Estudantes paraguaios marcham contra a devastação da educação

 

A 2ª Marcha Nacional de Colégios Públicos e Privados do Paraguai reuniu dez mil manifestantes nas ruas de Assunção, na última sexta-feira (16), contra os cortes de recursos, as espionagens e perseguições praticadas pelo desgoverno de Horacio Cartes.

Dias antes do evento, o advogado do comando das Forças Armadas, Mario Elizeche, havia defendido publicamente a infiltração militar em atividades civis como algo banal e o ministro da Educação, Enrique Riera, ameaçou de descontar o salário dos professores e dar um “gigantesco zero” aos estudantes que participassem da manifestação.

Para a Federação Nacional dos Estudantes Secundaristas (Fenaes), o governo Cartes adota uma política de “terrorismo de Estado, afrontando o funcionamento regular da República”. “Foi o próprio presidente quem ordenou este ato a forças militares contra cidadãos que exercem o seu legítimo direito de questionar e se manifestar, sem serem amedrontados”, condenou a Fenaes.

Reivindicando a duplicação dos investimentos na educação para 7% – cifra proposta pela Unesco -, a marcha denunciou como os parcos recursos aplicados no setor têm comprometido o fornecimento de merendas e refeições, material didático, capacitação docente e até mesmo a manutenção de salas de aula. Sem dinheiro para reformas nas instalações elétricas, serviços sanitários e outros investimentos básicos, muitas escolas vêm literalmente desabando, ferindo alunos e professores.

A União Nacional de Educadores alerta que “enquanto o Paraguai aplica 3,6% do PIB na educação, a Argentina investe 6,5% do PIB, o mesmo que no Chile e no Brasil, enquanto a Bolívia aplica 9%”.

De acordo com o informe mundial “Educação para Todos”, da Unesco, apresentado em 2015, o resultado de tão baixa aplicação de recursos é trágico, com a nação guarani ocupando o último lugar na fila da escolarização: não alcança sequer a 40% dos jovens em idade escolar, com a educação inicial e a universitária encontrando-se na maior parte privatizadas.

Outro grave problema, a precarização do trabalho dos educadores se reflete nos chamados “professores táxi”, obrigados a correr de escola em escola para sobreviver com horas-aula que não chegam sequer a R$ 10,00, tendo ainda que pagar caro pelo deslocamento.

A marcha foi encerrada em frente ao Ministério da Educação, cercado por barricadas e um batalhão de policiais. Na porta do prédio, o ministro Enrique Riera, que já havia determinado a perseguição às lideranças do movimento, usou um microfone para provocar os estudantes. “Eu sou a autoridade”, disse, quando foi posto para correr com uma chuva de garrafas pet de água. “Riera, basura (lixo), tu és a ditadura”, entoaram os estudantes, identificando nas práticas do ministro as mesmas do ditador Alfredo Stroessner, que desgovernou em função dos interesses estadunidenses, entre 1954 e 1989, perseguindo, torturando e assassinando opositores.

Fonte: Leonardo severo da Hora do Povo

mi 4350360468013860

Mais de dois milhões de estudantes não conseguem renovação do Fies

 

mi 4350360468013860

 

Tem escola forçando os estudantes a assumir a dívida em caso de calote do Ministério da Educação.

 

Mais de dois milhões de estudantes de faculdades particulares estão sem conseguir renovar a inscrição no Fies, o financiamento estudantil. E tem escola forçando os estudantes a assumir a dívida em caso de calote do Ministério da Educação.

 

A mensagem no site do Fies deixou Antoniza Vale preocupada. A renovação do contrato para o segundo semestre letivo, que normalmente é feita em julho, ainda não foi liberada. Falta um ano para ela se formar em Administração em Salvador e a estudante tem medo de ser obrigada a abandonar o curso por falta de dinheiro.

 

“Um curso para a gente hoje, um semestre, custa R$ 3 mil e pouco, onde é que os alunos vão ter esse valor?”, diz Antoniza.

 

Em todo o país, dois milhões de estudantes dependem do Fies para fazer uma faculdade. Os contratos para o segundo semestre ainda não foram renovados por causa de uma dívida de xenical-orlistat.net do Ministério da Educação com os bancos oficiais que liberam os financiamentos.

 

O governo enviou um projeto de lei ao Congresso com pedido de verba suplementar. A votação estava marcada para agosto, mas foi adiada e não tem previsão para acontecer. O Ministério da Educação disse, em nota, que, pelo regulamento do Fies, o prazo para a renovação dos contratos pode se estender até outubro.

 

Em Salvador, algumas faculdades estão exigindo que os alunos assinem um contrato paralelo se responsabilizando pelo pagamento das mensalidades se o financiamento não for renovado. Ednaide Damasceno não assinou.

 

“Trata-se de uma situação em qual vários estudantes estarão sendo prejudicados e nós precisamos rever toda essa questão”, disse a estudante.

 

O Sindicato das Faculdades diz que esse contrato é uma garantia para as instituições, que começaram as aulas do segundo semestre mesmo sem a renovação do Fies.

 

“Algumas adotam internamente a assinatura de um termo de compromisso ou um documento provisório até que o aditamento ocorra para dar andamento à tramitação interna”, explicou Gilberto Martins, do Sindicato das Instituições de Ensino Superior.

 

O advogado Cândido Sá disse que o contrato exigido por algumas faculdades é irregular.

 

“Aquele pagamento é responsabilidade do Fies, o aluno, na realidade, não deve assinar. Agora, se assinar, terá que ser questionado judicialmente depois porque é completamente ilegal”, alertou.

 

Fonte: G1 – Bom dia Brasil – Edição do dia.

DSCN2054

Jogos Paraolímpicos agitam E.E. Caetano Miele.

DSCN2054

 

Dos dias 12 ao 16 de setembro ocorreram os jogos paraolímpicos na Escola Estadual Professor Caetano Miele, escola tradicional do Cangaíba, zona leste de São Paulo. Os jogos envolveram todos os alunos da escola, a fim de promover os esportes paraolímpicos e afirmar a mensagem dos jogos por um mundo melhor e por paz. Os alunos disputaram por interclasses jogos como o futebol de cegos, vôlei sentado, entre outros. Além disso, houve palestras, exposições e discussões sobre o âmbito escolar e acessibilidade.

 

DSCN2126

 

O estudante Marlon, diretor de esportes do Grêmio do Caetano afirmou a importância dos jogos e do quanto é necessário a inclusão do esporte na escola. “Os jogos paraolímpicos no Caetano Miele mostraram o quanto é importante e necessário o esporte em nossa educação, não só isso, também mostrou o quanto as pessoas incapacitadas possam conseguir se esforçar, praticar esportes e serem campeões, isso é emocionante!”

 

A professora Lúcia ressalta a diversidade e as indiferenças na escola. “Os jogos paraolímpicos são um verdadeiro momento de força de vontade, mostra uma grande diversidade, que enriquece o esporte como um todo e faz esquecer as indiferenças. Na sala de aula, levantamos a discussão do esporte para além da sociedade, ressaltamos também que o governo deveria investir ainda mais no esporte e na acessibilidade das escolas, assim garantindo uma melhor adaptação a quem tem mobilidade reduzida. Além disso, é importante lembrar e frisar que se deve mudar a nomenclatura das pessoas incapacitadas nas legislações, já que no âmbito escolar é considerada deficiência intelectual, enquanto nas leis é retardo, isso é errôneo e desrespeitoso!”, afirma Lúcia. 

 

Para Jonathan, Tesoureiro-Geral da UMES e representante da Zona Leste, o esporte pode ser libertador. “Os jogos paraolimpíadas do Caetano Miele mostraram exemplos de superação e igualdade no esporte, podemos ver a capacidade do ser humano e como o atleta é capaz de transformar adversidades em grandes resultados. Sabemos o quanto nossa escola sofre com a falta de estrutura, insumos e equipamentos. Lutamos por mais investimento do estado em nossas escolas na área do esporte, pois a educação e o esporte devem caminhar juntos para transformar nossa escola, numa escola libertadora, numa escola agradável e que possa assim transformar a nossa realidade. O esporte e a educação são capazes de transformar o mundo, vamos lutar por eles”, afirmou Jonathan.

  

DSCN2105

 

19-9-16 Lei da Mordaça

Após ser barrada na Comissão de Educação, Escola Sem Partido será discutida na Comissão de Finanças

19-9-16 Lei da Mordaça

 

Mesmo após ter sido barrado na Comissão de Educação e Cultura da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), o projeto da Escola Sem Partido ainda pode ser aprovado em São Paulo. Isso porque ele será discutido na Comissão de Finanças, Orçamento e Planejamento.

 

No último dia 25 de agosto, um grupo de estudantes se manifestou na Assembleia contra o projeto. No mesmo dia, foi entregue uma petição ao deputado Carlos Giannazi (PSOL) com mais de 12 mil assinaturas contra o projeto. Segundo ele, que foi relator dentro da Comissão de Educação e Cultura e é contra a implementação no Estado, o projeto “pode ganhar força” dentro da Alesp.

 

“O projeto pode prosperar se não houver pressão social, principalmente dos estudantes e professores, que serão os maiores atingidos pelo programa. A Escola Sem Partido ficou sem uma perna, mas continua caminhando ainda com dificuldade. Agora vamos tentar quebrar a outra perna na Comissão de Finanças”, afirmou Giannazi.

 

Fonte: R7

 

19-9-16 Juros

Relatório da OCDE indica que Brasil tem baixo gasto público com educação básica

19-9-16 Juros

 

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou o relatório “Educação em Foco 2016” (Education at a Glance 2016), divulgado na quinta (15), no qual o Brasil aparece entre os países com mais baixo nível de gasto público por aluno, assim como menor remuneração entre os professores dos 47 países analisados.

 

Nos Brasil, para os anos iniciais do ensino fundamental, é investido anualmente cerca de R$ 12.625 (US$ 3.826) por aluno, valor que supera apenas seis países entre os analisados. Situação que se deteriora ainda mais quando analisamos os anos finais do fundamental, onde somente três nações aplicaram menos que os R$ 12.546 (US$ 3.802) investidos pelo governo brasileiro.

 

Na analise do ensino médio, um dos grandes gargalos da educação no país, o investimento por aluno supera apenas a Colômbia e a Indonésia, com investimento de R$ 12.711 (US$ 3.852) por estudante ao longo do ano. Já no ensino superior o investimento por aluno é de R$ 44.682 (US$ 13.540) e, mesmo sendo bem maior que o gasto nas outras etapas, também está abaixo da média de US$15.772 (R$ 52.047) obtida pelos países analisados no relatório.

 

De acordo com o documento, o salário do professor brasileiro, nos anos finais do ensino fundamental, é inferior a metade do que é pago aos professores que compõem os países estudados na publicação. Por exemplo, enquanto no Brasil um professor dessa categoria recebe cerca de R$ 40,75 mil (US$ 12,2 mil) por ano (piso da categoria em 2014), a média salarial obtida no relatório é de US$ 31 mil (R$ 105,54 mil).

 

“Essa discrepância não acontece porque se investe muito no ensino superior, mas porque se investe muito pouco na educação básica. Se essa etapa da educação tivesse como base o CAQi [Custo Aluno Qualidade Inicial] ela estaria mais próxima do ensino superior. O CAQi deveria ter sido implementado em junho deste ano, mas até agora nada”, comentou o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara.

 

O documento da OCDE analisa dados dos seus 35 integrantes em conjunto com 12 países parceiros, entre os quais o Brasil e Rússia, parceiros do programa “Indicadores dos Sistemas de Educação” (INES, nas siglas em inglês), assim como países não parceiros do INES, como a Argentina, China, Colômbia, Costa Rica, Índia, Indonésia, Lituânia, Arábia Saudita e África do Sul.

 

16-9-16 Eleição Caetano de Campos Consolação

Estudantes do Caetano de Campos da Consolação elegem chapa Fenix para grêmio da escola

16-9-16 Eleição Caetano de Campos Consolação

 

Os estudantes do Caetano de Campos da Consolação elegeram, nesta quinta (15), a chapa Fenix para representar os alunos durante o próximo período de gestão. Para Gabriel Santos, do 2º C da manhã, e representante da chapa, a eleição foi emocionante e muito importante para o fortalecimento do movimento estudantil da escola.

 

“Pretendemos renascer o grêmio que ficou tão distorcido e estereotipado, com uma imagem ruim”, afirmou Gabriel ao se referir a gestão anterior. “Pretendemos trazer de volta a democracia estudantil, fazendo com que a voz dos estudantes seja mais ouvida dentro da escola”. Um dos grandes desafios levantados pela chapa para o próximo período, para além de combater o sucateamento da educação e fortalecer o ensino público, será restabelecer o diálogo dos estudantes da escola com a direção.

 

Ao todo a eleição contou com 1019 estudantes que votaram nas três chapas que participaram da disputa pelo grêmio: a Fenix, com 490 votos; Voz Ativa, com 341; e a Resistência, que conquistou 55 votos. Os votos nulos e brancos somaram 133.

 

16-9-16 Eleição Caetano de Campos Consolação1

 

Para Bruno Uchôa, estudante do 2º D do período da manhã e representante da Voz Ativa, a eleição para fortaleceu o movimento estudantil e possibilitará muitas conquistas para a escola. “Foi uma grande disputa, mas agora vamos apoiar e discutir com a chapa Fenix para somar com todos os estudantes e melhorar a escola”. Já para Gabriel, do 1º D do período da tarde e representante da chapa Resistência, foi uma boa eleição, com muito debate e disputa. “Tivemos poucos votos mas todos foram conquistados com muita raça”.

 

Caio Guilherme, presidente da UMES, que apoiou e ajudou a organizar o processo de eleição do grêmio, disse que a eleição foi espetacular. “Os estudantes da chapa Fenix são muito combativos, e a galera da Voz Ativa vai discutir e trabalhar com o grêmio eleito para fortalecer o movimento estudantil na escola, assim como o pessoal da Resistência. Foi uma eleição emocionante porque os estudantes estão construindo esse processo a muito tempo. Agora a ideia é construir um grêmio com muita força para unificar os estudantes e botar a escola pra frente”.

 

16-9-16 O Ferroviário

Assista o filme “O Ferroviário”, de Pietro Germi, na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

16-9-16 O Ferroviário

 

Na próxima segunda (19), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “O Ferroviário”, de Pietro Germi (1956). Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema italiano com entrada franca!

 

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

 

Confirme sua presença!

 

 

O FERROVIÁRIO, de Pietro Germi (1956), ITÁLIA, 101 min.

 

 

SINOPSE

Andrea Marcocci é um veterano ferroviário que passa por uma crise, devido a problemas no trabalho e ao relacionamento difícil com seus dois filhos. Em torno deste enredo, o diretor Pietro Germi tece um painel da sociedade italiana nos anos 50. Prêmio de Melhor Filme no Festival Internacional de San Sebastian, indicado à Palma de Ouro, no Festival de Cannes.

 

O DIRETOR

Nascido em Gênova, filho de um operário e uma costureira, Pietro Germi estudou teatro e direção em Roma no Centro Experimental de Cinematografia. Durante os estudos trabalhou como ator, assistente de direção e roteirista. Colaborou em grande parte dos roteiros dos filmes que dirigiu, e inclusive atuou em alguns deles. Após alcançar sucesso com dramas populares de corte neorrealista, passou a escrever e dirigir comédias satíricas. Tem entre suas obras “A Testemunha” (1945); “Em Nome da Lei” (1949); “Caminho da Esperança” (1950); “O Ferroviário” (1956); “O Homem de Palha” (1957); “Divórcio à Italiana” (1961), premiado com o Oscar de Melhor Roteiro Original; “Seduzida e Abandonada” (1963) e “Senh oras e Senhores” (1965), premiados no Festival de Cannes e, na Itália, com o David di Donatello.

 

 

Confira nossa programação!

 

 

ARGUMENTO ORIGINAL: Alfredo Giannetti (1924–95)

Escritor, jornalista e roteirista, Alfredo Giannetti nasceu em Roma. Sua parceria Pietro Germi tem início em “O Ferroviário” (1956) e se estende por 20 anos – “O Homem de Palha” (1958), “Divórcio à Italiana” (1961), “Alfredo, Alfredo” (1972). Estreou como diretor de cinema em 1961, com “Dia a Dia”. Trabalhou também como escritor e diretor de televisão.

 

MÚSICA ORIGINAL: Carlo Rustichelli (1916-2004)

Nascido em Carpi, Emilia-Romagna, estudou piano no Conservatório de Bolonha e composição na Academia de Santa Cecília. Compôs cerca de 250 trilhas, entre as quais vários clássicos resultantes de uma assídua colaboração com os diretores Pietro Germi – “Juventude Perdida” (1948), “O Ferroviário” (1956), “Divórcio à Italiana” (1961), “Seduzida e Abandonada” (1964) – e Mario Monicelli, “Os Companheiros (1963), “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975).

Em 1972 foi contratado por Billy Wilder para compor a música para “Avanti!”, em 1995 criou a trilha de “Per Semper” para o diretor brasileiro Walter Hugo Khoury.

 

16-9-16 HP1

Governo Temer nega ajuda a estados em situação de calamidade pública

16-9-16 HP1

 

Desonerações provocaram uma queda de R$ 14 bilhões no Fundo de Participação dos Estados (FPE). Governadores pedem R$ 7 bi para emergências

 

Governadores de 17 estados se reuniram na última terça-feira com o ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles, para cobrar um posicionamento sobre a renegociação das dívidas estaduais e pedir um socorro financeiro emergencial de R$ 7 bilhões. A queda no Fundo de Participação dos Estados (FPE) os deixou à míngua – e ao menos 14 Estados devem decretar estado de calamidade pública na próxima semana.

O FPE é composto por uma parcela da arrecadação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e uma parcela do Imposto de Renda (IR). As isenções de IPI – as “desonerações” –  do governo Dilma rebaixaram os recursos dos Estados. Depois, a recessão, que baixou a arrecadação tanto do IPI quanto do IR – e também do imposto estadual, o ICMS – acabaram por quebrar os Estados. Em julho, por exemplo, Sergipe teve uma queda real de -30% no FPE, a do Ceará foi -20,4% e a de Alagoas, -25%, em relação ao mês anterior, numa situação em que esse Fundo, e também o ICMS, estão caindo desde janeiro de 2015.

Na reunião com Meirelles, os governadores argumentaram que o governo federal foi o grande responsável pela queda de arrecadação, que, aliada à falta de renegociação da dívida, gerou tamanha crise. No início de julho, os Estados pediram um socorro de R$ 14 bilhões ao Ministério da Fazenda, mas concordaram em reduzir para R$ 7 bilhões o pedido.

Meirelles respondeu que o importante para o governo é dar segurança ao mercado. Como sempre, o “mercado” de Meirelles não inclui as pessoas e as empresas nacionais, ou seja, o Brasil. Somente banqueiros – e outros quadrilheiros do mercado financeiro.

No momento, segundo disse, a prioridade do governo é aprovar a Proposta de Emenda Constitucional nº 241 (PEC 241), que proíbe o aumento de gastos do governo no atendimento ao povo pelos próximos 20 anos. Assim, Saúde, Educação e todos os gastos com o povo não poderiam aumentar – pelo contrário, diminuiriam – enquanto o desvio de verba para os gastos com juros continuaria à solta e em aumento.

Assim, segundo o parecer de Temer & Meirelles, os governadores e o povo que se danem. Depois da reunião, em nota oficial, disse Meirelles que “o descontrole do crescimento da dívida pública é a causa da atual situação fiscal dos Estados” – o que é, literalmente, mentira. Com exceção de Alagoas, nenhum Estado do Nordeste, por exemplo, teve crescimento da dívida – eles estão quebrados porque a política do governo federal jogou a arrecadação (FPE e ICMS) em um abismo.

Mesmo nos Estados em que a dívida é asfixiante – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e Alagoas – isto se deve à renegociação de Fernando Henrique, em 1997 e 1998, e sua manutenção por Lula e Dilma.

Por exemplo: a dívida do Estado de São Paulo, em 1997, era R$ 50,38 bilhões. Com a renegociação de Fernando Henrique, o Estado pagou, até março deste ano, R$ 131,35 bilhões – e sua dívida aumentou para R$ 225,90 bilhões (dados do BC e do Governo de São Paulo), sem que houvesse nenhuma dívida nova.

Após a reunião com Meirelles, o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, declarou que “estamos pagando por um processo que não é estadual, é da União. O que nós queremos é um fôlego para não desorganizar os serviços. Você imagina o que é hospital, segurança, os serviços públicos mais essenciais, sem capacidade de ter continuidade? Esse diálogo não está avançando e eu acho muito ruim porque você pode ter 14 estados que tenham de decretar calamidade. É preciso tirar essa ideia que o tal do fiscal está acima da vida ou da morte”.

Jackson Barreto, governador de Sergipe, afirmou estar pagando a folha de julho. “A hora que a gente tiver 14, 15 estados decretando estado de calamidade, qual é a consequência? Um ambiente muito ruim para o país”, destacou Wellington Dias, governador do Piauí. Os governadores queriam informar pessoalmente a Temer sobre a decisão de decretar situação de calamidade pública, mas ele não os recebeu.

Na reunião, os governadores lembraram que o líder do governo na Câmara, André Moura, afirmou, em 10 de agosto, que o governo estudava propostas para atendê-los. Meirelles disse desconhecer a promessa, causando irritação nos governadores – que mostraram a ele o vídeo com a declaração de Moura, feita no plenário da Câmara.

O governador de Mato Grosso, Pedro Taques, afirmou que falta até mesmo dinheiro para o salário de policiais e gasolina para viaturas. “Esta reunião é uma consequência da falta de resposta de outras reuniões, da falta total de resposta ao que foi combinado. Isso tem que ser dito. Houve uma reunião há 23 dias, quando nos pediram 15 dias para buscar solução – e já se passaram 23 dias. Não estamos preocupados em fechar a conta do ano, estamos preocupados em fechar as contas do mês”.

O ministro da Fazenda disse, em sua nota, que levará os pedidos a Temer para “discutir alternativas”. Mas a secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, declarou que o governo não vai abrir negociação com os Estados. Segundo ela, “a renegociação já foi feita”. E disse que, mesmo que os governos estaduais decretem calamidade, não ficariam desobrigados de pagar as dívidas – e que o governo federal não tem a obrigação de socorrê-los.

Participaram da reunião com Meirelles os governadores do Distrito Federal e dos estados da Bahia, Rio de Janeiro, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Ceará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Amazonas, Paraná, Acre, Amapá, Roraima e Tocantins. Dos estados que participaram, apenas Ceará e Maranhão disseram que não irão decretar calamidade pública.

 

DINHEIRO

 

Ao mesmo tempo que o governo afirma não ter como ajudar os Estados com R$ 7 bilhões, anunciou que vai gastar R$ 32 bilhões em seu programa de privatizações, para entregar aeroportos, rodovias, ferrovias, portos e projetos do setor elétrico (v. matéria na página 2). O FI-FGTS, fundo dos trabalhadores, será usado agora, segundo a MP 727 de Temer, para financiar a privatização de áreas estratégicas. No governo Dilma, ele foi usado para favorecer empresas investigadas pela Operação Lava Jato, em especial a Sete Brasil e as subsidiárias da Odebrecht.

Temer não fala em corte de juros – só em corte de verbas, investimentos e direitos trabalhistas. Sob a forma de juros, no ano passado, foram transferidos para bancos, fundos, e outros rentistas, R$ 502 bilhões. Este ano, de janeiro a julho, o setor público já repassou, a título de juros, aos bancos, fundos e outros parasitas, R$ 213 bilhões e 899 milhões.

Mas Temer não tem de onde tirar R$ 7 bilhões para pagar médicos, professores e policiais…

 

Fonte: Camila Severo da Hora do Povo

16-9-16 Petrobrás

Planalto retoma privatizações com segundo leilão no pré-sal

16-9-16 Petrobrás

 

A primeira rodada de licitação no pré-sal foi realizado pelo governo impichado, com a Shell e a Total empalmando 40% do campo de Libra

 

 O governo Temer anunciou na terça-feira (13) um pacote de privatizações, boa parte já prevista no Programa de Investimento em Logística (PIL) do governo da sra. Rousseff. Chamados de Crescer, os leilões estão previstos para serem realizados em 2017 e 2018, incluindo a 2ª rodada de licitação do pré-sal no segundo semestre do próximo ano.

Daí a pretensão do governo de votar na Câmara ainda este ano o projeto serrista (PL 131), aprovado no Senado com apoio de Dilma, que retira da Petrobrás a obrigação de ser operadora única e de ter uma participação mínima de pelo menos 30% em todos os consórcios no pré-sal.

É bom registrar que a 1ª rodada de licitação no pré-sal, o campo de Libra, foi realizado pelo governo impichado, com a Shell e a Total, do cartel internacional do petróleo, empalmando 40%. E que, recentemente, Pedro Parente vendeu o campo de Carcará, na calada da noite, para a norueguesa Statoil por preço 80% abaixo do valor. Recentemente o presidente executivo dessa empresa, Eldar Saetre, se reuniu com Temer e defendeu o PL 131.

Ainda no setor de óleo e gás, serão realizadas a 4ª rodada de licitação de campos marginais e a 14ª rodada de licitação de blocos de petróleo e gás sob o regime de concessão.

 

PORTOS E AEROPORTOS

 

O projeto de concessão de Temer inclui petróleo e gás, aeroportos, energia, rodovias, ferrovias, portos, mineração, loteria e saneamento, em um total de 34 projetos. Segundo o secretário-executivo do chamado Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Moreira Franco, o objetivo é arrecadar R$ 24 bilhões somente em 2017.

De acordo com o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Gilberto Occhi, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o fundo de investimentos do FGTS (FI-FGTS) aportarão R$ 30 bilhões para o financiamento do PPI – R$ 12 bilhões do FI-FGTS e R$ 18 bilhões a R$ 20 bilhões do BNDES. Ou seja, o Estado brasileiro financiará as privatizações, inclusive para estrangeiros. O desejo do governo é que os financiamentos sejam contratados no início das obras, afastando a necessidade de empréstimos intermediários, conhecidos como “empréstimos pontes”.

O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, disse que esses empréstimos geraram muitos problemas nas últimas obras de infraestrutura: “Temos um acúmulo de R$ 4 bilhões em operações de empréstimo-ponte que não se concluíram”.

O governo informou que apostará na emissão de debêntures como instrumento de captação de recursos, estimulando também o mercado secundário desses papéis. Isso já foi tentado no governo Dilma e deu com os burros n’água. O dinheiro que saiu foi mesmo dos cofres públicos.

A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, foi mais clara e informou que a instituição poderá subscrever até 50% das debêntures a serem emitidas, juntamente com o FI-FGTS e com a Caixa.

Além disso, o governo acrescentou que, na fase de obras, o risco de crédito será assumido pelos bancos, inclusive pelo BNDES, pela Caixa e pelo Banco do Brasil. As garantias serão compartilhadas entre os credores e os compradores de debêntures.

Constarão nos leilões de privatização os aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza, lembrando que os aeroportos de Cumbica, Viracopos, Galeão, Brasília e Confins fora leiloados por Dilma. Constam ainda as vendas de distribuidoras, pertencentes à Eletrobrás, em Roraima, Acre, Goiás, Amazonas, Rondônia, Piauí e Alagoas, evidenciando a continuidade do processo de desmonte da estatal.

Até estatais de água e esgoto pertencentes aos estados do Rio de Janeiro, Rondônia e Pará estão no bolo.

O ministro dos Transportes, Maurício Quintella, ressaltou que os leilões de aeroportos não terão mais a participação da Infraero, como ocorreu nos aeroportos privatizados pelo governo anterior.

Segundo o Ministério dos Transportes, o modelo dos leilões de ferrovias será igual ao governo Fernando Henrique.

Enfim, não à toa que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, tenha afirmado que, no Brasil, “o Estado é grande, existe um número razoável de estatais, muita coisa a ser privatizada”. É a velha e surrada política do “Estado mínimo”, para abrir caminho para os monopólios, sobretudo estrangeiros.

 

Fonte: Valdo Albuquerque da Hora do Povo

13939514 1102613916442715 290329433267288434 n

“Escutem a voz do povo”, diz manifesto por novas eleições

 

13939514 1102613916442715 290329433267288434 n

 

Avança rapidamente a campanha pela convocação de novas eleições no Brasil. O manifesto por novas eleições, divulgado na internet, já obteve 300 mil assinaturas de apoio em apenas uma semana. Pesquisas recentes apontam que mais de 90% da população não aprova a permanência de Michel Temer à frente do governo e quer antecipar as eleições presidenciais.

“Pedimos aos senhores que escutem a voz do povo e convoquem novas eleições para presidente este ano. Não nos sentimos representados por um presidente que é mencionado nas investigações da Lava Jato e que está inelegível pelos próximos oito anos. Queremos poder escolher quem deve liderar nosso país”, diz um trecho do manifesto.

A assinatura de apoio pode ser feita pelo site do Avaaz clicando nesse link Novas eleições Já!