25-6-16 Tubarão

Ensino superior privado movimentou mais de R$ 49 bilhões no ano de 2015

25-6-16 Tubarão

 

Valor duplicou durante os anos de governo Dilma: 2011/2015

 

O ensino superior privado registrou receita líquida R$ 49,3 bilhões no ano passado, segundo o estudo anual do setor, da empresa de consultoria Hoper Educação, divulgado no último dia 22. O crescimento passou de R$ 24,7 bilhões em 2011, 32 bilhões em 2013 para R$ 49,3 bilhões em 2015.

 

Dos R$ 49,3 bilhões, 44% (R$ 21,7 bilhões) são provenientes dos 12 maiores grupos educacionais, apontou o estudo da Hoper Educação.

 

As 12 maiores empresas de ensino superiores, considerando o volume de matrículas e suas respectivas participações na área, são: Kroton (16,3%), Estácio (7,2%), Unip (6,6%), Laureate (3,8%), Uninove (2,3%), Ser Educacional (2,1%), Cruzeiro do Sul (1,3%), Anima (1,2%), Unicesumar (0,95), Ilumno (0,8%), DeVry (0,7%) e Grupo Tiradentes (0,7%).

 

Das 12 instituições, apenas a Unip, a Uninove, a Unicesumar e o Grupo Tiradentes são genuinamente brasileiras. A Anima tem 44% do capital aberto na bolsa de valores, a Kroton é controlada pelo fundo de investimento Advent International, a Estácio é controlada em 20% pelo GP Investiments, a Ilumno é estadunidense, mas em 2015 vendeu sua atuação no Brasil pra Anima, DeVry é de Chicago, a Cruzeiro do Sul pertence ao fundo Actis do Reino Unido e a Ser Educacional é controlada pelo Cartesian Capital Group (USA), e a Laureate International, controlada pelo fundo KKR, estadunidense.

 

Atualmente é estudada a fusão entre a Kroton e a Estácio. A Kroton, maior empresa de educação superior privada do país, encerrou março com 1,01 milhão de alunos, enquanto a Estácio, segunda maior do setor, tinha base total de 588 mil estudantes.

 

A Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) fez uma denúncia no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que rege as relações comerciais no país, contra o negócio. A OAB alega que a operação trará concentração econômica ilegal ao mercado, de mais de 30%, diante de um limite estabelecido pelo Cade de 20%.

 

O órgão está longe de ser um defensor da economia nacional. Por exemplo, o órgão aprovou a venda de operações de ensino a distância (EAD) da catarinense Uniasselvi, comprada pela Kroton em 2012 por 510 milhões de reais, que então concluiu em fevereiro a venda da Uniasselvi por 1,105 bilhão de reais aos gestores de fundos Carlyle e Vinci Partners.

 

A desnacionalização do ensino reforça o caráter mercantil da universidade privada e tem como objetivo central a obtenção de super-lucros para serem remetidos às suas matrizes. Os alunos são tratados exclusivamente como mercadoria, tendo sua vaga, avaliada em moeda corrente.

 

No Brasil, o investimento se torna sem risco, com lucro certo e inadimplência nula, visto que boa parte das matrículas são feitas pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) – pelo qual o governo paga a faculdade e o aluno tem 18 meses para começar a devolver o dinheiro investido a longo. No caso da Kroton, 40% das matrículas são do Fies.

 

Como um grupo de investimentos como o GP Investiments que controla a AmBev e a Lojas Americanas pode entender alguma coisa de educação para controlar também a Estácio?

 

Não é a toa que nos últimos anos tem sido política permanente das faculdades privadas entregues ao capital financeiro internacional a cobrança abusiva de mensalidades, a superlotação de salas de aula, a contratação de menos professores e com menos qualificação, nenhuma preocupação com produção científica, e o aumento desenfreado do ensino à distância – modalidade esta que demanda baixo custo de investimento e manutenção, e aumentou em 170 vezes nos últimos dez anos.

 

Enquanto o governo ajuda a garantir os lucros das multinacionais da educação, temos visto as universidades federais tem aulas suspensas, falta dinheiro pra pagar os funcionários e professores, trabalhos de pesquisa parados, sem luz, sem papel higiênico nos banheiros, tudo por falta de verba.

É claro que é fundamental garantir que os estudantes já matriculados, nas instituições privadas com bolsas do FIES, consigam terminar o curso e alcançar o tão sonhado diploma. O que é inadmissível é o governo Dilma/Temer achacar o ensino público e aliviar o ensino privado. O ensino público deve ser prioritário em relação ao privado, por ser um setor estratégico para o desenvolvimento do país e por assim exigir a Constituição Federal.

 

Fonte: Maíra Campos da Hora do Povo

 

72% da juventude quer novas eleições

15-6-16 Caio debateCaio durante debate sobre novas eleições na escola Caetano de Campos da Consolação

 

“A pesquisa deixa claro que a juventude e os trabalhadores não querem o Temer e muito menos que a Dilma volte. Queremos novas eleições para discutir o futuro do Brasil sem pixuleco e sem dinheiro roubado da Petrobrás. Desejamos novas eleições para discutir um projeto nacional de desenvolvimento para o Brasil, o que é impossível com Temer, Dilma, Renan, Cunha ou Aécio”, afirmou Caio Guilherme, presidente da UMES, ao comentar os resultados da pesquisa feita pelo instituto Vox Populi, onde 72% dos jovens concordam com a realização de novas eleições ainda este ano.

 

8-6-16 Plebiscito UMES

Coleta de assinaturas na Praça Ramos realizada no centro de São Paulo

 

De forma geral a proposta por novas eleições presidenciais é um consenso. No total 67% dos entrevistados defendem novas eleições enquanto apenas 29% se dizem contrários. Em todas as regiões do país o apoio a novas eleições é muito superior. O Sul é a região do Brasil onde o apoio popular por novas eleições é “menor”: 56%.

 

A pesquisa foi encomendada pela CUT e também indica que apenas 11% da população avaliam o governo Temer como bom. A estatística deixa claro que sua impopularidade é similar a observada pelo governo Dilma.

22-6-16 Ladrões de Bicicleta

Participe da sessão de “Ladrões de Bicicleta” na Mostra Permanente de Cinema Italiano da UMES

22-6-16 Ladrões de Bicicleta

 

Na próxima segunda (27), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresenta o filme “Ladrões de Bicicleta”, de Vittorio De Sica (1948). Aproveite, só na UMES você confere o melhor do cinema com entrada franca!

 

A sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

Confirme sua presença!

  

LADRÕES DE BICICLETAS, de Vittorio De Sica (1948), ITALIA, 93 min.

 

SINOPSE

Três anos depois do final da 2a. Guerra Mundial, na Roma assolada pelo desemprego, Antônio obtém trabalho como colador de cartazes. Mas a alegria se esvai quando sua bicicleta é roubada. Sem o meio de trabalho não há perspectiva de manter o emprego. Em companhia de Bruno, seu filho de nove anos, Antônio vasculha a cidade, buscando recuperar o que perdeu.

Obra-prima do neorrealismo, um dos filmes mais influentes da história do cinema.

 

DIRETOR

Diretor, ator, escritor e produtor, Vittorio De Sica nasceu em Sora, mas cresceu em Nápoles e começou a trabalhar cedo como auxiliar de escritório, para sustentar a família. Sua paixão pelo teatro levou-o aos palcos. Ao final da década de 20, ele fazia sucesso como ator. Em 1933, montou sua própria companhia. De Sica voltou-se para o cinema em 1940. Ao amadurecer, tornou-se um dos fundadores do neorrealismo, emplacando uma sequência de quatro clássicos que figuram em todas as antologias: “Vítimas da Tormenta” (1946), “Ladrões de Bicicletas” (1948), “Milagre em Milão” (1950), “Humberto D” (1951) – os dois primeiros realizados em parceria com o escritor Cesare Zavattini, outro papa do movimento. Também dirigiu “O Juízo Universal” (1961), “La Rifa” (1962, episódio de “Decameron 70”), “Ontem, Hoje, Amanhã” (1963), “O Ouro de Nápoles” (1964), “Matrimônio à Italiana” (1964), “Girassóis da Rússia” (1970), “Jardim dos Finzi-Contini” (1970), “Amargo Despertar” (1973).

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

 

Confira nossa programação!

 

22-6-16 Carlos Lopes

Projeto de PT, PMDB e PSDB é roubar o Brasil

22-6-16 Carlos Lopes

Carlos Lopes ao microfone durante lançamento do seu livro “Os Crimes do Cartel do Bilhão contra o Brasil” 

 

CARLOS LOPES*

 

Sem projeto nacional, de desenvolvimento do país, o que resta é o assalto aos cofres e ao patrimônio público

 

A Operação Lava Jato completou dois anos em março. São, portanto, dois anos e três meses em que o regime político e eleitoral instalado no Brasil, cada vez mais antidemocrático – cada vez mais falso e falsificado pelo abuso desbragado, sem limites, do poder financeiro – está com as entranhas expostas.

 

O que é a Lava Jato, senão a revelação, pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Justiça Federal, de que grandes empresas monopolistas assaltavam o Estado e sustentavam, com propinas, os políticos e partidos governistas – e até, como em Furnas, alguns da então oposição oficial?

 

Até agora, sem contar as ações sob jurisdição do STF, foram abertas 1.237 investigações, colocados no banco dos réus 209 envolvidos (210 com o ex-presidente Lula, enviado pelo STF) – e já houve 105 condenações à pena, somada, de 1.140 anos, 9 meses e 11 dias de cadeia.

 

Os pedidos totais de ressarcimento do que foi roubado (incluídas as multas de lei) por superfaturamento e sobrepreço em obras, somente no caso da Petrobrás, já chegam a R$ 37,6 bilhões.

 

As propinas já provadas – também só no caso da Petrobrás – somam, até agora, R$ 6,4 bilhões.

 

E até agora já foram recuperados – também apenas em relação à Petrobrás – R$ 2,9 bilhões.

 

Houve 52 confissões “premiadas”, ou seja, em troca de atenuação do cumprimento da condenação. Além disso, somente nessa instância – as investigações sobre o assalto à Petrobrás, na circunscrição do juiz Sérgio Moro, ou seja, réus sem “foro privilegiado” – houve 73 prisões preventivas, 87 prisões temporárias e 6 prisões em flagrante.

 

O resultado das investigações na esfera do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), considerando o número de acusados e a maior morosidade que caracteriza tais instâncias, não deixa, também, de ser impressionante: até agora há 134 investigados com “foro privilegiado” – incluídos os governadores do Rio e do Acre, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB/AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ), os senadores Lindbergh Farias (PT/RJ), Gleisi Hoffman (PT/PR), Aécio Neves (PSDB/MG), Romero Jucá (PMDB/RR), Humberto Costa (PT/PE), Edison Lobão (PMDB/MA), Fernando Collor de Mello (PTC/AL), Antonio Anastasia (PSDB/MG), o ex-ministro Antônio Palocci (PT/SP), o ex-líder de Dilma na Câmara, Candido Vaccarezza (PT/SP), o ex-líder de Dilma no Senado e ex-petista Delcídio do Amaral, o ex-ministro Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN) e nem vamos falar nos deputados, pois esta lista ficaria, para os leitores, apenas um pouco menos que interminável.

 

Transcrevemos apenas uma amostra – e somente para dar uma dimensão do maior escândalo que já dinamitou um regime no Brasil (e em boa hora).

 

JK

 

Diante disso, as reações dos partidos governistas ou quase-governistas têm sido primorosas. Um dia desses, em um encontro petista, ouviu-se a afirmação de que “todos somos corruptos”. A informação nos foi passada por um petista presente ao encontro, que saiu escandalizado. Mas a afirmação não é mais que a transposição para o plano existencial daquele outro dito, segundo o qual, “política é assim mesmo” – ou seja, é normal roubar em política, ou, em termos mais radicais (cáspite!), “se os tucanos roubam, por que nós não podemos roubar?”.

 

Porém, essas exalações nauseabundas poderiam ser apenas suspiros (palavra elegante para substituir outras nem tanto) dentro de algum cochicholo partidário, se o deputado, ex-ministro e ex-prefeito de Belo Horizonte Patrus Ananias, não tivesse apresentado a mesma tese, de outra forma, em entrevista recente ao jornal “Valor Econômico”.

 

Disse Patrus, um dos fundadores do PT, que “a relação promíscua entre empresas que prestam serviços públicos, especialmente as empreiteiras, todos os historiadores dizem claramente que isso começou, para pegar mais recentemente, com o grande presidente Juscelino Kubitschek”.

 

Quem dizia isso era Carlos Lacerda – e não nos consta que ele fosse historiador. Era um demagogo fascistóide, entreguista, covarde e frouxo, com o único talento (?) da difamação de homens honrados. Jamais houve prova alguma de quaisquer das calúnias lacerdistas contra JK ou Getúlio. Pelo contrário.

 

LADROAGEM

 

Mas, continuou Patrus, JK “era um homem de vida austera. Mas para fazer Brasília, para levar o Brasil para o sertão, as estradas, as duas grandes represas de Minas Gerais, Três Marias e Furnas, a história registra claramente que ele foi muito tolerante, digamos assim, com as empresas.”

 

Isso é mentira. Não foi a corrupção que fez o Brasil crescer – e nunca houve nada no governo JK que se assemelhasse, nem longinquamente, ao atentado contra a Petrobrás, promovido por um cartel de empreiteiras com o acobertamento, sob propina, do PT.

 

Patrus “justifica” o conúbio com a ladroagem em nome das grandes obras públicas que JK fez em cinco anos – todas elas terminadas. Evidentemente, pretende, com essa falsidade, absolver o PT da ladroagem real. É, na verdade, uma confissão.

 

Porém, desde quando o PT roubou e deixou roubar para fazer algo parecido com Brasília ou com a Rio-Bahia ou com a Belém-Brasília ou com Três Marias e Furnas?

 

Além de poucas – para as necessidades do Brasil – qual a obra do PT que terminou?

JK não precisou aderir à ladroagem para fazer as suas grandes obras públicas. O PT, ao que parece, usou as poucas obras que iniciou como pretexto – ou caminho – para roubar. Caso contrário, como o PT e seu governo estavam tão despreocupados com o fato de que essas obras, superfaturadas e bem propinadas, jamais terminavam?

 

Se o PT é assim, que dizer do PMDB?

 

Que dizer de Jucá, Henrique Alves, Temer, Renan, Jader ou Cunha?

 

Algum deles convence alguém no papel de vestal da moralidade pública?

 

Ou o senador Aécio Neves – seja em estado sólido ou em estado líquido – será algum Catão da República Brasileira? Ou algum dos outros tucanos da cúpula, que já imergiram este país em oito anos de roubo, privatização (ou seja, roubo) e esbórnia financeira (outro roubo) estará agora convicto das vantagens de preservar a propriedade pública e o dinheiro público? Ou, para ficar no PSDB, talvez o senador Ferraço seja algum exemplo de seriedade, depois de sua adaptação do projeto Serra, que retira a Petrobrás do pré-sal em prol das petroleiras estrangeiras. Será?

 

Ou, pode ser que o senador Perrela, do PTB, esteja pronto para zelar pela agricultura brasileira e carregar seus frutos de helicóptero até o mercado…

 

Sem projeto nacional, essa tralha que inclui PT, PMDB, PSDB – e quejandos – tem como único projeto roubar o Brasil. Por isso querem ser os feitores do neoliberalismo – isto é, da dominação do imperialismo norte-americano sobre o Brasil.

 

Querem, portanto, as migalhas do grande roubo sobre o país – assim como os propinados que permitiram o assalto à Petrobrás levaram as migalhas do roubo maior.

Não há nada, exceto isso, que eles pretendam fazer com o Brasil. Até porque degeneraram tanto moralmente, ideologicamente, que já não sabem fazer outra coisa.

 

*É editor chefe da redação do jornal Hora do Povo

 

Ministro da Educação do governo Temer vira alvo da Lava Jato

25-5-16 MECMendonça Filho recebe conselhos de ator pornô em maio

 

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), é mais um do ministério de Temer suspeito de receber propina de empreiteira alvo da Lava Jato. Em janeiro deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação para apurar se o atual ministro da Educação recebeu propina da UTC. Na época, Mendonça era deputado federal, e só assumiu o ministério em maio. Somente agora ficou público o pedido do procurador.

 

“Além da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do Deputado Federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e do nome do Dep. Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo”, escreveu Janot.

 

Na sexta-feira (17), o procurador Rodrigo Janot denunciou o ex-ministro do Turismo de Temer e Dilma, Henrique Eduardo Alves, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por conta secreta na Suíça. Um dia antes, Henrique Alves pediu demissão do ministério por ter sido citado por recebimento de propina na colaboração premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

 

Fonte: Hora do Povo

 

Ministro da Educação de Temer vira alvo da Lava Jato

 

O ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), é mais um do ministério de Temer suspeito de receber propina de empreiteira alvo da Lava Jato. Em janeiro deste ano, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de investigação para apurar se o atual ministro da Educação recebeu propina da UTC. Na época, Mendonça era deputado federal, e só assumiu o ministério em maio. Somente agora ficou público o pedido do procurador.

 

“Além da pessoa do ministro Edson Antonio Edinho da Silva, foram encontrados indícios de possível recebimento de propina por parte do Deputado Federal José Mendonça Bezerra Filho, do DEM/PE, consistente em imagem arquivado em um dos celulares apreendidos em poder de Walmir Pinheiro, compatível com folha impressa identificando o partido Democratas e informando dados bancários de uma conta para doações de campanha eleitoral para o ano de 2014, havendo manuscrito de R$ 100.000,00 (cem mil reais) e do nome do Dep. Mendonça Filho, além de registro impresso do tesoureiro do partido, Romero Azevedo”, escreveu Janot.

 

Na sexta-feira (17), o procurador Rodrigo Janot denunciou o ex-ministro do Turismo de Temer e Dilma, Henrique Eduardo Alves, ao Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por conta secreta na Suíça. Um dia antes, Henrique Alves pediu demissão do ministério por ter sido citado por recebimento de propina na colaboração premiada do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

 

Fonte: Hora do Povo

 

20-6-16 PEE

Plano Estadual de Educação de SP é aprovado na Assembleia Legislativa

20-6-16 PEE

 

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou o Plano Estadual de Educação durante votação realizada semana passada. A proposta foi construída através de emenda aglutinativa, um acordo entre a proposta apresentada pelo governo Geraldo Alckmin e a construída pela Apeoesp, entidades estudantis e movimentos sociais que elaboraram e apresentaram 20 metas e estratégias aos deputados.

Para a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel), o plano aprovado ficou mais próximo do que queriam os professores, estudantes e movimentos sociais. “Está incutido na emenda aglutinativa os principais pontos, as emendas que a gente defendia para recuperar uma boa parte do que estava no Plano Estadual da Educação do Fórum Estadual da Educação, que foi produzido com 75 entidades”.

 

Entre as emendas, Bebel destacou a criação de um Sistema Estadual de Educação, a gestão democrática que prevê eleição de diretores, a valorização dos professores, a limitação do número de alunos por salas de aula e a garantia de uma comissão para monitorar, acompanhar e avaliar a implementação do plano.

 

20-6-16 PEE1

 

20-6-16 Merenda

Ministério Público de SP diz que Polícia Federal deve investigar máfia da merenda

20-6-16 Merenda

 

A Polícia Federal pode assumir parte das investigações envolvendo a máfia da merenda em São Paulo. Para o Ministério Público do Estado há indícios de que mais de 90% dos R$ 38,9 milhões surrupiados pelo esquema de corrupção, através dos contratos da merenda, são de origem federal.

 

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo o promotor Herbert Vítor Oliveira, do Ministério Público Estadual, detalhou a transferência do processo à PF. “Dos R$ 38,9 milhões, mais de R$ 36 milhões pagos à Coaf foram de origem federal”. Segundo ele, “todos os projetos de venda estão fraudados, pois usavam nomes de agricultores familiares de forma irregular”.

 

Até agora, as apurações indicam que a Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), com sede em Bebedouro (SP), é a responsável pelo esquema que beneficia diversos políticos do executivo e legislativo estadual, principalmente do PSDB, que recebiam propinas que variavam entre 3% e 20% dos valores dos contratos.

 

Na segunda fase da Operação Alba Branca, deflagrada em março, oito pessoas foram presas, entre elas o ex-presidente da Assembleia Legislativa, Leonel Julio, e seu filho Marcel Ferreira Julio.

 

Marcel Ferreira Julio foi acusado de ser o elo entre a Coaf e os servidores públicos e políticos. Visando aliviar sua pena, Julio assinou acordo de delação premiada onde diz que o presidente da Assembleia, Fernando Capez (PSDB), está entre os principais beneficiários da propina.

 

Mostra Permanente de Cinema Italiano apresenta “Nós que nos amávamos tanto”

 

Na próxima segunda (20), a Mostra Permanente de Cinema Italiano apresenta o filme “Nós que nos amávamos tanto”, de Ettore Scola (1974). Com entrada franca, a sessão será iniciada às 19 horas no Cine-Teatro Denoy de Oliveira, na Rua Rui Barbosa, 323, Bela Vista. Chame sua família e seus amigos, participe!

 

 

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NÓS QUE NOS AMÁVAMOS TANTO, de Ettore Scola (1974), ITALIA, 124 min.

 

SINOPSE:

Três italianos, Gianni (Vittorio Gassman), Nicola (Stefano Satta Flores) e Antonio (Nino Manfredi) se tornam muito amigos durante o ano de 1944 enquanto combatem os nazistas. Cheio de ilusões, eles se estabelecem depois da guerra. Os três amigos idealistas precisam lidar com as inevitaveis desilusões da vida no pós-guerra da Itália.

 

 

Direção: Ettore Scola (1931-2016)

Ettore Scola (1931-2016) nasceu em Trevico, Itália. Ingressou na indústria cinematográfica como roteirista em 1953. Escreveu para Steno ("Um Americano em Roma", 1954), Luigi Zampa ("Gil Anni Ruggenti", 1962), Dino Risi ("Il Sorpaso", 1962). Dirigiu seu primeiro filme, "Vamos Falar Sobre as Mulheres", em 1964. Obteve reconhecimento internacional com "Nós Que Nos Amávamos Tanto" (1974), um tocante painel da Itália do pós-guerra. Em 1976, ganhou o Prêmio de Melhor Direção no 29º. Festival de Cannes, com "Feios, Sujos e Malvados". Desde então, realizou vários filmes de sucesso, incluindo "Um Dia Muito Especial" (1977), "Casanova e a Revolução" (1982), "O Baile" (1983), "Splendor" (1987), "O Jantar" (1998), "Concorrência Desleal" (2000). Em 2011 dirigiu "Que Estranho Chamar-se Federico", uma homenagem ao amigo Federico Fellini.

 

 

Para maiores informações entre em contato pelo telefone (11) 3289-7475 ou pelo Facebook. O Cine-Teatro Denoy de Oliveira fica na Rua Rui Barbosa 323, Bela Vista (Sede Central da UMES)

 

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O voo de Rosmunda

 

Caio Plessmann * 

 

A dificuldade de abordar Una Giornata Particolare (Um Dia Especial), de Ettore Scola, Itália, 1977, não vem do aspecto sutil da trama que, no entanto, apresenta conflitos profundos, em uma evidente oposição interna que segue plano a plano em duas camadas de expressão.

 

Isso poderia ser visto como um dos aspectos geniais da obra: o fato do conflito vir, simultaneamente e de forma distinta, impresso e implícito em cada fotograma. Duas naturezas: a do conflito dito, evidenciado, mas também um outro, mais profundo, ocultado da materialidade fílmica e aberto à descoberta paulatina do público.

 

Hitler e Mussolini se encontram para consolidar publicamente o nazifascismo em um grande desfile militar na Itália de 1938. Às portas da 2a guerra mundial e por meio de uma transmissão de rádio colocada e comemorada em alto volume no saguão interno de um edifício, o passo a passo de uma dolorosa ilusão coletiva.

 

Enquanto isso dentro do prédio, um pássaro escapa da gaiola. Um episódio fortuito mas de grande repercussão para os protagonistas: Sophia Loren (Antonieta), ao sair para recuperá-lo, tem um encontro inusitado com Marcello Mastroianni (Gabriele), dois personagens fora do contexto fascista (apesar dela apoiar o regime e ele ser vítima) e de forma breve e intensa tem início um caso amoroso que sugere um caminho de redenção.

 

Ele, um homem sem o figurino adequado: inteligente, sensível e, pouco a pouco se revela, homossexual. Ela, belíssima, é oprimida pela ignorância vulgar da classe média italiana: machismo, xenofobia, preguiça e alianças corruptas sustentando a grandiloquência do heroísmo artificial.

 

Pouco a pouco vamos penetrando na problemática própria desse filme corajoso pois Scola parece desenhar a partir desses elementos todo um campo à margem daquela sociedade no auge da repressão, especulando as possibilidades dessas linhas de fuga – dadas por personagens de exceção – se articularem internamente, desenvolverem-se e se autoafirmarem. Na realidade o cineasta procura investigar as dimensões revolucionárias que o amor, fugido dos aparelhos de controle, solto, pode operar por dentro do esquema cultural do período.

 

Trata-se de um voo breve mas sem dúvida uma energia de liberdade e compreensão que caminha – sutil, lentamente, através da história pessoal e coletiva da Itália –, para se testar como antídoto transformador radical. Scola experimenta a ideia do amor por contiguidade, simultaneamente instantâneo e profundo, como coisa efetivamente revolucionária, e disso tira suas próprias conclusões no desfecho final.

 

A dificuldade para abordar o filme vem do fato de ser Rosmunda, o pássaro, um personagem-metáfora da condição humana. E pior: provavelmente, se inquirido, não teria a mesma opinião do autor. Escapou da gaiola e foi até Mastroianni, ciente do contexto de escravidão que lhe encerra.

 

Após o desfile nazifascista, quando o marido de Sophia volta com os filhos pra casa, sentimos, o pássaro parece poder denunciar algo (ele fala, é um pássaro que repete falas e se expressa de forma rudimentar com a linguagem humana, irreverente, aludindo a episódios que testemunha).

 

Mas tudo segue sem saltos nem surpresas. Não estávamos, todos nós, naquele instante do filme ainda tão distantes do colapso daquelas ilusões. O silêncio do pássaro é uma espécie de  cumplicidade. Necessitamos de algo mais que o amor breve, este que parte dos subterrâneos do antifascismo, e marcha firme para ao final afirmá-lo sem resistiência.

 

*É diretor de cinema

 

Che: “o desenvolvimento é dado pela industrialização”

 

No dia 14 de junho de 1928, nascia, em Rosário, província de Santa Fé, na Argentina, Ernesto Guevara de la Serna, que entraria para a História como o “Che”.

 

Em homenagem a esta insigne figura de revolucionário, de humanista e de pensador – em suma, de ser humano – publicamos hoje alguns trechos de sua conferência, em 17 de agosto de 1961, na Universidade da República do Uruguai.

 

“Che” Guevara é o homem que escreveu: “Deixe-me dizer-lhe, com o risco de parecer ridículo, que o revolucionário verdadeiro está guiado por grandes sentimentos de amor. É impossível pensar em um revolucionário autêntico sem esta qualidade. Talvez seja um dos grandes dramas do dirigente; este deve unir a um espírito apaixonado uma mente fria e tomar decisões dolorosas sem que se contraia um músculo. Nessas condições, é preciso ter uma grande dose de humanidade, uma grande dose de sentido da justiça e da verdade para não cair em extremos dogmáticos, em escolasticismos frios, em isolamento das massas. Todos os dias é preciso lutar para que esse amor pela humanidade vivente se transforme em fatos concretos, em atos que sirvam de exemplo,de mobilização”.

 

Mais do que escreveu, ele é o homem que levou suas palavras à prática. Fiel a si mesmo, o que significou, sempre, fiel aos seres humanos, identificado sempre com seu sofrimento, ele percorreu o mundo como a própria encarnação da revolução. A empulhação, a farsa, a mentira, a encenação de poses pseudo-revolucionárias, eram-lhe repugnantes.

 

O Che não era um utópico, não era um romântico – não era um Lord Byron do século XX. Para ele, era necessário definir precisamente o conteúdo da revolução, de forma científica e clara.

 

É o que ele faz na conferência que proferiu na Universidade da República do Uruguai, que tem por tema o desenvolvimento econômico.

 

Diz ele: “É, naturalmente, a industrialização que dá a verdadeira pauta do desenvolvimento. De acordo como for o processo industrial, assim decorrerá o desenvolvimento do país.”

 

Guevara não tem nenhuma ilusão “distributivista” – esse horror, de resto covarde, sempre apresentado como ideologia “social”, em que a política do governo é a de distribuir gêneros e bens importados à população, como se fosse pouco importante produzi-los. Ou, da mesma forma, a distribuição de quantias miseráveis para os pobres, eternizando a pobreza, sem nenhuma preocupação com o desenvolvimento industrial, única via para transformar a vida dos pobres.

 

Diz ele: “… é preciso produzir, porque se começamos a fazer as casas antes de construir as fábricas de cimento, vai haver um momento em que não haverá riquezas para que essas casas possam sequer ser habitadas, não vai haver trabalho para o  homem que a habite, não vai haver nenhuma garantia de que a família desse homem, ao qual lhe deram uma casa, possa comer todos os dias graças ao próprio trabalho”.

 

Há 88 anos, nascia este homem. Morreu antes dos 40 anos, na selva boliviana. Foi o suficiente para deixar um exemplo luminoso de humanidade – espelhado em uma obra notável.

C. L.

 

 

 

ERNESTO CHE GUEVARA

 

 

Quando se falava na última Conferência das taxas de crescimento que iria ter a América, achamos que eram muito pequenas para nosso país, cerca de 2,5%.

 

Nós apresentamos uma taxa de crescimento anual de 10% como aspiração; quer dizer, quatro vezes mais, e o fizemos porque a Revolução Cubana tem responsabilidades muito grandes e não pode apresentar-se com dados que depois a realidade não sancione, porque nós pensamos ter um desenvolvimento ainda mais impetuoso do que uns 10% anuais; 10% é o mínimo, é simplesmente a segurança que tomamos para fazer uma afirmação categórica em uma conferência internacional.

 

E como se consegue esse desenvolvimento?

 

Em Cuba – e me atrevo a afirmar que na maioria dos países da América que são fundamentalmente agrícolas ou agropecuários – o desenvolvimento econômico se inicia com a Reforma Agrária e a adequada distribuição das terras.

 

Nós entendemos que, quando iniciamos o caminho da justiça social, não podemos permitir que comer ou não comer carne dependa de ter ou não ter dinheiro. O direito a comer é o direito de todo mundo.

 

É uma utopia fazer uma revolução sem sacrifícios.

 

Por isso, simplesmente, se racionam alguns alimentos como os azeites, as gorduras de todo tipo, que atualmente faltam por causa do bloqueio norte-americano; a carne, temos alguns problemas também com a carne, e às vezes aparecem alguns problemas com artigos de primeira necessidade, que não podemos produzir nas quantidades que nosso povo necessita e exige de forma crescente.

 

Por exemplo, às vezes temos dificuldades com os sapatos; devemos reduzir alguns compromissos de exportação para poder manter a quantidade de sapatos necessária para nosso povo. Nós temos um exército popular muito grande, que às vezes tem que por-se em pé de guerra – como sucedeu no mês de abril – total, e praticamente a cada homem capaz de empunhar uma arma é preciso fornecê-la, e naturalmente é preciso fornecer-lhe sapatos – botas especiais -, é preciso dar-lhe uma série de atenções.

 

Por tudo isso, temos dificuldades, naturalmente que as temos tido. Seria, realmente, uma utopia pensar que a noventa milhas do território norte-americano se pode fazer uma revolução social que mude totalmente a estrutura do país, que mude todas as relações de produção, que inaugura uma nova etapa e que tudo isso se faça sem sacrifícios. Na realidade, temos tido, para a magnitude da tarefa empreendida, poucos sacrifícios.

 

Nós pudemos empreender o desenvolvimento econômico em condições especiais na história da humanidade, quando a correlação de forças cada dia mais está se  inclinando a favor das forças da paz, das forças que querem o progresso para os povos.  Por isso nós não tivemos que pagar o mesmo preço tão exagerado que pagaram outros povos do mundo, tão alto, porque nunca é exagerado o preço da liberdade, mas não tão alto.

 

Imediatamente depois que tenha se conseguido em um país ‐ como em qualquer um dos nossos ‐ fazer uma Reforma Agrária, aumentar o mercado interno consideravelmente, há que fazer toda uma  série de leis tributárias, de leis de proteção fiscal, que garantam que a indústria nacional  vá se desenvolvendo e começar a tarefa da industrialização do país.

 

É, naturalmente, a industrialização que dá a verdadeira pauta do desenvolvimento. De acordo como for o processo industrial, assim decorrerá o desenvolvimento do país. E outra vez nós podemos dizer que anunciamos taxas de desenvolvimento muito altas, com toda responsabilidade, e as podemos anunciar porque as condições, no mundo atual, são muito diferentes.

 

Outros povos tiveram que construir tudo mediante seu próprio esforço, tiveram que restringir até as comodidades mais elementares para conquistar uma indústria pesada, que é a base indispensável do desenvolvimento dos povos. Nós iniciamos o caminho de nossa industrialização pesada com créditos exteriores a longo prazo.

 

Mas esses créditos são dados de tal forma que não comprometem a dignidade nacional, nem comprometem o futuro mediante obrigações onerosas para pagar os empréstimos. Até agora podemos dizer ‐ para falar em termos reais, absolutos, para não pecar pela mais mínima dose de otimismo ‐ que temos 357 milhões de dólares em empréstimos destinados à indústria.

 

Quer dizer que cada um dos dólares emprestados, que é parte de uma maquinaria, irá produzir riquezas imediatamente. Não se fazem, nem o nosso país o admite, empréstimos para outra coisa que não seja produzir riquezas.

 

Essa é a tarefa fundamental que há que se propor nos programas de desenvolvimento. Um programa de desenvolvimento que comece por ver o número de escolas, de casas ou de caminhos que irá se fazer, é irreal. O desenvolvimento social é algo realmente imprescindível e é pelo que todos lutamos. É ridículo, na prática, pensar que somente se lutará pelo simples desenvolvimento econômico, e que o desenvolvimento econômico será em si mesmo um fim. Isso não é assim.

 

O desenvolvimento econômico nada mais é que o meio para conseguir o fim, que é a dignificação do homem.  Mas para conseguir esse fim, é preciso produzir, porque se começamos a fazer as casas antes de construir as fábricas de cimento, vai haver um momento em que não haverá riquezas para que essas casas possam sequer ser habitadas, não vai haver trabalho para o homem que a habite, não vai haver nenhuma garantia de que a família desse homem, ao qual lhe deram uma casa, possa comer todos os dias graças ao próprio trabalho.

 

 Por isso, é preciso começar pelo princípio, que é o aumento dos meios de produção. Não quer dizer isto que agora, ou que em Cuba ‐ para dar um exemplo específico ‐ vamos nos dedicar única e exclusivamente a construir fábricas, a fazer com mais rapidez a cada dia as 205 fábricas que estão planejadas até este momento, a pô-las a produzir somente e que vamos nos esquecer dos deveres que temos para com o nosso povo. Isso também seria absurdo.

 

A única coisa que temos de considerar, é que primeiro está o desenvolvimento e que toda conquista de tipo social que não se baseie em um aumento da produção, tarde ou cedo vai fracassar, vai naufragar. De tal forma que nós, por exemplo, temos falado com os operários, temos dialogado muito seriamente durante muitos meses até conseguir que se produzisse o acerto nacional de salários. O congelamento de salários em nosso país é uma medida que os operários têm tomado para conseguir aumentar os excedentes necessários para que haja novas fábricas e para que homens que estão hoje desempregados possam amanhã trabalhar  e ingressar na sociedade com plenos direitos.

 

E podem os operários de nosso país fazer isso, e entregar excedentes de seus justos direitos por salários, que deixam de cobrar, pela simples razão de que as fábricas lhes pertencem.

 

As fábricas são do povo, de tal forma que para nós o sacrifício, que é realmente um sacrifício, é feito pensando no futuro e, além disso, pensando que não deve haver nenhuma pessoa, individualmente, que irá se beneficiar com os frutos do sacrifício coletivo de nossos operários.

 

É um sacrifício de todos para o bem de todos.

 

 

Fonte: Hora do Povo