9-9-16 Meirelles

Meirelles: podemos esperar a eleição para escalpelar o povo

 

 

Está recomendando um estelionato eleitoral: depois da eleição, a pilhagem nos bilhões da Previdência

9-9-16 Meirelles

1Depois que alguns cavalheiros do PSDB colocaram as mãos nas cadeiras para exigir de Temer que enviasse logo ao Congresso o projeto de estupro da Previdência, coisa em que o PMDB nem quer falar (muito menos ouvir) antes das eleições, os áulicos do Planalto se puseram em campo.

O Geddel, muito chegado ao batente, declarou que “simbolicamente, nós deveríamos mandar a reforma antes do processo eleitoral”.

Todo mundo sabe, inclusive o PSDB, que, no Congresso, até as eleições, ninguém vai se preocupar com esse projeto. Enviá-lo antes só tem a função de mostrar aos bancos, fundos e demais pistoleiros financeiros, que o governo é submisso a eles – e que pretende submeter o povo para que eles ganhem mais dinheiro às custas dos bilhões da Previdência. O “simbolicamente”, de Geddel, tem esse sentido: é a profissão de fé de um lacaio, prometendo aos amos que vai arrancar o couro dos escravos. É verdade que essa carreira de feitor pode acabar antes de começar. Mas a compulsão é mais forte que a prudência.

MEIRELLES

Mais cínico e mais íntimo das almas em leilão do “mercado”, diz o sr. Meirelles que essa pressa do Geddel é besteira: “A reforma da Previdência é uma coisa que terá efeito por décadas. Portanto, não é algo que um ou dois meses, uma semana, vai fazer grande diferença”.

Em suma, Meirelles está recomendando mais um estelionato eleitoral: primeiro a eleição, depois a traição. Para que roubar o povo antes da eleição – ou confirmar o que todos, no mínimo, desconfiam – se isso pode ser feito daqui a um mês?

Meirelles é dono de uma série de empresas-fantasmas no exterior, onde apenas circula dinheiro, sem nenhuma outra atividade. O esquema não foi investigado porque Lula o nomeou ministro, apesar de ocupar, na época, um cargo subordinado ao ministro da Fazenda – o de presidente do Banco Central.

Além disso, recebe a sua fenomenal aposentadoria do BankBoston, de US$ 750 mil anuais.

Sem contar os estipêndios de empresas das quais faz parte do conselho, etc., etc.

Deve ser por isso que ele acha que as aposentadorias no Brasil são muito altas – ou que a Previdência é insustentável, o que dá no mesmo.

Nenhum desses senhores está querendo atacar a Previdência porque ela é “insustentável” – ou seja, porque não tem dinheiro. Pelo contrário, eles querem saquear a Previdência porque lá existe dinheiro – dos trabalhadores, da população – para transferir aos rentistas, com a gorda comissão de costume.

Outro áulico, o sr. Padilha, é um historiador:

“O primeiro sistema previdenciário, de 1934, do governo do presidente Vargas, a idade mínima (de aposentadoria) era de 65 anos. Lá, a expectativa de vida era de 37 anos. Hoje, queremos idade mínima de 65 anos, com expectativa de vida de 78 anos”.

O primeiro sistema previdenciário brasileiro foi em 1923. Getúlio não estabeleceu idade mínima de 65 anos em1934, nem em ano algum. A expectativa de vida – a que interessa – não era 37 anos, nem a atual é 78 anos (esta é a expectativa de vida ao nascer em Santa Catarina, a maior do país). Se não fosse por esses detalhes, Padilha até que poderia ter algum futuro. Mas, vejamos:

1) A ideia de que Getúlio Vargas estabeleceu um mínimo de 65 anos para a aposentadoria, numa época em que se vivia apenas 37 anos – pois é isso o que o sr. Padilha quer passar – seria uma difamação, se não fosse ridícula e estúpida. Padilha está jogando com a expectativa de vida ao nascer – e não com a expectativa de vida de uma pessoa que começa a trabalhar.

Por exemplo, em 1940, a expectativa de vida ao nascer era – na média entre homens e mulheres – de 45,5 anos. Mas a expectativa de alguém que, aos 15 anos, entrava no mercado de trabalho, era de +43,8 anos, ou seja, 58,8 anos. A de quem tinha 20 anos era 59,6 anos. A dos que tinham 25 anos era 61 anos. Por que a expectativa de vida ao nascer era tão mais baixa?

Porque a mortalidade infantil em 1940 era 10 vezes maior que a de hoje (146,6/mil nascidos vivos contra 14,4/mil nascidos vivos em 2014; cf. “Tábua completa de mortalidade para o Brasil – Breve análise da evolução da mortalidade no Brasil”, IBGE, Rio, 2015).

Qualquer cidadão um pouco mais velho sabe que, naquela época, quem superava a barreira da infância (era uma barreira) vivia, em geral, bastante.

O sr. Padilha, portanto, falsificou a realidade da época de Getúlio – ou é muito ignorante no assunto, o que recomenda boca fechada e uma saída do governo.

2) Até 1933, vigorou no Brasil a Lei Elói Chaves, da República Velha (Decreto n° 4.682/1923), que estabelecia, em seu artigo 12, aposentadoria com proventos integrais para “o empregado ou operário que tenha prestado, pelo menos, 30 anos de serviço e tenha 50 anos de idade”.

É óbvio que Getúlio Vargas, que não era imbecil, não ia propor, em 1934, depois de uma Revolução cujo primeiro ato foi a fundação do Ministério do Trabalho, que a idade mínima para a aposentadoria aumentasse em 15 anos (!!!) em relação à lei da República Velha, de 11 anos antes. Tanto isso é verdade, que ele não propôs isso. A Constituição de 1934 não estabelece qualquer idade mínima para a aposentadoria, embora garanta o direito à aposentadoria.

3) De onde, então, Padilha tirou os “65 anos de idade” que Getúlio teria determinado em 1934? Ora, do Decreto nº 24.273/1934, que criou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Comerciários.

Só que Getúlio determinou 65 anos COMO IDADE MÁXIMA e não como idade mínima, para os comerciários. Literalmente, no artigo 10º § 3º do decreto de 1934: Terá direito à aposentadoria por velhice o associado que, contando 65 ou mais anos de idade, houver paga no mínimo, 60 contribuições mensais ao Instituto”.

PROTEÇÃO

Trata-se de aposentadoria por velhice – o correspondente, no setor privado, à aposentadoria compulsória por idade, do serviço público.

Padilha, portanto, falsificou o decreto de Getúlio – ou é um ignorante no assunto, mas, nesse caso, deveria ficar de boca fechada e ir estudar (que esperança!).

Um mês e meio depois, quando Getúlio assinou o decreto que fundou o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários (Decreto nº 24.615/1934), foi estabelecido: “Art. 9º Terá direito à aposentadoria ordinária o associado, de cinquenta ou mais anos de idade, que houver pago sessenta, ou mais contribuições mensais ao Instituto e contar trinta anos, ou mais, de serviço.”

Aqui, a idade é mínima, mas é 50 anos – e bastam sessenta meses de contribuição. O governo Getúlio ainda não chegara a um projeto acabado de Previdência. A CLT, que é de 1943, trabalha sempre com a aposentadoria por 30 anos de trabalho para as mulheres e 35 anos para os homens – sem referência à idade (v., p. ex., CLT, artigo nº 453, § 2º).

Mas todos os decretos de Getúlio são para proteger e beneficiar o trabalhador, não para escalpelá-lo, como é o caso do srs. Meirelles, Temer, Padilha & Geddel.

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

5-9-16 Solano Trindade

UMES homenageia poeta Solano Trindade com poemas, música, exposição e capoeira. Participe!

5-9-16 Solano Trindade

 

A UMES , junto ao “Ô DE CASA” e CasIlêOca, convida todos os estudantes a participarem da homenagem ao poeta Solano Trindade, neste sábado (10), a partir das 19 horas, com muita música, poemas, exposição e capoeira.

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

 

A programação terá início com a exposição do pintor, ilustrador e desenhista Carybé (Hector Julio Páride Bernabó). Pouco depois, às 20 horas, será apresentado o espetáculo “Se tem gente com fome, DAÍ DE COMER”. Após a apresentação, o encerramento da homenagem será conduzido pelo professor da Capoeira na UMES, Fabiano Pavio, que organizará uma roda com seus alunos, aberta a todo público.

 

Confirme sua presença no Facebook

 

“A homenagem a Solano Trindade é muito importante e realiza-la na sede da UMES é simbólico porque o bairro do Bixiga é um grande reduto de capoeiristas e de bambas, o próprio Solano Trindade teve grande influência da cultura popular aqui no bairro, assim como Geraldo Filme e Mestre Ananias. São grandes representações que ajudam ainda mais a popularizar a capoeira e a nossa cultura na cidade”, afirmou Fabiano Pavio.

 

7-9-16 Solano

 

Solano Trindade (1908/1974) foi um poeta conhecido por usar a arte e sua poesia para denunciar a pobreza e exaltar a negritute, discutindo os problemas sociais da exclusão e segregação tanto cultural quanto política. Foi fundador do Teatro Experimental do Negro, e precursor do I e II Congresso Afro-Brasileiro, realizados nos anos de 1936 e 1934, respectivamente. Para Nei Lopes a importância de Solano Trindade, enquanto negro, se dá por sua poesia e estimulo as lutas sociais contra as injustiças, sobretudo contra os negros.

 

Carybé, foi artista plástico (pintor, gravador, escultor, ceramista, ilustrador e desenhista), nascido na Argentina e naturalizado brasileiro. É conhecido por suas obras que retratam a cultura baiana, os rituais afro-brasileiros, a capoeira, e as belezas naturais e arquitetônicas da Bahia. Fez ilustrações para escritores famosos como Jorge Amado, Mario de Andrade e Gabriel Garcia Márquez. Entre suas obras mais famosas estão os painéis “Os Povos Africanos’, “Os Ibéricos” e “Os Libertadores”, expostos no Memorial da America Latina.

 

2-9-16 CPI da Merenda

Máfia da Merenda: Assessor de Fernando Capez (PSDB) pressionava diretores da Coaf por pagamento de propina

2-9-16 CPI da Merenda

 

Mensagens de celular encontradas pela polícia indicam que o assessor de Fernando Capez (PSDB) na presidência da Assembléia, Luiz Carlos Gutierrez, conhecido como Licá, ameaçava cancelar contratos com o Estado por causa do atraso no pagamento das propinas relacionadas à fraude da merenda em São Paulo.

As mensagens foram enviadas do celular do ex-vendedor da Coaf, César Bertholino, a Cássio Chebabi, então presidente da Coaf, no dia 6 de maio de 2015.

“Cássio/ o pessoal de sp me ligou hj/ Perguntando da comissão (propina)”, escreve Bertholino entre as 20h11 e as 20h23. “Disseram q se não pagarmos essa vão suspender os pedidos (de suco de laranja) até pagarmos.”

“Os caras tão bravos. Falaram até em cancelar o contrato. Eu pedi pelo amo de Deus para não fazerem isso […] Fica de olho nisso pq pelo tom de voz do Licá eles não tão brincando não/ Ficou 35 minutos comigo no telefone”, afirma Bertholino nas mensagens.

Licá atuou na campanha de Fernando Capez em 2014, quando foi eleito, e está comissionado no gabinete da presidência da Assembléia desde maio do ano passado.

De acordo com a constatação da polícia, as mensagens referem-se a dois contratos que a Coaf firmou com a Secretaria da Educação do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para fornecer R$ 11,4 milhões em suco de laranja.

“O cancelamento não seria pela falta de entrega do produto e sim em razão do alegado atraso na ‘comissão’, o que demonstra claramente que o dinheiro era enviado para pessoas que tinham poder de mando referente ao negócio estipulado entre Coaf e Secretaria da Educação”, afirma o relatório da Polícia Civil.

Outras trocas de mensagens sobre suposto atraso no pagamento das propinas datadas de 3 e 18 de junho de 2015. Nas mensagens do dia 18, Chebabi diz que aqueles que cobram rapidez no pagamento de propina “querem milagre/Não estão satisfeitos/ São loucos”. E orienta Bertholino: “Fala que milagre agente não faz”.

Segundo levantamento de sistema interno, as datas em que ocorreram pagamentos da Secretaria da Educação à Coaf são próximas das datas das mensagens apreendidas.

Segundo o advogado de Bertholino, seu cliente mentiu na mensagem que enviou, e que nunca conversou com Licá.

A assessoria do deputado Fernando Capez não quis comentar o ocorrido e continuou negando irregularidades.

Fonte: Hora do Povo

2-9-16 Acordo Dilma-Cunha

Acordão foi selado em jantar de Renan, Lindbergh e Viana

2-9-16 Acordo Dilma-Cunha

 

Na sexta-feira, 26, foi fechada a articulação para manter direitos políticos de Dilma e salvar Cunha

 

O desgaste e desmoralização do PT, ao final do processo de impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, é o maior de um partido na história republicana do país.

O estelionato eleitoral, a completa adesão do governo Dilma ao neoliberalismo mais brutal, a tromba de desemprego, falências, miséria, corte de direitos, entreguismo, ladroagem e privatização, levaram Dilma ao olho da rua e o PT, que a apoiou em todos os momentos, à bancarrota política.

Assim, depois de quatro meses enchendo as medidas da população, tentando forjar uma versão dessa derrocada para o marketing, o PT e sua presidenta conseguiram aumentar o placar a favor do impeachment – no Senado e fora dele.

 

VOTAÇÃO

 

Foram, em maio, 55 os senadores favoráveis à abertura de processo contra Dilma e 22 os que votaram contra. Na quarta-feira, foram 61 os senadores que a condenaram e apenas 20 os que votaram contra o impeachment.

O desastre aumentou a sua fundura na segunda votação – sobre a inabilitação de Dilma para cargos públicos, determinada pela Constituição – onde ficou evidente o acerto do PT com Renan, Cunha e outros réus da Lava Jato. O medo da cadeia – e o consequente desespero por acabar com a Operação Lava Jato – é o ponto de coesão dessa aliança de delinquentes.

Somente para resumir a questão:

O artigo 52 da Constituição Federal estabelece que a pena para crime de responsabilidade do presidente da República é a “perda do cargo, com inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis” (CF, artigo 52, parágrafo único).

O texto é claro: a pena é “a perda do cargo com inabilitação por oito anos para o exercício de função pública”. Como disseram vários juristas após a votação do impeachment, não existe, diante da Constituição, como separar a perda do cargo e a inabilitação por oito anos. Por exemplo, lembra o ministro aposentado Carlos Velloso, do STF, ao comentar esse trecho (“condenação à perda do cargo, com inabilitação, por oito anos”):

“A preposição ‘com’, utilizada na Constituição de 1988 (…) não autoriza a interpretação no sentido de que se tem, apenas, enumeração das penas que poderiam ser aplicadas. Implica, sim, interpretação no sentido de que ambas as penas deverão ser aplicadas.” (grifos nossos)

É não apenas lógico, como, até, não demanda interpretação alguma: é exatamente isso o que está na Constituição. Não só é o “espírito” da lei. Também é a letra da lei.

Houve quem levantasse o caso de Collor como precedente para fatiar a pena e a votação – mas isso não procede, pois, em 1992, a primeira pena (“perda do cargo”) não podia ser aplicada, pois houve a renúncia do réu após o início do julgamento. Logo, somente pôde ser aplicada a segunda pena (“inabilitação por oito anos”). Na verdade, o caso Collor é uma demonstração de que as duas penas têm que ser igualmente aplicadas.

Na quarta-feira, o ministro Lewandowski, que presidia o julgamento, em nossa opinião, equivocou-se ao permitir que houvesse duas votações, quando a Constituição estabelece duas penas obrigatórias para o crime de responsabilidade. Mais ainda porque, nos permita o ministro, não se pode argumentar com a Lei nº 1.079/1950 – a lei especial do impeachment – naquilo em que ela colide com a Constituição de 1988, elaborada 38 anos depois.

Muito menos pode-se tratar, com base nos regimentos do Senado ou da Câmara, um julgamento por crime de responsabilidade como se fosse um projeto de lei, que admite destaques e emendas, pois não é possível modificar o texto da Constituição, exceto por aprovação de emenda constitucional.

Mas foi isso o que, por proposta do PT, e com a interferência de Renan Calheiros – que usou, em momento incabível, sua prerrogativa de presidente do Senado para um discurso em defesa da proposta do PT – aconteceu no Senado, afastando Rousseff, mas não aplicando o que manda a Constituição.

Renan cometeu, para passar esse estrupício, uma frase típica de vigarista: “não podemos ser desumanos” – realmente, para certo tipo de elemento, cumprir a lei é uma terrível desumanidade…

Evidentemente, a questão não é a candidatura de Dilma a tal ou qual cargo, pois é pouco provável que ela se eleja para algum conselho municipal. A questão é: por que esse atropelo à Constituição?

Depois de aprovado o impeachment, soube-se que o PT e Renan vinham há duas semanas tramando esse golpe (isso, sim, é golpe). Na sexta-feira (dia 26), Renan ofereceu um jantar aos senadores petistas Lindbergh Farias e Jorge Viana para fechar o acordo. Disse um senador petista ao jornalista Gerson Camarotti que a ideia (?) foi de Dilma: “Não foi uma boa solução, pois tira parte do nosso argumento de que houve um golpe. Isso legitima o processo. Mas se a Dilma pediu, não tinha como a bancada ficar contra”.

O conformismo é uma desgraça. Mas, em suma, os arroubos de Dilma sobre o “golpe”, etc., eram (e são) palhaçada – como, aliás, nós apontamos. Fora do plenário, o PT armava um acerto com Renan.

Há muito Renan procura consumar um acerto geral dos investigados pela Lava Jato para acabar com a Operação. Esse foi o tema exclusivo de suas conversas com Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, que divulgou as gravações. Por exemplo:

MACHADO: O Cunha, o Cunha. O Supremo. Fazer um pacto, vamos passar uma borracha no Brasil e vamos daqui para a frente.

RENAN: … precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo [inaudível] fazer. Primeiro, não pode fazer delação premiada preso. Porque aí você regulamenta a delação e estabelece isso. (…) E, em segundo lugar, negociar a transição com eles [ministros do STF]. (…) E da leniência, detalhar mais. A leniência não está clara ainda, é uma das coisas que tem que entrar na…

MACHADO: … no pacote.

RENAN: No pacote.

Na mesma conversa, Renan menciona Lula e Dilma como interessados nesse “pacto”.

 

NEGÓCIO

 

Renan quis fazer esse acerto em cima de um projeto sobre “abuso de autoridade”, dirigido para coibir a PF, os procuradores e o juiz Moro, que estão investigando e julgando os ladrões que assaltaram a Petrobrás. Tentou aprovar esse projeto a toque de caixa, mas não conseguiu a colaboração de Jucá – ou seja, de Temer, que tem melhor noção do perigo.

Aliás, uma das razões que temos para acreditar que Temer não estava no acerto, é que Jucá, sucessor de Temer no PMDB, votou contra a proposta de Renan e do PT.

É um segredo de Polichinelo que Cunha, Lula, Dilma – e, evidentemente, Renan, além de peixes menores – seriam os beneficiados pelo acerto.

Em suma, também é palhaçada aquelas afirmações de Dilma, e do PT, que Cunha estaria por trás do pedido de impeachment de Dilma. Na verdade, Cunha protegeu o PT: cortou do pedido de impeachment o assalto à Petrobrás, que era, exatamente, seu negócio com o PT.

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

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Mostra de Cinema Soviético do CPC-UMES é exibida em Curitiba.

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A Cinemateca de Curitiba apresenta de quinta-feira a domingo ( 1º a 4 de setembro), na sessão das 19h, a Mostra de Cinema Soviético, com uma série de quatro filmes. Em São Paulo, a Mostra de Cinema foi realizada pelo Centro Popular de Cultura da UMES (CPC-UMES) em duas edições, obtendo sucesso do público. Nesse ano, acontecerá a 3ª Mostra de Cinema Soviético, entre os dias 22 e 27 de Novembro, na cinemateca brasileira. A mostra proporciona uma rara oportunidade de conhecer a rica cinematografia soviética e pós soviética.

 

Os filmes são remasterizados pelo CPC-UMES, que detém o licenciamento de filmes do maior e mais antigo estúdio de cinema da Rússia, o Mosfilm. Você pode adquiri-los clicando nesse link aqui: CPC-UMES FILMES

 

 

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Programação

 

01/09 
Lenin em Outubro, de Dmitri Vasilyev, Mikhail Romm (Rússia, 1937,108’)
Rússia, 1917. O filme apresenta a série de acontecimentos que culminou na saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. A Frota do Báltico e unidades do Exército estão contra o governo Kerenski, unindo as vozes às dos operários e camponeses que exigem paz e a saída da Rússia da guerra. Lenin, ao chegar a Petrogrado num trem vindo da Finlândia, derrota as resistências de Zinoviev, Kamenev e Trotsky para deflagrar a insurreição. Enquanto isso, as forças contra revolucionárias organizam uma caçada para matar o líder dos bolcheviques, mas nada impede que a Revolução de Outubro triunfe.
Elenco: Nikolai Okhlopkov, Vasili Vanin, Nikolai Arsky
Classificação: 14 anos

 

02/09 
O Quadragésimo Primeiro, de Grigori Chukhrai (União Soviética, 1956, 88’)
Ambientado na época da guerra, “O quadragésimo primeiro ” é um filme que mostra um inesperado romance que acontece entre uma atiradora do Exército Vermelho e um oficial do Exército Branco. Grande trabalho do diretor russo Grigori Chukhrai.
Elenco: Izolda Izvitskaya, Nikolai Kryuchkov, Oleg Strizhenov
Classificação: Livre

 

03/09 
Primavera, de Grigori Aleksandrov (União Soviética, 1947, 104’)
Quinta comédia musical com direção de Grigori Aleksandrov e trilha composta por Isaak Dunaievsky, na qual Liubov Orlova contracena com Nikolai Cherkasov – o astro de Eisenstein em “Alexandre Nevsky” e “Ivan, o Terrível”. A seqüência de abertura marca o ritmo febril da reconstrução do país no início do pós-guerra, período em que se situa o enredo do filme: uma sucessão de quiprocós que leva artistas e cientistas a superar preconceitos mútuos, aprendendo a conhecer melhor o papel de cada um na sociedade.
Elenco: Liubov Orlova, Nikolai Cherkasov, Faina Ranevskaia.
Classificação: Livre

 

04/09 
O Retorno de Vassily Bortnikov, de Vsevolod Pudovkin (União Soviética, 1953, 102’)
Dado como desaparecido na guerra, Vassily Bortnikov regressa ao lar e encontra a mulher casada com outro. Comunista abnegado e voluntarioso, ele enfrenta a situação, em seguida assume a liderança da reconstrução do kholkóz, mergulha de cabeça na batalha pelo aumento da produção, mas com o passar do tempo vai se dando conta de que suas soluções para os problemas não estão funcionando bem. Os novos tempos exigem dele algo mais.
Elenco: Sergei Lukyanov, Natalya Medvedeva, Nikolai Timofeyev
Classificação: Livre

 

Fonte: Fundação Cultural de Curitiba

31-8-16 Os Eternos Desconhecidos

Assista o filme “Os Eternos Desconhecidos”, de Mario Monicelli, na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

31-8-16 Os Eternos Desconhecidos

 

Na próxima segunda (5), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresentará o filme “Os Eternos Desconhecidos”, de Mario Monicelli (1958). Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema italiano com entrada franca!

 

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

 

Confirme sua presença!

 

OS ETERNOS DESCONHECIDOS, de Mario Monicelli (1958), ITÁLIA, 106 min.

 

 

SINOPSE
Peppe, um ex-lutador de boxe, decide fazer um grande assalto para melhorar sua vida. Na quadrilha, há um fotógrafo que não tem câmera, um ex-ladrão, um ex-jóquei e um siciliano. Eles acham que têm o plano perfeito, mas provavelmente nada dará certo.

 

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

 

 

O DIRETOR
Crítico cinematográfico desde 1932, de 1939 a 1949 colaborou em cerca de 40 filmes, como argumentista, roteirista e assistente de direção. O começo de seu trabalho como diretor ocorre em 1949, em parceria com Stefano Vanzina, em “Totò Cerca Casa”. A colaboração dos dois diretores deu origem a oito filmes, dentre os quais os célebres “Guardie e Ladri” (1951) e “Totò a Colori” (1952). Em 1953 inicia o trabalho solo. “Os Eternos Desconhecidos” (1958), com elenco composto por Vittorio Gassman, Marcello Mastroianni, Totò e Claudia Cardinale, é considerado o primeiro do filão da commedia all`italiana. Em 1959, “A Grande Guerra” ganhou o Leão de Ouro do Festival de Veneza e rendeu sua primeira indicação ao Oscar. A segunda viria em 1963, com “Os Companheiros”. Diversas outras películas merecem destaque, em sua carreira de mais de 60 filmes: “O Incrível Exército de Brancaleone” (1966), “Meus Caros Amigos” (1975), “Um Burguês Muito Pequeno” (1977), “Quinteto Irreverente” (1982).

 

Confira nossa programação!

 

1-9-16 Solano3

UMES-SP, “Ô DE CASA” e CasIlêOca apresentam o espetáculo: “Se tem gente com fome, DAI DE COMER!”

1-9-16 Solano3

 

Este espetáculo homenageia Solano Trindade (1908/1974), apresentando seus poemas, trecho de prosa, canção baseada num desses poemas, canções de outros artistas que ele admirava, uma canção que dialoga indiretamente com sua trajetória.

 

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Negro, pobre, comunista, poeta: Solano Trindade ousou transformar signos de exclusão e emudecimento em bandeiras de afirmação cultural e política. Numa atitude de desafio e potente capacidade, leu, escreveu, foi ator e artista plástico, animador cultural e militante partidário. Enfrentando todas as limitações de que seu meio social era e é vítima, superou-as para ir além dos limites de cada identidade e tornar coletiva essa possibilidade. Além de falar sobre pobres, negros, comunistas e poetas como outros que defendia, ele falava também de si (pobre, negro, comunista e poeta) em comunhão com homens e mulheres, iguais e diferentes, que foram seus contemporâneos, sem esquecer de antecessores e sucessores. Criando e divulgando beleza para todos, praticou a democracia de saberes, convidando-nos a dela compartilharmos, a construirmos seus alicerces e jardins.

 

31-9-16 Solano2

 

Quem fez tudo isso continua a fazer muito mais através de nós e de nossos seguidores.

 

A ousadia é a eternidade materialmente garantida para homens e mulheres como Solano Trindade.

 

Texto de Marcos Silva

31-8-16 Evasão

Crise amplia evasão e desemprego na juventude

31-8-16 Evasão

A deterioração no mercado de trabalho levou a um aumento na busca de adolescentes por emprego, o que está ajudando a piorar a evasão escolar no País.

A taxa de desemprego na faixa etária entre 14 e 17 anos foi a que registrou maior aumento no segundo trimestre de 2016 ante o mesmo período do ano anterior: passou de 24,4% para 38,7%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No entanto, a deterioração na taxa de desemprego entre adolescentes – e na média do mercado de trabalho como um todo – começou um ano antes, em 2015.

O resultado coincide com uma queda mais acentuada nas matrículas do ensino médio, apontada pelo último censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

No ano passado, o número de jovens matriculados no Ensino Médio teve uma queda de 2,7% em relação a 2014, quase três vezes mais do que a taxa registrada em anos anteriores. Desde 2007 essa variação não chegava a 1%. O resultado da evasão registrada na passagem de 2014 para 2015 equivale a 224 mil adolescentes a menos na escola.

“À medida que as pessoas de mais importância no domicílio perdem o emprego, a tendência é que os outros moradores busquem um trabalho ou ajudem um parente em alguma atividade para complementar a renda da família. Durante a crise, a perda do emprego tem esse efeito de abandono escolar, de queda nas matrículas”, explicou Sandro Sacchet, pesquisador da Diretoria de Estudos Macroeconômicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O aumento na taxa de desemprego entre os adolescentes acompanha a deterioração no mercado de trabalho como um todo. No segundo trimestre de 2014, a taxa de desocupação entre os adolescentes estava em 20,9%, enquanto a taxa de desemprego na economia como um todo era de apenas 6,8%.

A exemplo do que ocorreu entre os adolescentes, um ano depois, a taxa de desocupação no País tinha saltado para 8,3%. Em 2016, alcançou 11,3%.

O aumento no número de jovens em busca de uma vaga acompanha, sobretudo, a perda do emprego pelos chefes de família, grupo majoritariamente formado por pessoas entre 40 a 59 anos.

Segundo avaliação do coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, a redução no número de postos com carteira assinada e a queda na renda do trabalhador são os fatores que levam a maior busca por uma vaga.

Os demais integrantes da família, que não trabalhavam, passam a procurar um emprego para ajudar a compor a renda e estabilidade perdidas.

“A recessão, que reduziu a renda familiar, obriga pessoas a voltarem o foco para o mercado de trabalho. Às vezes, as pessoas não conseguem estudar e trabalhar ao mesmo tempo e vão só procurar emprego. Agora é um momento em que falta dinheiro em casa, então o filho também vai buscar trabalho”, explicou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador de Economia Aplicada do IBRE/FGV.

As duas principais razões para a evasão escolar são o mau rendimento e o trabalho infantil, de acordo com um relatório do Unicef, citado pela secretária Executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa de Oliveira.

“A Pnad não mede a qualidade do trabalho que está sendo procurado. O único trabalho permitido legalmente para adolescentes de 14 a 17 anos é o de aprendiz. Em geral, as outras formas de ocupação de adolescentes são degradantes, penosas e perigosas”, alertou Isa.

Fonte: Daniela Amorim e Nathália Larghi do Estadão Conteúdo

31-8-16 Dilma

Discurso da Sra. Rousseff foi eficiente contra ela

31-8-16 Dilma

 

Após o pronunciamento, não houve senador que declarasse mudar o voto em favor dela

 

O incensamento de alguns petistas ao discurso e atuação de Dilma no Senado, na segunda-feira, é a medida exata de sua mediocridade e de seu compromisso com o país – que é, hoje, nenhum.

Houve alguns que acharam esse discurso cretino e mentiroso, pronunciado por uma jararaca vocacional, mais “histórico” do que a Oração aos Moços, de Rui – ou a Carta-Testamento, de Getúlio.

Cada um pertence à história que tem o tamanho da sua estatura – e escolhe sua musa de acordo com sua envergadura.

Que a senhora Rousseff, na segunda-feira, tenha selado seu destino em direção ao limbo da insignificância, aumentando o número de senadores que votarão contra ela, é de somenos para essa patota, cuja preocupação restringe-se a alguns interesses mesquinhos, em franca colisão com os interesses nacionais – os interesses do povo brasileiro.

Diga-se de passagem, a antipatia de Dilma não é um traço idiossincrásico – ou seja, meramente pessoal e acidental. Ela expressa, antes de tudo, sua incapacidade de identificar-se com os seres humanos em geral, de colocar-se no lugar deles, daí a gana de submeter histericamente a todos – como se a sua própria submissão aos inimigos do país, aos monopólios financeiros externos (e até a alguns potentados locais), fosse o único caminho possível para o povo brasileiro. Se ela não submeter todos à sua submissão, o que restará dela diante do espelho? É isso o que ela não quer ver: a pessoa minúscula e deprimente em que se tornou.

 

MARKETEIRO

 

Dilma e os seus lastimáveis tietes não foram ao Senado para defender mandato algum ou defender-se de acusação alguma – ou defender seja lá qual regime (a democracia, certamente não).

Não defenderam coisa alguma – nem fizeram esforço para tal. Apenas disseram que os senadores eram obrigados a votar contra o afastamento de Dilma ou seriam “golpistas”. Se votassem a favor de Dilma, seriam democratas; se votassem contra, seriam “golpistas”.

Donde se conclui, como disse alguém, que “golpe”, para Dilma e caterva, é votar naquilo que eles não concordam. “Golpista” é quem não se submete. Só é “democrata” quem se submete à ditadura da mediocridade e da ladroagem.

É mais uma aventura marketeira, canalhice ideológica que rescende a nazismo, para a qual a verdade não tem importância. O que importa é a versão – isto é, a mentira, pois a verdade não é uma versão. Daí o odioso dito do marketeiro de Hitler: “uma mentira muito repetida acaba virando verdade”.

Essa é a origem de tanta repetição da mesma porcaria, sem tentativa de provar coisa alguma.

Mas, para que esse jorro vomitivo de mentiras? Disse Dilma, a crise em que afundou o país não é sua responsabilidade, porque “ninguém controla a política do Banco Central americano” – o que encerra duas outras mentiras e expõe a sua covardia.

Primeiro, somente lacaios – entranhados, repugnantes e castrados – acham que o Brasil é obrigado a ficar à mercê do banco central americano.

Segundo, o Banco Central americano não mudou sua política; de 2006 a 2016 houve, até agora, uma única elevação de juros básicos pelo banco central dos EUA: em dezembro de 2015, quando o segundo mandato de Dilma já tinha um ano e ela já quase destruíra o país com seu estelionato eleitoral – isto é, seu “ajuste” neoliberal. Resta dizer que essa elevação de juros nos EUA não afetou em nada o Brasil, até porque o juro real básico, nos EUA, continuou negativo, como está até hoje (-1,99%).

Por que a reiteração de tanta mentira?

Dilma e sequazes deram início à última fase de sua obra: tentar instalar Temer definitivamente na Presidência, para depois, em 2018, se eximirem – mais uma vez a covardia – da destruição do país.

Mas Temer só é presidente porque Dilma o escolheu – segundo disse ela, porque acreditava que “Temer era o melhor do PMDB”, o que só pode provocar, na melhor das possibilidades, a hilaridade geral. Agora, querem entronizá-lo (!?) de vez para, nas eleições de 2018, aparecerem como boas senhoritas e bons rapazes que nada fizeram, exceto se preocupar demais com os pobres…

Portanto, o estelionato – eleitoral, político e moral – não é um acidente: é o modo de viver (ou subviver) dessa gente, mísera súcia que está se lixando para as famílias que colocaram sob o tacão do desemprego e do arrocho salarial – sob a fome, a miséria, os despejos, a exposição de crianças e jovens ao crack, a falta de escolas em todos os níveis, o sucateamento monstruoso do sistema público de saúde.

Que preocupação têm eles com o povo desamparado ou com as empresas nacionais, em franco processo de quebradeira; ou com o massacre das multinacionais, bancos e fundos estrangeiros sobre as indústrias nacionais; ou com a pilhagem do dinheiro e do patrimônio públicos por alguns aventureiros, internos e estrangeiros; ou com a destruição da cultura nacional por lixo importado dos EUA?

Nenhuma. Foram eles que fizeram isso. Temer é um continuador desses crimes hediondos em série – e não foi para outra coisa que foi instalado na vice-presidência, com sua notória carreira anterior.

 

NOEL

 

É realmente lamentável que nenhum senador, diante da interminável repetição de “não houve crime de responsabilidade” ou de protestos de honestidade da mulher honesta ou de uso indevido da memória dos heróis que – com o custo ou risco da vida – lutaram contra a ditadura, haja perguntado:

“O seu partido tem dois tesoureiros presos por roubar dinheiro público – um deles, João Vaccari, já condenado, no primeiro processo, a 15 anos e quatro meses de cadeia por roubar a Petrobrás. O que a senhora acha disso? Por que nunca se manifestou sobre o assunto? Que pessoa honesta é essa que, tendo a campanha financiada pelas propinas do roubo à Petrobrás – e exercendo a Presidência da República, isto é, a primeira magistratura do país – calou-se completamente diante da prisão e condenação de ladrões do seu partido, no maior atentado já perpetrado contra a maior empresa brasileira, de propriedade do povo brasileiro, ou seja, sob sua direta responsabilidade?”

Ou, então:

“A senhora conspirou para soltar o presidiário Marcelo Odebrecht, inclusive nomeando um ministro para o STJ em troca de liberar esse condenado – o que só não aconteceu porque a maioria do STJ recusou-se a seguir ao nomeado pela senhora. Isso é crime de responsabilidade pelo artigo 85 da Constituição (incisos 2 e 5), pelo artigo 6º da lei nº 1.079/1950, e crime comum pelo artigo 2º, 1º parágrafo da Lei nº 12.850/2013 – aliás, assinada pela senhora – que estabelece três a oito anos de cadeia para ‘quem impede ou, de qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa’. Por acaso a senhora se julga acima da Lei? Onde está a honestidade?”

Talvez seja um caso como no samba do grande Noel:

“Você tem palacete reluzente/ Tem joias e criados à vontade/ Sem ter nenhuma herança nem parente/ Só anda de automóvel na cidade// E o povo já pergunta com maldade:/ Onde está a honestidade?/ Onde está a honestidade?”

 

Fonte: Carlos Lopes da Hora do Povo

 

26-8-16 hp

Juízes e MP repelem ataques de Gilmar contra a Lava Jato

26-8-16 hp

“É lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no País, milite contra as investigações da Operação Lava Jato”, diz a Associação dos Magistrados Brasileiros

O presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), João Ricardo Costa, resumiu bem, em nota divulgada na quarta-feira (24), o significado do charivari do ministro do STF, Gilmar Mendes, contra os procuradores e contra a Operação Lava Jato. Diz ele: “é lamentável que um ministro do STF, em período de grave crise no país, milite contra as investigações da Operação Lava Jato, com a intenção de decretar o seu fim”. Na terça-feira, antes de uma sessão de julgamento da 2ª turma do STF, Mendes disse que “é preciso colocar freios” na atuação dos procuradores da República. A grita pró-abafa de Mendes veio se somar à histérica campanha que os petistas vêm fazendo contra Sérgio Moro e a Lava Jato. O PT chegou ao ridículo de tentar culpar a Lava Jato pelo desemprego de 1,5 milhão de trabalhadores.

FARSA

A fala do juiz “militante” (Gilmar) baseava-se num estranho vazamento que supostamente teria ocorrido nos depoimentos do acordo de colaboração premiada do empreiteiro Leo Pinheiro, da OAS, publicados pela revista “Veja”, no último fim de semana, e que conteriam acusações vazadas contra o ministro José Antonio Dias Toffoli, do STF. A reportagem da revista, que serviu de senha para Gilmar, acabou desmoralizada. Não houve vazamento nenhum. O procurador Rodrigo Janot desmontou a farsa. A “acusação” de que Toffoli teria se beneficiado de benfeitorias em sua casa por parte da OAS “nunca existiu”, esclareceu Janot.

O “plano” para deter a Lava Jato já vinha sendo arquitetado pelo menos desde que Romero Jucá (PMDB) foi flagrado, em maio deste ano, conversando ao telefone com Sérgio Machado. A conversa foi toda gravada. “Temos que armar uma ação política para estancar essa sangria”, disse Jucá à época, referindo-se à Lava Jato. Nem bem esfriou o cadáver político de Dilma Rousseff e os interessados em abafar a Lava Jato já botaram as suas manguinhas de fora. Primeiro tinha sido o senador Renan Calheiros (PMDB) que, acumpliciado com Gilmar Mendes, ressuscitou um projeto da Câmara dos Deputados para, supostamente, deter os “abusos de autoridades” dos procuradores e da Polícia Federal. Renan recolheu o projeto da Câmara e o adaptou, criando o projeto de lei do Senado nº 280, de 2016.

O relator do projeto, que Renan queria que fosse votado em caráter de urgência e de forma terminativa (isto é, sem passar pelo plenário), era nada menos do que Romero Jucá (PMDB). O objetivo de Renan com o projeto é constranger procuradores e a polícia para manter a sua impunidade e a impunidade de seus sócios. A o pretexto de limitar supostos “abusos”, o projeto surgiu, segundo o próprio Renan, da cabeça de Gilmar Mendes.

Com o foco se deslocando das estripulias e pixulecos do PT para as armações criminosas da dupla PMDB/PSDB (agora juntos no Planalto), era necessário “tomar providências” contra os “abusos” do Ministério Público e da Polícia Federal. Começaram os ataques às propostas dos procuradores de combate à corrupção. Não importava que os “dez pontos” contra a corrupção, elaborados pelos Ministérios Públicos, tivessem recebido o apoio de milhões de brasileiros. Tinha que desmoralizar as propostas. A comissão encarregada de discutir o projeto de iniciativa popular, transformado em projeto de lei contra a corrupção, passou a ser retardado, combatido e modificado na comissão, por orientação do Planalto, dos tucanos e de Renan.

Bastou sair a denúncia, feita em agosto, por executivos da Odebrecht, de que José Serra (PSDB) recebeu R$ 34,5 milhões (valores corrigidos) em propinas da empreiteira para sua eleição em 2010, para Gilmar Mendes começar a agir. O ministro, que soltou duas vezes, em menos de 24 horas, Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity e beneficiário das privatizações tucanas, preso na Operação Satiagraha, iniciou sua verborragia contra os procuradores. A Veja (sempre a Veja) se prontificou a fazer a “denúncia” – que teria sido vazada pelos procuradores – atingindo um membro do STF. Gilmar, na mesma hora disse que era uma retaliação dos procuradores porque Toffoli teria impedido a prisão de Paulo Bernardo, ex-ministro de Dilma e Lula.

Gilmar disparou sua metralhadora tucana. Chamou de cretino e de delírio o projeto dos promotores de combate à corrupção. Passou a atacar os procuradores por supostamente terem “privilégios salariais”.

A AMB classificou de “partidários” os ataques de Mendes contra os procuradores e lembrou que o ministro, além de tudo, ainda se beneficia e apoia financiamentos e remunerações empresariais. “Sustentamos outro conceito de magistratura, que não antecipa julgamento de processo, que não adota orientação partidária, que não exerce atividades empresariais, que respeita as instituições e, principalmente, que recebe somente remuneração oriunda do Estado, acrescida da única exceção legal da função do magistério”, sustentam os juízes.

Este fato deixou patente que Serra, Renan, Temer e Lula estão irmanados na triste tarefa de tentar parar a Lava Jato. Repetem o bordão de que estão sendo perseguidos pelo juiz Sérgio Moro. Lula falava em “vazamentos seletivos”. Dizia que Sérgio Moro tinha fixação por ele. Nessa época os tucanos aplaudiam as ações da Lava Jato. Bastou a investigação apontar suas baterias para os peemedebistas envolvidos no esquema de assalto à Petrobrás – afinal Dilma havia loteado os cargos, dando diretorias e vice-presidências para Eduardo Cunha e outros – para que o juiz começasse a ser criticado por tucanos e por integrantes do Planalto. Foi nesse contexto que Jucá dançou. Os ministros de Temer foram caindo um após o outro por seu envolvimento na roubalheira.

FUGA

Mas, o mais ridículo mesmo foi Lula e o PT dizerem que o desemprego foi causado pela Operação Lava Jato. Os juros lunáticos de Dilma, os “ajustes” do Levy, os cortes nos investimentos públicos, os mais de 500 bilhões de reais esterilizados na especulação financeira, não têm nada a ver com a crise. Para o PT foi Sérgio Moro quem desempregou essa gente toda. Chegaram ao cúmulo de convocar um ato contra a Lava Jato, com a participação de Lula. Ou seja, uma manifestação em defesa da corrupção. A fuga da realidade é tanta que Dilma Rousseff disse esta semana que se houve desvio de dinheiro, ela não tinha ficado com nada. Ora, isso é puro cinismo. Ela pensa que o povo brasileiro é bobo. Ela só se beneficiou com o cargo de presidente da República nada mais. Um cargo obtido com a utilização desses milhões roubados da Petrobrás e outras estatais para regar suas campanhas mentirosas.

 

                      Fonte: Sérgio Cruz da Hora do Povo