Papete e Naná Vasconcelos: magos dos ritmos do Brasil

Desde aquele 9 de março em que Naná  se foi e este 26 de maio em que perdemos Papete, os ritmos do Brasil passaram a soar mais tristes e tímidos, menos arrojados e mais carentes de brilho

 

 

 

Ao verificar a trajetória de músicos como Naná Vasconcelos e Papete, é forçoso concluir que a busca por uma cultura nacional-popular, ao contrário do que dizem certos falastrões equivocados, não se confunde com a defesa dos valores artesanais, do passadismo canhestro, da rusticidade ‘folquilórica’, da caducidade de linguagem e da precariedade criativa. Nada disso: Papete e Naná Vasconcelos provaram – e muito bem – que o nacional-popular se nutre e convive com a modernidade e com a invenção, sendo um conceito que continuamente se renova e se recicla

 

 

 

MARCUS VINICIUS DE ANDRADE*

 

A vida deu-me o privilégio de conviver e trabalhar com dois dos maiores percussionistas do Brasil: Papete e Naná Vasconcelos. Infelizmente, neste ano de 2016 tive a desventura de perder ambos os amigos, mortos num intervalo de dois meses e meio de diferença. Desde aquele 9 de março em que Naná se foi e este 26 de maio em que perdemos Papete, os ritmos do Brasil passaram a soar mais tristes e tímidos, menos arrojados e mais carentes de brilho, como se sentissem a ausência daqueles dois magos que os trataram com tanta dignidade e competência, a ponto de trazê-los para a linha de frente da cena musical.

 

Conheci Naná em 1966, quando o professor, multiartista e agitador cultural Jomard Muniz de Britto promoveu no Recife um espetáculo de que participávamos eu, Terezinha Calazans (depois conhecida nacionalmente como Teca Calazans), Marcelo Melo e Toinho Alves (que viriam a fundar o Quinteto Violado), o que seria meu futuro parceiro Geraldo Azevedo e outros artistas, entre os quais um crioulinho simpaticíssimo que sabíamos apenas ser baterista do Quarteto Iansã e antigo músico da Banda da Prefeitura do Recife. Era Naná, também conhecido como Juvenal de Holanda Vasconcelos. Naquele espetáculo, ele literalmente "deu um show" quando, largando a bateria, cantou e dançou maravilhosamente uma música de Ataulfo Alves, tocando também vários instrumentos de percussão. A partir de então, Naná passou a ser figura essencial na música pernambucana. Na época, embora ainda no auge, a bossa-nova começava a tornar-se repetitiva e algo enfadonha, e alguns compositores (eu, inclusive) já andavam atrás de novas opções em termos de linguagem, buscando fugir daquele esquema clássico de banquinho-e-violão e, mais ainda, daquele acompanhamento rítmico de bateria cool, com vassourinha na caixa, bumbo leve e toques sincopados de caixeta. Isso era muito bom para a bossa-nova, mas insuficiente para quem quisesse enveredar por outros toques e caminhos que nos eram oferecidos pela exuberância rítmica brasileira. Ao ouvir Naná fazendo música nova e sofisticada com instrumentos de percussão tradicionais, retirando-os de seus contextos sonoros habituais e trazendo-os da cozinha acompanhante para a sala da frente do discurso musical, percebemos que havia ali um imenso campo de possibilidades. Em 1969, quando da diáspora musical pernambucana (em grande parte causada pelo terror que foi o AI-5, promulgado em dezembro do ano anterior), muitos de nós já estavam residindo no Rio de Janeiro, onde passei a dividir um apartamento com Naná.  Não eram raros os shows coletivos com todo o ‘grupo pernambucano’ exilado no Rio, no entanto éramos eu, Geraldo Azevedo e Naná os que mais costumavam se apresentar juntos, a ponto de pensarem que formávamos um trio. Nesses espetáculos, executávamos músicas do Nordeste, dizíamos um monte de bobagens divertidas e mostrávamos as primeiras obras de minha parceria com Geraldo. Mas foi ali que Naná, abandonando definitivamente a bateria, começou também a mostrar seus experimentos com a tumbadora e o berimbau, este até então um instrumento restrito ao universo da capoeira. Nas mãos de Naná, porém, tanto o berimbau como a tumbadora ganhavam aspectos de alta contemporaneidade, produzindo timbres e acentos inusitados, comparáveis aos sons de Varése, Boulez, Messiaen e outros magos da contemporaneidade vanguardista. Em nossos ensaios no apartamento do Flamengo (ao qual eventualmente assistiam Milton Nascimento, Elomar e outros amigos), eu já me admirava com o tanto de novidade que Naná podia extrair daqueles instrumentos tão ‘batidos’. O mundo – duas doses atrasado, como dizia Humphrey Bogart – só veio a ouvir isso algum tempo depois. Verdade é que Naná tava mesmo lá na frente.

 

O mesmo ocorria com a música de Papete, que conheci em 1976, quando ele integrava o elenco do Jogral, templo da música paulistana, então capitaneado por Paulo Vanzolini, Luis Carlos Paraná e Marcus Pereira, três bambas que dispensam comentários. A exemplo do que fazia Naná ao descapoeirar o berimbau, também Papete (José de Ribamar Viana, um Ribamar como todo maranhense que se preza) costumava meter seus instrumentos em fria, convocando-os sem o menor pudor para todo e qualquer gênero que se tocasse na casa. Assim, nas madrugadas do Jogral, não era raro ouvir o berimbau de Papete intrometendo-se num fado cantado pela Paula Ribas, ou seu tambor-onça maranhense saracoteando numa guarânia do Luis Carlos Paraná. E o mais interessante é que tudo combinava maravilhosamente, só faltando mesmo ouvir-se um pandeiro acompanhando uma marcha-fúnebre, o que não ocorreria então porque ninguém ali tinha a desagradável ideia de morrer. Algum tempo depois, Paraná, Marcus Pereira e Vanzolini tiveram de aceitar essa ideia, mas sei que o fizeram a contragosto, sob protestos.

 

Pois bem, voltando a Papete… Em 1976, ele tinha gravado pelo legendário selo Discos Marcus Pereira, um LP intitulado Pepete, Berimbau e Percussão, no qual exibia todas as estripulias sonoras que apresentava no Jogral. Como se achasse pouco, Marcus Pereira exigiu-lhe mais: dois anos depois (já tendo eu assumido a Direção Artística daquela gravadora), Marcus sugeriu a Papete que se voltasse para a música de seu Maranhão natal, daí surgindo Bandeira de Aço, um disco referencial, que mudaria para sempre a história musical daquele estado. Pela primeira vez, o ritmo e as melodias das toadas do bumba-meu-boi chegavam ao disco em linguagem moderna, a partir do que os festejos maranhenses de S. João nunca mais seriam os mesmos. Com esse disco, Papete não só revelou uma talentosa geração de autores locais (Josias Sobrinho, Godão, Sergio Habibe e outros), como também chamou a atenção do Brasil para a riqueza musical do bumba-meu-boi, transformado hoje em principal referência cultural do estado. Os festejos juninos do Boi, outrora tratados como mera curiosidade popularesca, estão hoje, para o povo maranhense, como estão o carnaval dos trios e do axé para o povo baiano.

 

Estive ao lado de Naná e, principalmente de Papete, em quase todos os momentos de suas vidas. Extinta a Discos Marcus Pereira, tomei a iniciativa de convocar Papete (assim como vários outros velhos companheiros de propostas discográficas) para a Gravadora CPC-UMES, onde damos continuidade à boa e velha luta pelo melhor da Música Brasileira, que, tal como a luta com as palavras, é aquela luta mais vã pela qual “no entanto lutamos, mal rompe a manhã”, como diz o grande Drummond. Na CPC-UMES, Papete gravou o CD Jambo e, no ano passado, aquele que é o seu último registro fonográfico, um CD duplo que agrega um disco com obras recentes (Sr. José) e outro que é uma releitura do clássico Bandeira de Aço. Creio que nossa parceria com Papete não poderia ter tido termo mais honroso.

 

Ao verificar a trajetória de músicos como Naná Vasconcelos e Papete, é forçoso concluir que a busca por uma cultura nacional-popular, ao contrário do que dizem certos falastrões equivocados, não se confunde com a defesa dos valores artesanais, do passadismo canhestro, da rusticidade ‘folquilórica’, da caducidade de linguagem e da precariedade criativa. Nada disso: Papete e Naná Vasconcelos provaram – e muito bem – que o nacional-popular se nutre e convive com a modernidade e com a invenção, sendo um conceito que continuamente se renova e se recicla. Junto a estes dois percussionistas se poderia citar também Airto Moreira, outro notável renovador, nacional, popular, moderno e eterno como tudo que é verdadeiramente bom. Essa santíssima trindade da percussão brasileira reúne, pois, os primeiros nomes que, individualmente, se projetaram como performers e virtuoses dos instrumentos que executam. Com Naná, Papete e Airto Moreira, a percussão do Brasil passou a ocupar também o centro dos palcos, ganhando seus próprios e merecidos holofotes. Já não era sem tempo, na terra onde se diz que o ritmo está em tudo.

 

* Maestro, compositor, diretor-artístico da Gravadora CPC-UMES

 

Fonte: Hora do Povo

“Estupro está provado”, constata a delegada que assumiu investigação no Rio de Janeiro

 

A delegada Cristiana Bento, que assumiu no domingo (29) as investigações do caso do estupro coletivo da adolescente de 16 anos, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, afirmou em entrevista nesta segunda-feira (30), não ter dúvida de que o crime aconteceu. “A minha convicção é de que houve estupro. Está lá no vídeo, que mostra um rapaz manipulando a menina. O estupro está provado. O que eu quero agora é verificar a extensão desse estupro, quantas pessoas praticaram esse crime”, disse a delegada.

 

A adolescente foi estuprada na madrugada no complexo de favelas São José Operário, zona oeste do Rio, após ir a um baile funk. A investigação teve início após a um vídeo da jovem, nua, machucada e desacordada, ser divulgado em redes sociais na terça (24). Na gravação, um grupo de homens, em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi violentada por “mais de 30”.

 

A adolescente de 16 anos afirmou em entrevista a jornalistas na sexta-feira (27), que “queria que as pessoas soubessem que não é culpa da mulher”.

 

As investigações correm sob segredo de Justiça desde segunda-feira (30). Mas antes disso, a condução do caso foi alvo de acusações de machismo e exposição à vítima, que agora, está sob proteção do Estado. Em entrevista ao Fantástico neste domingo, a jovem reclamou da maneira como foi tratada na delegacia ao prestar depoimento. “O próprio delegado me culpou. Quando eu fui na delegacia, eu não me senti à vontade em nenhum momento. E eu acho que é por isso que muitas mulheres não fazem denúncia”, afirmou. “Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada (…) Ele [o delegado que estava na condução do caso, Alessandro Thiers] botou na mesa as fotos e o vídeo e me falou ‘me conta aí”, disse. “Ele perguntou se eu tinha o costume de fazer isso, se eu gostava disso. Aí eu falei que não ia mais responder”.

 

A postura do delegado fez com que a então advogada da vítima, Eloisa Samy, pedisse seu afastamento do caso, o que ocorreu no domingo. A pedido da família, Samy também deixou o caso.

 

A delegada pediu a prisão temporária de seis suspeitos de envolvimento no crime e afirmou que já havia indícios suficientes para justificar o pedido. “O vídeo prova o abuso sexual. Além do depoimento da vítima”, disse. Além de mandados de prisão, a polícia também busca computadores e celulares na casa dos suspeitos. As buscas são realizadas na Cidade de Deus, Taquara, Recreio, Favela do Rola e Praça Seca.

 

O crime bárbaro, contra uma jovem de 16 anos, ocorre numa situação em que os valores morais do nosso país estão cada vez mais degenerados. E que a causa principal desta degeneração está ligada intimamente com os abusos praticados pelos governantes.

 

Ocorre num momento em que o governo da presidente afastada, tornou como justo o uso da mentira e do roubo para a manutenção do poder a qualquer preço. Ou ainda, do governo interino, onde o ministro da Educação realiza reunião com ator de filme pornô (acusado de ter praticado um estupro) para tratar do conteúdo a ser ensinado nas salas de aula.

 

Ou até mesmo onde o delegado responsável pelo caso, tendo acesso aos vídeos publicados pelos estupradores, questiona se a vítima não teria “gostado” de ter sido estuprada.

 

A jovem de 16 anos afirmou ao Fantástico que está sofrendo ameaças e julgamentos, inclusive de mulheres. “Muitas mulheres disseram que eu procurei [os suspeitos de estupro]”, disse. “Ninguém pensa ‘poderia ser comigo’”.

 

Por outro lado, manifestações de solidariedade ocorrem por todo o país. Desde declarações de apoio à vítima a protestos exigindo a punição dos criminosos.

 

Ainda no domingo, a ministra e vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, Carmem Lúcia, escreveu uma carta onde classifica o caso como “inadmissível”. “O gravíssimo delito praticado contra essa menor – mulher e, nessa condição, sujeita a todos os tipos de violência em nossa sociedade – repugna qualquer ideia de civilização ou mesmo de humanidade. É inadmissível, inaceitável e insuportável ter de conviver sequer com a ideia de violência contra a mulher em nível tão assustadoramente hediondo e degradante”, escreveu a ministra.

 

A Confederação das Mulheres do Brasil (CMB) divulgou nota em que repudiou o crime e pediu a prisão dos estupradores. “É preciso garantir a punição exemplar a esse crime hediondo e lutar pela garantia dos direitos do povo. O Brasil não está disposto a conviver com tantas e tamanhas barbaridades! Não ao estupro! Exemplar punição! Exigimos nosso direito á proteção contra a violência combatendo suas causas. Exigimos a garantia de investimentos em Educação e geração de empregos com salários dignos! Crescimento econômico, combate à crise, à fome e a miséria e a carestia para resolver as causas dos nossos problemas. Em defesa de nossos sonhos”.

 

Fonte: Hora do Povo

Alckmin tira 1/3 do dinheiro das ETEC’s numa bicada só

 

Tese do 25º Congresso da UMES para escolas técnicas: mobilize a sua escola!

 

Durante muitos anos as escolas técnicas foram um símbolo de boa estrutura e qualidade de ensino, mas ao longo do tempo o governo do PSDB em SP está acabando com essa realidade. Ano após ano os governos tucanos cortaram a verba das ETECs, prejudicando a estrutura, deixando os materiais e os equipamentos envelhecerem e obrigando as escolas a demitir funcionários.

 

Só em 2015 o governo cortou 36,3% do orçamento das escolas técnicas. Alem disso, ele deixou de gastar 78% do dinheiro que estava reservado para a construção de novas ETECs e para a compra de novos equipamentos.

 

Nós não vamos aceitar que o governo destrua nossas escolas!

 

Queremos ETECs bem equipadas, com uma estrutura de qualidade e professores bem remunerados.

 

NÃO AOS CORTES!

 

Confira todos os textos aqui!

 

Em um ano de conquista 620 mil estudantes já tem passe-livre!

 

Tese do 25º Congresso da UMES para o passe estudantil: mobilize a sua escola!

 

Em 2016 completamos um ano de uma das nossas maiores conquistas: o passe-livre! Desde o início de 2015 os estudantes de escolas públicas de São Paulo não pagam passagem nos ônibus e metrô da cidade. 
 
O passe-livre é o resultado de muitos anos de mobilização dos estudantes e da UMES, que desde 1994 batalham para defender e ampliar o passe estudantil. Essa luta permitiu que 620 mil estudantes possam economizar mais de 900 reais por ano. Agora a batalha é para ampliar ainda mais esse direito, para que mais gente possa aproveitar uma das grandes conquistas de nossa história!
 

 

 

E a educação?

Terceira plenária preparatória para o XXV Congresso da UMES

 

Abaixo publicamos o poema da estudante Natasha Fernandes, que cursa o 1º ano na E. E. Prof. Clemente Quaglio e foi eleita delegada ao XXV Congresso da UMES. O poema foi lido durante a terceira plenária preparatória ao congresso da UMES, realizada dia 21. 

 

 “A UMES é um lugar onde podemos nos expressar, onde podemos ser aceitos e discutir diversas opiniões com respeito”, comentou Natasha. Para ela o mais importante é construir um congresso que fortaleça, dentro dos estudantes, o espírito de luta por mais direitos. “No congresso da UMES vamos aumentar nossa consciência sobre o que está acontecendo na educação de São Paulo", disse ao se referir a necessidade de ir pra rua e exigir uma escola melhor.

 

 

 

Educação não se vê,

Educação se faz, se dá!

Não é só, ter educação,

É ter caráter, consciência.

 

Educação vem da infância,

Mas, e essa infância?

Hoje é tirada de tantos,

Tantos que por fim, não tem educação.

 

Ter infância é ser criança

Mas crianças crescem rápido

Tão rápido, que se não instruídas,

Ficam sem educação.

 

Peço então à vocês,

Sejamos mais crianças,

Criemos mais infância,

Tenhamos mais educação.

 

Deixaremos, então mais infância

Para mais crianças

Quer, por sua vez,

Terão mais educação!

 

 

Rumo ao XXV Congresso da UMES! Eu quero outra escola, eu quero outro Brasil

Terceira plenária preparatória para o XXV Congresso da UMES

 

Mais de 130 escolas já se inscreveram para participar do XXV Congresso da UMES-SP, um processo que envolveu mais de 150 mil estudantes do município em plenárias, debates e reuniões realizadas dentro e fora das escolas!

 

O congresso acontecerá na próxima quinta-feira, 02 de junho, na Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social, localizada no bairro da Liberdade, centro de São Paulo, onde os estudantes estarão reunidos para discutir a situação precarizada das escolas municipais, estaduais e federais.

 

Para se unir em uma só voz e lutar por uma educação pública e de qualidade, pelo fim da aprovação automática, da superlotação de salas de aula, por uma merenda digna e de qualidade, por acesso a cultura e contra todo e qualquer sucateamento na educação. Pelo fim dos cortes nas Escolas Técnicas. Vamos nos mobilizar contra a chapa Dilma/Temer, que trata com total descaso a juventude desse país!

 

Convidamos todos os estudantes do município de São Paulo para construir essa luta. Para estar presente, armar debates e expor sua voz.

 

VAMOS A LUTA, NÃO TEM ARREGO! PELA MERENDA E CONTRA TODOS OS INIMIGOS DA EDUCAÇÃO!

 

 

Trocar Dilma por Temer é trocar seis por meia dúzia! A solução virá com Eleições Gerais!

Nos últimos meses o povo brasileiro viveu intensamente as consequências do estelionato eleitoral das últimas eleições, que financiadas com dinheiro roubado da Petrobrás e contrariando o desejo popular, retomou as privatizações e perpetrou um ajuste fiscal que apenas tira do povo para dar mais aos bancos e multinacionais. Uma política que só faz aumentar o desemprego e a pobreza no país, medidas que em nada diferem do que foi anunciado por Temer desde que assumiu a presidência.

 

Embora o afastamento de Dilma e Cunha tenham sido importantes, isso ainda não é suficiente porque o continuísmo da política de cortes e arrocho, também adotada por Temer, tornará a vida do povo ainda pior, levando a resultados mais traumáticos. Dessa forma, para assegurar a ininterrupção do ajuste com juros altos, corte de direitos, redução de salários e privatização, ele já escalou para seu ministério nomes como o do ex-presidente do Bank Boston, Henrique Meireles, e o entreguista, José Serra.

 

A saída virá com novas eleições

 

A única forma possível de romper com o continuísmo do estelionato dilmista é a realização de novas eleições. Somente assim poderemos discutir as transformações que os estudantes, trabalhadores e o povo desejam.

 

Realizando novas eleições será possível dizer nas urnas que somos contra a privatização do pré-sal, dos juros altos, recessão, desemprego e cortes de direitos, temas imprescindíveis para o nosso desenvolvimento e saída da crise atual. Devolver o poder ao povo é hoje o caminho contrario a política de cortes e destruição nacional empreendida desde 2011, que resultou em mais de 11 milhões de desempregados.

 

Realizar novas eleições é abrir a discussão para a necessidade de ampliar os investimentos públicos e retomar o crescimento econômico com investimento em educação, saúde e mais salário e trabalho para o nosso povo.

 

Professores de São Paulo aprovam calendário de mobilização

 

Em Assembleia realizada na tarde de terça (24), em frente a Secretaria Estadual de Educação, na Praça da República, os professores paulistas aprovaram novo calendário de mobilização em defesa do aumento do salário dos professores. “A reivindicação é o salário e este é o ponto central de tudo, porque estamos já há dois anos sem nenhum reajuste salarial”, afirmou a presidente da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha (Bebel).

 

Para o sindicato é necessário reajuste imediato de 16,6% para compensar todas as perdas devido a inflação dos últimos anos. Além do reajuste salarial, os professores pedem melhores condições para os professores, especialmente na área de saúde. “Com relação à saúde dos professores, eles não podem ficar doentes. Se ficarem doentes, levam falta”, comentou Bebel, que denunciou a proposta do governo Geraldo Alckmin para aumento zero de salário.

 

 

Na assembleia também foi aprovado mobilização para o 31 de maio, na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo), durante a audiência pública que discutirá o Plano Estadual de Educação, que será votado dia 14 de junho. “Nele estão implícitos o plano de financiamento e o plano de carreira, da valorização. É uma proposta global. Se tivermos isso aprovado, teremos um instrumento mais forte para fazer valer essa luta”, afirmou Bebel.

 

Governo Temer

 

Ainda hoje (25) Bebel publicou um artigo no site da Apeoesp defendendo a saída do governo interino de Michel Temer. “As medidas encaminhadas pelo ilegítimo presidente Michel Temer ao Congresso Nacional, que afetam diretamente a educação e a saúde, são inaceitáveis e merecem o repúdio de todo o povo brasileiro”.

 

No artigo Bebel denunciou a proposta do fim da destinação de 50% dos recursos do Fundo Social e 75% dos royalties do petróleo para a educação, bem como a volta da Desvinculação das Receitas da União (DRU). Ao fim ela declarou: “somo minha voz à de milhões de brasileiros e brasileiras que estão nas ruas para dizer: Fora Temer!”

 

 

Embora o artigo não reconheça que as medidas do atual governo Temer diferem muito pouco do ajuste e corte adotadas por Dilma, é bom saber que estudantes e professores estão juntos nessa luta contra a destruição nacional perpetrada pelo atual governo. Nesse sentido, a UMES reafirma a sua convicção de que o caminho para mudança virá com novas eleições e não pela defesa ou restituição de um governo “menos pior” para o povo. 

 

MEC suspende privatização do Inep proposta por Mercadante

 
O ministro da Educação do governo Temer, Mendonça Filho (DEM-PE), suspendeu a transferência do controle do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para uma organização terceirizada. Segundo nota do MEC, a transferência, proposta pelo governo Dilma em 2015, implicaria na “privatização do Inep”.
 
Mendonça Filho deixou de assinar um contrato aditivo para que a Organização Social Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) passasse a ter o controle das operações responsáveis pela realização das provas. A equipe técnica de Mendonça Filho interpretou o aditivo como uma “privatização do Inep [O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira], com a entrega do monopólio da gestão das avaliações para uma única empresa privada”.
 
No ano passado, o então ministro Aloizio Mercadante iniciou os estudos para que a organização social assumisse a gestão dos quatro principais exames a cargo do MEC e propondo um “aditivo” no valor de R$ 2 bilhões. No ano de 2015, o valor do Enem, realizado integralmente pelo Inep, ficou em R$ 405 milhões, ante R$ 452 milhões em 2014.
 
O valor foi considerado como “absurdo e injustificável” pela equipe que assume o MEC.
 
Além do Enem, o plano de Mercadante era transferir para o Cebraspe o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), além do Certificado de Proficiência em Língua Portuguesa para Estrangeiros (Celpe-Bras) e do exame que permite a criação do banco de questões do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep).
 
Fonte: Hora do Povo
 

Lenine pede eleições gerais

 
“Só com a união de todos os poderes e instituições para que tenhamos o quanto antes: eleições gerais!”
 
O cantor e compositor pernambucano Lenine publicou um texto na última quinta-feira, dia 19, em sua página oficial do Facebook sobre o descontentamento dele com o cenário político atual do país, criticando a péssima situação encontrada em diversos setores do Brasil.
 
Entre versos de críticas às condições de saúde, educação e segurança, Lenine passa um sentimento de indignação e de necessidade da união de todos os poderes e instituições para a realização de eleições gerais.
 
Segundo Lenine, ele vislumbrou um futuro melhor com a vitória de Lula em 2002, e que realmente o país cresceu social e economicamente, porém “proporcionalmente a este crescimento, fomos descobrindo o real preço dessas conquistas. E o pior: quem estava pagando por elas”, disse em um trecho do texto.
 
“A mecânica do exercício da política nunca mudou. O mesmo rito, o mesmo jogo. Congresso e Senado, em sua quase totalidade, são compostos por gente despreparada, desqualificada e dissimulada”, criticou o artista no texto.
 
Lenine ainda deixou claro que não reconhece o novo governo como legítimo, mesmo não tendo votado em Dilma.
 
“Tristeza e incredulidade. São estes os meus sentimentos em relação ao que estamos vivendo. Só uma profunda reforma política poderá mudar nosso futuro possível. Só com a união de todos os poderes e instituições para que tenhamos o quanto antes: eleições gerais!”, finaliza o texto do artista.
 
Fonte: Hora do Povo