16 RM

Falta de reparos e cortes do governo de SP levam ETEC Rocha Mendes a estado de calamidade

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Para assistir aulas ou se locomover dentro da escola alguns alunos utilizam guarda-chuva

 

A ETEC José Rocha Mendes, na Vila Prudente, se tornou mais um exemplo do total descaso do governo de São Paulo para com a educação. Nessa quinta (3), após uma chuva de verão o forro da biblioteca da escola caiu sobre a cabeça dos estudantes, destruindo diversos livros, armários, prateleiras e computadores.

 

A situação caótica se arrasta há meses sem que o Centro Paula Souza tome alguma medida para reparar definitivamente o problema das goteiras generalizadas nas dependências do colégio. Após o último incidente, os alunos revoltados resolveram se unir a comunidade e organizar um abaixo assinado rechaçando a negligência das autoridades e exigindo a reconstrução imediata do telhado para por fim ao problema.

 

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Dara Guida, presidente do grêmio, relatou a ação dos estudantes durante o momento em que as águas da chuva invadiram a escola como se não houvesse telhado para protegê-la. “Quando saímos no corredor estava todo mundo tirando os materiais do armário com tudo molhado. A gente começou a ajudar, tiramos os armários da chuva e enquanto tirávamos a água, foi aí que o forro da biblioteca caiu, molhando muitos computadores e livros”.

 

A estudante afirmou também que enquanto os alunos se esforçavam para salvar o máximo de livros e equipamentos a direção nada fazia para ajudar. “Nós recolhemos os livros e colocamos na sala do diretor, que era um dos únicos lugares da escola que não chovia. Ele tentou nos barrar, mas nós entramos e guardamos os livros na sala dele do mesmo jeito”.

 

O incidente também destruiu diversos equipamentos de última geração, como os 20 computadores i-Mac da sala de comunicação, além de estragar equipamentos e materiais pessoais de diversos alunos. Em alguns casos, alunos tiveram seus trabalhos de conclusão de curso (TCC) destruídos pela chuva.

 

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Para Lucas Chen, diretor de Escolas Técnicas da UMES, a situação da escola é o retrato do que ocorre com a educação do estado de São Paulo. “Ao longo de mais de 20 anos de governo tucano, observamos a crescente falta de estrutura dentro das Etecs, a exemplo do ocorrido aqui no Rocha Mendes. O governo Alckmin é sinônimo de cortes nos investimentos das escolas. Com isso, as Etecs estão perdendo todo o seu prestígio, estão deixando de lado os cursos voltados para a indústria para cada vez mais formar alunos nas áreas de serviços”.

 

O diretor da UMES também ressaltou que tudo pode ficar ainda pior se a conhecida “PEC da Morte” for aprovada no Senado. “Tudo isso vai piorar. Os investimentos que faltam Etecs para comprar equipamentos e maquinário, serão ainda mais reduzidos e cortados com a PEC 241 (55 no Senado). Por isso agora é hora de ir contra essa PEC e exigir mais verbas para o ensino técnico”.

 

Ainda sobre o acidente na Etec Rocha Mendes, a diretora do grêmio Luana Lopes foi incisiva: “Foi triste ver tantos alunos desesperados pra pegar seus materiais a tempo, realmente ter que pegar um guarda-chuva para se deslocar dentro da escola, dentro do prédio no qual estudamos, no qual deveríamos nos sentir seguros. O teto da nossa biblioteca despencou, imagina se tivesse alguém lá dentro bem embaixo de onde caiu”.

 

Um dos motivos para o caos vivido nas Etecs, que apesar de tudo, ainda mantêm um nível de qualidade superior ao das escolas públicas em geral, se deu pelos cortes do governo Geraldo Alckmin perpetrados em 2015, quando foram cortados 36,3% dos recursos destinados para o custeio das escolas técnicas, conforme previsto no orçamento. Além disso, também foram cortados 78% dos investimentos previstos para construção de novas Etecs.

 

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“Aleksandr Nevsky”, de Eisenstein, será exibido na abertura da 3ª Mostra Mosfilm de Cinema em SP (2016)

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Cinemateca brasileira recebe a 3º Mostra de Cinema Mosfilm

A versão restaurada de “Aleksandr Nevsky”, obra-prima de Serguey Eisenstein, será exibida pela primeira vez no país na 3ª Mostra de Cinema Mosfilm, que acontece entre os dias 22 e 27 de novembro de 2016 na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

A história do príncipe que levantou o povo russo contra a invasão dos Cavaleiros Teutônicos no século 13, construída a partir de uma rigorosa pesquisa estética, teve a filmagem concluída em 1938, com trilha musical composta por Serguey Prokofiev.

Restaurado em 2015, o filme abrirá a programação inteiramente gratuita composta por 10 títulos que abarcam produções de diferentes épocas e gêneros – a maioria inédita no Brasil – realizadas pelo maior e mais antigo estúdio de cinema da Rússia, o Mosfilm.

A realização da 3ª Mostra de Cinema Mosfilm é fruto de uma parceria do Centro Popular de Cultura da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (CPC-UMES) com o estúdio russo fundado em 1924, detentor de um acervo de 2.500 obras soviéticas e pós-soviéticas. Parte desse acervo, apresentado nas edições anteriores da Mostra (2014 e 2015), já é distribuída em DVD no Brasil pelo CPC-UMES Filmes.

 

Confira a programação da 3ª Mostra de Cinema Mosfilm

 

TERÇA, 22 DE NOVEMBRO

20h00 – Abertura da Mostra – ALEKSANDR NEVSKY – 1938 – P&B – 108 min -Guerra

 

QUARTA, 23 DE NOVEMBRO

19h00 – NOITE DE INVERNO EM GAGRA – 1985 – Colorido – 89 min – Drama Musical

 

QUINTA, 24 DE NOVEMBRO

19h00 – ARSENAL – 1928 – P&B – 88 min – Guerra

21h00 – O QUADRAGÉSIMO PRIMEIRO – 1956 – Colorido – 87 min – Drama

 

SEXTA, 25 DE NOVEMBRO

19h00 – UM ACIDENTE DE CAÇA – 1978 – Colorido – 107 min – Drama

21h00 – COSSACOS DO KUBAN – 1949 – Colorido – 110 min – Comédia Musical

 

SÁBADO, 26 DE NOVEMBRO

16h30 – REPRISE – ALEKSANDR NEVSKY – 1938 – Colorido – 108 min – Guerra

18h30 – BORIS GODUNOV – 1986 – Colorido – 140 min – Drama

21h00 – A ESTRELA – 2002 – Colorido – 97 min – Guerra

 

DOMINGO, 27 DE NOVEMBRO

17h45 – O CONTO DO CZAR SALTAN – 1966 – Colorido – 85 min – Fantasia

20h00 – SOLARIS – 1972 – Colorido – 167 min – Ficção Científica

 

4-11-16 Juízo Final

Participe da sessão de “Juízo Final”, de Elio Petri (1976), na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

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Na próxima segunda (7), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresenta o filme “Juízo Final”, de Elio Petri (1976). Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema com entrada franca!

Confirme sua presença!

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

JUÍZO FINAL, de Elio Petri (1976), ITÁLIA, 120 min.

 

SINOPSE

M. (Gian Maria Volonté) cruza a cidade de Roma, em meio ao caos de uma iminente epidemia, até o centro espiritual de Zafer, local onde personalidades do mundo político e econômico se encontram e onde estão ocorrendo estranhos acontecimentos. Lá, M. chega quebrando as regras, ao levar a esposa consigo. Durante um ritual religioso, os anfitriões são roubados, um senador é morto a tiros, um suspeito é encontrado desmaiado no banheiro. E M. tem de descobrir o que realmente está acontecendo, antes que ele seja a próxima vítima.

Confira nossa programação!

O DIRETOR

Um dos mais fascinantes e irreverentes diretores de toda a Europa, o romano Elio Petri dirigiu os clássicos “Investigação Sobre um Cidadão Acima de Qualquer Suspeita” (1970), “A Classe Operária Vai ao Paraíso” (1972) e “Juizo Final” (1976). Começou a carreira como crítico de cinema do L’Unità, jornal do Partido Comunista Italiano. Escreveu roteiros para Giuseppe De Santis, Carlos Lizzani e Dino Risi. Estreou na direção com “O Assassino” (1961). Realizou 13 longas, entre os quais “A Décima Vítima” (1965), “Condenado Pela Máfia” (1967), “A Propriedade não é mais um Furto” (1973), “A Boa Notícia” (1979). Seu cinema político combinava a abordagem marxista com uma alta capacidade cinematográfica na utilização de gêneros e estilos diversos, contribuindo para o debate do período, com observações sobre a sociedade e o poder, explorando questões sociais ainda hoje relevantes, como o crime organizado, a relação entre autoridades e cidadãos, o papel do artista, os direitos de classe e o consumismo.

4-11-16 Thatcher

Senado: relator invoca cadáver de Thatcher para defender a PEC 241

4-11-16 Thatcher

Em defesa da PEC que corta verba da Saúde e Educação, Temer e seus lacaios exumam o símbolo do neoliberalismo. Texto da emenda constitucional permanece na CCJ do Senado

O senador José Maranhão (PMDB-PB), relator da Proposta de Emenda à Constituição 55 [que tramitou na Câmara como PEC 241], aderiu a nova moda do governo de convocar da tumba a ex-primeira-ministra britânica, Margareth Thatcher, para defender a PEC que arrocha a Saúde, Educação e Serviços Públicos brasileiros durante os próximos 20 anos. Nesta terça-feira (1º) Maranhão afirmou, “essa é uma matéria extremamente necessária para o equilíbrio das contas do País. Como já disse Margareth Thatcher, não existe dinheiro público. O dinheiro vem da iniciativa privada, do contribuinte e é gerido pelo poder público”.

Defensora intransigente do Estado mínimo e do incentivo ao “livre mercado”, Thatcher é reconhecida mundialmente por ser responsável pela privatização de estatais, pelo desemprego mais de três milhões de pessoas, pela destruição dos direitos sociais britânicos e pela repressão aos trabalhadores.

Quando Thatcher morreu, em 2013, milhares de pessoas se reuniram nas ruas em diversas partes da Inglaterra para festejar sua morte. Durante as manifestações puderam ser ouvidas canções que diziam “Quem odeia a Thatcher bata palmas”, e diversas pessoas carregavam cartazes pelas ruas com dizeres como “Alegre-se, a Thatcher morreu” ou “Ding Dong! A bruxa morreu!”. Garrafas de leite foram deixadas na porta de sua casa, em alusão ao corte no fornecimento de leite a escolas primárias, realizado por ela quando ministra da Educação, na década de 1970.

Curiosamente a citação da mesma frase de Thatcher foi feita por Michel Temer e pelo senador Eunício Oliveira (PMDB/CE) também na terça-feira (1º). Temer disse “hoje eu vi um pequeno vídeo da primeira-ministra Margaret Thatcher quando ela assumiu o poder […]”. Já Eunício contou que ficou “até tarde fazendo o relatório, fui buscar em pesquisas algumas referências e achei uma frase da Margaret Thatcher…”.

De qualquer forma, podemos ter uma idéia do futuro sombrio que nos deseja o governo ao tentar emplacar essa PEC.

 

ARROCHO

 

Já a líder do governo no Senado, Rose de Freitas, resolveu atacar os senadores contrários a PEC. Para ela “o discurso falacioso, mentiroso, é que haverá redução na verba da educação e na saúde. Ora, só nessa PEC introduz mais 3,4 bilhões na saúde e só ano que vem nós teremos mais 11 bilhões na educação […] falam pro estudantes ‘tão tirando dinheiro da educação’ não é verdade, nada”.

“Falacioso” é o discurso da senadora. Segundo estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre os impactos da PEC na saúde e educação, se sua aprovação estivesse acontecido em 2002, a saúde já teria perdido pelo menos R$ 300 bilhões, e a educação, R$ 377 bilhões.

O Departamento de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) afirmou em estudo recente que se as regras da PEC 55 tivessem entrado em vigor há 20 anos, o salário mínimo em vigor não chegaria à metade do valor de hoje, estaria em apenas R$ 400,00.

O Conselho Federal de Economia (Cofecon) contesta o diagnóstico de que o aumento no gasto público seja proveniente das despesas sociais. A entidade afirma que os gastos com juros da dívida pública são responsáveis por 80% do déficit nominal.

Para o presidente do Cofecon, Júlio Miragaya, “o salário mínimo foi o principal responsável pela redução pífia da desigualdade. Isso tem um impacto positivo para a atividade econômica, porque esse salário mínimo vai inteiramente para o consumo, para girar a atividade econômica. No entanto, quando o governo paga R$ 502 bilhões de reais em juros da dívida pública, isso não gira a roda da economia. Porque 85% desse volume estão concentrados em megainvestidores, apenas 0,3% dos detentores de títulos da dívida pública”.

Já a Auditoria Cidadã da Dívida, em nota, denunciou “o que está ‘quebrando’ o Brasil é essa contínua sangria de quase metade do orçamento federal, anualmente, para o pagamento de juros extorsivos ao setor financeiro e a sigilosos investidores, incidentes sobre ‘dívidas’ geradas sem contrapartida alguma, fruto de transformação de centenas de bilhões de reais de prejuízos da política monetária do Banco Central em ‘dívida pública’, além de outras operações ilegais e ilegítimas”.

E finalizou “é infame que essa mesma PEC 241/2016 que aniquila, por 20 anos, a possibilidade de investimentos sociais necessários à garantia de vida digna, libere recursos à vontade para o abusivo gasto com mecanismos financeiros ilegais e até inconstitucionais que estão usurpando o instrumento de endividamento público e alimentam o Sistema da Dívida”.

Fonte: Camila Severo da Hora do Povo